Bianca Voorhees escrita por Millatxf


Capítulo 4
A Voz Sedutora




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Uma semana se passou, era Domingo e haveria o primeiro jogo de Quadribol do ano, Sonserina iria jogar contra Grifinória, e Bianca foi assistir.

O Campo de Quadribol era enorme, havia arquibancadas com centenas de lugares, e eram bem altas para que os espectadores vissem o jogo do alto. Em cada ponta do campo havia três balizas douradas com aros no topo, com mais de quinze metros de altura.

Bianca sentou-se junto com os alunos da Sonserina. E o jogo começou, havia sete jogadores em cada time: um goleiro que defende as balizas, dois batedores que usam tacos de madeira para impedir que os Balaços atinjam os jogadores de seu time, três artilheiros que fazem os gols usando uma bola vermelha chamada Goles, e um apanhador que tem que pegar uma pequena bolinha de ouro com asinhas bem ágeis, chamada Pomo de Ouro. Paul Cruise era o apanhador e capitão da Sonserina.

Um garoto da Corvinal, Steve Norton, estava narrando o jogo com um microfone.

- ...E Lucke Jackson arremessa a Gole para Jenie Smith...ela passa por dois artilheiros da Grifinória, arremessa...e faz gol!! Dez pontos para Sonserina!...

Depois de trinta minutos de jogo a Sonserina estava ganhando o jogo por 30 a 20 da Grifinória.

- ...Parece que o apanhador da Grifinória, John Slater, avistou o Pomo de ouro...como ele se move rápido! Mas Paul Cruise, apanhador da Sonserina está seguindo-o...os dois estão lado a lado tentando pegar o pomo...ai não!!!John foi atingido por um balaço bem no meio da cara...isso deve ter doido...

O jogador que tinha levado o balaço no rosto caiu de sua vassoura, parecia que ele estava com o nariz quebrado, mas mesmo assim o jogo continuou.

- A Grifinória está sem seu apanhador...será que eles ainda têm alguma chance?...Paul ainda persegue o Pomo...ele está chegando perto!...

Paul estava com a mão esticada tentando alcançar o Pomo de Ouro, ele estava quase pegando a minúscula bolinha, quando um balaço veio em sua direção, mas Jack Torres, um dos batedores da Sonserina foi mais rápido e deu uma forte tacada no balaço,o mandando para longe.

- ...Sarah Simmons, capitã do time da Grifinória fez mais dez pontos para Grifinória...mas não acho que isso vai adiantar muito...Paul está quase lá...e ele conseguiu!!! Mais cento e cinqüenta pontos para a Sonserina!! A Sonserina ganhou o jogo!!!

Paul deu um giro no ar desviando de outro balaço e agarrou o pomo com as pontas dos dedos.

Depois do jogo Bianca voltou para o salão comunal onde todos estavam comemorando a vitória da Sonserina. Bianca sentou-se em uma poltrona perto da lareira com Salazar em seu colo, e ficou vendo seus colegas se divertirem.

 

 

 

Duas semanas se passaram e Bianca já havia terminado de ler ‘O livro das Trevas’ como seu pai havia mandado. E havia encontrado dois feitiços ótimos e treinado bastante, tudo o que ela queria era se vingar de Kelly Most e isso ia acontecer hoje à noite.

Depois das aulas Bianca foi procurar Kelly, e a encontrou junto com suas amigas em um dos corredores, perto da sala dos professores.

- Most, eu a desafio para um duelo! – disse Bianca decidida.

- O que? Do que você esta falando? – perguntou Kelly.

- Um duelo Bruxo. Não me diga que você não sabe duelar?

- É claro que eu sei, eu acabo com você a qualquer hora! Eu estou no terceiro ano, conheço muito mais feitiços do que você.

 - Não tenho medo de você – disse Bianca – Aceita o desafio?

- É claro

- Hoje às dez horas, na sala de duelo.

- Estarei te esperando Voorhees...e você vai se arrepender de querer duelar comigo...ah e quem vai ser seu padrinho ou madrinha? Mary será minha madrinha.

Bianca tinha se esquecido desse detalhe, nos duelos bruxos era necessário um padrinho ou madrinha para ficar no lugar do bruxo caso esse morresse.

- Hum...você irá saber hoje à noite - disse Bianca se afastando.

Bianca não sabia quem ela chamaria. “Talvez Richard” pensou Bianca.

