Boulevard Of Broken Songs (Glee x GG) escrita por CrisPossamai


Capítulo 15
Fracasso




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Os ares no Willian Mckinley nunca estiveram tão propícios para os integrantes do coral campeão nacional de 2012. Andar pelos corredores se tornara um misto de bajulação e tremendo bem estar, a questão é que para dois deles nada estava resolvido. Sam e Nate tinham diversas coisas em comum. A maior coincidência era que só participaram da campanha vitoriosa do Novas Direções pela necessidade de completar o time, ser parte da equipe.Apenas isso. Sam teve algum destaque nas Seletivas, porém, seu momento nos holofotes foi mínimo. Já Nate virou mais um apoio para o refrão e alguém para repassar a coreografia com Mike Chang. Nada de especial. Não que a dupla estivesse chateada ou frustrada por ser apenas parte da equipe. Muito pelo contrário, estavam completamente extasiados pela conquista, entretanto, existia a necessidade de provarem o próprio valor.


Ao assistir a semifinal, os tios já haviam dado seu parecer a respeito da equipe e do potencial do sobrinho. Cooter afirmou que a maior virtude da equipe de Lima era assumir sua condição técnica instável e ser taticamente perfeita. A forte marcação, a precisão nos ataques, os rápidos contra-ataques e a mira excepcional do nova-iorquino. O único diferencial do time era o talentoso capitão. Nate estava certo de que sua função era pontuar a distância, ajudar na defesa e cumprir o papel solicitado pelo treinador. Com sorte, empenho total e muita persistência, o título estadual poderia voltar para o interior de Ohio após uma década de supremacia da Capital. Entretanto, a missão era complicada.

Na véspera da decisão, o treinador Taylor opta por uma conversa franca com os atletas e aponta a campanha invicta do adversário. Novamente, os detalhes são repassados e cada um sai ciente de seu dever em quadra. Inquieto, Sam sugere mais uma rodada de arremessos para o cestinha, ação liberada pelo treinador que exige cuidado e nenhum esforço inútil a menos de 24 horas da final. Os lances livres é a opção do loiro, enquanto que o nova-iorquino prefere arriscar da linha de três pontos. Os gritos e o som dos piques atraem Puck e Finn para o ginásio. Os visitantes se juntam aos atletas e passam a tentar alguns arremessos.

_ Eu costumava ser o capitão da equipe de basquete. Não lembro porque largamos a equipe, cara. – comenta o quarterback.

_ Sério? Rachel fez aquele fiasco com a camiseta “Fã Clube do Finn” – os garotos gargalham – E o time era uma porcaria! – revela o bad boy.

_ O time ou vocês eram uma porcaria? – provoca o loiro – Eu não perdi nenhuma nesta temporada.

_ É verdade! O treinador disse que o time de Columbus está invicto, mas, nós também estamos, não é? – Nate comemora a quinta cesta convertida da linha dos três, impressionando a dupla de fora.

_ Uau, você é mesmo ótimo nos laces de longe! – elogia o grandalhão.

_ É, ele é ótimo nisso e o resto do trabalho sobre para mim... Isso é tão injusto! – debocha em tom inconformado o capitão do time após enterrar.

_ Do que o meu chocolate branco está reclamando? – berra Mercedes entrando no recinto, juntamente com Quinn, Santana, Brittany, Sugar, Rory e Santana.

_ Ei, querida... – o loiro abraça a negra – Tava dizendo que ninguém entende como é complicado ser o líder, a braçadeira deixa tudo mais difícil, sabem?

_ Mercedes, controle o seu homem! – a latina se exalta causando risadas – Então, o que vocês acham de um joguinho garotos contra garotas?

_ Tudo bem, se vocês não se importarem de serem massacradas. – provoca o encrenqueiro – Até quinze, vocês começam com cinco pontos, para dar alguma graça.

