Verdade Ou Desafio? - 9a Temporada escrita por Eica


Capítulo 23
Momentos


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, eu gostaria de agradecer a todos os que acompanharam a fic desde a sua primeira temporada. Foram mais de três anos postando capítulos atrás de capítulos. Nunca imaginei que a história iria tão longe, mas infelizmente ela precisa terminar em algum momento. Este capítulo é um dos últimos. Outros dois ou três virão depois deste para enfim a fanfic finalizar. Espero que curtam!



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Leonardo

Nos aproximamos da pista de dança. Encontramos Rafael dançando com seu amigo. De repente, meu coração foi invadido por um sentimento nostálgico surpreendente.

– Por que está sorrindo? – indagou Eduardo, fitando-me.

– Eu lembrei de nós. Estamos ficando velhos. Não somos mais como antes. Estamos velhos mesmo. Já estamos na casa dos trinta. Quero dizer, só eu, Donatelo e Michelangelo. Não dá mais pra fazer o que fazíamos quando éramos mais jovens.

– Como o que, por exemplo?

– Loucuras. Éramos loucos. Fazíamos muitas loucuras, lembra? Mas agora o tempo nos deu responsabilidades. Maiores. Até mesmo o Rafael está mais responsável. Tem um negócio agora, e espero realmente que dê tudo certo. Não consigo me ver chegando aos quarenta. Mas vou chegar.

Vi Eduardo sorrir.

– Podemos conversar em outro lugar? Aqui não dá pra ouvir direito.

Consenti. Nos afastamos da pista de dança. Fomos para um cantinho bem afastado de tudo. Nos encostamos na parede, virados para todo o resto.

– Você está bem mudado. Continua bonito, muito mais bonito.

Eduardo sorriu.

– Obrigado.

– Não vai dizer o mesmo de mim? – indaguei, rindo.

– Queria ouvir elogios? Seu namorado não te elogia?

Levantei uma das sobrancelhas.

– Não do jeito como eu gostaria.

Vi-o mexer na aliança sem, no entanto, levantar as mãos para isso.

– O que vai fazer quanto a isso?

– Quanto ao que?

– Seu casamento. Seu marido. Você tem marido. Ainda estão casados.

Eduardo suspirou. Baixou a cabeça, em seguida, ergueu-a novamente, sem olhar para mim.

– Não vou fazer nada. Vou deixar as coisas acontecerem. Já estou cansado. Estou muito cansado.

– Eu te entendo.

– Não vou voltar com ele. O casamento acabou. Por que voltar com ele se, na semana seguinte, corro o risco de ouvir as mesmas coisas? Por que insistir no mesmo erro?

– Erro?

– Eu amo a todos vocês. – disse ele, parecendo agoniado. – Vocês são muito especiais pra mim. Ele é muito especial pra mim. Por isso não quero magoá-lo de novo. Não quero que ele se martirize por minha causa. De que adianta essa aliança se ele está se fodendo pro nosso relacionamento?

Refleti um pouco.

– Lembra daquilo que eu te disse? Que a culpa é toda sua? – disse.

Ele me fitou, como se tivesse ouvido uma ofensa.

– Vai insistir nisso de novo? Você não me explicou qual minha culpa.

– É muito fácil se apaixonar por você. – expliquei, apoiando o ombro na parede, de modo que assim, fiquei de frente para ele. – Você é lindo em muitos aspectos.

– Isso não justifica nada. Não justifica os atos dele.

– Não, não justifica, mas ajuda um pouco.

Ri, para descontrair.

– Você está muito tenso.

– O assunto me deixa tenso.

– Desculpe. Não vou mais tocar no assunto. – disse, virando-me para o outro lado.

– Eu não queria que ele estivesse aqui. – revelou, um minuto mais tarde.

Encarei-o, admirado.

– Tenho vontade de... Vontade de...

Percebi que ele estava se segurando, mas o encorajei a botar tudo para fora.

– Não gosto quando ele me olha com aquela cara de melancolia, como se estivesse sofrendo... Por estarmos longe...

Ri.

– É claro que ele está sofrendo. Não podia ser diferente. – falei.

Naquele momento, eu suspirei. Eduardo passou a mão no rosto.

– Mas no fundo eu quero que ele sofra. – confessou. - Pra aprender que suas decisões têm conseqüências.

