Verdade Ou Desafio? - 9a Temporada escrita por Eica


Capítulo 18
Só falta mais um


Notas iniciais do capítulo

Um pouco mais do passado...



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Rafael

Agora estávamos em nossa aula de educação física. Já não agüentava mais a aula anterior, português. Hugo, Neto e eu jogamos futebol com outros colegas de classe, na quadra. Pelo que pude perceber, as meninas ficaram do outro lado da quadra. Algumas jogando vôlei, outras pulando corda. Houve um momento em que Neto passou a bola pra mim e consegui marcar ponto naquele gordinho do Augusto que estava em frente ao gol. Meu time comemorou.

- Nas suas caras, viados! – apontei o dedo para o time adversário. – Beijem minha bunda!

Meus amigos riram.

- É isso aíííííí! – comemorou Hugo.

Não foi tão difícil ganhar o jogo. Mas só fizemos dois a zero nos otários. No final, o último gol, feito por Denis, deixou todo o time adversário duvidoso. Acharam que não marcamos. A discussão quase levou-nos aos tapas. Eu só zoei com eles para esquentar mais suas cabecinhas que não agüentam brincadeira.

Neste dia de aula, ainda tivemos de agüentar uma última aula de geografia. Tivemos de pegar nossos livros para aprender uma matéria chatíssima sobre a Ásia.

- Oh, vamos conhecer os aspectos culturais e políticos da Ásia. – disse, com uma voz caricata, folheando meu livro.

Meus colegas que sentavam comigo nas carteiras do fundo da classe, Carla, Suelen, Hugo, Neto, Renan e Thiago, riram.

- Não vejo a hora do ano acabar. – comentou Thiago.

- Ah, eu também. – concordou Suelen.

- Pior é que ainda tem mais três anos pra estudar. Primeiro ano, segundo e terceiro do médio. – disse Neto.

- Será que vão mudar a gente de classe? – disse Hugo.

- Acho que não. Quanto tempo que a gente estuda na mesma classe? - disse Carla.

- Vixi! Tem um tempão! – disse Renan.

Enquanto a professora escrevia na lousa e nos pedia para copiar, abri meu caderno numa das últimas folhas – a que estava menos rabiscada – para rabiscar mais. Suelen, que estava do meu lado direito, viu o meu desenho.

- Quem é esse?

- Um carinha da minha rua.

- Isso é um skate?

- É, ele anda de skate. O tonto está se fazendo de difícil. Recusa minha amizade de todo jeito. Vou ter que apelar para a ignorância.

Ela riu:

- Por que ele recusa? Você é tão fofo, Rafa.

- Acho que ele é imune à minha fofura.

Ela tornou a rir e passou a mão no meu cabelo.

- Que foi? – indagou Hugo, atrás de mim.

- Um vizinho do Rafa não quer a amizade dele. – explicou Su.

- Ele tem carinha de menina. – comentei, virando levemente o rosto para Hugo me ouvir melhor. – É mais bonito que a Su, por exemplo.

Recebi um tapa dela no braço.

Continuei desenhando Lucas no meu caderno, lembrando de todas as suas recusas e indiferença. Fiquei com raiva. Na saída da escola, Hugo passou o braço sobre meu ombro e percebeu minha cara de aborrecimento.

- Que foi?

- Estou pensando naquele otário que vive na minha rua.

- Eita! Quer esquecer isso? E daí que ele não quer ser seu amigo?

- É que não me entra na cabeça. Não fiz nada pra ele. Tá bom que eu o atropelei na primeira vez que a gente se viu, mas não foi culpa minha. Foi sem querer. E também o confundi com uma garota.

- Acho que ele não gostou de ser chamado de garota. Você o chamou?

- Algumas vezes.

Riu.

- Acho que vou me afastar. Pra ele ver o quanto minha presença lhe falta.

- Tá, vai nessa. – riu.

Lucas

Jogava bola com meus amigos, na rua, em frente de casa. Eu, imbecil, joguei sem tênis ou chinelo e acabei tendo o dedão direito todo fudido. Sangrou muito. Tivemos de parar de jogar. Acabamos sentando na guia e trocando umas idéias.

- Vamos passar lá na locadora depois. – sugeriu Alessandro.

- Tem jogo novo? – indaguei.