Ok...Se estão tão confiante não tem problema apostarmos, certo? Quem perder paga uma rodada de pizza no Breadstix! – propõe Quinn.

Todos concordam e a cômica partida tem início. Os rapazes começam arrasadores, no entanto, o equilíbrio se coloca após as primeiras intimidações. Mercedes exige que o namorado lhe entregue a bola e Sam nem ousa contradizer. Finn finta a latina com facilidade, porém, é desarmado depois que a noiva lhe ameaça com uma greve de beijos. Puck discute com os colegas e quase é espancado ao tentar contra-atacar sozinho. Nate gargalhada e se livra da confusão ao arremessar de longe. Mas, sofre com Quinn em seu encalço, numa espécie de marcação individual muito mais bem-vinda do que o praticado oficialmente. Logo, ele se rende aos carinhos e esquece totalmente do jogo. Rory nem sequer cogita se aproximar da área defendida pelas garotas depois do sermão que Sugar lhe dispara. O irlandês não tinha ideia que a namorada fosse tão competitiva. O jogo é encerrado com a vitória feminina por quatro pontos de vantagem, nada que custasse mais do que a confiança do encrenqueiro levemente abalada.

O rodízio de pizzas é combinado para o sábado com a presença do restante do Clube Glee. Ultimamente, qualquer e toda atividade era realizada em conjunto. Ninguém queria perder a oportunidade de passar os poucos dias antes da formatura e na companhia dos amigos. Por isso, os caronas estavam devidamente planejadas e o cortejo que sairia de Lima para Columbus carregaria os alunos e o professor de espanhol.

Nate acorda assustadiço, pulsação acelerada, a camisa encharcada de suor e com a sensação que o coração estaria batendo na garganta. Não, ele não estava ansioso pela partida daquela noite, estava apavorado com a eminência da formatura e o impasse sobre o que fazer da sua vida. Com a recusa da Universidade da Cidade de ova Iorque, já contabilizava cinco rejeições de instituições publicas ou privadas e a única que estava ao seu alcance era a mensalidade da Faculdade do Condado de Lima ou a oferta de bolsas de estudos de seu tio para a Ohio State. Independentemente, estaria a mais de mil quilômetros de New Haven, e obviamente, de Quinn. Ele ainda não tinha reunido coragem suficiente para deixar a namorada ciente da situação. Atualmente, o nova-iorquino queria apenas jogar basquete, tocar piano e fazer idiotices ao lado dos amigos. O próximo compromisso? Calibrar a pontaria e tentar parar o melhor time do estado.

A arquibancada do imponente estádio estava lotada e ao lado de Mike e Tina, Matt Rutherford aguardava o início da partida. Morando nas proximidades de Columbus, o garoto topou o convite para se encontrar com os antigos colegas e retornar para Lima a fim de prestigiar a formatura na semana seguinte. O negro ressaltou que sua modesta equipe tinha sido massacrada pelos adversários da capital e desejava muita sorte para o time do Willian Mckinley.

O juiz apita, o primeiro arremesso é feito e Sam sente a pressão do mundo inteiro sobre seus ombros. O capitão que levou o time ao Estadual seria rapidamente trocado para o capitão que detonou o time no Estadual, no caso de derrota. E ele não queria isso. Ele não poderia lidar com mais essa decepção. A sua frente a muralha conhecida como Bryson, um aluno negro de quase dois metros que chamou a atenção de centenas de olheiros universitários. O adversário possuía mais ofertas de bolsas de estudos do que Kurt, Mercedes ou Rachel colecionavam musicais. A mente divaga, a bola é lançada para o alto, o rival é mais rápido e o primeiro ataque é convertido. O cartão de visitas do atual campeão escolar de Ohio.A brincadeira tinha terminado. O primeiro passe que Sam consegue fazer é interceptado bem antes da chegada de Nate. Incontestáveis 14 pontos de vantagem para os rivais. Sam emenda um passe mais curto, o novato Blake faz a cobertura e Nate, tira o zero do marcador. Mesmo assim, o primeiro tempo se revelou lamentável. Os atletas se reúnem no vestiário a espera das orientações técnicas.

