Para você ter uma ideia..

Não sei nem como que cheguei aqui, no apartamento de Mina-chan..

Toda a vergonha daquele momento atrás ainda estava revelada nas minhas bochechas quentes e vermelhas.

Sem esquecer que eu ainda respirava muito rápido pela corrida para chegar até aqui.

Kami-sama...

Mina-chan era muito hentai!!!

Ah!!! Ela tinha falado todas aquelas coisas no meio da rua, com um monte de gente passando!!

Kami-sama... jamais imaginei que ela fosse assim...

UAH!

Mas, pensando bem agora...

Eu olhei em volta.

O apartamento de Mina-chan era enorme!!! E eu poderia dizer que era de alta classe.

Havia um enorme lustre acima da minha cabeça.... um enorme mesmo! E era a coisa mais linda que eu já tinha visto em toda minha vida.

Ele parecia que tinha o tamanho da minha cama!!

Talvez eu esteja sendo um pouco exagerada... mas talvez ele fosse mesmo do tamanho da minha cama. Com todas aquelas pedras brilhantes...

O apartamento dela era tão alto que realmente era diferente de alguns apartamentos que eu já tinha visto. Acho que é uma coisa que chamam de pé direito, ou seria esquerdo?, não sei bem. Era como se fosse uma casa enorme em cima de outras casas enormes. Acho que é meio estranho dizer isso...

Não sou muito boa detalhista... mas realmente era bem grande para um apartamento normal.

Ou talvez eu fosse muito pobre para saber sobre isso.

Mas, voltando para cá...

Mina-chan tinha desaparecido em um corredor... e havia me deixando aqui no meio da sala.

Eu tirei meus sapatos à porta... acho que arranquei, na verdade, pela pressa de Mina-chan... e eu pisava agora num tapete que era fofo... mas tão fofo que parecia um animalzão grande estirado pelo chão.

Não pude me conter e me agachar e apertar os pelos do tapete.

He, he...

Realmente muito fofo!

– Miau!

Ah??

Olhei para o lado e vi que, em cima de uma poltrona que ficava ao lado de uma enorme estante de livros, havia um gatinho branco. Ele estava apenas sentado enquanto balançava a cauda de um lado para o outro, com seus olhos azuis atentos em mim.

Owwww, que fofinho!!!!

– Konnichiwa, Neko-chan!!! – acenei para o gatinho fofo, que me fitava, de certa forma, desconfiado.

Hi, hi!

Sempre amei gatos, mas nunca pude ter um... mama nunca gostou muito de animais dentro de casa, diferente de papa...

Sorri feliz, aproximando-me cautelosamente do peludinho.

Ele pareceu um pouco incerto, mas permaneceu no mesmo lugar.

– Eu sou a Usagi, e você, qual o seu nome? - me aproximei a ponto de ficar a um passo de distância. Seus olhos azuis lindos me olharam curiosos.

– Hum? Tsukino? – levantei meus ombros surpresa e olhei para o lado. Rei-chan estava ali, com uma coberta na cabeça e olhos com profundas olheiras.

Pela sua aparência, parecia que tinha sido atropelada por alguma coisa.

– AH! REI-CHAN?!? – pulei de susto e me aproximei dela. – VOCÊ ESTÁ BEM?!?

– Ah, hai! – ela colocou as mãos na frente e cobriu um pouco o rosto. - Desculpe, não sabia que você estava aqui, é que... acabei de acordar... – ela pareceu um pouco envergonhada enquanto caminhava em direção ao sofá.

– Imagine! Eu que peço desculpas pela minha intromissão... – Rei-chan sentou no sofá e fechou os olhos novamente. – Mina-chan disse que você não estava bem... está se sentindo melhor? – cheguei perto dela até que ficássemos frente a frente. Pude reparar nela um pouco mais, e parecia cansada e esgotada.

– Ah... sim. Sim... só está um pouco claro aqui... – ela falou tampando os olhos e se deitando no sofá.

