Amigos, amigos, amores à parte. Será? escrita por Daiana Macedo


Capítulo 32
Capítulo 30 - Não podia ser pior




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Depois de uma longa procura no grande corredor onde ficava os dormitórios Érika finalmente acha seu quarto, ela respira aliviada imaginando ter um pouco de paz depois de um dia tão perturbado. Ao colocar a chave e girar ela sorri ao ver uma cama no quarto direito com a mala que Tomás havia pego de manhã e ela achara ter esquecido, mas quando empurra toda a porta para entrar vê uma pessoa sentada em outra cama, ela fecha a porta e sorri tentando ser simpática.


– Olá. - Fala Érika sem graça.


A menina que vestia preto, tinha um piercing na boca, cabelos pretos, pele branquinha e algumas tatuagens aparecendo, não dizia nada só observa, fazendo com que Érika fiquei ainda mas sem graça.


– É... eu sou Érika. - Ela tenta novamente.

– Eu não perguntei. - A menina falou séria ainda a encarando

– Ótimo, mais uma. - Suspira e vai em direção a sua cama.

– Mais uma o que patricinha? - A menina agora se levanta da cama.

– Mas uma grossa comigo sem motivos, você já é a terceira. - Respondeu séria encarando a menina que ri.

– Eu que diga então mais uma.

– Mais uma o que? - Pergunta Érika confusa.

– Mais uma patricinha que terei que expulsar do meu quarto, se prepare. - A menina diz e sai do quarto batendo a porta.


Érika fica um tempo olhando aquela porta fechada, suspira e começa a observar o quarto, no lado da menina a parede atrás da sua cama era pintada de preto com um poster que parecia uma banda de rock, a qual ela não conhecia, o quarto era relativamente grande, existia uma cama, um guarda-roupa, uma comoda, em cada lado do quarto, também havia uma porta próximo a sua cama que ela deduzia ser o banheiro, mas ela não foi ver, apenas continua observando o lugar quando resolve ir em direção a sua cama, ela se joga nela e fecha os olhos tentando acordar de um pesadelo, mas ao abrir constata que não era um pesadelo, era a sua nova vida.


– Esse dia não podia ser pior. - Suspira e vira-se para o outro lado.


Vira-se de um lado para outro tentando entender a falta de educação das pessoas que passaram por ela naquele dia, tentando entender porque estava sendo tão difícil tudo naquele lugar, tenta esquecer mas não consegue, ela decide então ver o que tinha na mala e colocar as coisas no lugar para o tempo pelo passar mais rápido e com sorte sua companheira de quarto não apareceria tão cedo.

Ela começa a tirar as roupas da mala, mas percebe que na verdade nenhuma era dela, pareciam roupas novas e de marca, ela olha as etiquetas e fica pasma com os valores.


– Mas que raios é isso? Meu pai mandou comprar roupas novas também? É impressão minha ou ele quer me controlar por inteiro? - Érika joga as roupas na mala novamente, senta na cama ainda olhando aquelas roupas que até então ela nem sabia da existência e deixa uma lagrima cair discretamente, ela olha a parede e suspira.

– Eu não queria nada disso, nada! - Levanta e novamente começa a tirar as roupas da mala, as observa cuidadosamente, eram peças lindas, ela coloca no guarda-roupa, próximo a sua cama que por estar vazio deduz ser o seu, separa tudo e quando finalmente termina, pega seu pijama leva para o banheiro que até então era desconhecido, toma seu banho, se veste e vota para cama.

A sua companheira de quarto ainda não tinha voltado e ela não se arriscaria sair daquele quarto por nada, até que lembra não ter feito nenhuma refeição e não viu Emma o dia todo. Ela não queria levantar, mas percebendo o tamanho da sua fome ela se vê vencida, vai até guarda-roupa novamente, pega uma roupa qualquer, se veste e sai do quarto a procura do refeitório, quando o encontra vê todos jantando.


– Nossa Já é de noite e eu nem vi esse dia passar direito. - Ela observa todos com seus grupinhos e vai em direção ao lugar onde ela via as pessoas se servindo. Ela está tão distraída que não percebe a aproximação de alguém.

– Precisa de ajuda para se achar?


Érika olha surpresa para voz, ao seu lado e vê Nicholas sorrindo de forma debochada.


– Poxa o que eu fiz para você para tanta perseguição?