– Quanto tempo acha que consegue fazê-lo sofrer?

Ele me fitou como se não tivesse entendido minha indireta. Mas não lhe expliquei. Ele compreenderia cedo ou tarde.

Rafael

– Eita, canseira da porra! Vamos dar uma parada, Abelinha?

– Tá.

Caminhei para fora da pista de dança. Abel me seguiu. Parei ao lado da mesa dos meus amigos. Donatelo, Danilo, Michelangelo, Marco, B.B e Lucas estavam todos reunidos.

– As músicas estão ótimas! – comentou B.B. – Cadê o Du pra gente dançar de novo?

Naquele instante, Donatelo levantou de sua cadeira.

– Eu danço com você.

– Sério?? – indagou B.B, incrédulo.

– É, eu danço. Preciso me animar um pouco e a música pode ajudar.

– É, vai lá, cara. – encorajei. – Mas vai ser difícil encontrar espaço na pista. Ela está lotada.

– Tudo bem. Vamos lá, Do.

B.B e Donatelo se afastaram da mesa. Observamos os dois.

– Ainda está sóbrio, Rafael? – indagou Michelangelo, zoando com a minha cara.

Suspirei e respondi:

– Infelizmente sim. Preciso administrar esse lugar. E se eu beber, posso não dar conta.

Lucas riu.

– Espero que você tenha esse pensamento todos os dias a partir de hoje, e pare de beber como se álcool fosse suco de laranja.

Fingi achar graça em suas palavras. Convidei Abel para sentar. Ele sentou ao lado de Lucas e eu, ao lado de Marco.

– E o resto da galera? Para onde foi?

– Eduardo e Leonardo ainda não voltaram. – informou Marco. – Mas eu os vi indo para lá.

Por falar nos dois sumidos, ambos retornaram para a mesa. Tiveram de ficar de pé, pois não havia mais cadeiras disponíveis. Leonardo parou atrás da cadeira de Danilo e Eduardo, entre Marco e eu.

– Seu maridão está dançando com o B.B. – informei, só para provocar Eduardo.

Ele só olhou para mim e não disse nada.

– Você é casado? – indagou Abel, olhando para ele.

– Não sou mais.

Olhei para a direção da pista. Vi Donatelo de relance.

– Ele está mandando ver. – comentei.

Eduardo

Tentei encontrar, com o olhar, Bruno e Donatelo na pista de dança. Como não consegui enxergá-los, parei de querer procurar. Rafael, o espírito de porco, começou a relatar, após subir em cima de sua cadeira, que B.B e Donatelo estavam se encoxando ao ritmo do Haddaway.

– Seus cornos! – disse, rindo. – Vão deixar isso acontecer? O B.B está esfregando a bunda no Donatelo!

– Está mesmo? – indagou Leonardo, curioso.

Os dois idiotas ficaram lado a lado, esticando os pescoços, tentando olhar Donatelo e Bruno dançando. Não achei graça. Já Marco, pareceu não se importar. Não fez nenhum comentário e nenhum gesto que denotasse desconforto.

– Precisam mesmo fazer isso? – reclamei, olhando para os dois.

– O Rafael tem razão. – disse Leonardo. – A dança está muito sensual.

Rafael explicou ao seu amigo, Abel, que Marco e Bruno eram casados e que eu e Donatelo também éramos, mas que estávamos brigados.

– Oooooh! ‘Tá interessante de ver, hein, Le? – brincou Rafael, dando uma acotoveladinha em seu ombro.

– O que você quer, detalhando o que eles estão fazendo? – perguntei, olhando para Rafael, que estava de costas para mim.

– Não quero nada!

– Se acha que me incomoda o que ele faz ou deixa de fazer, está achando errado.

– Quem está dizendo é você, não eu.

Sua brincadeira me irritou, mas me calei. Felizmente, ambos pararam de espiar Donatelo e B.B, que voltaram para junto de nós depois de mais duas músicas. Estavam com os rostos iluminados por sorrisos animados. B.B chegou primeiro. Donatelo veio atrás dele.

– Que dança era aquela, hein, senhor Bruno? – brincou Rafael, cruzando os braços, fingindo dar-lhe uma erguida.

– Hm?

– Eu vi o esfrega-esfrega lá na pista.

– É que o Do é uma ótima companhia. Ele dança muito bem.