Quando ela entrou no salão comunal, ela viu uma de suas colegas de sala, Beatriz Mullet. Ela tinha olhos azuis e cabelo preto e liso e comprido.

Ela estava lendo um livro de Feitiços, Bianca não conversava muito com ela, mas as duas já se sentaram juntas uma vez na aula de Poções.

- Mullet, eu posso lhe pedir um favor? – perguntou Bianca se sentando no sofá de couro.

- Claro Voorhees, o que você quer?

- É que eu desafiei uma garota da Grifinória para um duelo...e eu preciso de uma madrinha...e se você não se importasse...

- Quem você desafiou? – perguntou Beatriz fechando seu livro.

- Kelly Most, do terceiro ano.

- Terceiro ano?! Você está louca?

- Eu não tenho medo dela...e eu já aprendi uns feitiços bem fortes.

- Então tá, eu topo.

- Sério? Isso é ótimo – disse Bianca levantando-se.

- Vai ser ótimo ver alguém da Grifinória apanhando – disse Beatriz – À que horas vai ser o duelo?

- Às dez horas na sala de duelos, agora eu vou treinar um pouco os feitiços que eu aprendi – disse Bianca saindo do salão comunal.

Ela procurou uma sala vazia e ficou treinando, e às nove horas e trinta minutos Bianca e Beatriz foram até a sala de duelos, que estava vazia.

Era uma sala grande e havia uma espécie de passarela de madeira no meio da sala.

Bianca esperou até as dez horas e quarenta minutos, quando finalmente Kelly apareceu com suas quatro amigas.

- Só a sua madrinha deveria vir – disse Bianca.

- Elas só vieram para ver eu acabar com você – respondeu Kelly.

- Vamos ver quem vai acabar com quem – disse Bianca subindo na passarela.

- Boa sorte Voorhees – disse Beatriz – Acabe com ela!

Bianca ainda não tinha tido aulas de duelo, mas já havia aprendido a duelar com seu primo Bryan.

Kelly também subiu na passarela.

As duas ficaram uma de frente para a outra e fizeram uma reverência com as varinhas nas mãos.

Depois da reverência viraram as costas uma para outra e deram cinco passos, e se viraram ao mesmo tempo, porém Bianca foi mais rápida.

- “Everte Statum”!! - disse ela, e uma luz roxa saiu de sua varinha e atingiu Kelly no peito.

Kelly vôou longe e caiu de costas no chão. Mas logo ela se levantou e disse – “Locomoto Mortis”!!

E Bianca sentiu suas pernas grudarem uma na outra, como se tivessem sido amarradas. Bianca se desequilibrou e quase caiu.

Kelly ria e olhava para suas amigas.

- Ainda não acabou – disse Bianca apontando a varinha para Kelly – “Petrificus Totalus”!!!

Kelly não conseguiu se esquivar e foi atingida pelo feitiço. Seu corpo inteiro ficou duro, como se fosse feito de pedra, e ela caiu dura na passarela.

As quatro garotas ficaram espantadas.

- Isso é para vocês aprenderem a não mexer comigo – disse Bianca tentando se equilibrar.

- Uau!! Voorhees, como você aprendeu esse feitiço? – perguntou Beatriz.

Então, de repente a porta da sala de duelo se abriu e a profª McGonagall entrou na sala. Ela estava de pijama e robe vermelho.

- Por Merlin! O que esta acontecendo aqui?

- Foi ela – disse uma das garotas apontando para Bianca.

- Srta. Voorhees, o que você fez? – perguntou a profª McGonagall.

- Eu a petrifiquei – respondeu Bianca apontando para Kelly que a olhava assustada, sem poder se mexer – Foi um duelo.

- Duelo?! Vocês não têm permissão para duelar aqui em Hogwarts! Poderia ter acontecido algo pior!

A profª McGonagall pegou sua varinha e apontou para as pernas de Bianca fazendo um gesto com a mão, e as pernas de Bianca voltaram ao normal.

- Menos dez pontos para a Grifinória e para a Sonserina por essa falta de responsabilidade – disse a profª McGonagall – E me ajudem a levar a sua amiga para a Ala Hospitalar.

As amigas de Kelly obedeceram a professora.

- Amanhã eu quero você Srta. Voorhees e a Srta. Most na minha sala às dez horas da manhã. Agora vocês duas vão para seus dormitórios.

