[...]Já estava devidamente vestida e andando em círculos na sala da Dra. Jane aguardando ela voltar com os resultados e isso já fazia mais de quarenta minutos. Bufei insatisfeita com a demora, quando do nada entraram Carlisle, Edward e a medica na sala e eles não pareciam nada felizes.

–Pelo amor de Deus! Alguma coisa muito grave aconteceu pra tudo demorar tanto. O que está acontecendo?- pedi aflita.

–É exatamente o que eu gostaria de saber Isabella.- Edward falou serio e eu franzi o cenho para o seu tom de voz, ele estava ainda mais esquisito.

–O que?- perguntei confusa olhando pra Carlisle em busca de uma resposta, mas ele só parecia decepcionado.

–Srta. Swan eu não sei como lhe noticiar isso, mas a Srta não esta grávida!- a medica falou e eu arregalei os olhos.

–O que? Não! Isso... Como... Quando perdi o bebe?- perguntei já sentindo meus olhos encherem de lagrimas e a medica me olhou estranho.

–Srta. Swan, você nunca esteve grávida, a Srta ainda é virgem.

–O QUE?!- gritei em choque. Que diabos estava acontecendo?![...]

PDV BELLA

Sabe quando o mundo fica suspenso? É tipo você literalmente extirpa tudo o que existe do seu redor e sua mente simplesmente fica oca? Bem, eu me sentia exatamente assim. Não sei quanto tempo passei em branco, poderiam ter sido segundos, dias ou anos, eu não saberia dizer. Meus olhos até enxergavam tudo ao redor, mas se recusavam terminantemente a mandar qualquer tipo de estimulo ao meu cérebro paralisado, assim conclui meio que inconscientemente eu estava num tipo de choque, acho que só consegui assimilar alguma coisa quando fui sacudida por um Edward absurdamente serio, pisquei confusa olhando ao redor e me dando conta de que estávamos no escritório de Carlisle e não mais na sala fria da do hospital.

-Como?- foi a primeira coisa que minha voz estranhamente áspera proferiu depois de sabe-se La Deus quanto tempo. Eu queria externar mais, questionar mais, mas aparentemente meu cérebro ainda não havia recuperado sua capacidade total de funcionar normalmente.

- Doutora Jane nos informou que aparentemente você se enganou a respeito de suas deduções, fiquei me perguntando como exatamente isso é possível. Duvidei da palavra do meu próprio irmão!- Edward parecia um pouco exaltado. Enruguei o nariz sem saber o motivo, eu lembrava claramente da minha noite com Antony. Ok. Não claramente... Mas, lembrava ao menos do começo de tudo aquilo.

-Do que esta falando?- perguntei ainda desligada dos fatos claramente estampados a minha frente.

-VOCÊ NOS ENGANOU!- ele quase gritou. Foi mais um tom brusco e alto.

-Edward... Do que esta falando? Eu estou tão enganada quanto todos vocês...- sussurrei chocada com a conclusão absurda dele, quer dizer eu podia ter feito uma confusão absurda quanto a gravidez, eu realmente deveria ter conferido tudo de perto desde o inicio, deveria ter me certificado 100% das minhas desconfianças, mas... Independente de tudo nós nos amávamos.

-Não seja cínica! O que você queria? Dinheiro? Fugir da sua vida medíocre com seu pai? Obvio! Como fui burro... Antony foi à primeira isca, mas como pulou fora você partiu para irmão otário! Pois saiba Isabella Swan que sua mascara caiu!- ele virou-se de costas e passou os dedos nervosamente nos cabelos e então mesmo com certo torpor ainda me causando uma letargia momentânea finalmente eu entendi o ponto de vista de Edward. Apesar da rixa entre ele e o irmão por uma namorada antiga Edward, mesmo depois de ter assumido supostamente o filho de Antony comigo e mesmo depois de nos declararmos ele não acreditou em min, ele estava certo de que eu armei aquilo como uma espécie de golpe.

-Você acha mesmo que tudo isso foi uma farsa montada por min? Que eu fui fria e calculista todo esse tempo? Que eu menti quando disse que te amava?- perguntei sentindo lentamente a dor se instalar dentro de min como um punhal cravado com muita força.

-Eu acho que as evidencias são bem obvias quanto a sua honestidade. - ele falou ainda de costas e punhal perfurou mais fundo eu me recusei a chorar.

-É só isso que tem a me dizer? Esse é o seu veredito?- perguntei com a voz embargada.

Ele demorou cerca de 20 segundo pra responder e por fim tudo que pronunciou foi:

-Adeus, Bella.

...

PDV EDWARD

DUAS SEMANAS DEPOIS...

