My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 52
Capítulo 50


Notas iniciais do capítulo

Olá, minna do meu Kokoro!!! (olha o japonês "perfeito" aí, ó! kkk)
Finalmente a diva Naonix trouxe mais um capítulo para nós, suas fãs! E como tenho os privilégios de leitor beta, li antes de todo mundo! kkkk Ao menos isso! kkk Sou cruel, é assim.
Amei esse capítulo, e no final tem uma pequena surpresa, foi surpresa até para mim. Mas nada ruim!
Ah, li o capítulo três vezes antes de postar; a primeira, porque não aguentei revisar, estava curiosa e li sem revisar mesmo; a segunda, enquanto revisava; e a terceira, depois que já estava linda, revisada e formatada.
Sou a faz-tudo aqui da Naonix-chan, respondo aos seus comentários, posto, etc, agradeço por ela, e irei agradecer também pelos comentários que a fanfic já recebeu. Sete comentários, todos lindos, que emocionam. Se emocionam a mim, uma beta enxerida, imagine a autora da fanfic! Muito obrigada pelas lindas palavras, Kaele, Newgurl, Tochii, Nyanta, Marituskino, Reina (o seu foi o mais lindo de todos! e o maior!) e a mais nova recomendação, de MyLitteMe.

Que apreciem esse novo capítulo!



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Sabe aquele dia em que você... nunca deveria ter levantado da cama?

Então...

Eu acho que hoje era um desses dias...

Praticamente o universo inteiro sabia que eu tinha ido para cama com Mamoru.

Mina-chan...

Rei-chan...

Aquela mulher do mercadinho...

A maioria das pessoas que passaram por aquela rua...

Aquela menina irritante de cabelos vermelhos... que agora lembrei o nome, “Bell”...

E agora minha oba-chan.

Mas eu acho, sinceramente, que tudo isso estava acontecendo... por causa da minha mentira.

Eu só mentira para minha mama, e tentara ocultar o fato de tudo e de todos... mas tinha sido impossível, parece que todo mundo tinha seus olhos em mim ontem à noite... talvez alguma câmera oculta tinha estado grudada em minha testa, para que revelasse todas as verdades no dia seguinte.

Por isso que você não deve mentir, sabe, Usagi... acho que isso foi uma boa forma de aprender...

Não minta para os outros... Não fale mentiras que uma hora ou outra... as pessoas possam descobrir...

E minha oba-chan soubera da pior forma possível.

Ali, na frente de casa... pela boca de uma menina desconhecida.

E agora minha oba-chan estava ali, com seus olhos fixos em mim... seus olhos azuis claríssimos, que me fitavam prontos para arrancar um pedaço de mim.

Sério... o olhar que ela me lançava agora não era de brincadeira, não.

Provavelmente eu tenha feito mais uma ruga de preocupação em seu rosto.

Ela simplesmente não falou nada.

Ficou quieta ali, enquanto apertava o trinco da porta. Vi seus olhos desviarem de mim e fitarem o horizonte.

Ela suspirou e abriu mais a porta.

– Entre, Usagi... – pisquei algumas vezes. - Entregue as compras para sua mãe... e vamos conversar em seu quarto.

Isso foi o suficiente para a minha pele inteira se arrepiar e um frio congelante deslizar pelas minhas costas.

Parecia que novamente aquelas pedras estavam em cima de meus ombros.

Passei por oba-chan, e ela fechou a porta atrás de mim num único movimento.

Fiz como ela disse, fui até a cozinha e entreguei as compras para mama.

– Que demora! Estava tão cheio o mercado assim? - mama perguntou ao me ver. Ela estava arrumando alguns utensílios de cozinha.

– A-ah... e-eu encontrei uma amiga no caminho... - falei com as bochechas vermelhas.

– Vamos, Usagi... - ouvi a voz de oba-chan vinda da porta da cozinha. Olhei-a, e seus olhos azuis estavam firmes em mim. Apenas encolhi meus ombros, assentindo.

– Hum? Vão aonde? - mama perguntou olhando para nós duas. Oba-chan colocou sua mão em meu ombro e me puxou.

– Hoje eu permito que você faça o bolo, Ikuko... mas somente hoje... Eu e Usagi vamos estar ocupadas agora... - ela me puxou novamente, fazendo com que eu fosse à sua frente.

– Ah? Vocês duas estão muito estranhas... O que vocês estão aprontando, hum? - ouvi a voz de mama, e eu gelei pela segunda vez. Se mama soubesse... seria minha morte na certa.

– Uma velha como eu não pode falar com a própria neta? Faça o seu trabalho, que temos coisas mais importantes para fazer – e, com isso, ela me puxou mais uma vez, me caminhando para as escadas para o primeiro andar.

– Kaori-san, você está muito mal humorada! - mama falou alto da cozinha, mas vi que oba-chan a ignorou.

Subimos as escadas em silêncio.

E parecia que estava acontecendo um terremoto dentro de mim.

Tudo tremia...

Minhas pernas tremiam.

Meu coração fazia “tu tututututututut ut tut ut ut”... batendo até de uma forma errada.

E tudo que eu podia pensar a cada degrau era no que oba-chan faria comigo.

Engoli em seco mais uma vez ao observar que oba-chan estava silenciosa atrás de mim, e temi pela minha vida mais uma vez.

Entramos em meu quarto, e ela fechou a porta atrás da gente.

Uaahh...

Vou levar uma bronca daquelas...

E, por algum motivo... eu não estava já me sentindo muito bem.

Meu corpo estava estranho...