– Você quer que eu feche as cortinas? – me aproximei das mesmas, já as fechando um pouco.

– Iie... não preci... obrigada.. – ela suspirou, aconchegando-se ainda mais no sofá, que parecia ser muito confortável. – Que jeito de recebê-la... Eu sei que nem é minha casa... mas, mesmo assim... desculpe pela minha atitude...

Coloquei minhas mãos rapidamente à frente, num gesto de que não tinha acontecido nada.

– Iie... iie! Não precisa se desculpar! Você não está se sentindo bem... A melhor coisa a fazer é descansar... porque, sempre depois de um bom descanso, você recupera rápido suas energias! – sorri olhando para ela.

Rei-chan me retribuiu o sorriso.

– Arigatou... – ela suspirou mais uma vez.

Ficamos em silêncio por algum tempo, e fitei meus pés, pensando sobre o que poderíamos conversar. Apesar de não conhecer muito bem Rei, lá no fundo do meu coração eu gostava dela. Gostaria de conhecê-la um pouco mais.

– Aino te arrastou até aqui? – a voz dela fora suave.

Olhei-a e sorri.

– Hai... Ha ha ha... Mas não sei por qual motivo – cocei minha cabeça.

Rei-chan suspirou mais uma vez.

– Desculpe por isso, Aino às vezes é tão imprevisível que não sei o que acontece em sua cabeça... – ela foi tentar se levantar, mas parou e colocou a mão na boca.

Aproximei-me dela na mesma hora, ajoelhando-me no chão e me encostando no sofá.

– Quer que eu busque alguma coisa? – a olhei apreensiva, pois ela realmente não parecia estar muito bem. Estava pálida e parecia que ia vomitar a qualquer momento.

Ela balançou a cabeça negando.

– É só mal-estar mesmo... obrigada... – sorriu lindamente, como naquela primeira vez, como se não estivesse com nenhum problema.

Apesar de aparentar delicadeza, Rei-chan era tão forte...

– Se precisar de qualquer coisa, pode me pedir... Estarei aqui...

Ela piscou como se estivesse surpresa com minha palavras, mas apenas sorriu mais uma vez.

– EU ENCONTREIIIII!!! – o grito de Mina-chan soou pelo apartamento inteiro. Rei-chan e eu olhamos para o corredor, e ela apareceu correndo, apertando algo em suas mãos. Seu rosto estava vermelho. – EU ACHEI QUE NÃO TINHA MAIS!!! MAS EU TENHOOO!!! – disse erguendo duas cartelinhas, e eu acreditei se tratar de algum tipo de remédio.

– Ah? – Rei a olhou sem entender.

Pisquei algumas vezes quando ela se aproximou de mim.

– Aqui, Usagi-chan, tome isso aqui agora!!! – disse ela colocando o comprimido em minha palma.

Ah??

Por quê??

– O que é isso, Aino? – ouvi a voz de Rei.

Analisei o comprimido em minha mão. Era pequenino e branquinho.

– VEJA SÓ, HINOOO!!! – Mina ainda falava alto, e eu a observei colocar as mãos na cintura, e suas faces estavam vermelhas. – VOCÊ ACREDITA QUE O CHIBA-SAN TRANS... - nessa hora eu já caí com tudo de joelhos no chão - ...OU COM A USAGI E NÃO USOU PROTEÇÃO?!? COMO PODE UMA COISA DESSAS? ELE NÃO SABIA QUE ELA PODIA ENGRAVIDAR?!? AI, O JUÍZO DESSAS PESSOAS!!!

Ai, KAMI-SAMA!!!

Hoje realmente não é meu dia de sorte!

FALTA MAIS QUEM PRA SABER SOBRE ISSO AGORA????

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

– O QUÊ?!? – ouvi a voz de Rei vinda de algum lugar, e enterrei minha cabeça no tapete fofo, tentando esconder todas aquelas emoções de desconforto, vergonha e todos os outros tipos de sentimentos que uma pessoa pode exprimir.