- Need for Speed, cara. Muito foda. Outro dia fui lá na locadora do Fábio e vi uma galerinha jogar Silent Hill 4. Fiquei com vontade.

- Já lançou?

- Já.

- Mas não é pra Xbox? – disse João.

- Play 2 e Xbox.

Naquele instante, João notou duas pessoas subindo a rua e alcançando a esquina. Rafael e seu irmão. Chamou-o. Ao que respondeu, aos berros: “Tenho que ir à padaria!”. Acenou e desceu a esquina.

- Que bom que não veio pra cá. – soltei, com rosto sério, mas aliviado por dentro.

- Por que não? – indagou Alessandro. – Não gosta dele? Não gosta, Lucas? Sério?

- Não.

- Te fez alguma coisa?

- Não, é só sua existência que me irrita. – exagerei.

Riram.

- Vamos passar na locadora. Ganhei um real pra gastar com sorvete. Quase achei que meu pai não fosse me dar.

- Ah, é. Você não tem mesada. – riu João. – Que pobre.

- Eu também não ganho mesada. – disse.

Descemos a rua, viramos à direita, depois descemos a outra rua e chegamos à locadora do Fábio. Local onde a galerinha do bairro se reunia para jogar vídeo game e tomar sorvete, já que Fábio também vendia sorvete de massa e picolé. Ficamos quase toda a tarde na locadora, jogando. Em certo momento, quando me levantei para ir embora, vi três pessoas dentro do estabelecimento, escolhendo filmes do outro lado da locadora: Rafael, seu irmão e uma garota alta. Acho que era sua irmã. No instante em que me levantei e o vi, ele me viu também. Depois virou o rosto. Fui para casa, em companhia de João e depois entrei no meu quarto para analisar meu dedão dolorido.

Não sei se era impressão minha, mas notei que, nos dias seguintes, Rafael simplesmente sumiu de minha vista. Não o via mais na rua e quando nos topávamos em alguma ocasião, ele fingia não me ver e logo dava um jeito de desaparecer. Não achei ruim, só estranho. Bem, ao menos imagino que ele finalmente tenha entendido que não dá para sermos amigos.

No sábado, tive que ir ao terminal da cidade de chinelo, já que não dava para colocar tênis. Parei ao lado das catracas de saída para aguardar Duda. Ele apareceu, após um tempo, usando boné preto, camisa branca, jeans e mochila nas costas. Nos cumprimentamos e fomos para a fila do meu ônibus.

- Tem jogo aqui na minha mochila. – disse ele.

- Quais?

- Counter-Strike, Diablo 2, Worms World Party, Dead or alive, Devil May Cry, Fifa e Turok. Eu não tenho muitos jogos deste ano. Não deu pra comprar nenhum. Ainda.

- Desse ano eu também não comprei nenhum.

O ônibus chegou. A fila andou. Entramos nele. Pelo caminho até em casa, conversamos bastante. Falamos muito mal da escola, em especial dos professores.

- Tem muita diferença a 6ª série com a 7ª série? – perguntou.

- Hmm, não muita.

- Você não vai mudar de escola, vai?

- Só quando eu acabar a 8ª. Já que a nossa escola não tem ensino médio... Sabe pra qual escola vai quando se formar?

- Sei não. Tem escola lá perto de casa, mas... Nenhuma me interessa. Aquele pessoal não é confiável.

- Eu ainda estou na 7ª série, mas o pessoal da minha classe já está pensando na camiseta de formandos. E pra onde vamos viajar no final do ano.

- Que inveja que tenho de você. Tenho mais dois anos pela frente.

Sorri.

Descemos num ponto de ônibus lá no meu bairro. Subimos uma rua e depois a rua de casa. Meu pai era o único que estava em casa quando chegamos. Disse ele que minha mãe havia ido ao mercado e já voltava. Levei Duda até o meu quarto. Lá escolhemos um game e jogamos no meu play 2.

- Vou fazer festa de aniversário. Se você quiser ir, pode ir. – disse ele, enquanto esperávamos um jogo carregar. - Eu te passo meu endereço pra você ir.

- Valeu.

