Acho que ninguém tinha entendido minhas decisões. Meu irmão não tinha entendido nada, coitado, nada mesmo. Ele ainda estava no 'com tanto homem no mundo, porque você foi se envolver com o cara que namorava sua irmã?'. 

Bom, vou explicar então, essas decisões. Foi assim: Charlie me disse que eu não era do tipo de garota que desistia das coisas por garotos, e, realmente, eu não era. Ele me fez abrir os olhos e enxergar possibilidades aqui em Londres. E então Dougie apareceu na porta de Tom, pedindo desculpas e sendo... Ah, o Dougie. 

E eu disse que queria ser sua amiga. É... mentira. Quero ser a 'mina do Dougie', mas quero ser direito. Nós não confiamos um no outro, ele acabou de sair de um relacionamento - que foi fudido por mim, alias - e nós aceleramos um pouco as coisas, do meu ponto de vista. Então, não é que eu queira começar de novo, porque é impossível, mas um tempo para que as coisas se ajeitem e nós saíbamos o que fazer. É isso.

Parece bobagem, mas tratando-se de Dougie, eu preciso esclarecer as coisas comigo mesma; tipo, ele me faz sentir terrivelmente babaca e me faz suspirar e todas essas viadagens de gente... apaixonada.

E eu não sei lidar com isso.

É, vamos ser sinceros, eu sou um trem desgovernado. 

Não queria ser, mas nasci assim... Minha mãe caiu da escada durante a gravidez, deve ser isso.

- Você é um pouco complicada, não é não? - Harry riu, tomando seu café. - Só um pouco. - Izzy o acompanhou, me trollando ainda mais. - Complicada e perfeitinha, querida. Seu recalque reflete na lente do meu Juliete, beijos. - Joguei os cabelos e nós rímos. 

Estava com Harry e Izzy em um café no centro da cidade falando da vida, depois de segurar vela pra eles no cinema. 

- Mas meu, você e o Dougie se merecem, porque aquela criatura também é difícil de entender, bem difícil. 

- Ele é sensível, Hazz.- Izzy defendeu e eu quase cuspi meu café, de tanto que eu ri.  -  GAY! - Harry gritou, fazendo um megafone com a mão e eu ri mais ainda. Izzy ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços. - Vamos parar de zoar meu filho, que nem tá aqui pra se defender? 

- Ai, estraga-prazeres. - Harry fez biquinho. 

You were working as a waitress at a cocktail bar, when I met you...

Meu celular tocou e Harry e Izzy se entreolharam, segurando a risada, enquanto eu atendia. 

- DON'T YOU WANT ME, BABY? - Os dois cantaram, rindo e eu mandei o dedo do meio.

- Tyler! 

- Alice!

- O que você quer? - Perguntei. - É assim que você atende seu irmão, vadia?

- É assim que você trata sua irmã, corno?

- Vou te ignorar porque eu tenho novidades, 

- Quem que você odeia foi atropelado por um caminhão?

- Ninguém, mas nós conseguimos um contrato com uma gravadora e digamos que você verá minha face todo dia novamente.

- Espera, como assim?

- SIM, TYLER ESTÁ INDO Á LONDRES GATINHAS, PREPAREM-SE!

- Sério isso? VAI SE FUDER TYLER, EU TE AMO. 

- Serissímo. Depois te conto melhor! Vou comer um miojo maroto, agora. Sua mãe foi viajar, tô sozinho em casa, triste vida de miojo. 

- Tá, rainha do drama, tchau.  - Harry e Izzy me encaravam, curiosos. - Don't You Want Me? Sério? Essa música é breeeega, Alice.

- Não é não, Izzy! É... sei lá, histórica. - Fiz biqunho e franzi a sobrancelha. - I was working as a waitress,  - Harry fez uma voz aguda e começou a gesticular, nos fazendo rir novamente.