Boulevard Of Broken Songs (Glee x GG) escrita por CrisPossamai


Capítulo 13
Cantando canções de amor para passar o tempo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de véspera de Nacionais. Preparativos, competição e algum romance. Estamos na reta final da história. Talvez, mais alguns capítulos após a formatura contando a vida depois do colégio. Estou aberto a sugestões. Fiquem a vontade, está bem? E boa leitura.



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Duas. Sete. Quinze. Vinte cestas consecutivas e Nate reinicia a seqüência da linha dos três pontos, enquanto Sam repetia triangulações com os companheiros de time a exaustão. Na véspera da semifinal, o basquete se tornou a obsessão da dupla, que deixou em segundo plano a preparação para as Nacionais.

Com o repertorio e os solistas definidos, a única obrigação dos dois era memorizar as coreografias. Tarefa cumprida em pouquíssimas horas, por isso, a consciência tranqüila priorizava o esporte ao coral. Era o jogo que poderia coloca-los na história do Willian Mckinley e na mira de alguns olheiros universitários. Cooter Menkins confirmou a presença visando o apoio ao sobrinho e a possibilidade de descobrir alguns talentos.

Puck estava de bobeira naquela tarde e decidiu acompanhar a pratica da única equipe ainda ativa na temporada e se perguntou interinamente porque diabos teria largado o esporte. Não que fosse habilidoso ou tivesse uma mira como os colegas de Novas Direções, porém gostava de estar nas quadras e por algum tempo, até cogitou que o esporte pudesse lhe colocar em uma universidade. Quanta idiotice... O encrenqueiro bufa, joga a mochila nas costas e se aproxima dos atletas após o encerramento da atividade.

_ Ei, caras... Vocês tem tempo para mais uns arremessos ou precisam correr para a empresa? – convida o bad boy no meio da quadra.

_ Não, o senhor Motta nos liberou por uns dias por causa das competições. – esclarece o nova-iorquino arriscando da marcação de longa distância.

_ Sério? Novato, você precisa mesmo checar senão tem mais uma vaga nesse lugar!

_ Você não ta brincando, né? Desistiu mesmo do negócio de limpar piscinas? – Sam erra a sua tentativa e pragueja.

_ Não desisti, mas, com essa crise...Todo mundo ta cortando gastos e limpando a própria sujeira...Perdi a maioria dos meus clientes! – o rapaz confessa irritado.

_ Ah! Falando nisso, o chefe lembra de você... Acho que você limpou a piscina algumas vezes, não sei ao certo... Enfim, eu estive checando e os postos do nosso setor estão ocupados, mas...Tem um cara das vendas externas que está saindo... Você tem carteira de habilitação, não é? – o judeu confirma – Então, devem te chamar após as Nacionais.

_ Uau! Tão rápido? Ótimo, eu preciso mesmo de um emprego fixo... Minhas notas estão desastrosas e nem sei se vou ter condições de sair desta cidade, sabe?

_ É, conheço a sensação... A Universidade de Nova Iorque também não se impressionou com o meu histórico ou o meu pedido de bolsa integral. O jeito é nos focar no que ainda pode dar certo, cara! Você precisa de ajuda com a geografia?

_ Yeah, você deve estar com a razão, Archibald. Por enquanto, não. Mike e Artie estão me dando algumas dicas. Acho que tenho algum tempo até a recuperação.

Puck finta o loiro antes de arremessar a acertar pela terceira vez consecutiva e ridicularizar o marcador. A brincadeira continua na quadra de esportes até o último sinal soar e as gargalhadas ecoarem assim que o nova-iorquino se separa dos amigos com o intuito de esperar pela namorada no estacionamento do colégio. Quinn ainda tinha sessões diárias de fisioterapia e a companhia do rapaz se tornou algo rotineiro, especialmente, na noite escolhida para o aguardado jantar com o Cooter Menkins.

