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- Nem sei por onde começar. - Érika diz ainda sorrindo.

- De preferência pelo começo. - Adelle diz meio impaciente.

Érika apenas dá risada e começa a contar para Adelle tudo que o aconteceu naquele dia e com detalhes, na verdade muito detalhes. Adelle ouvia atentamente com um sorriso no rosto, quando Érika conta sobre o beijo ela quase tem ataque do coração de tanta empolgação e depois que ela termina Adelle fala:

- Eu não disse que meu sexto sentido dizia que vocês iam ficar juntos eu não disse?

- Disse Adelle, mas não estamos exatamente “juntos” como disse continuamos amigos.

- Uma amizade colorida, para ser mais clara dona Érika.

- É, eu prefiro dizer um amigo com benefícios, mas se você quiser chamar de amizade colorida pode ser também. - Érika respondeu rindo.

- Eu acho certo você não aceitar namorar assim de cara, mas uma coisa me incomoda.

- E o que seria dona Adelle? - Érika pergunta brincalhona.

- Se o principal motivo não é o otário que não se pode falar o nome.

Érika gela, Adelle conhecia ela a pouco tempo mas era incrível como conseguia enxergar além das palavras, ela lembrava muito Agatha, porém elas eram amigas desde sempre por isso não conseguia esconder nada dela e agora a história se repete, parece que nunca vai conseguir esconder nada de Adelle também.

- Vamos Érika e nem tente me enganar.

- É que fiquei sem resposta.

- Porque acertei no minimo? Adelle pergunta seria, mas Érika não responde.

- O menina burra. Será que você não vê o obvio? Você está se apaixonando pelo Nick, até porque como você mesma disse com ele você tem sensação antes totalmente desconhecidas, mas ainda tem o otário na cabeça, na boa você precisa esquecer esse cara de vez, por mais que ele tenha se arrependido ou que tenha descoberto um amor que até então era improvável, o cara não presta, ele te usou, te manipulou sem dó nem piedade, te fez cachorrinha dele e você ainda pensa nesse cara como um ser bom pra você? Qual é? Vai ter espirito masoquista longe de mim. - Adelle diz nervosa se levantando da cama e andando de um lado para outro do quarto.

- Eu sei Adelle, minha mente sabe disso, mas …

- Sem mais Érika, você precisa crescer e esquecer, você teve uma oportunidade de ouro, saiu do Brasil e veio pra cá para recomeçar, mas vivendo a sombra do passado você nunca vai conseguir. Você pode ter uma vida maravilhosa, completa, então para de olhar para traz, olha pra frente coisa lenta! - Adelle ainda fala nervosa.

- Eu prometo que vou tentar, mas antes eu preciso saber da Agatha se ela estava mentindo no e-mail e se estava o porque disso. Nunca mentimos uma para outra, isso continua na minha mente eu preciso saber a verdade Adelle, depois que saber a verdade eu coloco um ponto final, eu juro. - Érika diz meio chorosa.

- Hum... quero só ver, mas chega desse papo, você precisa terminar o seu dia como começou muito feliz.

Érika dá um meio sorriso para Adelle, que abraça a amiga.

- Ei, não fica assim, eu só falei essas coisas porque alguém precisa te ajudar a acordar. - Adelle diz ainda abraçada a Érika.

- Eu sei e agradeço.

Elas se afastam e Érika vai em direção ao banheiro, toma um banho rápido e logo está na sua cama, Adelle não estava no quarto, provavelmente teria ido ao refeitório, aquela hora ela sempre ia lá pegar alguma coisa para comer, mas na verdade Érika sabia que ela aproveitava para paquerar o Felippe. Érika sorri imaginando a cena e deita na cama olhando para o teto e começa a lembrar de tudo que aconteceu naquele dia e dorme lembrando do gosto do beijo de Nicholas, talvez Adelle tivesse razão, ela está se apaixonando por ele.

Novamente o sol anuncia um novo dia, as amigas acordam juntas.

- Bom dia. - Érika diz sorridente, pois teve uma noite ótima.

- Bom? Só porque tem sol né? Porque acordar cedo ninguém merece.

- Ai Adelle como você é muito rabugenta sabia?

Em resposta Adelle apenas faz uma careta.

- Ah! Ontem eu esqueci de perguntar. Sentiram a nossa falta? - Érika pergunta se referindo ela e Nicholas ontem o dia todo fora da escola.

- É claro que sim, aqui é um colégio semi-interno, lembra?

- Mas o que você disse?

- Nada, qualquer coisa que eu dissesse poderia piorar as coisas.

- Puts. Isso não é bom.

- Acho que você terá mais uma detenção para cumprir. - Adelle diz recosia.

- Pior não é isso, agora que sei que o meu pai é uns do dono, ele com certeza vai falar um monte pra mim quando nos encontrarmos. Apesar que essa história não me desceu, porque ele nunca me disse nada sobre isso?

- Algum dia você perguntou para ele o que ele fazia?

- Não.

- Então Érika, porque ele ia ficar falando.

- Porque ele é meu pai. - Érika diz como se fosse obvio.

- Bom isso é coisa sua, agora vamos nos arrumar para ir tomar café porque de manhã acordo com muita fome.

- Só quando acorda? - Érika pergunta divertida.

- Engraçadinha. - Adelle diz fazendo careta.