– Olha só eu aqui preocupado se você está precisando de ajuda e você nem me responde, já acha que estou te perseguindo. - Fala rindo

– Eu não vou perder meu tempo com você. Tchau. - Érika vira-se e continua seu caminho, Nicholas acha graça e vai atrás dela de novo.

– Pelo menos diz seu nome, o meu você soube na detenção estou em desvantagem. - Disse andando atrás dela, ela para, vira-se para ele, o observa por um tempo pensando se responderia ou não, ele continua sorrindo e a olhando, na expectativa da resposta.

– Eu não o seu nome, eu não estava prestando muito atenção e acabei esquecendo em seguida, então não preciso lhe dizer o meu. - Mentiu e continuo o seu caminho, deixando Nicholas encucado.

– Como assim esqueceu meu nome? - Falou para si vendo a menina se afastar, ele coça a cabeça e volta para a mesa dos amigos onde estava anteriormente antes de vê-la entrar no refeitório, sem deixar de seguir seus passos com o olhar.

– Aff que mala, mas que coisa, não se cansa de me irritar e o pior é que ainda não sei de onde conheço aqueles olhos. - Ela fala sozinha agora pegando o jantar e sentando em uma mesa escondida.


Ela janta tranquilamente, ainda percebe os olhares das pessoas em sua direção, mas tenta ignorar, ela come rápido querendo voltar para o quarto o mais rápido possível, assim que termina e já estava levantando para deixar a bandeja em seu lugar uma pessoa a abraça pelas costas.


– Keka, te procurei o dia inteiro. Como foi seu dia.

– Oi Emma nem te vi chegar.

– Nossa! Você não me chamou de pirralhinha? Algo muito sério deve ter acontecido. - Falou rindo.

– Já que sentiu falta, pirralhinha, te chamo de pirralhinha, mas respondendo a sua pergunta o meu dia realmente não foi uns dos melhores não.

– Mas vai melhorar Keka, fica tranquila, agora tenho que ir, a expetora do dormitórios é uma malinha.

– Pelo jeito aqui todos são!


Emma apenas sorri e se despede, Érika então deixa a bandeja e segue para seu quarto, no caminho pensa novamente em sua antiga vida.


– Ai que saudades.

– Umm, saudades do namorado? - Falou uma voz próxima do seu ouvido.

– Você? De novo? - Érika fala constatando que era Nicholas que apenas sorri.

– É eu vim me apresentar já que você esqueceu meu nome.

– Ainda essa historia. - Érika diz indo para seu quarto,

– Ei não me deixa falando sozinho. - Diz indo em sua direção e andando ao seu lado.

– Tá bom. Muito prazer, meu nome é Érika. - Ela diz estendo a mão.

– E o meu é Sebastian muito prazer. - Falou rindo.

– Mas como você é bobo Nicholas.

– Ai tá vendo, você não esqueceu meu nome.


Eles ficam se olhando por um tempo até que Érika balança a cabeça e continua andando e Nicholas continua seguindo-a


– Você vai ficar atrás de mim por muito tempo Sebastian? - Falou rindo.

– Quero saber se você vai saber chegar em seu quarto em segurança Sendy. - Falou brincando.

– Não me chama de Sendy – Diz Érika virando nervosa.

– Nossa! Desculpa só estava brincando. - Disse levantando as mãos

– Eu sei Nicholas, mas por favor em hipótese nenhuma me chame de Sendy, por favor.


Nicholas cruzas os dedos indicadores em frente aos lábios informando que jura não chamá-la de Sendy. Érika vira-se para frente e continua indo em direção ao seu quarto agora em passo largos. Nicholas ainda continua atrás dela.


– Foi tão ruim o que ela fez? Grita ele se aproximando.

– Como assim? Ela vira-se para ele.

– Você se transformou em outra pessoa quando pronunciei o nome Sendy, na certa alguém com esse nome lhe fez algo, foi tão ruim assim?

– Eu te conheci hoje, acha mesmo que vou me abrir para você?

– Não, mas quem sabe você está precisando de um ombro amigo. - Falou sorridente

– Ah! E desde quando somos amigos?

– A hora que você quiser. Deixa de ser marrenta vai.

– Eu marrenta? E você é o que?

– Ué sou o seu novo amigo e exijo ser tratado melhor. - Falou tentando segurar o riso.

– Meu, como você é chato. - Andou até finalmente chegar em seu quarto, mas ao tentar abri-lo, não consegue.

– Não acredito.