Depois de duas horas de exercício e uma rápida passada na residência Fabray, o casal se dirigia para a casa na Zona Leste de Lima. O olheiro universitário estava tentando se virar na cozinha na preparação da refeição familiar e quase agradeceu aos céus ao avistar o sobrinho entrando pela porta com a namorada. Mesmo esforçado, Cooter não sabia mais do que ligar o fogão e seguir cegamente as ordens da esposa, que teria que se demorar mais do que o previsto no colégio. Com a grata intervenção, o homem é liberado para se arrumar mais calmamente antes do jantar, enquanto o casal de adolescentes se divertia as voltas com panelas e as receitas da treinadora de futebol.

Quinn sempre teve uma boa impressão a respeito do tio de seu namorado. Cooter se mostrou extremamente simpático e divertido, fazendo justiça aos constantes elogios do sobrinho. Nate tentava descobrir o ingrediente que faltava antes de colocar o prato principal no fogo e a loira não conteve as risadas ao escutar o absurdo citado. Logo ficou definido que Quinn se sentaria de forma confortável na mesa e coordenaria, para não mencionar mandaria, os passos de Nate na cozinha.

Shannon abre a porta de casa mais tarde do que esperado naquela quinta-feira com uma tremenda dor de cabeça. As gargalhadas lhe guiam para a cozinha e as expressões exalando alegria de Nate e a respectiva namorada, Quinn Fabray, que deveriam estar atentos ao que seria o jantar. A treinadora pigarreia e chama a atenção do casal, que se separa e lhe cumprimenta com uma invejável leveza. A garota estava rindo de alguma besteira dita pelo rapaz a respeito do pouco talento do tio para a cozinha. Por sua vez, o sobrinho estava remexendo em uma panela que pelo aroma deveria conter o seu prato predileto.

_ Ei, tia! Ainda bem que a senhora chegou...Não sei se estamos cozinhando isso direito! – comenta o adolescente lhe indicando o ensopado.

_ Está certo, Nate...Esse prato demora mesmo para cozinhar... Então, Quinn, seja bem-vinda. Desculpe o atraso, mas, tive reuniões de última hora no colégio... – a loira agradece a acolhida – A documentação do treinador Taylor ainda não chegou e Figgins quer que eu acompanhe o time na semifinal...E senão bastasse, Emma me atrasou mais...Sue Silvester está mesmo aterrorizando os ensaios do coral? – pergunta a técnica Beiste depois de chegar o restante das panelas no fogo.

_ Nada muito diferente das cheerios... Ela está infernizando o Kurt para que se vista de mulher para uma performance, porque o novo destaque do Adrenalina Vocal tem chamado a atenção por isso. Sem falar dos adereços... – conta a garota.

_ É ridículo. Por causa daquelas coisas, eu e o Sam levamos o dobro do tempo para aprender a coreografia... Mas, achei que o senhor Schue já tivesse acabado com isso.

_ Deve ser por isso que ela e o Will querem que eu vá junto para Chicago.

_ Ótima ideia. Entre as maluquices da treinadora Silvester e as distrações do professor Schuester, acho que a senhora conseguiria nos dar algum sossego. – comenta com humor rasgado a loira agarrada ao jovem.

_ É bom ouvir isso, garotos. Só quero ter certeza que o seu tio sobreviveria sozinho por uma semana, Nate. – os três riem da brincadeira – Mas me digam, vocês falaram com o Puckerman nesta tarde? – a mudança brusca inquieta o casal.

_ Yeah, ele apareceu no treino para saber se tinha novidades sobre a vaga na empresa. Nós conversamos, jogamos um pouco de basquete... Aconteceu alguma coisa?

_ É, ele se meteu numa briga e tirei esse canivete dele... – ela joga a arma no balcão – Não sei o que esse garoto tem na cabeça. Ele poderia ser expulso ou ser preso denovo. – a mulher repara na surpresa estampada no rosto do sobrinho – Ano passado, Puckerman passou duas semanas num reformatório por tentar arrombar um caixa eletrônico.

_ Boa noite, querida. Esses dois fizeram um bom trabalho, não é? – fala o bem humorado Cooter ao retornar ao cômodo, contudo, o entusiasmo se dissipa ao avistar o canivete – De onde saiu isso?

