Last Kiss escrita por mariechampz


Capítulo 6
A despedida dolorosa.




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Eu estava esperando o fogo invadir o lugar, nos matar ali abraçados, só que o que não sabia é que aquela bomba não ia destruir tudo que estivesse ao seu redor, era uma bomba pequena e não era a que estava amarrada a Gerard, a bomba verdadeira estaria dentro dele. Senti o sangue dele escorrer pela minha camisa, o olhei desesperado, seus olhos estavam cheio de dor e os meus também.

-NÃO, NÃO, NÃO! FICA AQUI COMIGO GERARD, TE AMO TANTO!

-t-teer... A-a-amo...

O abracei forte, com toda minha força, como se aquilo fosse o trazer de volta, eu chorava desesperadamente, gritava seu nome. Escutei barulho de vidros quebrando, era de alguns poucos comerciantes e vigias que ficavam  ali toda noite. Eles tiveram muito trabalho para me separar de Gerard, eu estava desesperado pelo cara que eu amo ter morrido em meus braços, a dor na minha perna já não podia nem ser compara aquela dor que estava em meu coração, e a dor a cada segundo só ia aumentando mais e mais. Eles tentavam em vão me acalmar, pois eu não parava de chorar.

Quando acordei a dor de cabeça me incomodava, eu olhei em volta e logo reconheci o quarto de hospital, olhei para o lado e minha mãe falava ao telefone olhando para a janela, ela percebeu que eu tinha acordado e rapidamente desligou o telefone e veio até mim.

-Como você está meu anjo?

-Tonto, Gerard, cadê ele?- Ela hesitou em falar, engoliu seco e disse:

-Não era exatamente uma bomba querido, era um comprimido, eu nem sabia da existência deste, e bom depois de alguns minutos esse comprimido solta seu veneno e depois que esse veneno se espalha pelo corpo não há mais jeito, sinto muito.

Fitei o vazio por um longo segundo, absorvendo a informação, logo senti as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto, é como se estivessem me queimando, minha mãe me abraçou e então eu desabei, tentei formular uma pergunta:

-Q-q-quan... do v-vai ser o ent...?

-Hoje, daqui a duas horas.

Soltei-me de minha mãe, limpei as lágrimas que insistiam em vir.

-Posso ir?

-Se você quiser, sabe que eu não vou lhe impedir.

Assenti e me virei, fiquei pensando ali por um longo tempo. até uma enfermeira vir e me ajudar a me vestir e me colocou em uma cadeira de rodas, me levou até o estacionamento onde meus pais me esperavam. Me ajudaram a entrar no carro e eu fui o caminho inteiro sem pronunciar uma palavra, eu não conseguia, pois a dor também estava na garganta, a vontade de chorar era enorme. Quando chegamos ao cemitério, meu pai e minha mãe me deram a mão, me senti uma criança indefesa nesse momento e comecei a chorar de novo. Enquanto o padre falava um monte de coisas, minha consciência gritava um monte de coisas, eu deveria ter dito desde sempre pra ele que o amava, devia ter aproveitado mais cada momento, ele morreu em meus braços e eu não fiz nada, não podia e isso doía também. Sua últimas palavras foram ‘te amo’, queria tanto ter morrido no lugar dele, ou com ele, pois eu agora não suporto viver sem ele, eu fiz tanta coisa errada, nunca acreditei no amor, nunca tive força de vontade pra fazer as coisas mas depois que conheci Gerard isso mudou, passei a sentir o amor, passei a acordar feliz e agora por ter continuado com minha atitudes idiotas eu havia perdido o que de melhor tinha acontecido em minha vida, o amor da minha existência, minha alma gêmea. Agora eles tinham fechado o caixão e foi então que a ficha caiu de vez, eu chorei desesperado, me ajoelhei e minha garganta doía, minha mãe tentou ir me consolar, mas meu pai a impediu, a mãe de Gerard já estava ao meu lado, eu jurava que ela fosse cuspi na minha cara que a culpa era minha pela morte de seu filho, mas ao invés disso ela se abaixou, levantou meu rosto e deu um beijo em minha testa, ela também estava chorando, eu podia ouvir os soluços vindo do fundo de sua garganta, abracei-a e controlei mais meu choro, meus pais me colocaram de volta na cadeira de rodas, despedi-me da mãe de Gerard e voltei pra casa, chorando em silêncio.Depois daquele dia eu tentava levar uma vida normal, mas era tão diferente, eu chegava no colégio esperando ver um vulto branco vir me abraçar, às vezes, me erguer no ar e quando ele fazia isso eu gargalhava alto suficiente para chamar atenção das pessoas; quando eu chegava no colégio, ao invés disso acontecer, eu me sentava junto de Hay e ela nunca tocava no assunto, nenhum dos meus amigos, porém as pessoas faziam questão de me olhar com pena, uma até desconfiavam que eu tinha assassinado tanto Gerard tanto Jamia, mas eu não me importava, não tinha mais a mesma vontade de viver, Gerard foi e sempre será minha alma gêmea, alguém que me completava em todos os sentidos, mas eu o perdi e até hoje me culpo por isso, porque se eu não estúpido o bastante pra continuar com Jamia, hoje eu estaria aqui como estou –não sozinho e acabado, e sim feliz, olhando os nossos  filhos adotivos, Gerard com seu sorriso encantador, porque nem o tempo iria conseguir modificar a beleza única do sorriso dele.

 

Hoje estou aqui, com meus 70 anos, velho, desnutrido, rabugento e sozinho. Nem amigos mais eu tenho, eles vinham me visitar uma vez ou outra, mas eu a cada dia que passa vou ficando mais amargurado e resmungão, eles até tentavam ser simpáticos comigo, mas como também estão velhos não tiveram muita paciência, eles todos tem uma vida de dar inveja, casados e com seus amados filhos, vão morrer junto de seus amados, vão sorrir até o último segundo de vida por estarem com seu amado.

Claro que houve outros rapazes e moças, mas nada fora igual a Gerard, quanto mais gente eu conhecia, mais eu tinha certeza que ele era minha alma gêmea, a razão da minha existência...

De repente me lembrei da música que cantamos juntos na pequena festa na casa dele e aquela velha vontade chorar voltou, reprimi-a e cantei baixinho, olhando a chuva que caia lá fora:

“I held him close, I kissed him--our last kiss. I'd found the love that I knew I had missed. Well now he's gone, even though I hold him tight.

I lost my love, my  life-- that night.”

À vezes me pergunto porque ainda não me matei, deve ser porque eu ainda nutro alguma esperança de reencontra-lo, idiotice não? Mesmo assim eu tenho esperanças que ele apareça fora dos meus sonhos, porque sim caro leitor eu me encontro com ele em meus sonhos toda noite, todo cochilo no final da tarde. São saudades que sequer o tempo conseguiu curar.

 


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Notas finais do capítulo

Aloooôu. Bem esse ainda não é o último capítulo, er tem uma surpresinha e esse comprimido aí eu inventei porquee bem eu não sei explicar exatamente o porquê '-'
Well, FELIZ DAS MULHERES, WHEEEE õ/ õ õ//
ok ok, tchau. xoxo