Two More Lonely People escrita por darthvanner


Capítulo 1
Capítulo 1 - What Goes Around Comes Around


Notas iniciais do capítulo

Ai gente tive que colocar um dos meus fracos como tema do capítulo né, coloquem What Goes Around Comes Around do Justin Timberlake pra tocar e leiam sintam-se á vontade.



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Prólogo:

Na concepção do filósofo Ateniense Platão (o amor ao bem e à beleza) o amor liberta o ser humano e o leva à verdade. Assim, o amor platônico lança uma ponte entre o universo sensível e o universo puramente inteligível, entre o corpóreo e o espiritual, entre o relativo e o Absoluto, entre o contingente e o necessário, entre o particular e o universal.

"Até que a morte nos separe foi a promessa. Então, eu ainda estou vivo" foi o que Russell Brand disse diante de milhares de espectadores, pouco tempo antes de tomar uma atitude que, talvez anulassem o efeito de sua frase. Interromper drasticamente o que parecia um ótimo exemplo de casamento perfeito, foi uma das coisas mais surpreendentes feitas em toda sua vida. Á partir daí foram abertos grandes crateras de dúvidas em meio á toda esta história, ninguém sabia ao certo qual a razão mas todos sabiam qual seria a triste consequência: dois corações partidos. A decisão do divórcio não foi feita por algum tipo de falta de amor e sim por excesso dele. Ele havia cometido um grande erro, e sabia que depois disso sua vida matrimonial seria um inferno. Ela acreditava fortemente, que ele havia mudado e estava certa. Mas ás vezes antigos hábitos vem nos assombrar, e foi um desses fantasmas do passado de Russell que conseguiu causar um caos imenso na vida dos dois.

Katy não teve forças para odiá-lo.

Ela o havia perdoado. O amor tinha uma influência tão grande em seus pensamentos, que não passou por sua cabeça que perdoá-lo poderia se tornar uma terrível decisão. Mas ela faria de tudo para mantê-lo ali, sua mente havia se tornado um turbilhão de pensamentos, e sua consciência a deixou em um transe incompreensível. A verdade, é que Katy não havia se dado conta do que realmente havia acontecido até ouvir o zíper da mala dele se fechar. Foi ai que seu mundo desmoronou mais rápido que um castelo de areia em uma maré.

A rainha ficou no castelo enquanto o rei partia para não voltar...


Katy's POV:

– E então como foi? - Markus me perguntou em um tom cauteloso - Ela é sua? - Ele se levantou já prevendo o que eu iria fazer.

– Ela é minha. - Falei com a voz rouca e então enterrei meu rosto em seu pescoço, enquanto algumas lágrimas surgiam e borravam meu delineador, pela segunda vez naquele dia.

Krusty era minha.


Desde que todo o ocorrido com o divórcio aconteceu, eu não tinha almejado ficar com nenhum bem material ou qualquer tipo de coisa que nós compramos juntos. Exceto Krusty. Pouco me importava a casa, os carros ou qualquer dinheiro que eu tivesse em minha poupança, ele poderia levar tudo menos ela. Mas eu acreditava que Russell nunca seria capaz de fazer isto, e era só uma questão de tempo para as coisas começarem a se resolver. Enquanto nada era resolvido, os três gatos ficaram na posse de meu irmão David como de costume, até o dia da divisão chegar.

"Por favor seja rápido, por favor por favor por favor..." eu dizia repetidamente em voz baixa, enquanto batucava meus dedos incansávelmente no sofá da casa de David. Os gatos estavam presos em 3 gaiolas diferentes e eu esperava pelo menos, levar duas delas. A campainha tocou e senti minha garganta secar instantaneamente, eu não estava preparada para vê-lo mas também não ia sair dali sem nenhuma das minhas filhas.

– Bom dia. - Com o mínimo de simpatia, meu irmão atendeu a porta e o convidou para entrar.

- Obrigado. - Russell disse em voz baixa com seu sotaque britânico

- Ela já esta aqui? - Não ouvi nenhuma resposta de David e então meu coração disparou.

