Last Kiss escrita por mariechampz


Capítulo 5
5. Sanguinolência




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Não escutei direito a pergunta, estava em transe, pensando no que aquela delinqüente da Jamia poderia fazer ao Gerard, eu estava tremendo e suando frio, olhando pro nada como uma garotinha assustada, com os olhos esbugalhados.

-Você está bem senhor?

-Oh... Sim, quer dizer não muito. Só estou um pouco assustado porque esses dois estavam brigados e. – Logo percebi que não era preciso terminar a frase, saí correndo, simplesmente não queria aquele cara me enchendo de perguntas desnecessárias. Liguei para Gerard e rapidamente ele me atendeu, pelo menos eu achei que ele atenderia.

-Eu sabia você com certeza não abandonaria o seu amorzinho não é mesmo?

-Jamia? O que você fez ao Gerard sua cachorra desprezível?

-Cachorra? Hmm gostei, pode repetir, por favor?- Ela disse como se estivesse sentindo prazer pela situação.

-Vagabunda, diga pelo amor de deus que você só está brincando comigo.

-HAHA. Oh meu bem, mas eu estou realmente brincando, não com você, e sim com um rapaz pálido dos cabelos negros que está muito lindo somente com uma cueca preta e várias armas apontadas pra ele, que, aliás, podem disparar a qualquer momento

-ONDE VOCÊ ESTÁ?!- não consegui formular outra pergunta, o que aquela débil pensava que estava fazendo?

-Você sabe muito bem onde estou-Depois disso ela desligou o telefone na minha cara, tentei em vão ligar para ela ou Gerard, porém ambos os celulares estavam desligados.

Devido à situação esqueci completamente que estava parado no meio de uma calçada e por causa disso percebi alguns olhares curiosos direcionados a mim. Me apressei em sair dali, decidi ir procurar uma resposta e ela também disse que eu sabia onde eles estavam, mas eu não fazia a mínima idéia de onde eles poderiam estar.

Fui para minha casa, não queria falar isso para ninguém, porém lerdo do jeito que sou o Gerard poderia acabar morrendo e eu viver sem ele não era algo que eu queria, ele havia se tornado alguém muito especial para mim em poucas semanas e agora ele é algo que sei que tenho que proteger e cuidar para mim não perde-lo jamais.

Enquanto estava lembrando dos poucos e maravilhosos momentos que tive com Gerard, o telefone tocou, como já estava na minha mão só fiz aceitar a ligação rapidamente.

-Ahhh Frank, acho que você não está se esforçando para encontrar seu amado sabia? Desse jeito eu não posso lhe garantir que vá encontrar ele com todos os seus dedos intactos-Ela disse rindo, podia perceber isso pela sua voz.

-Por favor, Jamia, sejamos inteligentes, vamos agir de forma normal. Por que está fazendo isso?

-PIZZA, PIZZA, PIZZA. LALALALAAA-Ela cantava de forma exagerada, feliz. Ignorando minha pergunta. Mas logo caiu a ficha, hoje de manhã quando me despedi de Gerard nossos lábios acabaram se encontrando, mas ela tinha faltado hoje, como ela poderia saber disso? Fiquei pensando em silêncio alguns segundos, mas logo escutei o barulho no telefone, ela tinha desligado. Não pensei duas vezes, peguei um casaco qualquer que estava jogado em uma cadeira e corri para pizzaria. Corri desesperadamente, estava tão preocupado em encontrá-los que acabei esquecendo de levar algo para poder me proteger de Jamia, mesmo assim ignorei o fato e continuei a correr o mais rápido que podia. Levei alguns minutos até chegar na pizzaria e quando cheguei minhas pernas tremiam de cansaço, eu não me agüentei em pé até porque não sou nenhum atleta, aliás, não me lembro de ter praticado algum esporte alguma vez na vida. Jogado em frente à porta de vidro da pizzaria, tentei olhar e ver algo de suspeito por detrás da porta. Mas parecia estar normal, só tinha uma coisa estranha, como também vendia lanches no local, pelo horário deveria estar aberta ainda, afinal eram apenas 17h30min. Algo estava errado e eu sabia disso, resolvi esmurrar a porta e gritar coisas incompreensíveis e logo minha mão já estava sangrando, porém eu continuei, não tinha praticamente ninguém passando na rua, claro que havia carros, mas ninguém iria parar para ajudar um doido iria?