Então elas saíram da sala de duelos e desceram as escadas para as masmorras. E quando elas estavam lá embaixo Bianca ouviu uma voz, atrás dela sussurrando.

‘Voorhees’

Bianca se virou, mas não viu ninguém.

‘Venha comigo Voorhees’

- Você ouviu isso? – perguntou Bianca.

- Ouvi o que? – perguntou Beatriz.

‘Venha...’

- Hum...não, esquece, não é nada – disse Bianca – Vai indo, depois eu entro...eu acho que é o meu gato.

- Você está bem? – perguntou Beatriz.

- Sim, tá tudo bem – mentiu Bianca – Eu vou procurar o Salazar.

- Tá bom – disse Beatriz entrando no salão comunal

‘Venha Voorhees...venha até mim’

- Quem está ai? – perguntou Bianca.

‘Você saberá...apenas venha’

Bianca seguiu a voz até um corredor muito escuro.

-“Lumus– disse Bianca segurando sua varinha. E uma luz acendeu na ponta de sua varinha, que iluminou o caminho.

- Quem está ai? – Bianca perguntou novamente.

‘Você gostou daquilo, não foi?’

- Do que você está falando?

‘De atacar aquela garota...você gostou?’

- Ela mereceu – respondeu Bianca.

‘Eu sei que mereceu...mas você queria mais...’

- Como assim? – perguntou Bianca andando pelo corredor – Do que você está falando?

‘Você queria machucá-la de verdade...você queria matá-la...’

Essa voz era diferente de qualquer outra que Bianca já havia ouvido, a voz sussurrava, falava como uma cobra.

- É claro que não...eu só queria...eu só queria dar uma lição nela.

‘Não...você queria sangue...eu sei disso...você quer ver sangue...’

- Não é verdade. Pare com isso!

‘Eu posso te dar o que você quer...’

- Eu não quero nada...pare de falar isso!! – disse Bianca um pouco mais alto do que pretendia.

Então ela ouviu passos vindo na sua direção pelo corredor, mas ela não conseguia ver quem era, a luz não alcançava. E os passos se aproximavam, andando rapidamente, até que Bianca conseguiu ver quem era.

- Profº Snape!

- O que você pensa que está fazendo aqui a esta hora da noite e, ainda por cima, gritando? – perguntou Snape.

- Eu...é...tem alguém aqui – respondeu Bianca.

- Não acho que tenha ninguém fora dos dormitórios além de você e eu.

- Mas eu ouvi vozes...aqui nas masmorras...

‘Ele não pode te ajudar...’ disse a voz.

- O senhor ouviu? – perguntou Bianca olhando para trás.

- Ouvi o que? – perguntou Snape – Que brincadeira é essa Srta. Voorhees?

- Não é brincadeira professor – disse Bianca – Eu ouvi uma voz sussurrando.

- Você está ouvindo coisas. Vá para seu dormitório agora, e se eu te pegar fora do salão comunal, fora do horário de novo terá uma boa detenção, entendeu?

- Sim, profº Snape.

Snape a acompanhou até o salão comunal da Sonserina. Bianca entrou e foi se deitar pensando na estranha voz que ouviu.

No outro dia, depois do café da manhã Bianca foi até a sala da profª McGonagall. Most já estava lá, e alguns dedos de suas mãos ainda estavam petrificados.

- Que bom que chegou Voorhees, vamos ver Dumbledore – disse a profª McGonagall.

Então elas saíram da sala da McGonagall e foram para a sala de Dumbledore, que ficava em uma das torres mais altas de Hogwarts.

Bianca nunca tinha conversado com o diretor de Hogwarts, e ela estava com um pouco de medo. “O que será que Dumbledore fará comigo?” pensou Bianca.

Elas chegaram a um portal de pedra, onde havia uma estatua de uma gárgula.

- ‘Doces caramelados’ – disse a professora. E a estatua se mexeu e foi para o lado, abrindo caminho para elas passarem.

Havia alguns degraus, e assim que as três subiram, os degraus começaram a subir giratoriamente. Parou em frente a uma porta de madeira, a professora bateu na porta e uma voz calma as mandou entrar.

A sala de Dumbledore era diferente de todas as outras salas em Hogwarts. Era grande e em forma circular, havia milhares de livros nas estantes que cercavam a sala, havia mesinhas douradas com objetos de ouro que Bianca não sabia o que eram.