Russell adentrou o cômodo, e eu não sabia se deveria cumprimentá-lo ou ignorá-lo por completo. Ele estava de óculos escuros e um sobretudo cinza que eu já tinha o visto usar milhões de vezes, coincidentemente era uma das roupas dele que eu mais gostava. Droga. Apenas acenei com a cabeça enquanto o via sentar no outro sofá o mais distante possível de mim, agradeci mentalmente por isso.

David pigarreou e então desajeitadamente começou a falar...

– Então... Morrissey está na gaiola verde, Krusty na amarela e Kitty Purry na vermelha. Já decidiram com quem vai ficar Krusty? Posso ficar com ela por mais tempo, se vocês não conseguirem decidir agora e... - Ele olhou para ambos esperando por alguma interrupção - Enfim, vocês já sabem o que fazer? - Ele cruzou os braços e começou a nos olhar.

"Grite com ele grite com ele grite com ele" era o que se passava em minha cabeça mas não consegui dizer nada.

- Acho que posso ficar com Krusty, quero dizer, Morrissey se acostumou bem com ela não vai ser problema algum mantê-la comigo e... - Antes que ele terminasse o interrompi.

– Por favor! - Aquilo havia saído muito mais alto do que eu planejava - Deixe ela comigo. Você sabe que eu... Eu preciso. - Minha voz estava trêmula, meus olhos provavelmente vermelhos e eu tinha dito tudo isso sem nem ao menos olhar para ele. - Por favor. - Dessa vez olhei para seu rosto que tinha uma expressão tranquila. - Você me conhece. - Respirei fundo e senti uma lágrima trepidar de minha pálpebra até percorrer meu rosto.

Antes que eu tivesse que implorar ainda mais, ele tirou seus óculos escuros e coçou a barba me olhando de um jeito peculiar. Seu corpo se inclinou para frente e ele parecia analisar minha expressão, até perceber a lágrima que fiz questão de não tentar limpar. Seus olhos me encaravam e aquilo me deixava extremamente desconfortável, eu conseguia sentir o cheiro de seu perfume e minhas narinas ardiam. Reconheceria aquele cheiro á quilômetros de distância.

– Tudo bem. - Ele voltou a recostar no sofá - Sei que não preciso pedir, mas cuide bem dela.

E então um silêncio perturbador invadiu a sala.

Mas não por muito tempo, o alarme de um carro começou a tocar incessantemente e Russell, até então calmo, se levantou para olhar a janela até que um ruido, seguido de muitos palavrões começaram a sair de sua boca.

– Seus grandes filhos de uma puta, deixem ele onde está! - Russell gritava a através do vidro e até agora eu e David não sabíamos o que estava acontecendo - Por que vocês americanos tem hidrantes em todos os lugares? Malditos bombeiros. - E antes que nós pudéssemos dizer algo, ele saiu apressado pela porta xingando até a décima geração de todos os corpos de bombeiros.

O carro de Russell estava sendo guinchado. Por um momento tive uma gigantesca vontade de rir, eu sabia muito bem que Russell era péssimo dirigindo e obviamente estacionando também. Mas lembrei de todo o propósito de estarmos ali... Caminhei até as 3 gaiolas, e me abaixei diante da primeira sorrindo para minha pequena Krusty.

– Mamãe está em casa, monstrinha. - Coloquei meu dedo nos buracos da grade e pude sentir seus pequenos dentes o mordendo, eu havia esquecido o quanto minha pequena canibal fazia falta.

Olhei para a segunda gaiola e Kitty Purry estava dormindo, decidi não acordá-la e apenas a encarei por alguns instantes. Simplesmente não resisti em olhar a gaiola de Morrisey, ele não era meu mas aprendi a amá-lo tanto quanto os outros e me doía deixá-lo pra trás.

– Ei amigo... Vai ficar tudo bem ok? Tenho certeza que ele vai cuidar bem de você sozinho, como sempre cuidou. Vou sentir sua falta. - Estendi minha mão junto á pequena grade, e senti seu pêlo entre os meus dedos. Eu só queria levar os três pra casa. Na verdade os quatro.



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