Já estava chorando de dor, não só por ter esfolado minha mão, mas eu também estava chorando de medo, medo de talvez nunca mais poder sentir o caloroso abraço de Gerard. Eu parei de socar a portar, fui deslizando meu corpo lentamente até o chão, chorando feito criança, me deitei ali no chão mesmo, coloquei minhas mãos sobre meu rosto como se aquilo fosse fazer eu parar de chorar, porém só adiantou para sujar meu rosto de sangue e logo depois disso desmaiei, talvez de fraqueza. A última coisa da qual me recordo é de alguém abrindo a porta e me puxando para dentro da pizzaria.

Quando acordei estava onde deveria ser a cozinha da pizzaria, onde preparam todos aqueles pecados, estava iluminada somente pelo fogo, alguém havia deixado uma pizza lá. Senti que minhas mãos estavam dormentes, olhei para baixo e vi minha mão presa em uma corrente, essa mesma corrente também prendia meu pé, dava a volta pela mesa e um barril cheio d’água, o fim da corrente onde também se encontra o cadeado era amarrado em um armário, a corrente fora amarrada em mim com inteligência, porém também demonstrava o desespero para não me deixar fugir.

 Já estava me perguntando se tinha sido realmente a Jamia quem tinha feito tudo isso, logo apareceu alguém na porta respondendo minha pergunta.

-Eu sabia que você viria salvar seu amado, não sei por que, mas acho que você tem um forte senso de justiça Frank, estou certa?

Era a voz de Jamia.

-CADÊ O GERARD? DESGRAÇADA, PUTA, VADIA O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?- Não pude conter toda a raiva que sentia.

-Uou, calma aí amigo, foi você quem deixou o Gerard com várias armas apontadas pra ele, afinal o que rolou hoje aqui nesta pizzaria mesmo?

Tentei raciocinar, tentei me lembrar do que de tão importante havia ocorrido nesta amanhã, lembrei-me logo do pequeno toque de lábios entre mim e Gerard.

-Então tudo isso por causa do acidente na hora que fui me despedir de Gerard?

-Não seja bobo, não foi só por isso, isso ajudou bastante, mas o que me motivou mesmo foi o modo como vocês se olhavam, o modo como você dava mais atenção à ele do que pra mim. Não tolero ser trocada Frank, ser tratada como lixo, você já deveria saber disso.

-Eu errei em ter continuado com você, mas você exagerou Jamia, poderíamos ter conversado-Tentei parecer o mais calmo e paciente o possível.

-Conversar? HAHA faça-me rir Iero, nada se resolve assim comigo. - Agora ele já não me dava tanta atenção, estava preparando uma pizza, me lembrei que o pai dela era dono de várias pizzarias pelo estado, concluí que essa pizzaria seria uma dessas. Eu sabia que as chances de conseguir escapar dali eram mínimas, era praticamente impossível, mas eu tinha que tentar se eu não tentasse talvez nunca me perdoasse, nem Gerard. Aproveitando seu momento de distração, cautelosamente fui me curvando até meu calcanhar e com os dedos do pé segurei a corrente que segurarava minha mão, fui puxando mão, tentando me livrar daquela corrente, minha mão ainda fedia a sangue, estava doendo, mas eu não podia parar, pois a corrente não estava tão apertada assim, eu tinha uma chance mínima de me libertar. Olhei para cima e não vi Jamia, procurei com olhar ela por toda sala, porém ela não estava lá, rapidamente voltei ao meu plano de fuga. Puxa dali, xinga daqui, depois de aproximadamente uns 3 minutos eu tinha conseguido me libertar nem um sinal de Jamia. Para livrar meus pés não perdi muito tempo, pois agora a corrente estava mais folgada, é o plano parecia inteligente, mas vindo daquela acéfala não se podia esperar muita coisa.

Fui até o faqueiro e peguei uma faca de açougueiro, afinal era a única faca visível ali e eu não podia perder tempo. Quando estava perto da porta, ouvi alguns passos rapidamente voltei para a cadeira e fingir ainda estar acorrrentado, a psicopata havia voltado e ela estava com um pano, balde e alguns produtos de limpeza nas mãos.

-Não acredito que você me fez abandonar minha linda pizza, quando vi você abaixado pensei que estava vomitando ou coisa do tipo e lógico que eu não tolero sujeira na minha coz...