Em cima de uma das estantes, perto na mesa de Dumbledore, estava o Chapéu Seletor. E nas paredes, acima das estantes havia vários quadros de bruxos e bruxas, que já tinham sido diretores de Hogwarts.

Dumbledore estava sentado em uma confortável poltrona com almofadas vermelhas, atrás de sua mesa. E ao lado da mesa havia um poleiro com a criatura mais bela que Bianca já havia visto: uma Fênix.

- Bom dia diretor Dumbledore – disse a profª McGonagall – Eu trouxe essas duas garotas que estavam duelando ontem à noite, depois do horário de dormir.

- Obrigado Minerva, pode ir agora, eu converso com elas – disse Dumbledore.

- Com licença - disse a professora saindo da sala e fechando a porta.

- Sentem-se – disse Dumbledore com a voz calma – Podem me contar o que aconteceu?

- A....a Voorhees me desafiou para um duelo – respondeu Kelly sem olhar para Bianca.

- Isso é verdade? – perguntou Dumbledore olhando para Bianca.

- Sim, senhor – respondeu Bianca de cabeça baixa.

- E por que você desafiou a Kelly?

- Por que ela e as amigas dela amarraram e jogaram tinta no meu gato, o Salazar.

Dumbledore olhou para Kelly.

- Você fez isso?

- Sim profº Dumbledore, mas era só uma brincadeira – respondeu Kelly.

- Brincadeira?! – perguntou Bianca se levantando – Você iria gostar se eu amarrasse seus pés e mãos e depois te enchesse de tinta?!

- Acalme-se Bianca – disse Dumbledore – E sente-se.

Alguma coisa no olhar profundo e sereno do diretor fez Bianca se acalmar, e ela se sentou novamente.

- Kelly, o que você fez não foi certo – disse Dumbledore – Você sabe disso, não sabe?

- Sim senhor.

- Que bom...então me prometa que não fará isso novamente.

- Sim...eu prometo – disse Kelly.

- Ótimo – disse Dumbledore sorrindo – Agora pode se retirar, irei conversar mais um pouco com Bianca.

Então Kelly saiu da sala. E Dumbledore encarou Bianca.

- Bianca, não deve resolver as coisas com violência.

- Eu sei, mas...mas não tinha outro jeito. Pelo menos agora elas estão com medo de mim, e não vão mais mexer comigo – disse Bianca.

- E você acha isso bom? As pessoas terem medo de você?

- Eu...não, não acho isso bom, mas o que eu posso fazer? Sempre foi assim, todos já tem medo de mim por causa na minha família.

- Eu sei, contudo há muitas coisas que você pode fazer...você pode mudar isso.

- Como?

- Isso só você pode decidir – disse Dumbledore – Tudo depende das escolhas que você faz.

- Mas eu não sei como...eu...meus pais...eles querem que eu...bem...eu não sei o que eu faço.

- Bianca, você é uma garota muito inteligente, seus professores te elogiam muito, eu sei que você vai descobrir um jeito...eu tenho fé em você Bianca.

As palavras de Dumbledore fizeram com que Bianca se sentisse feliz, ele confiava nela, ele não era como as outras pessoas que achavam que Bianca fosse má, como seus pais.

- A propósito...seu gato é muito inteligente – disse Dumbledore.

- Por que?

- Ele consegue te seguir até aqui em minha sala.

Bianca se virou e Salazar estava lá, parado em frente à porta.

- É realmente um belo gato...com um belo nome – disse Dumbledore sorrindo.

 

 

 

Um mês se passou e o tempo estava esfriando cada vez mais, o Natal estava chegando, só faltava uma semana.

A maioria dos alunos estava arrumando as malas para passarem o fim de semana com suas famílias. Contudo Bianca teria que ficar em Hogwarts, pois seus pais foram para Transilvânia. Bianca queria ir junto, mas eles disseram que seria uma viajem de negócios, disseram que foram procurar alguém, mas não falaram quem.

Bianca não achava tão ruim ficar na escola. Em Hogwarts Bianca não era obrigada a ver os ‘amigos’ de seus pais, os outros Comensais da Morte. Quando Bianca estava em casa muitos desses bruxos iam lá, nas reuniões com seu pai.

E Bianca adorava Hogwarts, e gostava dos professores, principalmente do profº Snape, que apesar de ser frio e cruel com os alunos, ele tratavam Bianca bem...ou melhor ele não a tratava tão mal quanto ele tratava os outros alunos.