_ Encontrei com um aluno depois de separar uma briga, acredita nisso?

O homem balança a cabeça, contrariado, e emenda uma conversa a respeito da importância das disciplinas extracurriculares e do envolvimento dos estudantes com tarefas para extravasar a energia em atividades positivas como esportes ou artes. O jantar é servido e transcorre de forma agradável e em citações sobre a partida de basquete do dia seguinte e da expectativa para o embarque para Chicago na segunda-feira, para as Nacionais. Nate provoca risadas ao narrar as cômicas reações dos amigos do Upper East Side ao descobrir sobre sua participação no Clube Glee e o empenho de Jenny em resgatar o coral da antiga escola. O adulto brinca com o sobrinho ao declarar que o piano deveria ter contribuído para conquistar a atenção de Quinn, além do tradicional charme da família Menkins. Segundo o agente esportivo, era a única razão plausível para que o rapaz passasse tantas horas enfurnado no quarto ensaiando músicas no teclado. Com o bom humor escancarado novamente, os adultos dispensam a gentileza dos mais jovens se oferecendo para tirar a mesa e permitem que o casal tenha um momento a sós.

Era a primeira vez que Quinn visitava o quarto dele e não pode deixar de reparar na organização. A cama arrumada, o teclado perfeitamente limpo sobre a cômoda, a roupa totalmente no lugar, livros empilhados na escrivaninha que ainda abrigava a conhecida mochila e o que lhe despertou o seu interesse foi a luz de parado piscando compulsivamente no som. A curiosidade vence e ao pressionar o Ligar, a melodia encantadora da banda Oasis é ouvida no recinto.

_ Eu adoro essa música! – ela confessa sorrindo ainda mais – Wonderwall é sensacional, mas, essa versão acústica é ainda mais incrível. – a garota se acomoda na beira da cama, enquanto ele revira os olhos e senta-se a frente do teclado.

_ Todo mundo acha Wonderwall a melhor música deles, não é? A letra é espetacular, mas os arranjos são muito estudados, elaborados demais...Soa meio artificial.

_ O que? Não faz sentido...Então, me conta que música consegue superar Wonderwall?

_ Você já ouviu Songbird? É simplesmente perfeita...Uma declaração de amor rasgada, limpa, honesta, os acordes não afetam os vocais e dura o tempo exato.

_ Se eu disser que não conheço essa música, você vai terminar comigo? – ela dispara sorridente antes de arremessar uma almofada no rapaz, que se esquiva e traz o teclado consigo para ao lado dela na cama.

Os fios são esticados ao máximo, o amplificador é ajustado e uma revista de cifras surge de uma gaveta qualquer. O rapaz pigarreia tentando limpar a garganta e releva os risos compulsivos da namorada. O programa musical mais apropriado é escolhido e ele analisa pela última vez as notas antes de iniciar a execução de Songbird, do Oasis.

Conversando com um pássaro cantante ontem

Viajei para um lugar não tão distante

Ela é um pequeno piloto em minha mente

Cantando canções de amor para passar o tempo

Cantando canções de amor para passar o tempo... A simplicidade na letra condizia com a empolgação contida na voz ainda irregular do rapaz perigosamente sentado ao seu lado, vidrado nas teclas para não cometer o menor vacilo. Ao fim da primeira estrofe, a opinião da loira começou a ser reformulada.   

Vou escrever uma canção, para que ela possa ver

Vou dar a ela todo o amor que ela dá para mim

Falar de dias melhores que estão por vir

Nunca senti esse amor por alguém

Ela não é qualquer uma

Todas as coisas que não sabiam como ser ditas através da letra de Wonderwall eram meticulosamente exaltadas com uma precisão assustadora. Quinn precisava concordar com Nate. Aquela era uma declaração de amor rasgada e irritantemente charmosa mesclada ao timbre nova-iorquino. Ela apóia a cabeça nas mãos por um instante e mentaliza a coisa mais obvia do mundo. Estava irreversivelmente apaixonada pelo carinha novo. Se ele cantava que ela não era qualquer uma, o rapaz era alguém que gostaria de chamar de seu por muito tempo. A definição do seu relacionamento teria que ser modificada urgentemente. Não era mais algo novo, apesar de continuar irresistivelmente bom e que não deveria terminar. Contudo, não era mais algo, já adquirira impacto o suficiente para ser denominado. Realmente, aquilo era amor.