– É ISSO MESMO!!! ELA TRAN... - corri com tudo e tapei a boca de Mina, com minhas bochechas vermelhas.

– MINA!!! – minha voz saiu meio quebrada de tanta vergonha.

Uaahhh... ela é realmente impossível!!

Como pode falar essas coisas assim?!?

Vi os olhos azuis de Mina me olharem surpresos, mas logo se tornaram risonhos. Ela tocou minha mão gentilmente e as afastou de sua boca.

– Não precisa ficar com vergonha, Usagi-chan! – ela disse com um lindo sorriso. – Tudo o que você contou para mim – EU NÃO CONTEI NADA!!! FUI FORÇADA!!! – já aconteceu comigo, e a Hino-chan sabe tudo o que acontece comigo! Desde minhas primeiras transas, quem eu pego quando fico triste, e quem eu...

– MINAKO, POR FAVOR!!! – dessa vez foi Rei. Eu a olhei com o coração pulando. – Não está vendo que você está deixando a Usagi sem jeito?! - ela colocou a mão na testa, como se estivesse com dor de cabeça, e se voltou para mim. – Desculpe, Usagi, a Aino é uma sem vergonha por ficar falando essas coisas, desculpe...

– Aaahhh Hinoo, por quê?! Estamos entre meninas! Podemos falar sobre isso tranquilamente! Eu posso até mesmo ensinar alguns truques para a Usagi-chan...

– AINO!!!

Rei pisou forte no chão olhando para Mina com um olhar matador.

– Tá bom, parei! – Mina ergueu as mãos e cruzou os braços.

Rei bufava, e suas faces estavam bem vermelhas.

Eu me senti um pouco perdida e sem saber o que fazer. Estava envergonhada, muito...

– Agora... vamos voltar à estaca zero – Rei falou agora um pouco mais calma. – O que é esse medicamento que você deu para a Tsukino?

Olhei para o pequeno comprimido em minha mão.

– Pílula do dia seguinte, ela precisa tomar isso agora!

Pílula do dia seguinte?

­ – Okay, então tome, Usagi... – disse Rei olhando para mim seriamente.

Pisquei algumas vezes e tomei.

Voltei-me para elas ainda com a dúvida cutucando minha cabeça.

– Mas para que serve isso?

As duas garotas me olharam surpresas, e poderia jurar que vi uma gota em suas cabeças, como nos animes.

– Você não sabe o que é pílula do dia seguinte? – Rei perguntou incrédula, mas apenas mordi minha bochecha por dentro da boca e neguei com a cabeça.

– Owww, ela é mais inocente do que imaginei!!! – disse Mina com um sorriso enorme. – Tão kawaii!!!

– Como você pode tomar uma coisa sem ao menos saber para que serve então? – pela voz de Rei, ela pareceu um pouco brava, mas apenas pisquei sem entender.

– Você falou para eu tomar... então eu tomei... – pude ver mais uma gota na cabeça de Rei, e Mina apenas riu feliz.

– Vamos adotar ela, Hinoooo! – Mina falou me puxando para si e me abraçando fortemente. – Ela é muito kawaiii!!! – ela riu mais uma vez e se afastou, ficando do lado da Rei.

– Essa pílula é para que você não engravide, ela é usada em último caso... E, pelo que estou vendo, você não faz o uso de anticoncepcional... – Rei explicou calmamente.

Pisquei algumas vezes.

Não estou entendendo... mas por que eu engravidaria?

– Como você teve... er... relações sexuais sem proteção... essa medida deve ser tomada – seus olhos ametista me olharam com se esperasse uma resposta minha.

Fitei Minako ainda não entendendo, e ela apenas tinha um sorriso suave no rosto.

Como assim?

Eu não...

Arregalei meus olhos.

Kami-sama...

KAMI-SAMA!!!

