A chuva voltou a cair no caminho silencioso para o Lago Lumsk. Dante parou a moto a alguns quilômetros de distância de um muro alto.

               - É ali. O lugar é bem seguro. Mas não à prova de demônios.

               - Como você pretende entrar?

               - Voando. – disse seriamente.

               A chuva ajudou o disfarce, o condomínio era moradia de humanos ou aqueles que fingiam ser mortais, não havia riscos de encontrarem demônios guardiões. Não foi difícil encontrar a mansão de Ishyros, uma das mais luxuosas e a única com diversos guardas em sua frente. Uma vez dentro do condomínio não encontram dificuldades em adentrar o refúgio do demônio.

               - Ele está aqui. – Dante sussurrou assim que entraram pelos fundos. Nocauteou o único guarda do local enquanto Lara abria única porta do local. Duas escadas levavam para caminhos diferentes – Esse lugar é enorme. Nós devíamos nos separar. Tenho certeza que você não vai ficar com medo de estar andando por uma mansão demoníaca. – disse friamente.

               - Qualquer coisa é só você gritar – Lara disse piscando. Correu para a escada a sua direita.

                 Lara já havia andado por vários minutos dentro da casa sem ter resultados positivos. Os guardas que ela encontrou pelo caminho não ofereciam resistência. Já estava começando a ficar preocupada, pensando se aquilo tudo não era uma emboscada. No último andar da mansão, Lara abriu uma enorme porta de madeira que dava para um salão em reformas. O chão estava empoeirado, algumas janelas foram fechadas com tábuas e havia uma porção de materiais para construção espalhados pelos cantos da sala. Uma voz ecoou pelo salão fazendo Lara sacar suas pistolas mirando para o vazio.

            - Lara Croft... Da ultima vez você me trouxe alguns problemas... Veio me trazer mais?

            Uma figura surgiu a poucos metros de Lara segurando o cabo de uma espada. Era Vergil.

            - Eu lembro que no nosso último encontro você não se saiu muito bem – sorriu ironicamente, referindo-se ao ataque de Noesis a Vergil. – Mas hoje, eu só vou te trazer mais problemas dependendo de suas ações. – disse apontando suas pistolas.

            - Você não está tendo muita noção com quem está falando Lara. Eu não sou o Dante.

            - Eu não estou tão cega assim pra deixar de notar as diferenças, Vergil.

            - Não me provoque! – Vergil invoca duas espadas azuis que atingem o chão a poucos metros de Lara.

- Você anda dando bastante trabalho para mim e Dante. - Lara não esboça grande preocupação - Mas pelo menos consegui te encontrar.

             -E desde quando Dante começou a se preocupar em saber onde estou?

             - Parece que você não conhece seu irmão. Mas vai ter a oportunidade para perguntar isso diretamente a ele.

             - Conheço o suficiente pra saber que ele não se importa. E isso já basta - Se aproximou rapidamente de Lara e fez a lâmina da Yamoto encostar levemente em seu pescoço.

            Lara ao mesmo tempo aponta suas pistolas para Vergil. Ambos ficam se encarando por alguns segundos.

            - Parece que você ainda continua sendo atrevida. Você sabe que essas coisas não vão funcionar comigo.

            - Pelo menos eu vou morrer sabendo que a última coisa que fiz foi atirar em você. Já vale alguma coisa.

             - Será que você consegue? - Vergil segurou o pescoço de Lara com a mão que estava livre - Antes de morrer? – Completou.

             Lara está prestes a atirar quando Vergil a impede. Mostrando um grande reflexo ele derruba ambas as pistolas de Lara e com violência ele segura seus braços.

             - Nenhum humano pode contra mim, Lara. Nem mesmo você. – disse de forma áspera a encostando na parede.

            - Parece que eu estou em desvantagem. - disse com um olhar sombrio tentando se livrar de Vergil.

            - Sim, está - sorriu maleficamente invocando uma espada azulada atrás de si. - Está na hora de sofrer as conseqüências de seus atos!