– Hm... Sei.

B.B passou atrás da cadeira de Rafael e sorriu quando passou por mim. Parou atrás da cadeira de Marco e o beijou na boca. Abraçou-o por trás. Donatelo parou ao lado da cadeira de Lucas, bem de frente para mim. Não o olhei em momento algum. Naquele instante, Lucas espreguiçou.

– Bom, já vou indo. – disse.

– QUE? JÁ? É cedo! É muito cedo, Lucas! – desanimou-se Rafael.

– Tenho que acordar cedo amanhã.

– Não pode faltar do trabalho?

Lucas riu.

– Se fosse fácil assim... Não posso.

Lucas levantou da cadeira. Todos nós pedimos para ele ficar só mais uma meia horinha, mas ele estava decidido, além disso, parecia realmente cansado.

– Eu te levo. – disse Donatelo, surpreendendo a todos, inclusive a mim.

– Agora você também quer ir embora? – disse Rafael. – Mal dançou!

– Se quiser, pode continuar aqui, Do. – disse Lucas. – Eu vou de ônibus.

– Não, eu te levo. Quero ir pra casa também. Outro dia eu volto e fico mais tempo.

Começaram a se despedir dos dois. Só me despedi de Lucas. Ignorei Donatelo. Só não consegui evitar cruzar meu olhar com o dele quando ele se aproximou de mim para se despedir dos demais. Assim que Lucas e Donatelo se afastaram, comecei a me sentir desanimado.

Donatelo

Lucas e eu entramos no carro. Dirigi até a rua de casa. Parei o carro em frente do seu apartamento.

– Valeu, cara. Boa noite.

– Boa noite.

Acenei para ele. Esperei que ele abrisse o portão para descer a rua. Estacionei o carro na garagem. Abri a porta da sala. Fechei-a atrás de mim. A luz da sala estava ligada, do jeito como a deixei. Tirei os sapatos e troquei de roupa. Bebi água e fui para a sala. Liguei a televisão. Sentei no sofá, com o controle remoto na mão. Naquele momento, Eduardo surgiu em minha mente. Olhei para minha aliança e tive uma vontade absurda de ligar para ele. Deixei o tempo passar. E a vontade de ligar para ele foi aumentando. Mas era óbvio que ele não falaria comigo. Que ignoraria minha ligação. Além disso, ainda estava na boate. Se eu ligasse naquele momento, todos saberiam.

– Que saco! – exclamei.

Passei as mãos pelo rosto. Tentei assistir a televisão, mas não consegui. Fui para o quarto. Tentei dormir. Também não consegui.

Michelangelo

– Aaaaaaaah! Dancei muito! - disse, assim que Leonardo abriu a porta de casa.

– Eu vi. Não saiu da pista.

– É que as músicas ajudaram.

Já era bem tarde quando voltamos para sua casa. Subimos para nossos quartos. Entrei no meu e caí sobre a cama. Tirei os sapatos e as meias. Leonardo entrou no meu um tempo depois.

– Meus pés estão acabando comigo.

– Estão doendo?

– Sim.

Leonardo sentou na cama, pegou no meu pé esquerdo e começou a massageá-lo. Permaneci deitado, só curtindo o momento.

– Devia ser massagista nas horas vagas.

Ele sorriu.

– Sou bom nisso?

– Claro.

Após um momento:

– Eu estive conversando com o Du esses dias...

– Hm.

– Vamos morar juntos.

Leonardo riu.

– Sério? Sério? Por que ele não comentou nada disso comigo? Mas... Nossa! Sério? Que legal! Muito bom!

– É, também acho que será legal.

– Legal mesmo! Nossa! Legal!

Ri da sua surpresa.

– Faz um tempinho que nossa amizade anda estranha. Não vou negar dizendo que eu não tenho certa culpa nisso. Morando com ele, teremos oportunidade para voltarmos a ser o que éramos.

– Outra opção seria morarem comigo.

Chutei-o de leve.

– Espertinho.

– Sem malícia, é claro. - riu, voltando a me fazer massagem. - É... E já sabem onde vão morar?

– Ainda não, mas já estou fazendo pesquisa de lugares e preços. Ele disse que prefere morar numa casa. Eu também não quero voltar a morar em apartamento. Você não tem tanta liberdade. Você fica meio “preso”.