– Acho que agora ela entendeu! Ha ha! – a risada de Minako fez com que minha pele inteira ficasse vermelha.

– EU PODERIA ENGRAVIDAR!!! POR CAUSA DO QUE ACONTECEU ONTEM!!! – gritei a pleno pulmões, não acreditando até agora.

BAKA USAGI!!! BAKA!!!

COMO EU POSSO SER TÃO BURRA ASSIM?!?

KAMI-SAMA!!!

SERÁ QUE EU JÁ POSSO ESTAR GRÁVIDA?!?

O QUE EU VOU FAZER SE ESTIVER GRÁVIDA??? OH, KAMI-SAMA!!!

EU ACABEI DE COMEÇAR MEU NAMORO COM MAMORU, E AGORA JÁ ESTOU ESPERANDO UM FILHO DELE?!?

E O BALÉ?!?

O QUE EU VOU FAZER COM O BALÉ?!?

EU VOU TER QUE PARAR DE DANÇAR BALÉ?!?

O QUE MAMA E OBA-CHAN VÃO PENSAR DE MIM?!?

Comecei a suar frio.

– Tenha calma! – Minako falou como se estivesse ouvindo meus pensamentos, e acho que, pela minha cara, elas podiam adivinhar mesmo o que eu estava pensando. – Esse remédio que você tomou vai resolver tudo, acredite... Já passei por isso... mas, se você quiser... pode tomar mais um! – Mina me mostrou mais uma cartelinha contendo um único comprimido.

Meus olhos brilharam.

– Você quer matá-la?!? – Rei retirou a cartela da mão de Mina. – Não pode tomar mais de um comprimido, é dose única!!! – ela se voltou para mim tentando manter a calma. – A melhor forma para evitar isso é tomar anticoncepcional, só que você tem que tomar todos os dias. Não pode deixar um dia passar! E você tem que procurar um médico, para ver qual medicamento você pode usar...

Apenas assenti para tudo que ela falava.

Mas minha mente estava rodando... rodando...

– Se você quiser, eu tenho aqui!!! – Mina me mostrou duas caixinhas rosadas.

– Pare de ser contrabandista!!! - Rei novamente bateu na mão dela. – Ignore a Aino e ouça o que estou falando para você. Como agora você está com Mamoru, procure um médico e veja qual anticoncepcional você pode tomar.

– Com Mamoru na parada, é melhor escolher um anticoncepcional rápido! – Minako falou com uma risadinha, e eu apenas corei com suas palavras.

Uah!

Rei apenas a fitou de lado e balançou a cabeça.

– E-eu pretendo não fazer mais nada disso... – minha voz saiu novamente como se estivesse quebrada, e simplesmente minha face não parava de queimar.

Mina riu alto com a minha frase.

– Impossível, impossível! – ela falou negando com a sua mão. - Eu que não me aguento quando Mike... Ai ai... – juro que seus olhos ficarem parecendo olhos de anime, com formato de dois corações, como se ela se lembrasse de algo romântico. – Quando ele está perto de mim... Imagina você com Mamoru!

Corei mais uma vez.

Uaahhh!!!

– Como diz o ditado: “melhor remediar do que prevenir” – Mina disse sério enquanto levantava um dedo para afirmar a frase. Agora fui quem senti como se uma gota aparece na lateral de minha cabeça.

– "Melhor prevenir do que remediar", Aino! – Rei falou como se estivesse brava.

– E-eh... Vocês entenderam o que eu quis falar! – e Mina riu alto colocando a mão na cabeça.

Meu coração não parava de bater alto no peito.

– Primeira vez? – a voz de Rei fora gentil, e eu a olhei rapidamente, queimando, queimando... Ela apenas mostrou um sorriso confortador e assentiu com a cabeça. – Você pelo menos poderia ser um pouco complacente, Aino, em vez de ficar gritando aos quatro ventos o que aconteceu com a Usagi! – Rei a olhou com braveza, cruzando os braços.