Bianca estava aprendendo muitas coisas em Hogwarts, ela já sabia fazer vários feitiços, mas a matéria que ela se dava melhor era Poções. E Bianca também adorava andar pelo castelo sozinha, e quando ela estava triste ou nervosa ela subia na torre mais alta da escola, onde também ficava a sala de Astronomia, e ficava sentada na janela de uma sala vazia. Ela passava horas lá, sentindo o ar fresco em seu rosto e vendo a bela paisagem.

 Lá de cima Bianca podia ver Hogsmeade, um belo vilarejo onde só viviam bruxos. E também havia várias lojas onde os alunos do terceiro ano em diante, tinham permissão de ir de vez em quando.

A semana de Natal foi bem agitada, Hagrid trouxe doze enormes pinheiros para o Salão Principal e os professores os enfeitaram, todo castelo estava em clima natalino, até os fantasmas flutuavam pelo castelo cantando canções natalinas.

Na manhã de Natal Bianca acordou bem cedo e viu uma enorme pilha de presentes aos pés de sua cama, ela começou a abrir os presentes sem muito ânimo. Havia alguns livros que seu pai mandou, sua mãe lhe deu um belo par de luvas negras de couro, com uma pequena cobra de prata bordada. Seu tio John havia mandado um livro sobre Poções, que Bianca adorou muito, sua tia Verônica havia lhe dado um diário com capa de couro e o brasão da família Voorhees na capa. Bianca também ganhou presentes de seu primo Bryan e de alguns amigos íntimos da família, mas o que Bianca mais gostou foi o presente de seu avô, ele havia lhe mandado um kit de Poções, com livros e alguns ingredientes muito raros, que só existiam em certos lugares do mundo, lugares de difícil acesso até mesmo para um bruxo. E junto com o kit havia uma carta que dizia:

 

 

Minha querida Bianca, sua mãe me falou sobre sua mais recente paixão por Poções, achei uma noticia maravilhosa.

Você tem todo o meu apoio para aperfeiçoar suas habilidades, por razão disso, estou lhe mandando esse kit de poções. Creio que nem mesmo seu professor deve possuir esses maravilhosos ingredientes.

Faça bom uso deles.

Com amor.

Voorhees

 

 

Quase todos os alunos da Sonserina tinham ido para suas casas, os únicos que ficaram, além de Bianca, eram Beatriz e seu irmão Leonardo Mullet.

Beatriz também estava abrindo seus presentes, na cama ao lado da cama de Bianca.

- Feliz Natal – desejou Bianca enquanto se vestia.

- Feliz Natal, Voorhees – respondeu Beatriz.

Depois de se vestir Bianca foi tomar o café da manhã. No Salão Principal em vez das quatro mesas das casas, havia apenas uma mesa no meio do salão para os poucos alunos que ficaram em Hogwarts. Richard era um deles. O Salão Principal estava magnífico, com os pinheiros enfeitados e o teto do castelo enfeitiçado para parecer que estava nevando dentro do salão

- Feliz Natal – disse Richard sentando-se ao lado de Bianca.

- Feliz Natal – respondeu Bianca.

Foi a manhã mais calma que Hogwarts já teve, lá fora a neve caia nos terrenos de Hogwarts, e fazia muito frio.

         Bianca passou a tarde no salão comunal se aquecendo perto da lareira e durante a tarde ela foi passear fora do castelo, pequenos flocos de neve caiam em seu rosto. Ela colocou seu capuz e foi dar uma volta pelo jardim do castelo que começava a ficar todo branco.

Bianca andava sem perceber pra aonde estava indo, e quando ela percebeu, estava parada na frente da Floresta Proibida.

Um vento congelante veio de dentro da floresta, os pêlos da nuca de Bianca se arrepiaram.

Então Bianca ouviu aquela estranha voz sussurrando, a voz vinha de dentro da floresta.

‘Venha Voorhees...venha pra mim.’

E alguma coisa naquela voz  es da Nfez Bianca obedecer, ela avançou e entrou na floresta. Lá dentro o frio era mais intenso, porém, não havia vento. Bianca não queria entrar, ela sabia que a Floresta Proibida era perigosa, mas suas pernas não a obedeciam, e ela continuou a caminhar pela floresta.

‘Venha pra mim’ chamava a voz.

