Passei a tarde conversando com a Cat em um chat. Beck estava na escola, e como meus pais viajaram ( de novo, era a 4 vez neste mês) eu teria a casa inteira para mim ( e para o Beck) durante toda a noite.

Cat : E então meu irmão havia me feito beber aquela xícara de refrigerante disfarçado de café, só eu já sabia que era refrigerante e não café,e para fazer uma brincadeira com ele, eu joguei tudo em cima dele. E bom, não era refrigerante. Era mesmo café... E ele está no hospital com queimaduras agora...

Eu : De terceiro grau? 

Cat : Não. Apenas de primeiro grau.

Eu : Ah...  :(

Cat : KK. Jade você é tão má.

Eu : Já sabia disso, Cat... Eu já sabia.

Cat : KK.

Eu bebi mais um pouco de meu café.

A companhia tocou. Beck. Com certeza. Encerrei minha conversa com a Cat.

- Entre. – Eu disse alto, em minha voz fria.Ele certamente estava esperando eu o tratar com carinho, e ir até a porta e recebê-lo.  Sorri com esse pensamento... Isso não aconteceria, pelo menos, de novo não.

Ouvi a porta se abrir. Passos vieram até mim.

- Oi Jade. – Ele disse, se inclinando pelo sofá,  e me beijando na bochecha. Eu revirei os olhos e me afastei um pouco. Ele congelou com meu gesto. Mantive minha expressão séria, mesmo me xingando por dentro. Ele merecia isso...

- O que foi, babe? – Beck perguntou, enquanto desviava do sofá, da mesa de centro, e se sentava ao meu lado, passando um braço por cima de meus ombros, me puxando para ele.

- Nada. Por mim, nada. Mas, apenas... Pergunte a Tori. A dona de seu coração hoje. – Eu disse fria. Ele parou, me olhando fixamente, enquanto seu rosto fazia uma careta “Do que você está falando?”

- ... Tori? – Ele perguntou.

- Sim, Beckett. Ou melhor,  Becky. Como a Tori disse.– Eu falo, voltando meu olhar ao meu computador.

- Jade. Aquilo não foi nada...  – Ele insistiu. Revirei meus olhos. Não sei agora o que a palavra “Aquilo não foi nada” significa...

- Seu “nada” quer dizer  o que? Flertar, ter uma queda,tentar  beijar... – Eu falei, ele me interrompeu.

- Nada. Escuta, Jade... Eu já te prometi tantas vezes... Eu não vou te trocar por ninguém. – Ele disse, virando meu rosto, me obrigando a encará-lo. Deus! Como ele era lindo pedindo desculpas... Eu o amava incondicionalmente... E era por isso, que qualquer coisa que ele fizesse me deixava com ciúmes. Eu poderia ser considerada louca por ele, mas, eu não ligava.  

- Não me troca por ninguém, mas sempre tem alguma livre para ocupar o espaço de sua agenda, não é? – Eu gritei. Ele me reprendeu.

- Jade. Eu e Tori, somos apenas amigos. E nada mais.  – Ele me disse com ênfase no “somos”, colocando a sua mão em meu ombro.

- É amigos. Grandes amigos do peito, que flertam juntos, sorriem de qualquer coisa sem graça, trocam olhares, um convida o outro para passeios, ou almoços ...Acham que se beijar na frente da namorada é amizade!  – Eu me levantei do sofá, o olhando.

- Jade. A Tori SÓ é minha AMIGA. – Ele respondeu.

-Não foi o que eu vi. Vocês pareciam, apaixonados, amantes, namorados. – Eu falei entre dentes, cruzando meus braços, me segurando para não chorar. Não na frente dele, nem na frente de ninguém.Eu não o daria esse luxo de me ver assim...  – Se você esqueceu, eu sou sua namorada! SOU EU. E não a Vega.

- Eu sei. E é por isso que a Tori só é minha amiga. – Ele falou, se levantando também. Passando as mãos pelo cabelo.

- É, mas você queria que ela fosse mais que uma amiga. – Eu me afastei dele.

- Não fique brava por isso Jade. Eu não gostaria de ter a Tori como uma namorada. – Eu o interrompi. Por dentro, eu estava meio contente... Pois, se eu ouvi bem : O BECK ACABOU DE FALAR QUE NÃO GOSTARIA DE TER A TORI COMO NAMORADA!. Eu havia explodido de alegria por dentro. Senti o peso em meus ombros evaporar...

Mas, isso ainda não havia acabado. Era minha necessidade o deixar louco.

- Não. Você não gostaria... Você amaria! E você, conseguiu demonstrar isso, Beck. – Eu me virei de costas, mordendo os lábios para não chorar. Eu era mole por dentro, e agora, eu seria dura por fora.

- Não fale assim... – Ele disse. Ouvi os passos dele vindo até mim. - ...Tori é apenas uma amiga. E nada mais. Jade, ninguém vai substituir o seu lugar... em minha vida.

- Eu não consigo confiar em você. – Eu digo, olhei para baixo. Aquilo era tão difícil.

- O que eu preciso fazer para você confiar? – Ele perguntou, se aproximando, ficando ao meu lado. Um trovão me fez congelar... O céu estava escuro, sem estrelas, e choveria na mesma hora.

- Não diga que não vai me trocar por ninguém. – Ele se confundiu com que eu disse.  –              Apenas, não me troque.

Beck sorriu me beijando. Logo depois eu parei o beijo.

- Isso não significa que eu não parei minha fúria por você. – Eu falei, tirando a mão dele de minha cintura. – Eu te odeio.

Ele sorriu. Seus olhos, brilhavam... – EU amo você.

Não consegui parar de sorrir... Beck fazia milagres em mim.

Sentei-me no sofá. Ele fez o mesmo.

- Ei, agora me diga que me ama também. – Beck pediu. Eu revirei os olhos.

- Palavra mágica? – Eu perguntei. Me passando por ele...  Era como se invertêssemos os papéis.

- Ah... Uh... – Ele se atrapalhou um pouco. Surpreso que eu tinha pedido isso. Mais ainda, sorria. - ... Por favor?

E então, Beck veio até mim, me puxando e me fazendo sentar no seu colo. Eu olhei para ele.

- Não. Errou. A palavra mágica seria : Eu sou um idiota por ficar perto da Tori. – Eu falei fria. Ele sorriu, me agarrando pela cintura.

Eu senti seus lábios quentes nos meus. Retribui o beijo.

- ... Eu sei. – Ele disse me surpreendendo.