– Não foi por querer... Eu só queria saber algumas coisas, como Mamoru agiu e tudo mais... Você também viu quando os dois escaparam da festa de ontem! Eu só queria confirmar!

– Imagino o que Usagi passou até chegar aqui... – Rei tocou a cabeça e se sentou no sofá com um suspiro.

– Você sabe que eu quero satisfazer o Mike, e saber como Mamoru age na cama é a melhor...

– KAMI-SAMA!!! – Rei falou alto erguendo as mãos. – Não quero saber de suas razões! Deus! Não sei como posso ser amiga dessa ninfomaníaca!

– Hinnooooo... – Aino fez uma cara triste enquanto apertava as mãos.

Eu realmente não conseguia entender essas duas meninas.

Elas pareciam tão diferentes uma da outra, mas, estando as duas ali na minha frente, lado a lado, tinha certeza que eram perfeitas uma para a outra.

Não no sentido romântico e tudo mais...

Era uma amizade profunda.

E, apesar do que acontecera, eu me senti quente e confortável durante todo aquele tempo passado com elas.

Rei estava ali brigando com Mina, mas era um clima tão agradável que fiquei feliz por estar ali com elas.

Ambas me ajudaram hoje...

E eu sou muito grata por isso.

Sorri.

*****

Acabei partindo do apartamento de Minako depois de algum tempo, me despedindo das duas garotas e agradecendo por tudo que fizeram por mim.

E, quanto mais eu me distanciava do local... minha mente ia recordando toda aquela conversa de agora pouco.

Me digam... Como posso ser tão burra para essas coisas?!

Como não me toquei que, com o que eu tive com Mamoru ontem à noite... poderia haver consequências...?

Não que uma criança seja uma consequência negativa...

MAS, POR FAVOR, NÃO!!!

Argh!!!

Às vezes tenho vontade de pegar minha cabeça e balançar ela pra ver se tem alguma peça solta aí dentro.

Suspirei.

Rei-chan fora muito paciente comigo, me explicando outras coisas... que realmente eu nem sabia muito bem como eram.

Eu ficara envergonhada várias vezes, mas, no final, entendera tudo certinho.

Elas tinham sido tão gentis comigo ao me ajudar com aquilo... Kami-sama... fico pensando...

Imagina se não tivesse encontrado sem querer Mina-chan no mercadinho?!

Imagina??

Kami-sama...

Eu já poderia ter ido à procura de um berço e roupinhas!!!

E, ah!!!

Bati uma mão na outra.

Era por isso que Mamoru estava falando de responsabilidade!!! Por isso que ele olhara para a minha barriga!!!

Mamo-baka-hentai!!!

Ele bem que sabia!!!

Safado!!!

ARGH!!!

Suspirei.

Olhei para baixo e fitei meu abdômen.

Apesar de toda minha preocupação... e do nervosismo de agora pouco...

Uma pergunta estava voando pela minha cabeça fazia um tempinho.

Minha pele até se arrepiou quando a pergunta sussurrou em meu ouvido.

Como será que seria?

Pisquei e mordi meus lábios.

Ter um filho?

Toquei minha barriga.

Imagino como deveria ser...

Acho que não deve existir uma sensação de amor maior do que quando a gente está grávida... estar à espera de uma criança... uma outra vida...

Só de pensar nisso, mais um arrepio gostoso passou pela minha pele.

Hmmmmmmm...

Mamoru assumiria??

Não sei por quê, mas minha boca puxava num sorriso, e um calor gostoso se espalhava pelo meu corpo.

Por suas palavras de ontem... por suas ações... mais e mais eu acreditava que sim.

E esse pensamento faz com que meu coração exploda de felicidade.

UsagiTsukino Chiba...

He, he!

Mas o que você está pensando, sua baka...

Agora pouco você estava desesperada com o medo de estar grávida!!!

E, além do mais, comecei a namorar com ele agora... e já estou pensando em filhos e casamento?