– Sente na cama - ela ordenou com uma voz calma, e, obediente, eu fiz como mandado, mas sentei da forma mais desajeitada possível.

Kami-sama...

Oba-chan sentou à minha frente e deu um suspiro longo.

Kamiiiisaaamaaaaaaaa!!!

Ela arrumou seus óculos e voltou a me olhar.

Parece que vou estourar daqui a pouco...

– Enquanto estávamos subindo ao seu quarto, eu estava pensando de que forma poderia lhe dar um sermão, mas talvez eu esteja muito velha para isso, porque nem ao menos lembro a última vez em que dei uma bronca em você - ela suspirou por um momento, analisando todos os meus movimentos, como se pensasse mais um pouco de que forma me esfolaria viva. - Nunca tivemos algum problema com você, Usagi. Bem... tirando os estudos, você sempre foi uma boa menina, muito comportada, muito educada e jamais fez algo que precisasse de um sermão. Mas agora você tem dezesseis anos, só dezesseis anos, e apesar de ser ainda uma menina, sabe muito bem de sua responsabilidade e de sua integridade... – enquanto ela falava, engoli em seco mais uma vez. Aaahhhh... minhas pernas não param de tremer!!– E tudo bem se você achou que era hora de... de... - ela pareceu um pouco embaraçada por dizer as palavras, e eu corei demais, demais... - de... fazer essas coisas com esse rapaz, mas eu preciso saber... - seus olhos se voltaram para mim - ele te forçou de alguma maneira?

Uah!!!

Quase morri com a sua pergunta.

– Uah!! Uah!! Iie, oba-chan... iie!!! - neguei ferozmente com a minha cabeça.

Ela pareceu suspirar de alívio, enquanto eu explodia de todas as formas possíveis.

– É que perguntei à sua mãe se ela sabia a idade desse rapaz, e ela me disse que ele parecia mais velho que você...

Uaahh! Então realmente ela desconfiava de algo? Ela já estava tirando informações de mama!

– E-ele acabou de fazer... vi-vinte anos... - minha voz saiu quebrada enquanto eu apertava firmemente minhas mãos no colo, e senti uma leve dor de cabeça começar a tintilar.

– Vinte anos... - oba-chan falou mais para si mesma, como se pensasse na situação. - Ele é mais velho que você, Usagi... - ela suspirou mais uma vez, colocando sua mão levemente sobre sua bochecha. E vi seu olhar de repreensão sobre mim.

“Se a Odango parar para pensar… quando você tiver vinte... eu terei vinte e quatro… e quando tiver vinte e quatro, eu terei vinte e oito… a maioria dos casais tem certa diferença de idade. Isso acontece há anos... Você não deveria se preocupar com isso...”

A voz dele veio em minha mente, e eu fechei meus olhos, absorvendo cada palavra de minha memória...

– Você sabe que... muitas vezes os homens, principalmente nessa idade ou antes, até, só pensam em uma única coisa...

“Eu quero que fique comigo a partir desse momento, Usako.”

– ...às vezes é por alguma aposta entre amigos, só para poder pegar a menina mais bonita...

“Eu te... machuquei?”

“Você tem obrigação de ficar comigo, Usako…”

– ...ou é mais por prazer mesmo, dizem coisas que queremos ouvir só para nos levar para cama...

“Vamos… nos conhecer pouco a pouco…”

“Quero saber tudo sobre você...”

– ...e depois somem de nossas vidas.

“Por tempo indeterminado?”

“Ele te falou isso... não falou?”

“Ele sempre fala isso quando consegue o que quer.”

“Seu conto de fadas vai durar apenas alguns dias... e depois...”

As palavras finais de oba-chan me cortaram por dentro.

Porque, por mais que eu quisesse que fosse mentira, o que aquela ruiva dissera parecia real...

Deixando novamente aquela horrível dúvida crescer pouco a pouco em minha mente.

“Desde a primeira vez que te vi… eu quis você.”

“Eu vou ser responsável pelo que fiz com você...”

“Só quero uma resposta...”

– Eu sei que isso pode parecer duro, Usa... mas eu quero que você entenda a situação, e não quero que você saia magoada...

Assenti calmamente, pois entendia perfeitamente o que oba-chan queria me contar... mas...

Toda a conversa... todas aquelas palavras que Mamoru me disse...

Kami-sama... eu não acredito que foram apenas palavras ditas ao vento, para somente me levar para cama...

Não acredito que todo aquele carinho que ele me demonstrou, todas aquelas suas ações sejam apenas temporárias, só pelo seu próprio prazer...

E-eu...

Eu...

Oba-chan ficou em silêncio novamente.

Seu suspiro ecoou por todo o quarto.

– Ele pelo menos-

– Eu gosto dele, oba-chan - eu a interrompi, olhando-a firmemente. Seus olhos me olharam surpresos por um momento, mas logo suavizaram, demonstrando carinho. - Eu gosto dele demais... - continuei com meu coração gritando no peito.

Ficamos em silêncio enquanto eu a olhava tentando lhe mostrar tudo o que eu sentia, meu peito subindo rapidamente, meu pulso acelerado.

E, kami-sama, como essas palavras saíram fácil dessa vez...

– E ele retribui seus sentimentos? – a voz dela fez alguma coisa doer dentro de mim. Talvez por causa do que aquela menina irritante tinha dito, mas acabei bloqueando isso novamente.

Eu sei que a forma com que ele me pediu em namoro foi estranha... E que ele não falou da forma com que toda garota sonha em ouvir do cara que ela gosta...

E está certo que nem demonstrei meus próprios sentimentos a ele...

