Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 28
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olá, senhoras...
Bem, aqui vai mais um capítulo. Um pouco longo, e um pouco "parado", mas um grande preparativo para os dias seguintes. Enfim... Boa leitura, e até lá embaixo.



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Eu tentei me concentrar nas palavras do padre. Claro... Era um pouco difícil com todos os murmúrios de concordância das pessoas ao meu lado. E Lissa estava entre eles, assentindo veementemente para as palavras do padre. Eu me perguntei o real motivo de eu estar em pleno domingo na igreja, tão cedo... Então Dimitri apertou minha mão. Eu olhei para baixo, onde eu podia ver nossos dedos entrelaçados. Estávamos sentados no fundo da igreja, junto às pesadas portas. Onde normalmente as pessoas que não eram da realeza ficavam. E bem... Eu fiquei contente com aquilo.

– Anda. – Dimitri se levantou, caminhando apressado e ainda cuidadoso entre as cadeiras de madeira. Eu me levantei logo em seguida, indo logo atrás. O ar encheu meus pulmões, o que foi bem vindo. Eu podia começar a sentir a mudança de tempo, claro... Estávamos cada vez mais próximos do natal, o que me fez me perguntar o motivo de ainda não ter começado a nevar de verdade ali. Mas os meus pensamentos sobre o clima foram embora, quando eu senti a mão quente segurar a minha, aquecendo-a. Assim como a meu rosto. Eu olhei para cima, para ver um Dimitri sereno. Aquela era a primeira vez que nós andávamos assim, de mãos dadas. Não que eu não quisesse ou achasse ruim, mas eu nunca havia feito questão de demonstrar que estávamos juntos. Eu apertei seus dedos entre os meus.

Dimitri e eu alcançamos um dos carvalhos, um jardim onde estava sendo feito um bom trabalho. Bem, ou estava antes... E honestamente, eu não estava ligando muito para o jardim.

– Nós não temos esse tipo de aparição em público. – brinquei. Dimitri me deu um pequeno sorriso torto, o suficiente para me fazer sorrir.

– É. Eu sei. – concordou, ele soltou minha mão, o que foi algo quase que agonizante, e sentou-se num dos bancos — o que viria ser uma das pedras grandes onde as pessoas usavam para se sentar — e bateu no espaço ao seu lado. Eu tinha que admitir que fazia um pouco de frio, e estar sendo abraçada por Dimitri, sendo coberta por seu longo casaco de couro quente e com seu cheiro fez eu me sentir maravilhosa. Quase que esquecendo do frio ou de todo o mundo.

– Eu conversei com Hans. – ele continuou, o que me fez soltar um som do fundo da garganta, para que ele continuasse – e ele andou me dizendo que talvez, devêssemos resolver umas coisas. Quero dizer. Há uma missão agora... Logo após o natal. E me convocaram...

Eu levantei minha cabeça, o suficiente para olhá-lo. Dimitri tinha seus olhos além de mim, basicamente para frente. E quando notou que eu o observava, ele abaixou seus olhos para mim. Havia um brilho neles.

– E o que isso se aplica a mim? Quero dizer. Você parece mais como se estivesse pedindo minha opinião. – murmurei. Dimitri apertou meus ombros, puxando-os mais contra si.

– Eu não sei quanto tempo será, Rose... Eu realmente queria saber. Eu conversei com Lissa, e ela disse que sim. Bem, que ela tentaria manter as pontas por aqui, mas eu não sei sobre você. Você às vezes muda tanto de ideia e de atitudes... Eu não sei o que esperar de você às vezes.

Eu ponderei. Bem, honestamente? Eu iria morrer à cada segundo, de saudades dele. Claro que iria. Mas ainda sim, eu entendia. Eu entendia como as coisas eram feitas nesse mundo. Guardiões era a grande massa mandada para as missões. Eu não o culpava, afinal... Dimitri não tinha culpa de ser um dos melhores.

– Quanto tempo? – murmurei.

– Algumas semanas. – ele disse, eu senti meu estomago revirar. Ele iria passar tanto tempo... O que para mim, “algumas semanas” era basicamente a mesma coisa que “uma eternidade”. Por um instante, me perguntei se eu ainda o reconheceria quando voltasse. Mas é claro que sim, eu pensei, me sentindo idiota. – Eu pensei que você iria surtar e dar milhares de razões La Hathaway para eu não ir.

Eu me peguei rindo. Eu realmente fazia aquilo? Bem, certamente que sim.