Eu definitivamente não sabia que poderia sofrer um infarto aos 19 anos, mas todos os sintomas indicavam que sim. A falta de ar, o aperto no peito, o coração constantemente acelerado, a pulsação voando nas veias, fora outros sintomas que não tinha nada haver como a falta de apetite, a insônia continua,  a tristeza absurda que tomava conta de min o tempo todo... Talvez eu estivesse equivocado quanto ao diagnostico, talvez eu estivesse ficando louco, isso sim era mais provável!

-Edward.- ouvi a voz abafada bater fracamente na minha porta.

-VAI EMBORA!- gritei com a cabeça enterrada no travesseiro.

-Filho...- era minha mãe. Ótimo! Seu olhar de pena me fazia ficar ainda pior.

-Mãe já falei que não to com fome. - resmunguei e virei de lado pra não ter que encara-la.

-Não é isso, apesar de que você realmente deveria comer acho que perdeu uns quatro Kg nessas ultimas semanas... Mas, você tem visita. - eu me virei instantaneamente á esperança, a maldita esperança espreitando pra dentro de min novamente!

-Ela... Ela esta...

-Desculpe.- ela sacudiu a cabeça em negativa e a tristeza fincou garras em min novamente.

-Não quero ver ninguém.- afundei ainda mais na cama se possível.

-Edward por favor, são seus amigos eles precisam falar com você, parece importante e acho que pode ser sobre... Ela.

Aquilo, o único fato de talvez ser sobre ela, foi unicamente isso que me moveu daquela  cama para receber a galera da banda.

E lá estavam eles, as expressões faciais se misturavam entre, pena, raiva, desprezo e solidariedade... Não preciso nem dizer ódio mortal vindo de Rosálie, é claro.

-O que vocês querem?- perguntei amuado.

- O que nós queremos? Mas é muita cara de pau mesmo!- Rosálie gritou.

-Ursinha calma...- Emmet tentou apaziguar.

-Calma o escambau...

-Rose quieta! Não viemos aqui pra brigar com o Edward! Apesar de seriamente ter vontade de soca-lo não vou fazer isso por que o sofrimento visível na cara dele talvez seja uma penitencia muito mais dolorosa.- Jacob falou seco e Rosálie se conteve.

-Nós viemos aqui pra saber como você está?- Alice perguntou um pouco triste, ela parecia ser uma das poucas que de fato tinha pena de min.

-Não consigo viver desde que ela foi...- falei baixo e Rose bufou.

-Você deveria dizer que esta se sentindo um merda desde que o mais merdinha ainda do seu irmão contou o porquê da minha amiga ter acreditado que poderia ter estado grávida dele e que você ao invés de ao menos ouvir a versão VERDADEIRA dela dos fatos a mandou pro inferno sem escala.

-Eu não fiquei nesse estado lastimável apenas depois de Antony ter esclarecido a noite da quermesse e o que de fato aconteceu entre ele e ela naquela maldita noite, mas eu já estava sofrendo antes mesmo de dizer Adeus.

-Claro. Muito conveniente falar isso agora.- ela grunhiu

-E há amo e daria tudo pra voltar no tempo e mudar o que eu fiz e disse, mas já que isso é impossível tudo que posso que querer é rezar pra que ela esteja a salva e bem por que não posso suportar... Não posso nem sequer imaginar que... Eu...

-Edward viemos aqui por mais um motivo além de saber como você está, o Pastor Swan recebeu um telefonema hoje mais cedo e contatou Rose avisando que autoridades ligaram por que aparentemente a encontraram...- Jasper falou me olhando com um desolação fora do comum! Essa era uma noticia maravilhosa, certo? Uma coisa pra se comemorar! Se ela estivesse voltando eu passaria o resto da vida rastejando por perdão.

-Por que estão com essas caras? Isso é ótimo quando ela chega? Quando... Sei que no começo vai me odiar, mas eu...

-Edward.- Alice balançou a cabeça e olhei pra todos sem entender.

-O que foi?- perguntei confuso.

-A policia ligou pro Pastor Swan ir reconhecer o corpo no necrotério do Hospital geral de Seatlle.- Alice sentenciou por fim e eu demorei cerca de três segundos pra processar o que aquela informação significava.

-Não...- falei balançando a cabeça, isso não podia ser verdade.- Não, não de novo! Não, não, não, não, não por Deus NÃO!!! NÃO É VERDADE! DIGAM QUE ELA NÃO ESTA MORTA! POR DEUS, POR FAVOR, POR FAVOR...

Eu tremia tanto, as lagrimas inundaram meus olhos e o mundo se tornou infinitamente sem cor.