Elas fazem suas rotinas matinais, se arrumam e logo estão no refeitório. Os olhos de Érika procuram os de Nicholas, mais não os encontra, fica um pouco decepcionada, mas tenta não transparecer para Adelle, não queria dar mais motivos para ela ficar zoando. Elas sentam em uma mesa e começam a conversar Érika queria saber o que tinha perdido ontem, tanto em matéria como em acontecimentos, Adelle não está nem um pouco afim de falar mais se vê vencida com tantas perguntas de Érika, elas então tão interdidas que não percebem a aproximação de uma pessoa.

- Bom dia Dona Érika como tem passado? - A assistente do diretor pergunta debochadamente. Érika leva um susto.

- Bem e a Senhora? - Érika tenta descontrair

- Muito bem, agora me acompanhe até a diretoria.

- Pra quê? - Érika pergunta como se não soubesse o motivo

- Para assinar a sua advertência. - A assistente diz em sussurro perto do seu ouvido.

Érika sorri sem vontade para a mulher e se despede de Adelle que fala apenas gesticulando os lábios 'vai ficar tudo bem', Érika assente e caminha ao lado da assistente sem pronunciar nenhuma palavra, quando chega na sala do diretor vê Nicholas sentando em uma das cadeiras, quando a vê ele dá um meio sorriso e o diretor pede para que Érika sente ao lado dele.

- Muito bem dona Érika, me diz como vou dizer ao seu pai que então pouco tempo você já tem duas detenções, uma fuga do colégio e um envolvimento com um projeto de marginal?

- Ei. Eu não sou marginal. - Nicholas diz nervoso.

- Ah não? O diretor pergunta com desdenho.

- Não, não sou. - Diz Nicholas firme.

- Você cabula aulas, tem várias detenções no seu currículo, além de algumas brigas, enfrenta professores, até café derrubou em deles e agora foge do colégio com uma menina e não é um projeto de marginal? O diretor pergunta no mesmo tom debochado.

- Isso não me faz marginal, me faz diferente dos seus alunos certinhos que gostam de viver cheios de regras ditadas por alguém que na certa esqueceu como era ser adolescente.

- Você quer mesmo me enfrentar moleque? - O diretor diz se levantando da cadeira batendo na mesa visivelmente nervoso. Nicholas também levanta da cadeira para respondê-lo mas Érika o puxa e diz:

- Não diretor ele não quer. - Érika diz firme olhando nos olhos de Nicholas que entende e volta a sentar na cadeira.

- Não Senhor Excelentíssimo diretor. - Nicholas diz tentando controlar o seu tom de voz

- Ótimo. Suspender vocês seria muito fácil, então depois da aulas vocês farão ação voluntárias co colégio. - Nicholas e Érika se entreolham temendo o que seriam essas ações voluntárias.

- Que ações seriam essas? - Érika pergunta cautelosa.

- Estamos sem pessoas para ajudar na cozinha, então depois das aulas por um mês vocês iram trabalhar na cozinha, quem sabe assim eu consigo manter vocês dentro do colégio.

- Certo, nos aceitamos. - Érika diz antes que Nicholas diga alguma coisa errada.

- Ótimo, vocês começam hoje mesmo, agora podem ir assistir aula. E se vocês fugirem do colégio novamente eu expulso os dois sem pensar duas vezes, estamos entendidos?

- Sim. - Érika diz rápido.

O diretor olha para Nicholas esperando que ele responda, Nicholas levanta da cadeira calmamente o olha profundamente e diz.

- Entendidos.

- Que bom, agora vão, antes de perderem a primeira aula e ganhem mais uma detenção.

Érika levanta cuidadosamente, pega no braço de Nicholas e saem da sala.

- Poxa Nicholas você poderia facilitar as coisas né?

- Desculpa Keka, mas quando vejo já falei.

- Então faça o favor de se controlar, não quero que você seja expulso. - Érika fala com sinceridade, fazendo Nicholas parar e olhar para Érika sorrindo.

- Não quer eu seja expulso porque?

Érika que falou sem pensar, mas era verdade ela não queria que ele fosse expulso ou qualquer coisa do tipo, ela gosta da companhia dele, mesmo não entendendo muito o porque, ela gosta.

- Ah! Porque sim. - Érika diz sem graça.

- Admite. Ia ficar com saudades minhas né? - Ele diz se aproximando.

- É digamos que só um pouquinho. - Ela diz sorrindo.

- Só um pouquinho? - Agora ele está ainda mais próximo

- Hurum. - É o que Érika consegue responder antes de Nicholas a beijar. Como era bom aquele beijo, ela poderia facilmente ficar viciadas neles.

Eles se afastam sorrindo um para outro, Nicholas entrelaça os dedos nas mãos de Érika e assim ele a leva até a sala de aula, quando chegam na frente da sala ele a olha como se pedisse permissão para dar um selinho nela antes de ir para sua sala, ela olha para os lados e sorri timidamente em resposta, então ele a beija carinhosamente e sai sorrindo. É realmente ela ficará viciada em seus beijos.

Ela entra na sala pedindo licença para o professor e procura por Adelle, assim que a vê vai sentar ao seu lado, Adelle percebe o sorriso bobo de Érika e diz que ela fica muito linda assim 'apaixonada', Érika repreende Adelle, já que pra ela não está apaixonada.

As aulas acabam rápido e Érika conta sobre suas ações voluntárias para Adelle que diz isso era fácil de cumprir, mas suas respostas eram curtas, ela estava fixamente olhando para outro lugar, quando Érika segue seu olhar vê para onde ela olhava, para Felippe e então tem uma ideia para ajudar a amiga, mas iria precisar da ajuda de Nicholas.