– Nah. – eu sorri – Eu não vou argumentar para você ficar. Eu posso não ser guardiã, mas eu entendo perfeitamente como essas coisas funcionam. Aliás... Eu nem sei se vou sentir sua falta...

Dimitri olhou para mim, seu rosto sério, mas seus olhos com um brilho intenso de diversão. E eu lutava para não sorrir.

– Ok... – ele fingiu estar desapontado. – Eu não posso te dar razões para sentir minha falta.

– Mas é claro que não. – sorri, me inclinando mais, e pegando seu rosto e o puxando para perto do meu, enquanto eu o beijava. Dimitri me apertou um pouco, uma coisa tão natural. Natural e perfeita... Bem, pelo menos, até escutarmos um coçar de garganta.

– Guardião Belikov. – uma voz soou. Nós nos viramos para ver a forte e pequena Janine Hathaway. Seus braços estavam cruzados em suas costas, seus cabelos curtos pareciam ter crescido desde a última vez que eu a vira. Ela parecia bem, exceto pela sua expressão e suas olheiras. Dimitri se levantou ao meu lado, e eu o fiz em seguida, segurando seu casaco de couro contra mim. Os olhos de Janine caíram sobre mim, e sem hesitar, eu a encarei de volta, de uma forma que eu sabia que ela não havia esperado. Janine tinha sua forma firme de tentar parecer indestrutível, e antes, no passado, eu havia acreditado naquilo — que minha mãe nunca seria destruída. E quanto mais o tempo passava, mais eu constatava aquilo. – Rose...

Meus olhos se alargaram. Não era de seu feitio falar comigo, o que eu já havia me acostumado desde que tinha vindo para a Corte, mas ser chamada pelo meu primeiro nome era ainda mais suspeito do que “Srta. Hathaway”.

– Guardiã. – eu dei um aceno de reconhecimento. O que pareceu bom o bastante para ela.

– Eu poderia dar uma palavrinha com você, se puder, Guardião? – perguntou ela à Dimitri, que assentiu, ainda sentindo o embaraço do instante “mãe-e-filha” entre nós duas. Ele me lançou uma olhar de volto-logo por cima do ombro, e caminhou para mais distante, enquanto eu os assistia. Minha mãe parecia não estar muito de bom humor. Mas bem, convenhamos... Ela havia me cumprimentado sem nenhum tipo de ofensa. Nem ao menos, de forma formal. E então, Janine Hathaway pareceu se alterar. De forma que eu sabia que ela pularia em Dimitri a qualquer instante e o socaria, apesar dele não esboçar nenhuma reação. Eu suspirei alto, me levantando e caminhando até eles. Minha mãe estava vermelha, com raiva.

– O que diabos... – comecei.

– Vocês estão juntos! – ela virou-se para mim, de forma repreensiva. Bem, parecia que estar com Dimitri não trazia muito a sua aprovação. Pelo menos, ela não sabia a respeito de Braddy, o humano com quem eu namorei.

– Sim. Estamos. – respondi.

– Se seu pai estivesse aqui, ele daria uma bela surra em você, Rose. – disse ela, Janine estava naquela forma em que ela parecia ser mais alta do que eu. Eu suspirei audivelmente.

– Bem, parece que o meu pai não se importou o suficiente nos últimos anos, para vir se importar agora. Agora... Você poderia ao menos dizer que aprova, embora sua opinião não importe muito nesse instante.

Janine cerrou os punhos, então assentiu. Sua mandíbula apertada.

– E, aliás... Eu não sou uma meretriz de sangue, fique contente com isso. – despejei. Dimitri apertou meu ombro, de forma que dizia significativamente para eu parar. Eu estava perdendo a paciência também.

– Que seja... – Janine balançou sua mão no ar. – Eu não estarei aqui para ver você arruinada, Rose.

Janine deu as costas, voltando para o caminho da igreja — claro, isso não significava que ela iria para a igreja. Janine dificilmente iria acreditar em Deus ou fazer algum tipo de promessa para que eu me comportasse.

– Você não esteve nesses últimos anos para merda alguma ao meu respeito. – gritei para ela, em seguida, sendo puxada para trás por um Dimitri sombrio.

– Rose. – ele repreendeu. O que me fez suspirar audivelmente.

– Eu sinto muito. – murmure – eu só não consigo fingir que está tudo bem entre nós duas.

– Ela se preocupa com você. – ele sorriu daquela forma simples, sem mostrar seus dentes. Eu chutei algumas pedrinhas no chão. – Eu não tenho tanta certeza disso. Ela se preocupa mais com a reputação dela, do que com a minha.