Um homem nunca pode sonhar este tipo de coisas

Principalmente quando ela chegou e abriu suas asas

Sussurrando em meu ouvido as coisas que eu gosto

Então ela voou para longe na noite

Ele se ocupa das últimas notas, enquanto Quinn remexe a cabeça indignada. Ao terminar a canção, o rapaz sente a cabeça ser levemente estapeada e não entende absolutamente nada. Aquela não era nem de perto a reação que esperava da namorada.

_ Você roubou a minha música preferida! – ela reclama numa pífia simulação de raiva – É tão injusto... Porque pelo bem que você me faz, eu adoraria qualquer coisa que você tocasse, Archibald.

Ele riu e colocou o teclado o mais longe que pode. Ela sorriu de volta se aproximou o mais rápido que conseguiu. Os braços se procuraram e os abraços se tornaram urgentes rompendo todo o controle que mantinham sobre suas ações. O problema foi justamente passar do limite. Porque desde o acidente Quinn Fabray havia imposto limites a si mesma, especialmente, ao constatar que as marcas ainda estavam em seu corpo. Seqüelas que persistiam mesmo que a maior referencia do trágico acontecimento tivesse sido superado ao resgatar a sua capacidade de caminhar com as próprias forças. Ela ainda tinha marcas. Cicatrizes, hematomas e feridas que lhe lembravam diariamente da sorte que desfrutara ao sobreviver. Marcas que todos desconheciam. Marcas, que caras como Nathaniel Archibald deveriam abominar, pelo menos, era o que a sua consciência lhe forçava a acreditar a cada vez que cogitava romper o limite de segurança.

Vou escrever uma canção, e então ela poderá ver

Vou dar a ela todo o amor que ela deu para mim

Falar de dias melhores que estão por vir

Nunca senti esse amor por alguém

O nova-iorquino interrompeu o avanço das caricias ao notar quão tenso estava o corpo da garota envolvido no seu abraço. Quando os olhares se cruzaram, a apreensão no rosto dela lhe fez franzir o cenho e questionar o motivo da súbita mudança. Ela hesitou por um momento antes de levantar a blusa o suficiente para mostrar os hematomas em suas costas, as cicatrizes próximas da coluna, as marcas na perna que ficou presa nas ferragens de seu carro e em sussurro ainda revelou o receio de nunca se livrar daquelas seqüelas. De nunca se libertar das memórias daquele maldito acidente. Ele se sentou, ao passo que a garota permaneceu deitada com as mãos cobrindo parcialmente o rosto. Nate não se pronunciou, a única ação foi passar a mão pelos cabelos nervosamente. A primeira palavra após a confissão foi um estranho aqui.

_ Aqui. Você consegue ver? – ele afasta os fios mais revoltosos e indica algo. Ela força a visão – E no queixo. – inacreditável, como ela nunca notou o pequeno talho abaixo do queixo dele – Cinco anos atrás, jurei ao meu pai que estava pronto para velejar sozinho. Não consegui conter a vela que acertou aqui – indicou novamente a cabeça – Quatro pontos e o pior penteado da minha vida – ela quase acompanha o sorriso dele – E com o impacto da vela, eu bati o queixo na proa do barco. Mais três pontos e um sermão que ainda está zunindo nos meus ouvidos. – ele tira a camisa e lhe conta sobre o imenso roxo perto de seu ombro direito – Primeiro jogo como titular da equipe de lacrosse. Um brutamonte achou mais inútil me acertar do que fazer o gol... E a prova de que ninguém deve misturar skate com vodca. – ele puxa a bainha da calça até o joelho esfolado – Não sei o motivo, mas, eu apostei com Chuck que desceria a maior lombada do Upper East Side. Ganhei a aposta, mas, contam que o skate chegou bem mais rápido do que eu. – ela gargalha ao imaginar a cena – Parai, devo ter o vídeo ainda no celular... Chuck fez o favor de gravar e mandar para a Gossip Girl. Foi o fiasco da semana no colégio...