Na volta, Sam e Nate se encaram serenos e bastante conscientes de que a vitória estava praticamente descartada. Ao invés de frustração ou desespero, a dupla, aliados aos companheiros Blake, Michael e Charlie, resolvem apenas se divertir em quadra. Livres da pressão, as bolas de longa distancia caem com mais facilidade, os passes saem mais regulares, a correria mais eficiente e a vantagem mais digna. Nada de decepção, afinal, o vice-campeonato estadual já lhes assegurava um espaço de destaque na história da escola do interior de Ohio. Sam resmunga baixinho ao colocar a bolsa de gelo sobre o ombro dolorido e Nate tenta reduzir a dilacerante fisgada nas costelas.Aos poucos, os familiares dos outros jogadores aparecem no vestiário e a treinadora pede um minuto antes de começarem a viagem de volta.

_ Queria os amigos e parentes de vocês para ouvir isso. Nunca estivemos tão orgulhosos de um time como estou agora. Admiro cada um de vocês, garotos. Jogaram incrivelmente bem essa noite. Esse é o jogo que as pessoas vão comentar por anos. Este é o jogo do qual, vocês se lembrarão. Orgulhem-se de si mesmos...Porque vocês são campeões.

As palmas ecoam e os elogios servem para conter o sentimento de erro estampado na expressão dos jovens atletas. Cooter comenta a excelente atuação do sobrinho, os sogros exaltam a exibição de gala de Sam, que é novamente envolvido pelos abraços de Mercedes. O local começa a se esvaziar e o agente esportivo pede que o capitão e o cestinha permaneçam um pouco mais. Quinn, então, opta por aguardar pelo nova-iorquno no estacionamento, já que necessitava urgentemente de algum descanso depois de passar o jogo praticamente em pé devido a tensão. Definitivamente, a loira precisava se sentar por alguns minutos.

_ Sam Evans? Você vai para o último ano, certo? – o loiro confirma – Acho que nós veremos na próxima temporada, então. – a bolsa de estudos para a Ohio State estava assegurada para o capitão da equipe.

O loiro ainda troca algumas palavras com Cooter Menkins, enquanto Nate segue para o ônibus completamente exausto. Todo o corpo do rapaz latejava incessantemente. Nenhuma dor especifica, porém, tudo parecia estar fora de ordem. Ele caminha poucos metros e repara na garota escorada no carro de Mercedes a sua espera. Quinn sente que a vigília sobre si e tenta se levantar e é impedida pela interferência dele. Nate sorri cansado, respira longamente e gasta minutos num abraço reforçado. Ele beija repetidas vezes o rosto dela e só lhe solta ao ser chamado insistentemente pelo colega de equipe.

Para quem falhou miseravelmente nos últimos anos e não tinha noção de como seria seu futuro nos próximos meses, o mais indicado era planejar um dia de cada vez. E naquela sexta-feira a noite, ele estava satisfeito pelo vice-campeonato e por todo o restante que possuía na pequenina Lima. Deus, como ele estava com pressa de chegar em casa e apenas cochilar na própria cama!