Mas... mesmo que Mamoru não tivesse dito isso com todas as palavras, eu sentia dentro de meu coração que era tudo verdade.

Suas ações, seus beijos eram...

...eram o suficiente para mim.

E eu iria agarrar isso com todas as minhas forças.

Sim - saiu o som da minha voz. Talvez fosse uma doce mentira na qual eu estava começando a acreditar... ou talvez fosse uma verdade que ainda estava omitida. Mas, de alguma forma, eu acreditava nela. Mesmo que aquela menina tivesse me deixado com dúvidas... mesmo que tudo isso fosse um conto de fadas, eu estava disposta a acreditar em tudo que passara com Mamoru na noite anterior.

Deus...

Eu estou completamente apaixonada por ele... E nada disso me fará mudar o que sinto neste exato momento.

Oba-chan me fitou por alguns minutos, em silêncio.

E foi o tipo de silêncio mais terrível...

Ela se sentou corretamente em minha cama, e seus lábios se abriram:

– Se um dia ele lhe fizer um mal sequer... mas mesmo uma simples coisinha... eu acabo com a raça dele - a voz de oba-chan me deu calafrios, mas acabei sorrindo.

– Arigatou, oba-chan, e desculpa ter mentindo...

Oba-chan gentilmente balançou a cabeça, e tocou a minha.

– Você é a pior mentirosa que eu conheço, Usagi. Você nunca pode me enganar. Mas só não conte nada à sua mãe, ela não receberá essa notícia tão amigavelmente assim - senti como se uma gota aparecesse em minha cabeça, como nos animes. Realmente... em nível de brabeza, minha mãe ganhava o primeiro lugar. - Por isso, vamos manter esse segredo só entre nós duas, está bem? - oba-chan tocou minha bochecha, e eu derreti de felicidade.

Oba-chan é tão gentil...

Não sei o que faria sem ela...

Parecia que um peso enorme saíra de minhas costas por saber... que pelo menos ela sabia sobre isso.

Todos os meus tremores e temores pareceram sumir inexplicavelmente, e essa coisa que achei que fosse um bicho de sete cabeças pareceu não ser tão ruim assim.

– Diga, pelo menos ele te pediu em namoro? - ela levantou o olhar para mim com dúvida.

– Ha-hai! - assenti feliz e tímida, com minhas bochechas quentes.

– Oh! - ela disse de uma forma surpresa e piscou várias vezes. - Então vocês estão namorando agora... - corei para caramba, colocando as minhas mãos sobre as bochechas. - É um jeito estranho de namorar desses jovens hoje em dia... Têm que ir para cama primeiro para ver se podem namorar...

– O-oba-chan! - falei queimando de vergonha.

– Ele usou proteção?

Quase morri com a pergunta de minha oba-chan.

Uaaahh... Oba-chan!!! Não pergunte essas coisas!!!

Aaaaahhhhh!!! Que vergonha!

– E-eu tomei... Eh... resolvi isso... ho-hoje... - murmurei mais para mim, me afastando e evitando seus olhos. Novamente a dor de cabeça ficou mais forte, e senti um pouco de náuseas.

Será que eu tinha me estressado demais por causa disso? E agora estava me sentindo dessa forma?

Oba-chan, silenciosa, levantou-se de minha cama e caminhou lentamente até a porta de meu quarto, abriu-a e ficou ali, de costas para mim.

Pisquei sem entender o que acontecia.

– Eu quero esse rapaz aqui em casa no próximo final de semana... - a voz dela soou forte e assustadora. Levei um susto pela sua intensidade.

– A-ah? - não estou entendendo...

Ela virou a cabeça para trás como se fosse a menina do filme Exorcista, e eu pulei de medo, indo para o outro lado de minha cama.

– Quero... conhecê-lo - seus lábios sorriram de uma forma sinistra e, pouco a pouco, a porta foi se fechando atrás dela.

A-ah???

*********

Jamais imaginei que oba-chan fosse receber essa situação de um jeito tão diferente. Juro que achei que ela bateria em mim a noite inteira com uma chibata.

Estivera até imaginando as dores que eu teria no dia seguinte.

Mas, apesar de ela ter aparentado tranquilidade, eu tinha medo do que ela poderia fazer com Mamoru.

Ela quer ele aqui em casa no próximo final de semana!

UAH!!!

E eu nem falei que estávamos namorando para mama ainda, nem para Taru-chan!!!

Kami-sama!!

É claro que, um dia, eu ia apresentar Mamoru oficialmente como meu namorado, mas não tão rápido assim!!!

Ai, oba-chan me mata!

Me joguei na cama de costas

E minha cabeça ainda tintilava...

Sentia um pouco de desconforto em meu corpo inteiro também.

Mama dissera para ficar em meu quarto repousando um pouco, para que esse mal estar passasse.

E eu descobri de onde estava vindo esse mal estar...

Algumas horas atrás, eu tinha recebido uma mensagem de Rei-chan.

Antes de eu ir embora do apartamento da Minako, hoje de manhã, as duas tinham me passado os números de seus celulares, dizendo que, se eu precisasse de algo... poderia falar com elas.

E a mensagem dela dizia assim:

“Oi, Tsukino!

Esqueci de te falar... O remédio que você tomou pode dar alguns efeitos colaterais! Mas não se preocupe que depois passa, okay!? Se você estiver se sentindo mal, provavelmente deve ser relacionado a isso. Se não estiver... ignore essa mensagem.

Hino

Sorri.

Rei-chan é tão gentil...

Retornei com outra mensagem agradecendo por tudo, principalmente por se preocupar comigo.