_ Eu espero que você saiba velejar melhor do que anda de skate. – ela gargalha após conferir o cômico vídeo da queda e voltar aos braços dele – E Nate, obrigada por isso.

O garoto reforça o abraço e segue relatando algum dos episódios mais bizarros de sua infância em Nova Iorque. Logo, a loira se sente a vontade para compartilhar algumas lembranças da própria jornada. Sem qualquer intenção de sair do meio do abraço, Quinn se limita a avisar a mãe que dormiria na casa do namorado. Pela manhã, a timidez se apoderou da garota que ainda teve que lidar com o comentário nada inocente do agente esportivo ao soltar que atletas deveriam se preservar na véspera de jogos importantes. A esposa ralhou com a brincadeira descabida do marido e aos poucos, o clima se tornou agradavelmente descontraído durante a primeira refeição do dia.

Quando o casal chega ao pátio da escola de carona com treinadora de futebol, os comentários ácidos de Santana e as conclusões apimentadas de Mercedes decretam as primeiras gozações do dia. Nate rebate as gracinhas dos amigos e ameaça se vingar de Sam e Puck com carga extra de trabalho. Sugar ainda se coloca a favor do amigo de Nova Iorque e promete usar da influencia sobre o pai para tornar a vida do loiro e do bad boy um verdadeiro inferno senão seguissem as ordens do funcionário mais antigo na empresa. Rory tenta conter as besteiras ditas pela namorada e muda o foco da conversa para os últimos detalhes dos números para a competição nacional de corais. Finn se compromete a dirigir até a Cincinatti para acompanhar a semifinal, se houvesse a promessa de comemoração, em caso, de vitória. Sam confirma que os atletas combinarão de se reunir no Breadstix após o jogo. Puck também se empolga e logo, a preocupação está em arrumar transporte para todos os integrantes do Clube Glee, já que apenas lideres de torcida e atletas estavam autorizados a utilizar o ônibus escolar. O alerta de entrada dissipa a empolgação dos adolescentes e a maioria ruma para as salas de aula. O nova-iorquino se separa temporariamente da namorada e impede a partida do judeu.

_ Eu não tenho tempo para brincadeiras, cara, especialmente, quando arrisco a minha reputação. Por que diabos você não me contou sobre o reformatório no ano passado?

_ Isso é importante? – desdenha o encrenqueiro.

_ Muito, principalmente, no momento em que dou a minha palavra como garantia do comprometimento de alguém. Você quase me ferrou diante do meu patrão, Puck! – protesta o novato.

_ Foi mal, mas, eu agradeço a tentativa, Archibald. – o judeu joga a mochila nas costas.

_ É bom mesmo. Sua entrevista ficou agendada para o dia depois do retorno de Chicago. Algo mais que eu deva saber, Puck? – a notícia surpreende o jogador de futebol.

_ Hum...Eu engravidei a sua namorada, na época em que ela estava com o Finn? E no início deste ano, eu dormi com a mulher que adotou a nossa filha? Algo assim?

_ Sério, o que há de errado contigo? To falando de experiência profissional, idiota. – o bad boy dá de ombros e o pianista gargalha – Se o Dan imagina isso...

_ É, como se ele conseguisse controlar a Jenny. Sinceramente, ninguém consegue controlar aquela garota. Você acredita que ela passou a noite inteira me xingando pela briga com aquele retardado do time de hóquei? Ela é mais assustadora que a Santana!