Sam ainda reclamava de dores no ombro e Nate repuxava a perna esquerda ao caminhar. As seqüelas da decisão estavam estampadas nos rostos exauridos e acumulada a preguiça do restante dos adolescentes só poderia resultar na mudança de planos. As pizzas estavam ali, mas, a reunião ocorria na luxuosa residência da família Motta. Sugar havia sido presenteada com uma gigantesca televisão 3D e estava afoita para se exibir para os amigos. Por isso, a oportunidade perfeita em meio a pilhas de filmes, montes de pizzas e litros de refrigerantes. Os integrantes do coral se amontoavam na sala de estar e voltavam suas atenções para o filme O Incrível Homem Aranha e mesmo aficionado por quadrinhos, o loiro mal conseguia manter os olhos abertos. O nova-iorquino, por sua vez, já ressonava profundamente no colo da namorada. Os aplausos de Puck, Joe, Rory, Brittany e Sugar despertam os mais sonolentos tão logo os créditos começam a ser exibidos na telona. Com o sol raiando, a casa começa a ser esvaziada com a promessa de se encontrarem mais a tarde para gastar o domingo entre jogos de boliche e sucessos no karaokê. Na segunda-feira, os formandos iniciariam a última semana de aula e nada pareceu mais justo que o tema “Adeus”nos derradeiros cinco dias finais. Dias em que todos os intervalos eram passados na sala do coral e até Matt se fazia presente. O Clube Glee estava completo novamente.

A dificuldade é que Nate estava cansado de despedidas. No ultimo ano, tinha dado adeus aos pai, ao Upper East Side, aos amigos de infância, a primeira namorada, a sua família e a própria mãe. Como Will Schuester presumia que ele seria capaz de escolher uma música para refletir em sua partida do Willian Mckinley Hill? Doía. Ele tinha se apegado aos garotos do coral, adorava a proximidade com a família Motta e a divertidíssima Sugar, sentia-se genuinamente acolhido pelos tios, estava satisfeito pelo primeiro emprego e incondicionalmente apaixonado por Quinn Fabray. Como ele seria capaz de abrir mão do que recém havia conquistado e sem ter noção do que viria a seguir?

May the good lord be with you, down every road you roam

And may sunshine and happiness

Surround you when you're far from home

Be courageous and be brave and in my heart you'll always stay

Forever young, forever young!

Os calouros da equipe de basquete, Charlie, Michael e Blake repassavam os últimos detalhes com o capitão e o cestinha a respeito da confraternização de horas mais tarde no Breadstix, ao serem interrompidos pelo bad boy do pedaço. Puck queria confirmar o esquemapara a formatura logo após as aulas.

_ Vocês não vão me dizer do que se trata? – a dupla nega – Bem, eu espero que você esteja garantindo a sua formatura, Puck. – dispara Quinn.

_ Não se preocupe, Fabray, eu vou conseguir o meu diploma.

_ Jenny não está facilitando as coisas para você, não é? – solta o jovem Archibald.

_ Nem me lembre! Eu passo as tardes estudante com o Mike e o Matt e ela me força a revistar toda a matéria! Acredita que a Jenny ameaçou me fazer a passagem, caso, eu reprove? Aquela garota ta me enlouquecendo e sem que amassos estejam na parada!

_ Então, acho que você tem que se dedicar mesmo, cara. Serena me contou que todos já compraram as passagens e Jenny sempre cumpre suas promessas.

O encrenqueiro resmunga, joga a mochila nas costas e afirma que estava se encaminhando para a biblioteca. A loira se dispõe em ajuda-lo a repassar mais um capítulo de geografia mundial e carinha novo se encaminha para a última aula de história do ano. Nate ri sozinho ao imaginar a reação de Puckerma ao ser notificado da verdadeira razão para tamanha cobrança por parte da quase namorada. Jenny não queria apenas que o rapaz se graduasse no ensino médio, desejava mais. Ansiava que o jogador de futebol acreditasse no seu potencial da mesma maneira que ela. Era quarta-feira, a resposta deveria chegar na sexta-feira, mesma data marcada para a bendita recuperação.