Ha ha ha ha!

Sou tão boba!!!

Eu deveria estar com raiva de Mamoru, isso sim! Por ele ter feito aquilo... sem eu saber direito, nem ter usado... eh... proteção.

Mas... talvez eu esteja tão perdidamente apaixonada por aquele baka que nem me importaria...

O que me importa somente é que ele está comigo agora...

E sempre.

E, se isso durasse...

Eu gostaria de experimentar todas as fases com ele....

Namorar.

Noivar

Casar.

Ter filhos...

Ai, Kami-sama, devo estar ficando louca...

Apertei minha sacola e apressei meus passos. Dobrei a esquina e, de longe, eu vi minha casa, com seus telhados cinzentos.

Mas...

Eu vi uma coisa a mais ali...

Não era bem uma coisa...

Era...

Apertei meus olhos.

Uma pessoa...

E estava sentada em cima do meu muro, balançando as pernas.

Quem era?

Me aproximei pouco a pouco, até...

Kami-sama...

Os cabelos vermelhos foram suficientes para eu saber quem era.

Como ela sabia onde eu morava?!?

E por que ela está aqui?!

Caminhei em direção àquela menina e vi os olhos dela olharem distraídos para mim, e logo mudarem sua expressão.

Pareciam sínicos e frios.

Uahh...

Ela era a última pessoa que eu gostaria de encontrar naquele momento.

Continuei pisando com passos firmes em direção à minha casa.

As palavras dela voltaram à minha mente.

“Você... ridícula e deprimente”

E isso me esquentou de uma forma... como se ela tivesse dito isso agora mesmo.

Acho que essas palavras estavam estampadas na sua testa.

Eu parei bem à sua frente, fitei seus olhos e coloquei minhas mãos na cintura.

– O que você está fazendo aqui? – meu coração estava pulando, e minhas mãos ficaram geladas por um instante.

– Olá para você também... U-sa-gi... – a voz dela caiu como um raio em meu corpo, e ela disse meu nome assim mesmo, pausadamente. Apesar da luz do sol bater em seus cabelos vermelhos e fazer um contraste bonito com a sua pele, lhe dando um ar angelical, eu podia dizer que essa menina era má. –Ainda bem que não precisei ficar te esperando por tanto tempo, uma pessoa da minha classe não deve ficar num lugar tão – ela olhou a sua volta e se voltou para mim. - ...desprezível – ela era muito má.

Só foi questão de essa menina abrir a boca e começar a falar para que meu sangue começasse a ferver.

Quem ela pensa que é para falar uma coisas dessas sobre a minha casa?!

Fechei mais minha cara e apertei minhas mãos.

– O que você quer?! – gente, eu estava explodindo!!!

Eu queria esmurrar essa menina!

Sério, nunca eu tivera tanta raiva de alguém que nem ao menos conheço... como tive dessa menina.

– Eu estava apenas passando por aqui... e resolvi visitar a sua casinha... – ela olhou suas unhas perfeitamente pintadas de vermelho - ...e ver se você já tinha chegado em casa...

Ãh?!?

Para ver se eu já tinha chegado em casa?!?

O que ela está dizendo?!

– Bem, depois de você fugir ontem à noite com Mamoru e provavelmente ter feito sexo com ele, eu queria ver a sua cara depois que ele desse um chute em você... porquê... – ela deu uma risada – isso é o que normalmente ele faz com garotas como você.

Pisquei algumas vezes.

Foi como se um balde de água fria caísse sobre meu corpo, me fazendo perder toda aquela raiva.

Essa menina tá louca?!

Sério...

O que está acontecendo aqui?!

Essa menina... não sei de onde... não sei por quê... tá aqui na porta da minha casa... falando coisas que não sei de onde ela tirou... para me ofender?

Sério... ela não tem coisa melhor para fazer?!

Suspirei.

O pior... é que até essa doida aí sabe do que aconteceu ontem à noite...