– Precisa de um amigo agora? - Nicholas pergunta encostado na parede ao seu lado.

– Não. A chave deve apenas ter enterrado. - Falou sem olhar para ele.

– Tá bom então, quando precisar tô aqui. - Nicholas fala sorrindo da cena.


Érika continua tentando abrir a porta, mas sem sucesso.


– Tá bom eu preciso da sua ajuda, mas não como amigo, como um conhecido ok?

– Melhor que nada. - Ele disse pegando a chave de sua mão e tentando abrir a porta.

– Érika tem certeza que esse é o seu quarto, porque essa chave não é daqui.

– Tenho, claro que tenho, eu fiquei praticamente a tarde toda nele, depois que saí da detenção.

– Bom, essa não é a chave.

– Mas e agora?

– Eu sei abrir fechaduras, mas preciso ver o que ganho fazendo isso apenas para uma conhecida.

– Fala sério, você vai cobrar para me ajudar?

– Claro, só não cobro para amigos. - Falou rindo.


Érika respira fundo, não acredita que o mesmo menino que no primeiro instante que viu achou um mala, agora queria ser seu amigo, ela pensa um pouco e diz.


– Nicholas é o seguinte, a palavra amigo é muito séria pra mim, eu acabei de te conhecer não tem como sermos amigos assim de primeira, mas prometo lhe dar uma chance, pode ser?


Nicholas observa Érika atentamente, ela era diferente de todas as meninas que ele conhecia, todas davam em cima dele e fariam qualquer coisa para tê-lo como amigo, mas ela não, no inicio ele tinha achado que ela tinha entrado em sua frente de proposito na parte da manhã, até porque muitas faziam isso, mas tem visto que isso era totalmente improvável e isso o fascinava de uma forma desconhecida.

Ela fica olhando para ela pensando e responde sério.


– Mas terá que me prometer que me dará essa chance.

– Eu prometo, mas por favor abre essa porta.


Nicholas sorri e pega uma coisa em seu bolso e começa a forçar a fechadura, em poucos segundos ele abre.


– Prontinho.

– Nossa! Que medo de você. - Falou sorrindo e entrando no quarto.

– Não acredito! - Grita a sua companheira de quarto.


Érika à olha sem entender e depois para Nicholas, que está na porta estático com o grito da menina.


– Não acredito que você conseguiu entrar no meu quarto.

– Desculpa, mas até aonde eu sei o quarto agora é meu também.

– Quero ver por quanto tempo.

– Adelle para com isso, você vai expulsar uma e outra vai vim – Diz Nicholas entrando no quarto fechando a porta e olhando para as duas meninas que estavam uma de frente para outra.

– Olha aqui Nicholas você não é ninguém para me dar lição de moral, eu vou tirar essa como tiro as outras, não vou dividir meu quarto com ninguém, com ninguém tá me ouvindo patricinha?

– Para de me chamar de patricinha. Meu nome é Érika e você gostando ou não eu vou ficar nesse quarto.


Adelle se assusta com a resposta de Érika, ela até então não tinha encontrado ninguém que a enfrentasse daquele jeito, mas não dá o braço a torcer.


– Isso é o que veremos.


Ao terminar ela pega algo da escrivaninha que parecia com Ipod, juntos com seus fones de ouvidos, coloca-os em um volume bem alto, que mesmo em sua orelha dava para eles ouvirem.


– Não liga pra ela, ela é gente boa, só não gosta de patis.

– Mas eu não sou pati.

– Mas aparenta ser, suas roupas, seu cabelo …

– Já entendi Nicholas, você também me acha uma patricinha, mas eu não sou tá bom, muito obrigada por abrir a porta, agora eu preciso descansar, pode ser? - Érika diz ao lado porta dando sinal para ele sair.

– Claro, até amanhã. - Ele diz calmamente e sorrindo

– Até. - Érika mantém séria, quando ele sai ela fecha a porta, vai até seu guarda-roupa, pega o pijama que havia colocado antes e deita em sua cama, olhando para a menina que estava de costas para ela, respira fundo.


Não vai ser fácil, mas não vou desistir, vou ficar nesse quarto e mostrar para essa menina que ela não é a única que sabe infernizar alguém”


Quando termina a frase pega no sono. Agora era só esperar o amanhecer.


Foto Adelle - http://www.4shared.com/photo/kMWaiNQA/Adelle.html



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Notas finais do capítulo

Oieee
Digam o que acharam por favor ... =)
Bjinhos