            Dante que havia escutado todo o diálogo entre Vergil e Lara sabia que se ele continuasse escondido as coisas iriam piorar para o lado de Lara, afinal, por mais que ela se mostrasse "forte" ela não teria chance se Vergil continuasse com sua brincadeira. Decidiu então acabar com a diversão do irmão. Atirou sem dó fazendo Vergil recuar alguns passos.

               - Chamou Lara? – Dante perguntou ainda apontando suas pistolas ao irmão que lançava um olhar de profundo ódio - Ah, desculpe, eu esqueci que você não é desse tipo de pessoa! – ele a olha com desprezo.

               Lara se levanta e encara Dante sem responder sua pergunta.

               – Não se deve brincar com quem não conhece – continuou.

               -Dante, você não vai me atrapalhar de novo.

               -Claro que não – Respondeu - Você já se atrapalha por si só. Eu nem preciso fazer nada. Você nem deveria estar aqui.

               -Claro. Só por que eu decidi seguir com aquilo que é certo. Eu não fico fingindo esconder o que eu realmente sou Dante.

               - O que você sabe sobre o Ishyros? - Dante desconversou observando um sorriso desaparecer no rosto do irmão.

               -Ele apenas me tirou de onde estava – Limitou-se a dizer – E também me contou sobre Sparda. – Completou com raiva – Você não deveria ter dado o poder de nosso pai a um demônio!

               -Nem tudo que a gente quer a gente consegue, Vergil – Dante provocou sentindo o poder de suas próprias palavras.
Vergil invocou mais espadas, dessa vez Dante não sairia ileso.

               - Morra! –Gritou antes de lançá-las.

            Tanto Dante como Lara desviaram do ataque violento de Vergil. Lara levantou-se rapidamente e antes de sacar suas armas foi impedida por Dante, que a empurrou para o lado falando com um tom suplicante.

            - Por favor, Lara. Isso pode ser fatal.

            Vendo seu olhar Lara preferiu, contrariada, permanecer observando a luta.

            Dante tirou sua espada Rebellion das costas e caminhou letamente para o encontro do irmão.

            - Sem truques Vergil. Vamos ver se você é bom com a espada.

            Vergil tira da bainha Yamoto e corre em direção à Dante.

             A luta corria de forma tão rápida que Lara só percebeu que Vergil estava em vantagem sobre Dante, quando a espada do meio-demônio caiu a poucos metros da onde estava. De longe pôde perceber Dante caído no chão e Vergil atravessando sua Yamoto no corpo do irmão.

            Lara deslizou para pegar a Rebellion.

            - Vergil... – ela diz severamente. Torcia para que a fama da espada a ajudasse naquele momento. E que ela tivesse tanta sorte quanto teve ao usar a Excalibur.

Vergil olha surpreso para a mulher a sua frente e retira com violência a Yamoto do corpo de Dante.

            - Agora você morre.

            Lara consegue bloquear o primeiro ataque de Vergil, mas percebe que não sobreviveria por muito tempo, já que estava longe de possuir força sobrenatural. Só esperava que Dante se recuperasse com rapidez.

            Depois de algumas tentativas frustradas Vergil consegue desarmar Lara que para fugir de um golpe mortal pula para o lado. Dante já havia levantado e acerta diversos tiros em Vergil que já estava prestes a atacar Lara novamente. Consegue recuperar Rebellion e aproveitando que os tiros tinham fragilizado o irmão temporariamente repete o ato do irmão e o golpeia. Do chão pega a espada de Vergil e a trespassa em seu corpo, para imobilizá-lo por algum tempo.

            - Espero que tenha aprendido a lição, Vergil. – disse sem esconder sua tristeza.

            Dante foge com Lara por uma das janelas quebradas e quando se encontravam fora do condomínio Dante puxa Lara pelo braço e reclama.

            - Você não foi muito inteligente fazendo aquilo. O que foi que eu disse pra você fazer?

            - Se não fosse por mim você estaria naquele chão enquanto Vergil brincaria de fazer furos em seu corpo! – Lara se solta com violência e caminha para a moto parada a poucos metros – Parece tão difícil para você dizer “Obrigado”.

            - Obrigado... Por quase se matar – disse subindo na moto.

            Lara quebrou o silêncio da volta para Devil May Cry.