E agora... depois disso... simplesmente desisto...

Não preciso esconder de mais ninguém!!!

TODO MUNDO JÁ SABE MESMO O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A MINHA VIDAAAA!!!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!

– Eh... escuta aqui, oh... – como era o nome dela mesmo? Eh.... – Oh cabeça vermelha...

– O quê?! – seus olhos se viraram para mim, bravos.

– Eu esqueci o seu nome... - falei ignorando o que ela provavelmente iria cuspir. - Não sei quem você é... ou qual relação doentia que você teve com Mamoru no passado... – acho que era por isso que ela deveria estar aqui... porque me lembro o quanto ela me deixara confusa no banheiro... e, agora pensando... eu via como aquilo não me importava mais. - ...mas o que quer que você esteja tentando fazer aqui... – apontei para ela e para mim, insinuando suas intenções - ...não vai adiantar. Eu e Mamoru estamos juntos, e nesse momento tenho que levar uns ingredientes para minha mama e minha oba-chan, porque elas vão fazer um delicioso bolo de chocolate. Então, agora, se você me der licença... – voltei a andar.

– Estão... juntos? – a voz dela soou rouca e controlada, mas ela não se moveu nenhum centímetro qualquer.

Não sei se declarar que Mamo e eu estávamos juntos para essa menina desconhecida fora uma boa ideia. Mas ela me irritara com as baboseiras que estava falando, e resolvi falar de uma vez por todas.

Ficamos em silêncio por um segundo, até que eu ouvi a voz dela novamente...

– Por tempo indeterminado?

Me senti congelar por inteiro.

O quê?!?

O quê...?!?

Como ela sabe disso?!?

Como ela sabe que ele falou isso?!?

Meus pulmões pareceram travar... e nenhum ar conseguia entrar.

Virei lentamente meu corpo inteiro na direção em que ela estava sentada... e ela permanecia na mesma posição. Olhando para o céu, pensativa. Seus braços se cruzaram e, lentamente, sua cabeça se direcionou para mim.

E em seu rosto havia um sorriso sarcástico.

– Ele te falou isso... não falou? – tremi mais uma vez. - Típico de Mamoru... Ele sempre fala isso quando consegue o que quer. E, acredite... seu conto de fadas vai durar apenas alguns dias... e depois... – ela deu um tchauzinho. - Mas não se preocupe... – ela saltou do muro e começou a se aproximar de mim. - Durante esse meio tempo... – chegou bem perto e me abraçou.

Meu corpo inteiro endureceu.

Aproximou-se de meu ouvido, e ouvi sua risada.

– Eu vou tornar a sua vida um inferno...

Eu não conseguia respirar...

E o abraço daquela menina era tão desconfortável... e frio...

– Mamoru Chiba é meu... – a voz dela era um sussurro ameaçador.

– Hum? Usa-chan? – ouvi a voz de oba-chan logo atrás da menina, e eu levei um susto. Levei meus olhos até minha oba-chan e tremi.

– AI, QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU BEM EM CASA! – a menina praticamente gritou em meus ouvidos, e isso me desequilibrou. Ela se afastou, segurando agora meus ombros, com um face totalmente diferente. Parecia gentil e amigável. – Você me assustou ontem, Usa-chan! Saindo às pressas com Mamoru! Sua safadinha!!!

Minha mente estava toda em branco...

– Como você pôde abandonar suas amigas na festa e fugir com o aniversariante, hein? – ela olhou para trás, como se estivesse surpresa, como se agora notasse que minha oba-chan estava ali. – Ooopsss!!! Foi mal!! – mostrou a língua, coçando a cabeça. – Depois você me conta como foi a noite!!! – ela voltou a me abraçar. – Boa sorte... – sussurrou ao meu ouvido e partiu, me deixando ali.

Parada...

Mortificada...

E pronta para ser assassinada pela minha própria oba-chan.

Continua...