E, ah...

Kami-sama...

Apesar de ficar aqui de barriga para cima, fitando o teto cor-de-rosa do meu quarto, uma coisa estava me deixando inquieta.

Eu sei que falei que ia ignorar o que aquela menina disse...

Mas, ARGH!!

“Por tempo indeterminado? Ele te falou isso... não falou? Típico de Mamoru... Ele sempre fala isso quando consegue o que quer.”

A voz dela parecia que estava grudada em meus ouvidos!

Me diga... Como uma pessoa pode agir daquela maneira tão desagradável?

O que ela ganha com isso?

E, mesmo estando com uma dor de cabeça horrível, eu estava com raiva...

Muita raiva...

A cara dela com aquele sorriso sarcástico aparecia em minha mente várias e várias vezes.

E eu fico aqui pensando...

POR QUE EU NÃO FALEI NADA PARA AQUELA MENINA?!?

AAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRGGGGGGGGGGGHHHHHHHHHHHH!!!!

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ, USAGI?!

Ela vem até aqui... ofende a minha casa... me ofende...

E ainda por cima vai embora como se não tivesse acontecido nada!?!

ARGH!!!

Quem ela pensa que é?!

“Mamoru Chiba é meu...”

Argh... é o que ela pensa!!

A próxima vez que eu a encontrar em minha frente... ela que me aguar-

“Tintintintintim”

Pulei da cama com a musiquinha vinda de meu celular.

O catei na mesma hora.

Olhei rapidamente para a tela e vi o nome de Hotaru ali.

Sorri e atendi no segundo toque.

– Moshii, moshii, Taru-chan!!! - falei feliz.

– Então... descobri que você e Mamoru estão juntos – ela disse rapidamente no celular, antes mesmo de eu processar o que estava acontecendo.

E, como num passe de mágica... todo aquele sentimento ruim que eu estava sentindo agora pouco... sumiu.

Sentindo formigar toda a minha pele, coloquei uma mexa de cabelo atrás da orelha, me sentindo um pouco tímida.

– Hai! - falei me sentando na cama com meu coração batendo alegre. - Ele me pediu ontem! - ouvi Taru-chan rir do outro lado, e não pude me sentir mais do que feliz com isso.

– Fico muito feliz por vocês, Usagi-chan!!

Apertei firme o celular, e o sorriso se formou mais uma vez no meu rosto.

– Arigatouuu, Taru-chan!

Uaahh... Ouvir isso da boca de Taru-chan me deixou muito mais feliz!

– Hihi, se eu lhe contar que Mamoru está com um sorriso largo aqui em casa desde manhã, você acreditaria em mim?

Uahh...

Coloquei minha mão em minha bochecha quente.

– Se-sério mesmo, Taru-chan?

Ela deu mais uma risadinha.

– Pode deixar que, cada vez que meu irmão demonstrar alguma atitude fofa dessas, eu conto pra você... - ela riu mais uma vez, e eu a acompanhei.

Ai, meu pobre coração...

Mordi meus lábios.

– Ele tá aí?

– Hai! - ela parou por um momento. - Ele está aqui arrumando o micro-ondas, não sei o que aconteceu com ele, parece que explodiu alguma coisa ali dentro... - ela falou, e eu cobri minha boca.

Aquela coisa que ele tava cozinhando para mim...

Hahaha!!!!

Se eu imaginar Mamo-baka arrumando o micro-ondas, me dá até vontade de rir!

– Com quem você está falando?– ouvi a voz dele no fundo, e só de ouvi-la, minha pele se arrepiou toda.

– Com sua namorada... - corei com o comentário dela, e ouvi sua risada. Começou uma movimentação do outro lado da linha que eu não podia entender. - Agora não, Mamoru, no momento EU estou falando com ela! - Hotaru falou como se estivesse correndo por algum lugar.

– Dá aqui!– a voz dele de novo.

Acabei me deitando novamente na cama, com meu coração pulando.

– Mamoru, me devolva meu celular!!– a voz de Hotaru ficou ao fundo, e parecia bem brava.

– Tá... ta... - ele falou mais perto agora do celular, e o som de sua respiração me arrepiou inteira. - Ei...

Ugh...

Essa voz...

Tão intensa...

faz vibrar todos os meus sentidos...

Mordi mais uma vez meu lábio e coloquei a mão na minha testa.

Os eventos de ontem à noite rolaram como um filme em minha mente e me fizeram ficar novamente quente.

Kami-sama... como eu gosto desse cara...

– Ei... - respondi, e sua resposta foi um suspiro gostoso em meus ouvidos. - Tudo bem aí? - falei tentando buscar um pouco da razão que ainda tinha.

– Hm... - ele deu uma risadinha, e sorri com isso. – Tudo... acho que, na verdade, eu que deveria lhe perguntar isso, hum?

Dei uma risadinha com a sua pergunta.

– Está tudo bem, tudo certo...

Ele suspirou mais uma vez no celular e, se eu não estivesse deitada, com toda certeza teria caído.

– Mamoru!!! Me devolva o celular!!!– ouvi a voz de Taru-chan no fundo novamente.

– Espera, Hotaru! - ele parecia um pouco bravo pelo seu tom, e eu tapei minha boca para ele não ouvir minha risada.

– Então, seu micro-ondas... - comecei a falar, e ele deu um suspiro do outro lado da linha.

– Você sabe de quem é a culpa... - disse antes que eu pudesse continuar.

– Ei! Não fui eu quem estava preparando aquele fundú de chocolate!

– Fondant au chocolat... é francês, preste atenção: Fondant au chocolat.