Quando minha mãe voltou do mercado e conheceu Duda, fez-nos rosquinhas polvilhadas com açúcar e canela. Passamos o dia todo jogando até Duda dizer que precisava ir. Deu-me seu endereço e meu pai fez o favor em dizer que me levaria à sua casa na data do aniversário. Acompanhei Duda até o ponto de ônibus e, para meu desgosto, havia alguém sentado no banco. Rafael. Tivemos de nos aproximar e sentamos um ao lado do outro, afastados de Rafael, na outra extremidade. Estava sozinho e vestia-se bem. Pelo jeito ia sair.

- Depois eu te devolvo o Roller Coaster. Gostei muito do jogo. Muito massa. – disse Duda, abrindo e fechando o zíper da mochila.

- Pode ficar com ele o tempo que quiser. Tenho um monte de jogos pra jogar.

De repente, após uns segundinhos de silêncio entre a gente, Rafael chamou a atenção de Duda:

- Roller Coaster?

- É.

- Você joga?

- Agora jogo. – riu.

- Eu tenho um, Zoo Tycoon que, ao invés de ser um parque de diversões, é um zoológico que você tem que administrar. É bem legal também.

- Não conhecia.

- É, é maneiro... Sou Rafael.

- Eduardo.

- Você mora aqui no bairro?

- Não, eu estava na casa do Lucas.

Rafael levantou os olhos para mim e soltou um indiferente “Hm” que me deixou irritado. Depois disso conversou com Eduardo até a hora do ônibus chegar. Despedi-me somente de Duda e vi ambos subirem no ônibus.

Eduardo

Ri bastante com Rafael até a gente chegar ao terminal. Contou-me que não falava mais com Lucas porque ele não queria sua amizade. Fiquei com pena dele, pois parecia um cara muito legal. Por conta disso, convidei-o para minha festa de aniversário.

Michelangelo

Como constatei na saída da classe, nesta quarta-feira, Jean não veio à faculdade. Para mim foi muito bom, pois assim Leonardo e eu tivemos mais privacidade em nossas conversas e em nos nossos amassos dentro do banheiro.

- Você tem compromisso depois daqui? – indaguei, logo após um beijo de língua.

- Não, por quê?

- Pra saber quanto vai durar esse nosso momento.

Ele sorriu. Envolveu-me novamente em seus braços e me beijou. Nossos corpos ficaram colados. Tanto que senti sua ereção e ele a minha. Estava muito excitado e só pensava numa maneira de extravasar todo aquele calor que sentia. Como já me sentia bastante íntimo dele, abri meu cinto e calça e levei sua mão direita ao meu pênis. Depois enlacei seu pescoço com os braços e esperei que ele desse um basta naquele tesão todo.

Meu jeans foi abaixado alguns centímetros junto de minha cueca. Tão logo meu pênis foi envolvido por seus dedos e as puxadas de pele iniciaram. Uma após a outra, às vezes de leve, outras vezes de modo intenso e violento. Sua mão percorria toda extensão de meu pênis. De vez em quando somente as pontas dos dedos. Estava encurralado contra a parede, num minúsculo espaço, entre a divisória da cabine e o vaso, explodindo em prazer. Até quis estimulá-lo também, mas meus braços teimaram ficar envoltos ao seu pescoço. Foi a maneira que encontrei para apoiar-me, já que as pernas não produziam força suficiente para se manterem firmes.

Nos momentos de maior prazer, procurava seus lábios e o beijava. Em quatro minutos, já sentia mais tesão do que quando começamos e já reprimia muitos ofegos. Dali a um minuto, a coisa foi piorando até eu não conseguir mais suportar tanta fricção. Como que adivinhando minha situação, Leonardo pegou um pedaço de papel higiênico e terminou de me masturbar fazendo o sêmen jorrar todo no papel.

- Deixa eu fazer em você. – disse, após me deleitar com o orgasmo.

Levantei minha calça, fechei o zíper e fui em sua direção. Não tinha prática nenhuma nisso, mas estava decidido a fazer o meu melhor. Seu charme me deixou nervoso. Autorizou-me a abrir seu zíper, a abaixar o jeans e a meter a mão sob sua cueca. Beijei sua boca enquanto me aprofundava mais em sua roupa íntima. Deixou os braços abertos, cada mão apoiada numa divisória da cabine. As costas na porta. Enquanto mordia meus lábios, deixei-o cada vez mais duro.