Quanto mais fundo Bianca adentrava na floresta, mais frio e escuro ficava. Bianca pegou sua varinha e fez um feitiço para iluminar o caminho. Mas não adiantou muito, ela apenas conseguia ver uns cinco palmos a sua frente.

Bianca não sabia há quanto tempo ela estava andando. As árvores estavam cada vez mais juntas e havia vários arbustos com espinhos afiados que dificultavam a passagem. Bianca estava com pequenos cortes em seu rosto por causa dos espinhos, seus braços só estavam protegidos por causa da manga da capa de inverno.

Bianca estava ficando cansada e muitas vezes tropeçava nas raízes das árvores.

‘Venha...você está perto...’ disse a voz que estava um pouco mais alta.

Então Bianca chegou a uma clareira e percebeu que já havia anoitecido. Havia alguém virado de costas, com um capuz e uma longa capa preta que arrastava no chão.

- Quem é você? – perguntou Bianca apontando sua varinha.

Aquela pessoa, então, se virou, porém Bianca não podia ver seu rosto.

De repente várias tochas se acenderam em volta da clareira. Mas Bianca ainda não conseguia ver o rosto dele por causa do capuz, ela só conseguia ver uma fina língua bifurcada saindo de sua boca. Bianca achava que era um homem, pois a voz parecia masculina.

- Quem é você? – Bianca perguntou novamente.

‘Sou um amigo’ ele respondeu.

E ele tirou o capuz, Bianca nunca tinha visto algo tão horrível.

Ele não tinha cabelo e ele era branco como a neve, seus olhos eram amarelos, no lugar do nariz havia duas pequenas cavidades, como em uma cobra e em sua boca, além daquela língua, havia pequenos dentes pontudos.

- Por Merlin! Que diabos é você?! – perguntou Bianca assustada.

‘Pode me chamar de O Cobra’ disse ele se aproximando de Bianca.

- O que você quer comigo?

‘O que eu quero?...apenas te ajudar...’

- Eu...eu não preciso de sua ajuda – disse Bianca afastando-se.

‘Tem certeza?’ perguntou O Cobra se aproximando cada vez mais.

- Sim, eu tenho.

Bianca andava para trás tentando se afastar daquela aberração, e ela tropeçou na raiz de uma árvore, caindo no chão.

‘Ora...não tenha medo de mim...eu sou seu amigo’

Ele parou perto de Bianca e estendeu sua mão para ajudá-la a levantar. Mas no lugar das mãos ele tinha cabeças de cobras, uma no lugar de cada mão, com bocas grandes e dentes afiados.

- O que é isso?!

‘Isso?...não é nada, não se preocupe com isso’

- Não me preocupar? Você é uma aberração – ela disse se levantando.

‘Não seja tão mal educada, e me escute...eu quero te ajudar...o que você fez com sua amiga, a Srta. Most, foi pouco...ela merece mais!’

- Ela não é minha amiga.

‘Eu sei...e eu também sei que você quer vê-la sofrer...’

- Não...eu não quero, ela já teve o que ela merecia.

‘Ah, sim...você quer...esta tudo ai dentro de sua cabeça...’

- Você esta lendo minha mente?

‘Não é necessário ler sua mente para saber o que você quer...está no seu sangue’

- Você não sabe o que eu quero! Então me deixe em paz!

Tudo bem...vá’

Bianca o encarou.

- Eu...posso ir?

‘Sim...como eu disse, eu sou seu amigo, não vou te obrigar a fazer nada’

Bianca hesitou, mas então se virou e começou a andar.

‘Nós nos veremos de novo Bianca...e tome cuidado com a floresta...’

Bianca olhou para trás porém O Cobra havia desaparecido e todas as tochas começaram a se apagar. Bianca começou a correr, ela tinha certeza que nenhuma criatura havia aparecido até agora por causa do Cobra, mas agora ele tinha ido embora.

Ela queria sair logo da floresta, contudo achar o caminho de volta não foi tão fácil. Bianca andava rápido, mas não conseguia encontrar a saída. Ela estava começando a ficar com medo.

“E se eu não achar a saída?” pensou Bianca “E se alguma criatura aparecer?”.

Bianca ouviu falar que havia Lobisomens e outras criaturas muito perigosas na Floresta Proibida.

Bianca parou ofegante, apoiando as mãos nos joelhos. Então ela ouviu o barulho de um galho quebrando, tinha alguma coisa lá, atrás dos arbustos. Bianca apontou sua varinha, pronta para atacar, quanto Hagrid saiu dos arbustos com uma enorme besta nas mãos.