            - Ishyros quase nos enganou.

            - A alegria do sujeito vai durar pouco. Se ele achou que não encontraria meu próprio irmão...

            - Eu acho que ele não duvidava disso Dante. Mas ele não imaginava que fosse tão rápido e que o encontraríamos em sua casa.

            - Seja lá o que ele tenha planejado com Vergil, essa farra vai terminar agora.

            - E a Trish como fica? Agora que Vergil descobriu sobre Sparda.

            - Isso vai ser um problema. Um grande problema pra ela. Ishyros agora atraiu toda atenção do Vergil pra Trish e eu tenho certeza que ele não reagiria do mesmo modo que eu quando a vi. Esse demônio está dando mais problemas pra nós do que o esperado.

            - Todos nós estamos preocupados com essa situação, mas não podemos nos desesperar.

            - Logo, logo ele terá o que merece. Antes preciso saber onde fica Agla.

            - Dante... Infelizmente eu mudei de idéia. Matá-lo agora não será uma boa idéia.

            - Como? Você enlouqueceu? Ele é um demônio! E um dos mais baixos que já vi, planejando toda essa confusão bem embaixo do meu nariz.

            - Dante, você está descontrolado. Pare essa moto! Você precisa de um plano.

            Dante brecou a moto com força e virou-se para Lara.

            - Eu já tenho meu plano: matá-lo.

            Lara desceu da moto e cruzou os braços irritada.

            - Se não fosse por mim você estaria ainda pensando como Vergil teria voltado, agora eu peço para você ter um pouco de calma e ser racional. Precisamos de informações que somente Ishyros pode nos dar e do seu jeito ele vai virar pó antes de descobrirmos qualquer coisa.

            -Não me lembro de ter pedido a sua ajuda! Já disse pra não se intrometer.

               - Eu não vou deixar você fazer qualquer estupidez, Porque não é só você que vai sair prejudicado se alguma coisa sair errado.

               -Lara, faça o seguinte, fique na sua. Estou mais acostumado com essas coisas do que você pode imaginar.

               - Fica impossível ter um dialogo com você agindo dessa maneira. Você não parece acostumado o suficiente, já que não tinha nem mesmo cogitado a idéia de que Ishyros poderia estar relacionado com a volta de Vergil.

            -Mas é claro! Ele estava... Eu achei que ele estava morto! - Disse ainda nervoso - Pela segunda vez – sussurrou.

               - Você errou. Olhe, eu não agiria assim se não observasse suas ações irresponsáveis, Dante.

            -Obrigado! - Disse por entre os dentes - Vamos logo atrás desse idiota, ou você prefere ficar aqui vendo o que eu fiz e deixei e fazer?

               - Oh, Ishyros vai ser muito mais interessante - Lara falou enquanto voltava para a moto – Sem precipitações, sim? - Foi o que eu pensei – disse ligando a moto. – Sem precipitações – repetiu sorrindo.

                 Pararam na frente da loja de Dante. Lara foi logo se precipitando:

               - Vamos agir normalmente. Ele não sabe que encontramos Vergil. Fingiremos que queremos montar um plano sobre Agla e depois das informações você pode brincar com Ishyros à vontade que eu não vou me importar.

               - Ótimo – respondeu ainda contrariado, mas resolveu aceitar o plano. Depois Ishyros sofreria as conseqüências.

               Assim que entraram, Dante foi logo falando:

               - Ele se comportou direitinho, Trish?

               - Sim, como um anjo – Trish riu fazendo o demônio rir também da piada. - Foi bom o passeio? Creio que não... – vendo o olhar de Dante, Ishyros emendou

               – Com essa chuva... - Foi agradável – Dante disse falsamente – Trish preciso falar com você um instante – disse puxando seu braço. – Lara, qualquer movimento atire, sim? Lara sentou-se na frente do demônio contrariada.

                 - O que houve? Você parece nervoso.

               - Adivinha quem encontrei? – Dante sussurrou enquanto fechava a porta do corredor.

               - Não me diga que foi...

               - Exatamente – disse a interrompendo – E ele sabe sobre Sparda. Ishyros contou para ele.

