Quando eu acordei, eu estava mil vezes pior. A dor de cabeça tinha voltado. Meu corpo parecia feito de papel. Meu corpo queimava com a febre.
O Freddie viu que eu acordei  e pôs  o termômetro outra vez na minha boca. Eu estava com quase 40 graus outra vez.
- Já chega. Eu já esperei demais. Vou chamar um médico.
Ele pegou o celular e saiu do quarto pra poder ligar.
Um médico que atendia em casa custava uma fortuna. Ele devia mesmo me amar.
O médico chegou, me examinou por cinco minutos e depois disse que eu estava com uma gripe muito forte. Gripe mesmo, não um simples resfriado. Ele disse que todos os remédios que eu podia tomar o Freddie já tinha comprado. Tudo que eu podia fazer era continuar a tomar os remédios e esperar. Depois dessa grande revelação , o médico limpou a carteira do Freddie e foi embora.
Eu não sei explicar exatamente o que aconteceu durante os próximos três dias. Eu dormia o dia inteiro, fraca demais pra conseguir me levantar. Mas sempre que eu acordava o Freddie estava lá. As vezes deitado comigo, as vezes apenas sentado numa cadeira me observando. Ele me dava os remédios na hora certa, me obrigava a beber líquidos  pra que eu não desidatrasse.Sempre cuidando de mim.
 Quando eu acordei no terceiro dia, eu estava me sentindo melhor. Sem febre. Apenas dor no corpo, e ainda muito fraca por não ter comido praticamente nada durante todo esse tempo. O Freddie estava falando no telefone. Ele viu que eu acordei, e desligou o telefone, vindo sentar do meu lado.
- Como você está ?
- Bem melhor.
- Que bom. - ele sorriu. - Eu estava falando com sua mãe. Ela disse que não iria vir embora, porque sabia que eu estava cuidando bem de você.
- Minha mãe é um amor de pessoa.
Ele sorriu de novo.
- Que bom que o seu humor está de volta.
- Mas ela tem razão, Freddie. Você cuidou de mim. Obrigada.
- Não foi nada.
- Como não ? Você até chamou um médico. Deve ter custado uma fortuna.
- Isso não importa. O importante é que você está bem.
Nós nos olhamos. Eu sabia que nós tínhamos uma conversa pendente.
Ele disse "Sam..." ao mesmo tempo que eu disse" Nós precisamos conversar".
Nós dois rimos.
- Você primeiro. - eu disse.
- Eu sei que você ficou chateada comigo, Sam. Sei que o que eu fiz não foi muito certo. Não me orgulho do que aconteceu, mas já passou e eu não posso voltar  atrás. Sei que você precisa de um tempo pra pensar, mas pensa direitinho, Sam. Eu amo você. Eu nunca mais vou fazer nada que possa magoar você. Nunca mais.
Eu queria muito abraçar ele agora, beijá-lo, deixar que os braços dele me envolvessem, mas eu ainda estava chateada.  Eu não sabia o que responder pra ele , mas fui salva pelo congo quando a campainha tocou, e ele levantou pra poder atender.
Era a Carly. Ela veio direto na minha direção, me abraçando,colocando a mão na minha testa.
-  Como você está, Sam ? Fiquei tão preocupada com você ! Eu tentei vir te visitar,mas o Freddie não deixou, disse que você estava muito fraca. Como você está se sentindo ?
- Eu estou bem melhor agora, Carly. Não se preocupe.
Eu olhei pro Freddie, querendo dizer mil coisas pra ele mas sem saber que palavras usar.
- Acho que eu já vou indo. - ele disse pra mim. - A Carly vai cuidar de você agora.
Ele veio andando até mim, e eu achei que ele iria me dar um beijo de despedida, mas ele desistiu no meio do caminho, e deu meia volta em direção a porta.
- Freddie ? - eu chamei.
- Sim ?
- Obrigada.
- Não foi nada. - ele me deu um sorriso e foi embora.