Tudo estava se estreitando tão depressa. O tio insistia com a bolsa por mérito esportivo na Ohio State e a diretoria da Faculdade do Condado havia enviado uma proposta formal lhe isentando de qualquer custo se aceitasse ser integrado a equipe de basquete universitária. E ele estava quase inclinado a aceitar a proposta, adiantar algumas matérias de Administração e se preparar para disputar a Divisão de Acesso à Liga Universitária Americana. Seria tão ruim se tornar um carinha de Ohio? Nate se acomoda na carteira, escuta piadinhas idiotas de Finn, revira os olhos para os comentários de Rachel, ri com a acidez de Santana e dá de ombros para o próprio futuro. Todos ali tinham suas ambições, todos, menos ele. Agarrar-se a um plano qualquer soava muito mais reconfortante do que se deixar levar pelo desconhecido.

_ Boa tarde, treinadora. Queria lhe devolver meu uniforme da cheerios lavado e passado. Foi muito gentil ter me deixado usar novamente. – comenta Quinn ao entrar no escritório da treinadora das lideres de torcida, Sue Silvester.

_ Pode ficar. Não tenho ideia das coisas que você e aquele playboyzinho de Nova Iorqueandaram fazendo, então, pensei em aposentá-lo. – a menina nega – Nada? Oh! Fica a dica – a loira revira os olhos e senta-se diante de Sue Silvester – Sabe, a primeira vez que te vi, Q. Pensei que lembrava a minha versão mais jovem, mas, vendo essa incrível mulher sentada a minha frente, percebi que estava errada. Você é alguém muito melhor. Claro que sou tão esperta e bonita como você, mas, de alguma forma, não reconheço mais nenhum traço de maldade ou inveja. E eu admiro isso. Eu admiro você, Quin Fabray. Admiro sua perseverança. Você vai muito longe, garota, e ficarei muito feliz lhe vendo alcançar seus objetivos. E poderei dizer que lembro da fase em sobre quem era o pai da sua filha ou das ceninhas melosas com um mauricinho desmiolado nestes corredores. – a jovem se levanta e abraça a técnica de supetão relatando que sentiria a sua falta – Ei, você mesmo, playboyzinho! Venha aqui imediatamente!

O adolescente para a caminhada, passa a mão pelos cabelos e entra timidamente no escritório da professora mais durona de Ohio com o semblante assustadiço.

_ Alguma coisa errada? Eu não sei o que pode ter acontecido, mas, não é minha culpa...Eu só... – a professora arqueja a sobrancelha e ele se cala – Sinto muito, antigamente, os professores me chamavam sempre por alguma estupidez que o meu melhor amigo tinha feito e...De alguma forma, eu sempre acabava no meio da confusão.

_ Sério Fabray, esse garoto? – o nova-iorquino revira os olhos e a loira apanha a sua mão – Não vou te punir, Archibald, porque mesmo como capitã das cheerios, esse sorriso idiotanão era tão visto no rosto de Quinn Fabray como agora. Não sei se você é responsável por isso, mas, não acredito que seja coincidência. Por mais que Finchel tente chamar a atenção com esse draminha de casamento adolescente, eu admito que também é fácil perceber que vocês funcionam juntos. Não percam isso para o mundo.

O rapaz sente o enlace se fortalecer e sua reação é fitar o chão. As palavras de Sue Silvester eram diretas demais para sua atual posição no universo. Não perder para o mundo? Aquilo não era mais uma competição, ele tinha desistido de marcar o placar meses atrás. Nate Archibald estava com seu mundo completamente virado do avesso e encontrou um sustento temporário em Lima. A sua trégua com o mundo estava acabando e não haveria dignidade nenhuma naquilo. Ele responde ao sorriso da namorada e inventa uma desculpa qualquer para abandonar o escritório. Em poucos minutos, Puck estaria entrando para o teste e era sua obrigação entregar a carta que poderia mudar radicalmente o comprometimento do rapaz. Era muita ironia para a mesma tarde. O formulário oficial fora deixado no armário do bad boy, que agora tentava achar o livro de geografia no meio da própria bagunça. Um envelope cai no chão e o encrenqueiro olha para os olhares, estranhando a correspondência. Nate se esconde atrás do próprio armário e contém a vontade insana de gargalhar. Puck passa os olhos pela carta, solta um grito de vibração, leva a mão aos moicano e urra novamente. Ele visualiza a imagem do cestinha do time de basquete e avança em sua direção.