Ela estava tão entretida em falar o porquê do seu sumiço que nem percebeu quando cheguei perto dela e enfiei a faca em seu estômago. O sangue escorreu pela sua boca, ela me olhou e seu olhar era como se me perguntasse ‘por que?’ Pensei que já estava fraca e morrendo, mas ainda conseguiu reagir, já no chão ela pegou uma arma que já se encontrava em seu bolso e disparou contra minha perna, caí por cima de algumas cadeiras, derrubando-as. A dor era forte, mas eu não podia ficar jogado ali, Jamia se arrastava para chegar perto de mim e a arma ainda em sua mão, ela estava preparada para atirar de novo e o fez, disparou contra meu pé esquerdo desta vez.

-Não precisa ser assim Jamia, você sabe...

-...-Nada respondeu, parecia estar decidida em atirar de novo.

 Apressei-me em pegar a faca antes que ela finalmente conseguisse atirar onde queria, ela estava cada vez mais fraca, porém eu não podia arriscar, pequei a faca de açougueiro e o enfiei em seu pescoço, ela emitiu algo pela boca porém logo faleceu ali, o sangue tinha espirrado em mim, a cozinha cheirava a sangue, o sangue de Jamia ia se espalhando pela cozinha e a dor no meu pé esquerdo e perna direita eram insuportáveis, sai me arrastando até a porta que levava a sala do gerente, me estiquei um pouco para alcançar a maçaneta, quando abri não encontrei várias armas apontadas para Gerard e sim uma bomba amarrada nele, e só faltavam 48 segundos para tudo ali explodir. Seus olhos estavam vermelhos, devia ser de tanto chorar, ele me olhou com alguma esperança e aquilo foi o que bastou pra fazer com que eu engatinhasse ainda mais depressa até o dispositivo da bomba, não tínhamos tempo para troca de olhares então me apressei em decidir qual fio eu deveria cortar, minha vontade era de cortar todos aqueles fios pra sair mais depressa dali, mas eu não podia fazer isso, pois qualquer coisa de errado que eu fizesse seria fatal, eu estava tão absorto em pensamentos que me assustei quando Gerard falou:

-Por favor, vá embora, vá ainda dá tempo você ainda tem 40 segundos.

-Eu nunca faria isso com você, eu nunca me perdoaria se fizesse isso.

-E eu nunca vou me perdoar, mesmo depois de morto, por você ter morrido por minha causa.

Ignorei-o e sai engatinhando até a tesoura que se encontrava em cima da mesa, eu estava suando e a dor na mão ficava cada vez mas insuportável por estar ardendo demais, peguei a tesoura e voltei até o dispositivo da bomba que estava amarrado junto de Gerard. Analisei as três opções: Preto, vermelho, azul. Passei a mão por sua pele branca e suada, depositei um pequeno beijo em seu rosto e decidi que cortaria o fio azul.

-CORRA FRANK, PELO AMOR DE DEUS, SAÍA!

-Gerard, acalme-se, por favor. Prometo que vamos sair bem daqui

-Não, você deveria ter saído a muito tempo já- Ele disse já com certa raiva na voz, e eu sabia que não era raiva e sim angústia, desespero e tristeza.

-S...saia, por favor...

Cortei o fio azul, porém nada aconteceu.

12s

-Seu bobo, por que não foi embora?

11s

-Porque eu te amo – Disse a ele olhando em seus olhos e encostei minha testa na dele, ainda o olhando nos olhos.

10s

-Te amo também, meu deus como eu te amo, me desculpa ta?

9s

-Desculpa?

8s

-Foi tudo culpa minha!-as nossas lágrimas agora já rolavam por nossos rostos, desesperadas encontravam o chão e então o beijei com muito carinho, com todo o amor que sentia por ele, foi um beijo de despedida e nós dois sabíamos disso, puxei de leve seus lábios macios para finalizarmos nosso último beijo.

-2s

-Não foi não, bobo. Te amo! – Eu iria morrer feliz, o abracei em meu último segundo de vida.

1s

-T..te amo!

0s!


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Notas finais do capítulo

Hm, fic um pouco rápida talvez, mans sim já estamos nos capítulos finais e já estou com idéia pra outra fic frerard com mais cenas frerards porque essa nem teve praticamente, sorry =/ beijosmil =*