Nate gargalha com vontade e precisa concordar com a comparação do companheiro de coral. Jenny Humphrey sabia perfeitamente como se impor, algo que havia aprendido em poucas semanas desde que começou a se misturar com as principais personalidades do Upper East Side. A sexta-feira se arrasta e a debandada para a semifinal esvazia boa parte dos corredores do Willian Mckinley. Will e Emma aceitam a carona oferecida por Cooter Menkins, enquanto a esposa se ocupava da concentração dos jogadores em auxílio ao treinador de basquete Eric Taylor. Durante o trajeto, Santana e Brittany tentavam passar alguma confiança para Sam e Nate de forma surpreendentemente simpática. Além disso, o celular do nova-iorquino se viu infestado de mensagens de apoio de Jenny, Vanessa, Dan, Serena, Blair e mesmo Chuck Bass. O loiro se deu por satisfeito ao receber a ligação dos pais e escutar o boa sorte dos irmãos menores. O ginásio completamente lotado, a campanha bastante superior dos adversários e os primeiros ataques frustrados colocaram mais dificuldade para o esforço time de Lima. Metade do jogo transcorre sem que os visitantes dêem muito trabalho para a defesa rival. O intervalo chega com uma trágica desvantagem no placar e erros grosseiros de organização tática. Para piorar, Nate continuava com um péssimo desempenho nos lances de longa distância. O desanimo é visível nos rostos dos atletas ao retornarem para o vestiário e os minutos transcorrem sem que nenhuma alteração seja percebida. A treinadora Beiste toma a palavra e rompe o desconfortável silêncio.

_ Quando vocês começaram essa temporada com três derrotas consecutivas, todo mundo descartou o basquete. Todo mundo. E mesmo assim, vocês chegaram a semifinal do Campeonato Estadual. Sete mil pessoas lá fora também descartaram essa equipe. Mas, há algumas pessoas nas mesmas arquibancadas que ainda acreditam em vocês. Que nunca desistiram de vocês. Quando voltarem para a quadra, pensem nessas pessoas. Coloquem essas pessoas em seus corações. Esse jogo ainda não acabou. Essa temporada ainda não acabou. – os gritos ecoam pelo recinto e a reviravolta é decretada.

_ Ei, cestinha... Cinco cestas suas e cinco desarmes meus nos colocam na frente do placar. Acha que consegue? – Sam provoca o nova-iorquino.

_ Eu posso tentar, mas, só estamos doze pontos atrás. – Nate estranha a exigência.

_ Não quero empatar, eu quero ganhar esse jogo, Archibald. – os garotos retornam para a segunda etapa da partida.

Dito e feito. A reação começa com Sam apanhando a bola logo após o apito inicial. O lançamento encontra Nate, sem marcação, e tranqüilo suficiente para acertar a primeira da sua melhor seqüência na partida. Os três pontos incendeiam a equipe, que refaz a jogada e diminui a vantagem, que cai ainda mais após outro magnífico desarme do capitão. Nate faz boa triangulação e dá um passo para trás para anotar outra de longa distancia. O início arrasador desorienta os adversários, que entram na roda e erram o arremesso, que é imediatamente interligado ao contra-ataque. Bem marcado, Nate encontra Sam dentro do garrafão, que pula e fixa o placar em iguais. A partir daí, os garotos de Lima impõe a correria contra a qualidade superior do time de casa. Faltando pouco mais de um minuto, a bola bate na tabela e volta direto para as mãos de Nate, que lança em profundidade para Sam coloca-los pela primeira vez na frente do placar. Os rivais convertem e a tranqüilidade do loiro para segurar a bola é invejável. Restando poucos segundos para o juiz encerrar o confronto, os passes são acelerados e Nate prefere não arriscar a distancia. Dois pontos são mais do que suficientes para decretar a vitória, a passagem para final e a invasão da eufórica torcida ao ser finalizada a partida.