Argh... acho que nunca vou me acostumar com esses arrepios deliciosos que a voz dele causam em minha pele...

– Bléh pra você, eu não falo francês... - foi a vez dele de dar uma risada gostosa.

E ficamos em silêncio.

Só ouvindo a respiração um do outro...

E as batidas na porta que Hotaru dava do outro lado do telefone.

Ri mais uma vez.

– Passe para a sua irmã, Mamoru, eu estava conversando com ela antes...

E silêncio.

Silêncio...

Mamoru ainda estava na linha?

– Moshii, moshii?? Mamoru?? Hum??

A ligação havia caído?

– Mamoru, Mamoru... sabemos de outro apelido... me chame só por ele de agora em diante, Usako...

Ai, kami-sama...

Parecia que eu afundava ainda mais em minha cama...

– Passe para ela, Mamoru... - toquei mais uma vez a minha testa, fechando meus olhos, tentando imaginá-lo do outro lado da linha.

– Hmm... não... ela pode esperar mais um pouquinho...

– Mamoru...

– Não é tão difícil assim, Usako...

Não sei se eu sorria, se eu ria ou...

Mas era tão deliciosamente fofa a forma como Mamoru havia se afeiçoado àquele pequeno apelido que eu criara... que me fazia explodir de alegria.

Ele devia ter realmente gostado, não é verdade?

Para pedir incansavelmente que eu o chamasse assim...

– Mamo-

– Hm?

Eu podia até jurar que ele aguardava ansiosamente...

– Baka... - e ele suspirou do outro lado, o que me fez rir mais uma vez. - Você realmente é baka...

Continuei a rir, virando para o lado, pegando meu coelhinho e o abraçando bem apertado.

– Totalmente... – ele disse.

Sabe... pode parecer esquisito dizer isso...

Mas cada palavra dele me fazia ir às nuvens... flutuar...

E, ao mesmo tempo, explodir por dentro de alegria.

Kami-sama... se esse cara não sentisse nada realmente por mim, ele não falaria essas coisas tão abertamente assim...

E ficamos em silêncio novamente.

– Amanhã de manhã... – ele começou a dizer, e pisquei algumas vezes, segurando minha respiração. O que ele ia dizer??

– Hum??

– Amanhã de manhã vou pegar você na sua casa e te levar para a escola...

Até a suas palavras chegarem ao meu cérebro, pisquei várias vezes.

– A-ah?? - Co-como é que é??

– Vou passar para a Hotaru, ela não para de gritar aqui...

Calma, calma lá!! Como assim??

Espera, espera!

– Boa noite, Usako... até amanhã...

Ah??

– Mamoru?!? - minha voz resolveu aparecer.

– Tá louco, hein!? Agora há concorrência para falar com você, Usagi-chan!! – a voz de Hotaru surgiu do outro lado da linha, e meu coração ainda não parava de bater aceleradamente.

Me buscar amanhã em casa??

Ma-mas, por quê??

O-o que ele tem em mente??

Po-por que isso?

– Moshii, moooshiii!!!! Tá ainda aí, Usagi?? - a voz de Taru-chan me fez voltar à realidade.

– A-ah, gomen, Taru-chan... se-seu irmão me deixou um pouco surpresa e confusa agora...

– Hahaha, isso é normal, ele sempre me deixa assim também, é uma coisa que você vai ter que aprender a conviver agora - ela riu mais uma vez. - Então, o que ele te falou?

– E-ele disse que vai vir me buscar em casa amanhã de manhã... - Hotaru deu um gritinho ao fundo, e pisquei mais uma vez - e me levar para a escola...

– Uaahh!! Sugoi, Usagi-chan!! Sugoi!!!! Mamoru realmente sabe ser um cavalheiro quando quer!! - e ela novamente deu mais um gritinho feliz.

Mas talvez eu fosse muito burra para essas coisas, porque eu não estava ainda entendendo isso tudo.

– Mas po-por que ele faria uma coisa dessas? Nós nos encontraríamos na escola da mesma forma...

Taru-chan riu mais uma vez de uma forma fofa.

– Vocês estão namorando agora, esqueceu? E essa é umas das vantagens de ter um namorado, Usagi-chan... - minhas bochechas começaram a esquentar enquanto eu erguia meus olhos para o teto cor-de-rosa – ter o garoto que gosta da gente nos buscando em casa...

***************

Acho que...

...praticamente....

....não dormi a noite inteira depois de ter conversado com Hotaru.

Não dormi naaaadaaaaa!!!!!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH

De ansiosidade...

De nervosismo...

De tudo a que tenho direito...

Porque amanhã... na verdade hoje... será o dia em que eu e Mamoru vamos juntos para a escola!!!!

Kami-sama...

Dá para acreditar nisso???

Nunca em minha sã consciência imaginaria que um dia como hoje aconteceria em minha vida...

Elétrico define como está o estado de meu corpo agora...

Para ter uma ideia, estou arrumada desde as seis horas da manhã!

Seis da manhã!!!

UAH!!!!

Isso nunca aconteceu antes na minha vida...

Usagi se levantando nesse horário!!!

E não consigo me manter quieta... já me olhei trezentas vezes no espelho para confirmar minha aparência.

Apesar de estar vestida com meu uniforme, eu me sentia bem... e até um pouco bonita. Passara um gloss bem suave, só para dar brilho. Fizera meus coques como sempre, mas, dessa vez, eles estavam um pouco mais para trás em minha cabeça.

Voltei a sentar na cama, batendo os pés, nervosa.

Ele não me dissera em que horário viria me buscar, e nem de que forma!!!