               - Isso está ficando pior que eu imaginava. Mas não se preocupe Dante – Trish disse tocando o rosto de Dante com as duas mãos. – Eu não deixarei ninguém encostar na Sparda. Dou minha vida por isso.

              - Não diga uma coisa dessas!

             - Não se preocupe – Trish repetiu voltando para a sala. Dante a seguiu.

             - Bem, Ishyros. Vamos conversar. – Dante apoiou-se na parede oposta a Ishyros – Que tal me falar como destruir Agla? - Já disse que sozinho você não conseguirá. Você precisa de mim. -Vai me deixar ou eu vou ter que partir pra tortura – Dante olha para Lara.

            - Acho melhor você não ficar brincando de ser importante – Sorriu. - Dante... O que te faz pensar que sozinho vai derrotar Agla? Digo sozinho, porque acompanhado de uma mortal e um demônio renegado você não irá longe. Não agora. – disse com desdém.

            -Não preciso de nada mais fora elas, Ishyros - Respondeu irritado - Você que deveria se preocupar consigo mesmo.

               Lara lançou um olhar preocupado para Dante que a ignorou completamente.                - Eu sei que quase tudo que você nos contou é mentira, mas foi útil. Sei também quer você deveria tomar com mais cuidado Ishyros, com o que pode vir pela frente... – disse maleficamente.

               Tirou a Rebellion e a encostou no pescoço do demônio.

               - Você não quer destruir os portais Ishyros e na primeira oportunidade vai tentar nos matar com alguma arma que você tenha inventado ou descoberto... Eu conheço vocês.                Os olhos de Ishyros ficaram vermelhos e o demônio sussurrou:

               - Você sabe as conseqüências de seu ato?

               - Fora sujar esse terno seu? Acho que não. – Dante segurou com mais força o cabo de sua espada, já havia esperado o bastante. – Você sabe o que encontramos no seu retiro de férias? -Ishyros permaneceu mudo, pensando se Dante havia visto o irmão e se algo tinha saído fora do previsto.

               - O que você pretende? Usar Vergil para matar Agla? Você quer o poder dos portais só para você, deve doer bastante no seu ego ter que dividi-lo com outro demônio. Entretanto, você sabe que sozinho não conseguira matá-la, pois ela é forte demais. Precisa de alguém para fazer o trabalho sujo, sabia que um demônio não trairia tão facilmente outro de sua raça, a única solução era encontrar um meio-demônio forte o suficiente. Quando estava pensando em encontrar uma pessoa, pensou em Sparda. Pensou em um de seus filhos, o único que não negava sua ascendência e que estava aprisionado por Mundus. Foi atrás dele, descobriu um modo de tirá-lo de onde quer que ele estivesse. Quando o encontrou o encheu de ódio, mais que ele já tem! Nesse tempo todo você vem pesquisando a vida de meu irmão e a minha também. – Dante começou a gritar – Depois de destruir Agla com a ajuda de meu irmão você vai tomar controle dos portais e dependendo do que você for fazer, vai irritar Mundus, mas você sabe disso. A única coisa que acho que você não sabe é: Por acaso, você já pensou no que está fazendo despertando Vergil?

               Lara olhou chocada para Trish que retribuiu o olhar surpresa. Nenhuma das duas sabia que Dante havia descoberto tudo isso. Mas ambas sabiam que aquilo tudo estava esgotando o meio-demônio.

               Ishyros aplaudiu Dante.

               - Bravo! Eu sempre achei que você fosse, como podemos dizer, menos capaz que seu irmão. Infelizmente eu já o escolhi. Então você vai morrer. – Ishyros deu um pulo e rasgou seu terno. Asas negras brotaram de suas costas – Eu posso estar fraco para enfrentar Agla, mas não para enfrentar vocês três!!!