Quanto mais ele me olhava com sensualidade, mais eu tremia de medo de parecer um inexperiente (que era). No instante em que me atrapalhei no que fazer, Leonardo levantou meu rosto levemente:

- Se não sabe o que fazer, faça o que você gostaria que fizessem em você.

Corei.

- Pode ousar. Não vou achar ruim. – riu, cheio de charme.

De súbito, ouvimos barulho no banheiro. Continuamos, em silêncio.

Na quinta-feira, Jean e eu saímos da faculdade lado a lado. Leonardo ficou para trás. Ao lado da calçada, avistamos Donatelo sobre sua moto, observando a movimentação de alunos. Como Jean andou até ele, fui forçado a fazer o mesmo.

- E aí.

- Beleza? – disse Jean.

Donatelo e eu nos olhamos e cumprimentamos somente com um aceno de cabeça.

- E o Lê?

- Passou na biblioteca antes. Já está vindo. – explicou Jean. – Bem, gente, eu tenho que ir agora. Tenho dentista e se me atrasar, alguém é atendido no meu horário. Tchau pra vocês.

- Tchau. - dissemos.

Que constrangedor. Fui deixado sozinho com Donatelo (o cara com quem eu não tinha muita intimidade) e ainda naquela dúvida se me afastava dele ou se continuava ao seu lado esperando Leonardo aparecer.

- Seu nome é Michelangelo mesmo? – indagou, de súbito, com os olhos virados para mim.

- É Michel. Michelangelo é só um apelido.

- Hm... Seria muito estranho se chamar Michelangelo. É um nome incomum.

Observei-o apoiar os braços ao guidão da moto. Depois me olhou de lado e tornou a olhar para a rua. Este amigo de Leonardo é um pouco caladão. Enquanto esperamos Leonardo, ficamos em total silêncio. Eu tentei puxar assunto com ele, e foi bastante monossilábico comigo. O dia estava razoavelmente quente, mesmo assim invoquei com ele usando aquela jaqueta de couro. Como conseguia? As unhas estavam pintadas de preto e os longos cabelos negros dançando sobre os ombros largos. O que eu devia fazer? Ir embora ou esperar Leonardo em sua presença?

O tempo que fiquei com ele durou mais do que achei que seria capaz de suportar. Não que não tivesse gostado dele, mas ficar ao lado de um completo desconhecido é embaraçoso. Por fim, Leonardo chegou à calçada e nos viu. Cumprimentou Donatelo com a mão e eu, já inquieto, adiantei-me a dizer que correria ao ponto de ônibus antes que o perdesse. Leonardo disse que ficaria um tempo com Donatelo, por isso afastei-me de ambos.

Leonardo

Quando Michelangelo já estava a certa distancia de nós, Donatelo olhou para trás e depois disse:

- Pretende ser amigo desse aí?

- Já sou amigo. Por quê?

Levantou um canto dos lábios:

- É muito chato. Fica blá, blá, blá...

- Por que não gostou dele?

- Sei lá, só não gostei. Muito filhinho de papai.

- Aaaah, tem nada a ver. – ri. – Michelangelo é muito legal. Você devia conhecê-lo melhor. Têm muito em comum.

- Desse tipo de gente eu passo longe.

Só balancei a cabeça e não disse mais nada.

- Pra onde vai agora?

- Na casa de um primo do Jean. – respondi.

- Eu te levo.

- Tem certeza? Não tem que trabalhar ou algo assim?

- Hoje estou livre.

- Tudo bem.

Assim que sentei na moto, atrás dele, a ficha caiu:

- Espera!

Não tive tempo de pular da moto. Donatelo ligou-a e correu na velocidade da luz. Correu tão rápido que tive de me agarrar a ele.

- Pare, seu maluco! – gritei.

- O que?

Com a graça de Deus, chegamos em frente à casa de Eduardo sem nenhum hematoma ou osso quebrado. Saí de cima da moto e me aproximei do portão social.

- Será que me deixam usar o banheiro? Estou apertado. – disse Donatelo.

- Acho que sim. – respondi. – DUDA!

Donatelo saiu da moto e veio até mim, dando uma levantadinha no jeans. Só precisei chamar uma vez. Duda apareceu na porta: “Ah. Já vou abrir.”, disse, voltando para trás.

- É esse? – murmurou Donatelo, notoriamente espantado. – Esse é seu amigo? Quantos anos ele tem?

- Doze.