E kami-sama...

Será que ele vai tocar a campainha de casa??

O que vai acontecer se mama atender??

Ou se oba-chan atender???

Depois de ontem, estou um pouco preocupada com a reação de oba-chan. O que ela vai fazer quando conhecer Mamoru?

Eu ficara com certo medo do sorriso sinistro que ela me mostrara antes de sair de meu quarto.

Será que ela seria capaz de matá-lo??

E uaahh...

As palavras de Taru-chan ontem tinham me deixado nas nuvens mais uma vez!

Eu podia ter falado “ah! Somos um casal agora”, mas não tinha entendido qual era o real significado disso!

E só pensar em todas as possibilidades do que podemos fazer juntos me alegra de uma forma que não sei nem ao mesmo como agir!!!!

Coloquei as mãos nas bochechas.

Como seria ir juntos para a escola??

Minha mente não parava de fantasiar esse momento.

Olhei para o relógio de minha mesinha de cabeceira, e ele me mostrava sete horas em ponto.

E foi nesse exato momento que ouvi um som de carro do lado de fora.

Corri como um raio até minha janela e vi seu carro preto estacionar em frente à minha casa, junto à calçada.

Minhas pernas ficaram bambas.

Kami-sama...

Uah!! Uah!!

Mesmo ele não tendo me dado um horário, ele fora extremamente pontual, chegara na hora exata.

Ele não demorou muito para sair de seu carro.

E a visão dele me deixou ofegante.

Vestia calça jeans preta e uma camisa vermelho-sangue de mangas longas arregaçadas até os antebraços e calçava botas escuras.

Ele ajeitou lentamente seus cabelos para trás e, então, começou a caminhar em direção à minha casa.

Como se fosse tudo em câmera lenta.

Kami-sama!

Até o jeito de ele andar provoca uma reação em cadeia em mim...

Sem pensar duas vezes, agarrei minha mala e quase me matei ao descer todas os degraus, rezando aos céus que nem mama, nem oba-chan tivessem ouvido a chegada de seu carro esporte.

Eu nem falei para mama ainda que estou namorando.

Só oba-chan sabe.

E mama é capaz de me arrancar o fígado por eu não ter contado a ela.

Vi as duas na cozinha, arrumando as xícaras para tomarem café.

Foi de certa forma uma atitude covarde, mas eu me escondi atrás da parede para que elas não soubessem que eu tinha levantando e já estava ali.

Meu peito subia e descia rapidamente.

Uah, Kami-sama... o que eu vou fazer...?

– VOU PRECISAR IR CEDO PRO COLÉGIO NÃO VOU TOMAR CAFÉ FIQUEM BEM ESTOU INDO!!!

As palavras saíram gritadas e rápidas de minha boca e, antes que as duas pudessem dizer alguma coisa, saí em disparada em direção à porta, antes mesmo de Mamoru tocar a campainha – pude ver a sombra dele na frente da porta - abri a porta rapidamente e a fechei atrás de mim...

...me encontrando com um Mamoru surpreso, e...

...Kami-sama...

...todo lindo.

Seu sorriso se formou de lado, e seus olhos ficaram semicerrados ao me encontrarem.

– Ohayou...

Eu deveria estar vermelha, suada e um tanto descabelada...

A pasta do colégio estava apertada em meu peito enquanto e segurava ainda firmemente o trinco da porta com a outra mão.

Vi um fio de cabelo na frente de meus olhos e o soprei, fazendo-o voar para o outro lado.

– Ohayou...

Ele sorriu um pouco mais mostrando a sua covinha.

– Tudo isso é saudade? - ele me olhou de cima embaixo, e voltou para os meus olhos com um olhar sério e sedutor.

Corei com suas palavras e...

Kami-sama...

Estávamos apenas a dois passos de distância... e o seu perfume já me inundava por inteiro...

– I-iie... ma-mas precisamos ir... - falei recobrando minha consciência, me afastando da porta e começando a andar/correr em direção ao seu carro.

– Acabei de chegar... - a voz dele ficou atrás de mim. Parei no meu caminho e me voltei para ele.

– Va-vamos, Ma-Mamoru... nã-não podemos demorar... - uah! Eu nem ao menos estava raciocinando mais, talvez fosse por culpa de ele estar aqui, talvez fosse pelo meu nervosismo, talvez fosse pela minha falta de sono...

Talvez fosse, até mesmo, por oba-chan, que poderia estar observando tudo aquilo com uma faca na mão.

Kami-sama...

Eu temia pela segurança de Mamoru... e pela minha sanidade.

Deus, o perfume dele e a sua presença estão me deixando completamente tonta...

Ele se aproximou de mim com um sorriso do lado e as mãos nos bolsos.

– E você nem mesmo me cumprimentou... O que eu te falei sobre bons modos?

Corei com seus olhos azuis sobre mim.

Uah...

Definitivamente a presença de Mamoru abala com todo o meu sistema...

– Hmmmmm... Go-gomen... é que... é que.... e-eu estou nervosa... - falei com o coração a mil e as bochechas explodindo em escarlate. Puxei a pasta para cobrir meu rosto, deixando apenas meus olhos de fora.

– Nervosa? - ele me olhou com certa dúvida, como se apreciasse aquele momento.

– Nã-não falei so-sobre a gente ainda pa-para minha mãe, s-só minha oba-chan qu-que sabe...

Ele sorriu de lado mais uma vez e afastou a mão do bolso, abaixando a pasta de meu rosto.

– Só por isso que você está nervosa? - parecia que ele realmente sabia que não era somente por isso.