– Rose. – Dimitri segurou meu rosto entre suas mãos grandes e quentes, seus olhos queimando em um brilho intenso – A reputação dela está formada. Você não a muda em nada. Se ela se preocupa, é realmente porque ela te ama, não por ela. Janine fez o melhor que poderia ter feito.

– Mas ela não foi uma mãe de verdade. Eu aposto que a sua deve ser a melhor do mundo... – resmunguei. Dimitri sorriu, seus olhos distantes agora.

– Nem todos são iguais. – ele disse. – Cada pessoa tem uma forma de interagir. A minha e a sua são totalmente diferentes... Realmente. Mas há uma coisa que as duas têm em comum.

– E o que é? – perguntei.

– Ela ama seus filhos. – ele respondeu – Mais do que a si mesmo.

Ele se inclinou e me deu um leve beijo, abraçando em seguida meus ombros. Eu circulei sua cintura com meus braços, enquanto caminhávamos para qualquer lugar. Afinal, lá fora começava a ficar frio. E eu sabia que em seguida, começaria a nevar. E de repente, todo o frio não me pareceu tão ruim.



~ VΛ̴ ~



– Dimka! – uma voz soou ao longe. Dimitri e eu estávamos de frente à um dos restaurantes para os comuns da Corte. Ele girou sobre seus calcanhares, de forma elegante. Eu tinha um copo de chocolate quente em cada mão, enquanto ele segurava uma caixa de rosquinhas. Então, eu vi o sorriso de Dimitri se iluminar.

– Tasha! – ele exclamou em contentamento.

Tasha Ozera se aproximou, daquela forma elegante que todos os Morois tinham, apesar dela não demonstrar toda a delicadeza que as outras Morois demonstravam. Eu tinha que admitir que ela era uma mulher forte. Seus cabelos longos e pretos estavam soltos e seus olhos azuis pálidos — tais como os de Christian e todo o clã Ozera — brilhavam de forma contente.

– Oh, eu escutei sobre você. É verdade? – ela disse, de repente, toda a animação não estava tão presente ali.

– É. Acho que todos escutaram sobre isso, uh? – ele sorriu, parecendo embaraçado. Dimitri lançou um olhar por cima do ombro, para onde eu estava, eu apenas sorri suavemente. Então Tasha pareceu me notar pela primeira vez.

– Oh. Oi, Rose! – ela acenou com um sorriso educado. – Você soube sobre a missão, uh? Dimitri realmente está muito solicitado ultimamente.

– Tenho certeza que sim, Lady Ozera. – eu disse um tanto que secamente. Tasha pareceu não notar — ou fingiu bem que não notara. Mas bem... Dimitri havia o feito.

– Bem, eu tenho que ir. Eu ainda tenho que preparar umas coisas para o jantar no natal. Vocês irão, certo? – seus olhos azuis pálidos brilharam. Eu tentei dar meu melhor sorriso — o que era difícil.

– Claro. Estaremos lá. – foi Dimitri que respondeu dando um sorriso iluminado. O que fez algo borbulhar dentro de mim — ciúmes.

– Bem, o único problema é que não será aqui na Corte. Será na casa de Christian e Lissa. – ela sorriu – Vamos inaugurar com uma ótima festa.

– Bem, de qualquer forma, eu terei de ir. – Dimitri sorriu o mais educado possível. E bem, eu não o fiz. Eu tentei manter meu sorriso falso no rosto, tentando não ser tão vaca.

– Então. Tchau. – sorriu ela, acenando outra vez e caminhando para longe. Eu vi Dimitri suspirar, enquanto eu me aproximava. Ele pegou uma dos copos da minha mão.

– Você realmente não gosta dela. – aquilo não fora uma pergunta, mas eu me senti na obrigação de responder.

– Nope. Seria só uma questão de tempo para eu fazer outra cicatriz nela. – sorri sarcástica e sadicamente. Dimitri balançou sua cabeça, exasperado, e logo me ofereceu sua mão. Eu entrelacei meus dedos nos seus. Bem, pelo menos, as coisas não estavam tão ruins assim.



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Notas finais do capítulo

Bem, como eu disse, isso foi um tanto que parado. .-.
Bem, vamos aos negócios... Quem aí quer um outro Extra-Belikov?! Tipo... Não é mentira para ninguém que eu realmente gostei de escrever o extra. :B
Então... Cabe mais a vocês, digam.
Beijos, boa semana e até o próximo sábado.
Se cuidem! ;)