No caminho de volta, o buzinaço e a algazarra transformam o tempo na estrada em puro divertimento. Os garotos berram entusiasmados nas janelas escancaradas do ônibus e enlouquecem ao som do rock pesado escolhido pelo capitão. É a braçadeira tinha suas vantagens. A maioria dos adolescentes desce em frente ao Breadstix e a festa começa por volta das 11 horas da noite sem previsão de termino. Cooter parabeniza a equipe, em especial, o sobrinho e se despede com o argumento de acordar cedo para acompanhar ao vivo a decisão da Liga Universitária de Beisebol do Condado de Lima. Com o Clube Glee completo não foi surpresa nenhuma a invasão ao pequeno palco do estabelecimento comercial. Embalados pela levada mais dançante do dueto de Blaine e Rachel, Sam e Nate comemoram a valer com as respectivas namoradas. Nas interpretações de Artie, Puck e Finn, o hip hop estoura as caixas de som e Mike impressiona pela exuberância dos passos de street dance. Os gleeks se revezam nos microfones e mesmos os dois vencedores da noite se arriscam em uma parceria bastante discutível. A música soa desafinada no timbre do nova-iorquino, que não dá a mínima e só para ao ser chamado pela namorada. Apesar de agüentar sem problemas os ensaios e a fisioterapia, o estado de Quinn ainda inspirava cuidados, principalmente, as vésperas das Nacionais. O casal aproveita a partida de Sugar e Rory para solicitar uma carona.

_ Você está entregue e acho que eu vou indo...Porque nós estamos grudados há quase 48 horas e não quero bancar o namorado carente, sabe? – ele ri antes de abraça ainda mais forte.

_ Você tem mesmo que ir embora? – ele arquejava a sobrancelha – Minha mãe foi visitar Frannie, minha irmã mais velha... E só deve voltar domingo de tarde. E não vejo nenhum problema se você quiser bancar o namorado grudento, Nate.

_ Ok... Você pede para que eu fique mais tempo e me chama de grudento? Isso está errado...Mas, acho que posso passar por cima disso, Fabray.

As gargalhadas são silenciadas por beijos e abraços sem nenhuma urgência, sem nenhuma resistência ou temor desta vez. Não havia mais limite a ser respeitado ou receio a ser sentido quando o controle foi definitivamente perdido pelo casal. O som é estridente e irritante o bastante para acabar com o bom humor de Quinn antes mesmo de abrir os olhos. A loira se remexe na cama e tenta alcançar o celular na cômoda sem precisar se afastar do abraço do rapaz, que ainda ressonava ao seu lado. O nome “Santana” segue piscando em seu aparelho e ela cogita desligar a ligação. É, acabaria sendo pior se prorrogasse o martírio sonoro. Depois, ela mataria a latina por ter colocado uma canção tão ridícula como seu toque personalizado.

_ Me diga que você e o carinha novo estão assim atrasados porque estavam se pegando, Fabray! Não adianta mentir, o leprechaun nos contou que a carona acabou na sua casa.

_ Nós não...O Rory disse...Pra que nós estamos atrasados? – ela estapeia a própria a testa ao comprovar a tese da amiga. As risadas do outro lado da linha lhe tiram do sério.

_ Uhh...Então, caras de Nova Iorque são quentes? – a frase sussurrada é ignorada pela loira – Você vai ter que me contar os detalhes calientes, Q! Mas, enfim... Almoço na casa da Berry, esqueceu? Todo mundo já está aqui... Então, trate de acordar aquele branquelo e venham para cá agora.  

Quinn concorda e desliga com a certeza de que seria a piada do dia assim que pisasse na casa de Rachel. De leve, ela sacode o namorado, que resmunga e cede com certa má vontade. Nate acorda, deseja bom dia ainda sonolento, lhe beija, se assusta ao verificar o horário avançado e o compromisso quase perdido. Quinn solta a primeira gargalhada do sábado e implicada com a engraçadissima cara de sono dele. Nate não dá a mínima e desarruma os cabelos de propósitos só para se deliciar mais com som da risada dela. O nova-iorquino estava feliz e extremamente satisfeito por notar que produzia o mesmo efeito em alguém, especialmente, em alguém como Quinn Fabray. 


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que o capítulo tenha sido bom... Fiquem a vontade para deixar as opiniões, certo? Outra coisa, tenho mais histórias sobre Glee, quem quiser dar uma olhada... Tem várias tipos e até duas de terror... Por último, vocês já imaginaram um brasileiro em Glee? Bom, caso, surja a curiosidade...Vocês podem se divertir com "Você vai lembrar de mim". Escrevi a algum tempo. É isso, então... Até mais!



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