- Hagrid?! O que está fazendo aqui? – perguntou Bianca.

- Eu que deveria te perguntar isso, o que você está fazendo aqui?

Antes que Bianca pudesse responder ela ouviu latidos e um enorme cão cinzento pulou em cima dela e começou a lamber seu rosto.

- Canino! Saia de cima dela!! – disse Hagrid puxando o cão pela coleira.

Bianca se levantou, limpando seu rosto com a manga de sua capa.

- Você está bem Voorhees? – perguntou Hagrid.

- Sim...estou bem, obrigada Hagrid – respondeu Bianca aliviada por Hagrid estar lá.

- Agora me fale o que você está fazendo aqui? Já é mais de meia-noite, e essa floresta é muito perigosa.

- Eu sei...é que...eu me perdi.

- Você poderia ter morrido aqui – disse Hagrid – Agora vamos, tenho que te levar até o Dumbledore.

- Mas Hagrid, por favor...eu...

- Sem mas, e vamos logo.

Bianca o seguiu, eles saíram da floresta e entraram no castelo. Mas no caminho da sala de Dumbledore, o profº Snape apareceu.

- O que está havendo aqui Hagrid? – perguntou Snape.

- Eu encontrei a Voorhees na Floresta Proibida – respondeu Hagrid – Vou levá-la até o diretor.

- Dumbledore já está dormindo – disse Snape – Deixa que eu cuido dela.

- Hum...tudo bem então – disse Hagrid virando-se e indo embora.

Snape encarou Bianca, e ela desejou estar de volta na Floresta Proibida.

- Professor eu...

- Pra minha sala agora! – ele disse.

Snape parecia furioso, Bianca o seguiu até sua sala e eles entraram.

Assim que fechou a porta, Snape segurou Bianca pelo braço.

- O que você pensa que está fazendo? – perguntou Snape.

- Eu...

- Primeiro atacando outras alunas.

- Mas...

- Depois, andando pelo castelo depois da hora de dormir e ainda por cima dizendo que está ouvindo vozes!

- Mas eu...

- E agora andando na Floresta Proibida! Quem você pensa que é? Você acha que pode fazer o que quiser?

- Professor...eu...eu...

- O que você quer? Ser expulsa de Hogwarts?!

- Não...professor o senhor está machucando meu braço...

- Então se não quer ser expulsa é melhor obedecer às regras!

- Professor...meu braço...

- Menos vinte pontos para a Sonserina!

- Mas... meu braç...

- Calada!!!

Bianca se calou na hora.

- Eu estou falando com você – disse Snape – Então fecha essa boca.

Bianca nunca tinha visto o profº Snape tão bravo, era assustador.

Ele falava com o rosto perto do rosto de Bianca e apertava seu braço.

Os olhos de Bianca se encheram de lágrimas e Snape a soltou e se afastou.

Bianca ficou parada com a mão no braço, que estava dolorido, e as lágrimas escorriam em sua pele pálida.

Então Snape falou, e agora sua voz estava mais calma, porém mais fria.

- Você cumprirá uma semana de detenções...quero você aqui, amanhã às oito horas da noite.

- Sim, senhor – disse Bianca.

- Agora vá direto para seu dormitório.

- Sim, senhor – disse Bianca saindo da sala de Snape.

Ela foi para o seu dormitório, todas as garotas já estavam dormindo, ela se deitou e logo adormeceu pois estava exausta, ela teve sonhos terríveis com a Floresta Proibida e serpentes.

 

 

 

No dia seguinte todos os alunos estavam de volta a Hogwarts e as aulas recomeçaram, ainda nevava e estava muito frio. A sala mais fria era a sala de Poções.

Depois do fim das aulas Bianca ficou na biblioteca fazendo um trabalho de Poções e outro de Herbologia. E quando faltava trinta minutos para às oito horas ela foi para a sala do profº Snape para cumprir sua detenção.

Ela bateu na porta e Snape a mandou entrar. Ele estava pegando alguns frascos e colocando em cima de uma mesa, onde havia raízes, algumas folhas amarelas e umas sementes, Bianca sabia que aqueles eram ingredientes para a poção Calmante.

Bianca se aproximou.

- Com licença profº Snape.