_ Ei, isso é coisa sua, Archibald! Digo... Só pode ser coisa do seu tio! – ele repassa a carta universitária de qualquer jeito – Por que diabos isso estaria no meu armário justo agora? Isso...Isso é real? Digo...Isso é verdade? Essa universidade está atrás de mim?

_ New School University? Existe, sim, cara. Era uma instituição bem conceituada até quase falir em 2005. Houve uma reformulação e as equipes esportivas estão sendo montadas para voltar a Liga Universidade, na divisão mais baixa... Mas, o ginásio é bom, as marcações são oficiais, os uniformes são maneiros, os dormitórios recebem os alunos de fora de Nova Iorque...E a Universidade fica bem perto do Brooklyn, sabia? – Nate analisa o formulário e devolve para o amigo.

_ Brooklyn? Você ta dizendo que isso tudo...Que essa ideia...Isso é mesmo sério? – o bad boy não consegue dimensionar a oportunidade.

_ Yeah, Jenny fez tudo isso. Em Chicago, entreguei alguns documentos meus e toda a sua papelada. A resposta saiu nesta manhã e a Jenny me enviou por email... Parabéns, cara! É uma bolsa de estudos integral...Você só tem que definir seu curso até terça-feira.

_ Espera ai... Jenny fez tudo isso por mim? Isso é muito...Isso é...Por que? Por que... Ela acreditaria tanto em mim? Isso não faz sentido, Nate.

_ Não sei, cara...Ela estará em Lima para a formatura, lembra? Isso se você passar nesta prova, Puckerman.

_ Você ta louco, Archibald? Eu vou para uma universidade em Nova Iorque! Vou detonar nessa recuperação! – o nova-iorquino ri da empolgação alheia – Obrigado pela ajuda, cara! – os dois se cumprimentam e o bad boy corre para o exame.

Duas horas depois, os formandos se amontoavam no corredor diante da sala a espera da correção da prova e da definição do futuro. Puck ainda não havia revelado a novidade sobre o seu ingresso no ensino superior e a provável mudança para a Big Apple, contudo, toda a compostura foi mandada para o inferno ao receber das mãos da professora a nota oito e a confirmação de que teria seu diploma no dia seguinte. Os berros ecoam pela escola e a primeira ligação é diretamente para o Upper East Side. Jenny se retira de uma aula de matemática para ouvir do caipira a sua aprovação e os agradecimentos rasgados pelo esforço em lhe conseguir a oportunidade única de não ser mais um perdedor de Lima. Will aparece pedindo calma para os alunos, entretanto, perde o controle ao ser informado das excelentes novidades. Nate parabeniza o amigo, atende com toda a educação o telefonema de Serena, repassa as congratulações do cunhado ao mais novo aluno da New School University e aceita com um entusiasmo invejável antecipar os festejos para a formatura ainda na noite daquela sexta-feira. Nate parecia ótimo, mas não estava. Não estava ótimo, porque na mesma tarde em que Noah Puckerman comemorou sua passagem de ida para a Capital do Mundo, Nate Archibald assinou sua matricula na Faculdade do Condado de Lima no curso de Administração. E diferente do colega de coral, ninguém, além de Cooter e Shannon Menkins, ficou sabendo. Simplesmente, porque Nathaniel Archibald havia desistido e isso não merecia nenhuma celebração.

“O final de semana promete ser entediante no Upper East Side, afinal, Jenny e Dan Humphrey, Blair Waldorf, Chuck Bass e Serena e Eric Van Der Woodsen embarcaram nesta noite para o interior de Ohio. Que a população de Lima esteja preparada, porque eu imagino que não sobrará pedra sobre pedra após a formatura do nosso queridinho Nate Archibald. Xoxo, Gossip Girl”


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