Mas por Kami-sama... eu não falaria!

Não falaria nada sobre qual era o real motivo de eu estar tão nervosa...

– Ha-hai... - falei desviando os olhos, mas seus dedos não me deram chance. Puxaram meu queixo para cima, me obrigando a fitar aquelas íris azuis cristalinas.

– Sério mesmo? - seus lábios se moveram lentamente, e antes mesmo de eu perder minha consciência naquele momento, eu vi um movimento atrás de Mamoru.

Desviei meus olhos rapidamente para a janela da sala.

E oba-chan estava lá, segurando a cortina aberta fortemente, enquanto seus olhos fuzilavam Mamoru pelas costas.

Uaaahh!!!

KAMI-SAMA!!!

– Va-vamo embora, Mamoru... - falei o pegando pelo braço e o puxando para vir comigo.

– Hum? Mas por... - ele tentou olhar para trás, mas agarrei firme seu braço e o puxei rapidamente em direção ao automóvel.

Entrei como um esputinique dentro do carro e, sem falar qualquer outra coisa, Mamoru fez o mesmo, ligou o motor e começamos a partir.

Olhei da janela e vi que oba-chan ainda estava lá...

E kami-sama...

Ela estava assustadora.

.............

A viagem fora bem rápida, Mamoru ficara calado todo o momento até chegarmos ao pátio da escola.

Deslizou o carro até uma vaga que, para ele, já era conhecida. Desligou o motor e apertou o volante com as duas mãos.

E silêncio.

Vi alguns estudantes começarem a subir as escadas lá longe, e eu apertava firmemente a pasta em minhas mãos.

– Você contou para a sua avó que dormiu comigo? - sua voz me fez pular do banco. Olhei-o rapidamente, desprevenida.

Ah??

– D-de certa fo-forma não... – “foi aquela menina ruiva”, minha mente gritou, mas jamais eu falaria isso para ele. - Ela... acabou descobrindo... - apertei mais uma vez a pasta em minhas mãos.

Pela sua pergunta, ele devia ter visto o olhar furioso de minha oba-chan à janela.

Ficamos em silêncio por mais um momento, e ele soltou um suspiro com um sorriso, e o fitei no mesmo instante em que seus olhos se voltaram para mim.

– Hmmm... outra que vai ser difícil de conquistar, então...

Corei com as suas palavras, e ele sorriu mais uma vez de lado, apertando o volante nas mãos.

– Outra? - olhei para frente, sentindo-me ao mesmo tempo um pouco feliz e um pouco tímida. Podia sentir o olhar dele queimar sobre mim. - Você por acaso acha que já me conquistou? - mordi meus lábios.

Às vezes ele falava essas coisas de uma forma tão fofa...

– Humm... e quem disse que estou falando de você?

Olhei para ele na mesma hora, cenho franzido e coração pulando de ódio.

COMO É QUE É????

COMO ELE SE ATREVE????

Apertei forte a minha mão e dei um soco no ombro dele.

ARGH!!!!

MISERÁVEL!!!

– Ouch... - ele começou a rir, mas eu o ignorei, já começando a tentar abrir a porta do carro, mas, na mesma hora, a porta se trancou sozinha.

Virei meu olhar de ódio para ele.

Ele estava com aquele sorriso irritante em seu rosto, e seus olhos brilhavam de diversão.

O que me deu mais vontade de matá-lo.

– ABRA A PORTA! - falei com voz firme.

Minha mão estava pronta para socá-lo mais uma vez.

– Hm... não... - ele me deu aquele sorriso besta.

– Você sabe quando ser irritante, não é, Chiba?! - falei por entre meus dentes.

Só em pensar que eu estava suspirando por ele agora pouco... Ele sempre tem que falar algo desagradável, não é?!

TEM QUE FALAR!

Minhas bochechas estavam queimando de raiva!

– Quanta raiva por causa de uma simples frase... – ele disse examinando todo o meu rosto. Afastou suas mãos do volante e virou seu corpo em minha direção.

– Conheço bem como você é, Chiba, a sua reputação já me diz o suficiente!!! Não é de admirar que eu seja somente uma das suas “conquistas”!! - bufei de raiva, novamente com as palavras daquela ruiva em minha mente.

Ele sorriu mais uma vez e levou sua mão até meu queixo, segurando-o. Aproximou o seu rosto o mais perto possível.

– Você não é somente uma das minhas “conquistas”, você é a minha única...

Segurei minha respiração.

Seus olhos me fitavam seriamente.

E isso foi o suficiente para o meu corpo arrepiar.

– ...a melhor que eu já tive...

Corei.

– E talvez a mais brava também... - e ele riu.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, seus lábios se afundaram nos meus, fazendo-me entrar naquele mundo de maravilhosas sensações...

Droga... às vezes eu gostaria de ser aquela antiga Usagi que conseguia suportar as investidas dele...

Agora é simplesmente impossível...

Ele se afastou de mim, puxando meu lábio.

– Hmmm... - suspirou olhando para a minha boca e voltando para meus olhos. - ...definitivamente a mais - antes que ele continuasse, eu toquei seu lábio com um dedo.

– Não me compare, Mamoru... – olhei-o seriamente nos olhos, e eles me olharam perdidos.

– Não estou comparando... - disse beijando meu dedo. - ...só quero dizer... - suas palavras silenciaram.

– O quê? - sussurrei olhando todo o seu rosto. Uma mecha de cabelo negra estava na frente de seus olhos, e a tirei calmamente de sua vista. Isso foi o suficiente para fazê-lo suspirar.