- Primeiro você irá picar as raízes e colocar nesse frasco – disse Snape mostrando um frasco que era maior do que os outros – Depois você esmaga as folhas e as sementes e coloca tudo no mesmo frasco, em seguida é só misturar e colocar uma pequena quantidade em cada um desses frascos menores. Você entendeu?

- Sim profº Snape.

- Então pode começar.

Ele se afastou, sentou em sua cadeira e começou a escrever em caderno com capa de couro.

Bianca pegou uma faca de prata e começou a picar as raízes.

Depois de uma hora Bianca havia misturado todos os ingredientes, colocado nos frascos e até rotulado com o nome: ‘Ingredientes para poção Calmante’.

- Profº Snape, eu já terminei – disse Bianca.

Snape parou de escrever e com um aceno de sua varinha, os frascos flutuaram e foram para o armário de ingredientes.

- Pode ir agora – disse Snape sem olhar para Bianca – E esteja aqui amanhã no mesmo horário.

- Sim, senhor – disse Bianca – Com licença professor.

Bianca saiu da sala de Poções e foi para seu dormitório.

 

 

 

Durante toda a semana Bianca esteve muito ocupada com as aulas, trabalhos dados pelos professores e com as detenções com o profº Snape que não teve muito tempo para se preocupar com O Cobra.

No final de semana depois do café da manhã, Bianca saiu do castelo com Salazar, ainda estava muito frio e os jardins estavam cobertos com neve, toda paisagem estava branca e calma. E havia alguns alunos perto do Lago Negro brincando de jogar bolas de neve. Richard e Kevin também estavam lá se divertindo com seus colegas, até que quatro alunos da Sonserina do mesmo ano que Bianca se aproximaram deles.

- Peguem eles – disse um dos garotos chamado Eduard Miller.

Eduard tinha olhos verdes, pele branca, cabelo preto e liso, penteado para trás. Ele era filho de uma família como a de Bianca: rica, influente e ligada a Arte das Trevas.

Então um deles que era grande e forte, chamado Bill Eninco, empurrou Richard, que pegou sua varinha, porém foi tarde demais, Bill deu um forte soco na cara de Richard. E outro garoto, de pele morena e gordo, chamado Denis Dibson, começou a bater em Kevin.

- Eninco, Dibson! Deixem eles em paz – disse Bianca se aproximando.

Os dois obedeceram e pararam de bater nos garotos.

- Qual é o problema Voorhees? – perguntou Eduard – Você deveria ficar do nosso lado, e não defender esses idiotas da Grifinória.

- Não importa a qual casa eles pertençam, você não pode mandar seus amigos baterem neles – disse Bianca.

- Viu Justin, a Voorhees tá com dó desses coitadinhos – falou Eduard para o outro garoto que estava com eles.

Ele tinha cabelo preto e comprido, seus olhos eram negros e ele tinha um nariz comprido e torto. Justin era totalmente diferente de Eduard, ele era quieto, não gostava de conversar com ninguém e passava horas na biblioteca estudando. Bianca não entendia porquê ele andava com o grupinho de Eduard

- Vamos embora Eduard, isso é perda de tempo – disse Justin de cabeça baixa.

- Asava horas na biblioteca estudandorupinho de Eduardto, nrto.istpco na cara de Richardhh Justin, você também?...Tudo bem, vamos embora – disse Eduard – A gente se vê depois, maricas.

Eles, então, foram embora. Richard se levantou limpando o sangue de sua boca.

         - Vocês estão bem? – perguntou Bianca.

- Sim, obrigado Bianca – disse Richard.

- A gente não precisava de sua ajuda – disse Kevin – Agora você vai querer algo em troca, não é?!

- É claro que não...

- Até parece - disse Kevin saindo e indo para o castelo.

- Não liga pra ele Bianca – disse Richard.

- Tudo bem...Richard, por que o Eduard mandou os amigos dele baterem em vocês?

- Porque eu lancei um feitiço nele ontem. Ele e os amigos dele estão no meu pé e do Kevin desde o começo do ano.

- Hum...eu vou tentar falar com eles – disse Bianca.

- Eu acho melhor não, porque ele vai pensar que eu to com medo dele.

- É você quem sabe, Richard.

- É...eu acho melhor deixar isso pra lá – disse Richard – Mas mesmo assim valeu por me defender, agora eu vou atrás do Kevin. Tchau.

- Tchau.

Bianca continuou a caminhar pela neve, ela se sentou em uma rocha à margem do lago, que estava congelado, e ficou brincando com Salazar.


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