- Doze?? É uma criança!

- E daí?

- E daí?? Ele nem largou as fraldas ainda!

Ri:

- Ele pode ser pequeno, mas joga vídeo game muito bem. Sempre quando eu venho, a gente joga. Você não gosta de vídeo game também?

- É, mas ao menos já sei o que significa punheta. Ele nem deve ter experimentado ainda.

Pedi para que ele se calasse quando Duda veio até a gente e abriu o portão.

- Está sozinho em casa?

- Minha mãe foi ali na vizinha e já vem. – respondeu-me, com um sorriso.

Deus! Como adorava o seu sorriso!

- Esse aqui é um amigo meu. Donatelo. – apresentei. – Ele precisa usar o banheiro.

- Pode entrar.

Donatelo agradeceu daquele seu jeitão (balançando a cabeça) e nos acompanhou até a sala. Depois que Duda mostrou o banheiro a Donatelo, fomos ao seu quarto onde ele quis me mostrar o jogo que emprestou de um amigo. Dali a pouco tempo, Donatelo apareceu na porta do quarto.

- Já estou indo. – disse.

- O Duda te convidou pra festa de aniversário dele. – comentei.

- Ah, é? – sorriu Donatelo, entrando no quarto após pedir licença. – Quando vai ser?

- Sábado que vem.

- Se eu estiver livre eu apareço. Vai ter salgadinhos e docinhos?

- Vai. Minha mãe encomendou bastante coisa esse ano. Também convidei o Jean. Ele disse que vai vir. E você?

- Não vou perder. – respondi.

- Uuuuuh, você tem Devil May Cry! – disse Donatelo, pegando a capinha do cd do jogo de cima da cama.

- Você joga?

- Joguei um pouquinho só. Mas ainda não tenho esse.

- Eu te empresto.

- Nããão, precisa não.

- Pode pegar. Eu não estou jogando ele agora. Depois me devolve.

- Beleza! – disse, por fim, feliz. – Tá, agora eu estou indo. Espera, não quer que eu te leve pra casa?

- Pode ir. Eu vou ficar mais um pouco. – respondi.

- Beleza, a gente se vê depois. Tchau, Eduardo. ‘Brigadão.

- Tchau.

Permaneci na casa de Eduardo por umas cinco horas, e odiava ter que ir embora. Adorava ficar com ele mesmo que fosse apenas uma criança. Donatelo estava certo, Eduardo era uma criança, mas uma criança linda demais. A todo o momento, quando ficávamos sozinhos, fazia de tudo para que ele me olhasse nos olhos o máximo de tempo possível. Tinha olhos azuis magníficos. Um olhar muito inocente, e lábios de um feitio extremamente convidativos.

Desejava-o em segredo. Deus do céu! Quando crescer, quanto mais bonito se tornará?

Lucas

Meu pai me levou à casa de Duda no horário combinado. Deixou-me na calçada e disse que me buscaria quando eu ligasse pra ele. Agradeci e acenei quando foi embora. Havia muitos carros encostados no meio fio. Deste, e do outro lado da rua. Já tinha um movimento legal na casa de Duda. Entrei na garagem e não precisei me aventurar demais em território desconhecido para encontrá-lo. Ele me apareceu na garagem. Mas não sozinho.

- Rafael??

Ele, ao lado de Duda, olhou-me com desprezo.

- O que faz aqui?

- Eu convidei.

Fitei-o, boquiaberto, por um bom tempo, até uma voz atrás de mim dizer:

- Feliz aniversário, Du!

Virei-me. Dois caras, altos, um loiro e um moreno, de longos cabelos, se aproximaram. O loiro, que falara, deu uma sacolinha a Duda. O outro fez a mesma coisa:

- Como o Lê me disse, falou que você é bom em jogo de luta, então te comprei um.

- Não precisava me comprar nada! – disse Duda, todo feliz. – Ah, estes são meus amigos. O Lucas, que estuda na mesma escola que eu, e o Rafael, vizinho dele.

- Oi.

- E aí?

- Que bom que você veio. – disse Duda, olhando para o moreno altão, de nariz grande que fiquei sabendo, chamava-se Donatelo.

- É, e eu te agradeço por me convidar. Eu gosto de festinha.

- Vamos entrar. Já dá pra comer salgadinho.

- Opa!


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