– É, casa é mesmo muito melhor... E... O Donatelo já sabe?

– Foi algo que decidimos entre nós dois. Ainda não contamos para ninguém. Pelo menos eu acho que ele não contou ao Donatelo. Aliás, o Du nem está falando com o Donatelo. Por que contaria isso pra ele?

– Se precisarem da minha ajuda para alguma coisa, podem falar. Diga isso pra ele.

– Eu falo.

Mesmo adorando a massagem, tive que falar para ele parar.

– Quer que eu pare?

– Na verdade se você pudesse ficar massageando até eu dormir...

Rimos. Leonardo levantou.

– Boa noite.

– Boa noite.

Rafael

Cheguei em casa de madrugada. Extremamente exausto e desejando muito minha cama. No entanto, quando abri a porta do apartamento e focalizei a porta de meu quarto, lembrei-me de Lucas, e meu desejo por uma cama macia e confortável foi trocada pelo desejo de tocar em outra coisa macia e confortável. Malicioso. Sim. É claro. Andei até o corredor. Abri a porta do quarto. Vi Lucas deitado na cama, completamente apagado.

Abri um sorrisão e caminhei até ele, levantando diabolicamente as mãos. Devagarzinho, cheguei até sua cama. Inclinei-me sobre ele, colocando as mãos sobre o colchão. Beijei seu rosto repetidas vezes até ele acordar.

– Já é hora? – indagou ele, sonolento, sem movimentar-se.

– Não. Ainda não está na hora de você acordar.

– Então por que me acordou?

– Estou querendo uma coisa. Que só vou conseguir se você estiver acordado.

– Faça comigo dormindo. Quero voltar a dormir.

– Não dá pra fazer com você dormindo. – disse, tentando deitar do seu lado.

Ele deve ter percebido minha insistência em conseguir um espaço na cama. Por isso mesmo, afastou-se um pouco. Abracei-o por trás e beijei seu pescoço, agora um pouco mais excitado, tendo a certeza de conseguir o que eu estava querendo.

– Lucas! Não fique aí parado. Acorda.

– Estou com sono. – reclamou. – E você chegou muito tarde.

– É que a boate fecha tarde. – expliquei, tentando tirar sua bermuda e cueca.

Ele mesmo tirou a roupa, ficando nu da cintura para baixo. Tirei minha roupa também e me agarrei a ele novamente.

– Lucas?

– Hm?

– Não dá pra você se mexer? – pedi, em voz alta.

– Já falei que quero dormir. – respondeu, agora mais sério e parecendo mais acordado.

Consegui fazê-lo se virar para o meu lado e sentei em cima dele.

– Você é tão anticlímax. – disse, encarando-o. – Vamos nos ver pouco por causa do trabalho, por isso eu queria que você aproveitasse as horas que podemos aproveitar.

Ele soltou um gemido de impaciência.

– ‘Tá certo. Só pra você parar de encher o saco.

Ele riu da minha cara de desaprovação. Seus olhos me analisaram.

– Podemos pular as preliminares? – perguntou.

– Você quer tanto dormir assim? Dormir é mais importante do que fazer sexo comigo?

Lucas tornou a rir.

– Não é questão de importância e sim de necessidade. E a necessidade de dormir no momento está vencendo a necessidade de ter sexo.

Balancei a cabeça.

– Lucas... Te dou três opções: ou eu transo com você, ou você transa comigo ou a gente transa. Escolha uma delas e seja feliz.

Novamente tive de ouvir seus risos.

– Vai pular as preliminares?

– Tudo bem. Se quer pular, então vamos pular.

– Pegou a camisinha?

– Não, ainda não peguei nada.

– Então vai pegar.

Saí de cima dele e fui atrás das camisinhas que eu guardava dentro de uma gaveta do guarda-roupa. Enquanto pegava uma camisinha e lubrificante, Lucas tirou sua camiseta e finalmente ficou nu.

– Você vai voltar pra casa sempre neste horário? – indagou, quando eu voltava para a cama.

– Não sei. Acho que sim. Não sei. Tenho que ver essa semana.

Deixei a camisinha e o lubrificante sobre o colchão e despi minha camiseta. Joguei-a sobre a minha cama. Pus-me sobre o colchão e me aproximei dele andando de joelhos. Beijei sua boca.


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