               Dante, antes que Lara e Trish pudessem ter qualquer reação, pulou em direção ao demônio e brandiu sua espada. Ishyros estava desarmado e teve que desviar do ataque violento de Dante. Trish desenvolveu um campo de força ao redor de seu corpo e golpeou Sparda no ar, fazendo com que um forte vento fosse criado e atingisse Ishyros bem no peito. O demônio caiu ao lado de Lara que atirou sem dó em sua cabeça antes que ele tivesse tempo de reagir. Mesmo enfraquecido Ishyros conseguiu levantar-se e com o rosto desfigurado atingiu Lara no rosto que desequilibrou. Dante aproveitou que Ishyros estava fraco e sem tempo para se curar e atravessou a Rebellion em seu coração fazendo com que tanto Dante como o demônio caíssem.

               - Daqui você não sai! – Dante gritou.

               Lara e Trish pararam na frente do demônio estendido no chão.                Ishyros cuspiu sangue no rosto de Dante que fez com que sua espada fincasse ainda mais o chão. O demônio gemeu de dor.

               - Como derrotar Agla?

               - Vergil já deve... estar pronto para fazer isso. Você... Não conseguirá...                - Você confia demais em Vergil. Conhecendo bem o irmão que tenho, ele iria matar você assim que conseguisse o que quer. Vergil gosta apenas de uma coisa nesse mundo: poder.

               - Parece que não terei sorte em ver os dois lutando... – Ishyros gemeu – Você pode me matar por que... Não irei revelar nada!

               Trish que já estava impaciente golpeia com a Sparda o pescoço do demônio, o decepando.

               - Nós descobrimos sozinhos. – Trish diz revoltada.

               - Meu Deus! – Lara sussurra colando a mão na cabeça. Pela primeira sentiu-se preocupada por Dante.

               - Dante, você esta bem? – Trish se apressa em perguntar.

               -Não – disse, ainda no chão, fitando a sua espada.

               - Se quiser eu posso...

               - Não. Nem tente.

               - Se você quiser ficar sozinho... Nós podemos sair – Lara disse calmamente enquanto olhava Dante com um olhar desolador.

               - Não precisa – levanta-se tirando sua espada com violência do corpo do demônio – Não temos tempo para isso. Precisamos caçar um demônio.

               - Por onde começamos? Não temos pistas de nada. – Lara perguntou depois que viu que não adiantava discutir com Dante.

               -Bom, creio que vamos ter que começar do zero, ou seja, informações sobre ela. - Trish respondeu - Eu vou indo na frente. Dante, quando você estiver mais calmo aí sim você vai atrás de pistas do seu jeito - sorriu saindo.

               Assim que Trish saiu Lara respirou profundamente. Sentou-se no sofá pensando em alguma coisa que pudesse ajudar.

               - Nós não temos tempo – sussurrou. Ela não queria afirmar em voz alta, mas estava um pouco descrente de toda a situação.

            Dante acompanhou Lara com os olhos se remoendo por dentro por ter feito tudo aquilo e ter destruído a única pista que havia em suas mãos.

               - Me desculpe - Disse. Não estava acostumado a fazer essas coisas, mas naquele momento era o mais certo a se fazer - Você pode me odiar agora pro resto da sua vida caso algo aconteça como seu mundo.

               Lara encarou Dante por alguns segundos, surpresa.

               - Eu supero – disse sorrindo. – Você tem agora um morto pra enfeitar sua loja. – disse tentando acabar com o clima pesado.

               -Mais um – disse. - Pelo menos a Devil May Cry saiu inteira dessa. Está pronta?               - Você não tem mais daquelas munições especiais, tem? – disse revirando a mochila.

               - Pensei que você fosse boa o suficiente para não precisar delas – disse enquanto abria uma gaveta na mesa. – Vou cobrar por isso – Jogou alguns pentes para Lara.

               - Se o meu dinheiro valesse alguma coisa aqui eu até pagaria. Isso nunca foi um problema pra mim. Agora, se você não estiver gostando, eu posso usar sua espada.                -Não era bem ESSE tipo de pagamento que eu estava me referindo - respondeu fingindo tristeza - Quando eu morrer deixo a Rebellion pra você.

               - Oh! Quem sabe se você se comportar direitinho até o final do dia. – disse abrindo a porta.

               - Vou fazer o possível – respondeu a seguindo.

               - Aonde você quer ir? - disse arrumando o rabo-de-cavalo.

               - Atrás de um demônio que esteja a fim de morrer.

               - Que surpresa – disse ironicamente.