– Hmm... só você importa agora, Usako... mais ninguém...

Hummmm...

Mamo-baka... você sempre tem as palavras certas para me dizer...

Todas as palavras certas para...

Segurei o seu rosto e o beijei na testa.

Hummmm...

Só você, para fazer meu coração bater forte de ódio e de amor ao mesmo tempo...

E me afastei.

Ele me olhou daquela forma perdida de novo, e eu sorri.

– Boa resposta, baka... - mostrei a língua para ele, imitando-o da última vez.

Mamoru apenas sorriu de lado e me beijou novamente.

– Usako, eu sou o cara das melhores respostas possíveis...

Eu ri entre um beijo e outro.

Seu sorriso ainda estava ali, assim como todo o seu perfume, o que me fazia querer prolongar ainda mais aquele momento delicioso em seu carro.

– Me leve para a sala, baka... - falei ainda não conseguindo tirar o sorriso bobo de meu rosto e me afastando de seus beijos.

Kami-sama...

Realmente, depois de ontem à noite...

Estava difícil ficar num lugar apertado com Mamoru.

Minha pele inteira gritava, e meu corpo reagia de uma forma que não era muito segura...

– Ah... - ele suspirou como se não estivesse satisfeito com o que eu tinha dito, olhou seu relógio de pulso e voltou para mim. - Ainda é cedo... - tocou meu cabelo com carinho, mexendo com os fios por entre os dedos. - ...fique mais um pouco comigo...

Neguei com a cabeça.

Ele tá louco??

Eu posso atacar ele, e não quero que isso aconteça bem aqui no pátio do colégio!!!

Sério, meu coração incha quando ele está por perto, minha mente esvazia...

– Iie, baka, abra a porta e vamos... - levei minha pasta até meu peito e a apertei, tentando segurar os batimentos fortes de meu coração.

– Hum... - seus olhos deslizaram por mim, e, com mais um suspiro, sua boca fez um “OK”. Abriu a porta e a fechou, caminhando para o meu lado.

Uahh...

Uah...

Pare, coração, de bater tanto assim!!

Ele abriu a porta e me ofereceu sua mão.

Eu a aceitei sem pensar duas vezes. Ele me ajudou a sair do carro, mas continuou a segurando firme. Fechou a porta e se voltou para mim.

Corei muito quando seu olhar caiu em meu rosto.

– Não faça isso... se não eu vou te morder...

Abaixei meus olhos para os meus pés, me sentindo tímida novamente, e olhei para o lado.

Muitos, mas muitos alunos olhavam em nossa direção.

Uah!!!

Havia me esquecido...

Essa era a primeira vez que Mamoru e eu chegávamos à escola juntos...

E sentir o olhar das outras pessoas sobre nós me fez tremer por um momento.

Eu sabia que, provavelmente, esse dia mudaria muita coisa em minha vida.

Eu não seria mais Usagi Tsukino, que, com certeza, poucos conheciam, agora eu seria vista como a namorada de Mamoru Chiba.

E, ao mesmo tempo em que isso me deixava feliz, me deixava assustada também.

A voz daquela menina ruiva soou em meus ouvidos de novo, dizendo que faria de minha vida um inferno. E, apesar de estar com raiva disso, eu estava um pouco preocupada também.

Aqueles eventos que tinham acontecido antes poderiam se repetir, ou talvez, piorar.

E não vou negar que fiquei com medo ao me lembrar daquilo tudo.

Mas...

Mas...

Senti os dedos de Mamoru cruzarem com os meus e o fitei. Seus olhos me olhavam com um carinho tão incrível que fizeram minhas pernas novamente amoleceram.

Mas, por Kami-sama...

Eu não iria mais evitar essa relação.

Eu acreditava em Mamoru, e nada me faria pensar o contrário e desistir desse relacionamento.

Quero Mamoru Chiba em minha vida agora e sempre!

E, se for para passar por tudo isso para ter Mamoru ao meu lado...

...que seja...

Eu estarei preparada!

Olhei para frente com meu coração a mil e apertei mais forte a mão de Mamoru.

– Vamos almoçar juntos hoje? - falei com um pouco de medo, ainda indecisa sobre como agir com tudo isso.

Mas... eu quero aproveitar cada minuto com ele como meu namorado, cada momento...

Kami-sama... eu quero fazer o que todos os casais fazem...

– Já estava contando com isso, na verdade... - ele falou enquanto começávamos a andar.

Eu sorri feliz, olhando para ele.

Não vou mais duvidar, não vou mais permitir que outros plantem dúvidas em minha mente.

Kami-sama...

Ele é meu primeiro namorado...

Foi meu primeiro beijo...

Meu primeiro tudo...

Não vou mais fugir desse sentimento que está explodindo em meu peito.

– Que bom... - sorri me voltando para frente.

– Na verdade, não perderia por nada a minha kobuta* se alimentando...

Virei minha cabeça com raiva na direção dele.

– KOBUTA?!? – ódio!

Ele sorriu bonito sem me olhar, andando um pouco mais na frente e me puxando gentilmente.

– O jeito que você come... – ele virou a cabeça para mim e levou seus lábios próximos à minha orelha - ...parece uma kobuta...

Mas por Kami-sama...

Da mesma forma que eu o amo...

...eu quero matar esse maldito demônio!

Continua em My Dear Devil 2ª Fase

*Kobuta


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Notas finais do capítulo

Queridos leitores que amam a história como eu, gostaram da surpresa? My Dear Devil 2, a segunda fase!!!!!
Ansiosos por ela?! Eu estou!

Bjs

Ana-chan