E quando eu vou me reencontrar com Louis? Amanhã vou em um meet & greet de um show da One Direction, com o meu filho.

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Foi a decisão mais difícil que eu já tive que lidar, mas acho que esta na hora do Louis e os meninos saberem porque eu sumi.

Coloquei William para dormir as 20h. Pego meu laptop e começo uma conversa de vídeo com minha mãe e meu pai.

- Tudo bem filha? – Meu pai pergunta se sentando na cadeira ao lado de minha mãe.

-  Sim, eu decidi uma coisa e quero avisar vocês... – Respondi, eles se arrumam na cadeira e eu faço o mesmo. – Amanhã, eu vou levar William para conhecer Louis.

Eles ficam sem reação, mas se olham e sorriem.

- Isso é bom. Parar de ser besta e ficar se escondendo, esta na hora de continuar, seguir em frente. Fale para o Louis que este filho é dele, mas que você não quer que ele assuma, só que ele saiba. – Disse meu pai.

- Você tem certeza, Eleanor? – Minha mãe perguntou. – Você quer fazer isso? Está preparada? Será um choque! E não só para Louis, e sim para você, por rever ele e falar sobre nosso neto. Eu sei que ele é um ótimo homem, ele vai querer cuidar do filho, ele vai se importar.

- Exatamente por isso mãe! Eu sei que ele é bom, ele vai cuidar do William e a gente -

- Eleanor, não va lá esperando que ele vá voltar com você! – Minha mãe me cortou e meu pai concordou.

O sorriso que apareceu por eles me apoiarem desapareceu. Eu realmente esperava e queria que depois que Louis visse William, nós voltássemos. Casassemos e vivêssemos dessa vez um conto de fadas eterno. Mas eu tenho que me desapegar disso.

“Não vai acontecer.” – Pensei. “ Ele vai ver William e no maximo começar a pagar pensão e então irá atrás de uma cantora, atriz ou modelo e eles irão se casar. Eu continuarei a ser a depressiva e abandonada, com um filho, ex-namorada.”

- Tá, eu só queria que vocês soubessem... – Falei para minha mãe e meu pai, rapidamente me despedi e desliguei a chamada. Desligo o laptop, o deixo na mesa e então choro.

Cuidar de um bebê sozinho, com agora 1 ano e 7 meses, não foi fácil. E William começava a perguntar:

“Cadê o papai?” “Papai vai vir hoje?” “Eu tenho papai?” Não sei como ele sabia essas coisas, já que ele vivia dentro de casa. Talvez ele tenha aprendido um pouco com Kelly, a filha da minha prima Sophia. Uma das outras pouquíssimas pessoas que sabiam que William era filho de Louis.

Mas eu tenho essa esperança boba de viver novamente com Louis, mas acho que agora eu terei de me acostumar com ser apenas feliz por tirar o enorme peso das minhas costas. Dele sem saber que tem um filho no mundo.

23h. Era o que marcava no meu relógio.

Fui até o quarto de William, apreciei meu filho dormindo tranquilo, sem se responsabilizar de nenhum problema. Arrumei sua coberta e coloquei sua chupeta, que ele cuspiu enquanto dormia, novamente em sua boca. Fui dormir.

9 da manhã do dia 17 de maio (domingo)

Acordei com William chorando.  

Levantei rapidamente e fui correndo até seu quarto.

- Oi meu amor! – Eu falei abrindo a porta do seu quarto.

- Mamãe. – Ele falou de dentro do berço, esticando seus bracinhos gordos.

- Você quer tetê? – Perguntei o levando para a cozinha. [n/a: eu não sou a única que falava tetê né?]

- Qué.

Coloquei ele no seu cadeirão e lhe preparei sua mamadeira.

Peguei ele no colo, o coloquei na minha cama e lhe dei a mamadeira. Comecei a arrumar a bolsa que eu vou levar hoje ao meet & greet.

Grande parte era só do William, como roupas reservas, chupeta e lenço, fraldas; pois ele não vai ter como ir no banheiro; comida e mamadeira. Para mim apenas celular, câmera, carteira, e nécessaire de maquiagem.

- Porque saco mamãe? – William perguntou se arrastando, mexendo na bolsa.

- A gente vai sair hoje bebê. – Eu respondi sentando na cama.

-Sair? Eba! – Ele começou a pular na cama com um sorriso no rosto.

Como isso me machucou. Eu acabei aprisionando meu filho na sua própria casa por não querer sair e encarar o mundo sem ter Louis.

- Sim bebê. Sair. – O puxei, o sentando, o fazendo parar de pular. Ele tinha acabado de comer. - Termina a mamadeira pra gente brincar lá na sala.

Era 16h quando saímos de casa, o meet & greet era às 15h.

Chegamos lá era 16:50. Por sorte Londres era frio, então coloquei minha jaqueta com a minha touca, um cachecol e agasalhei William.

O quarteirão em volta do estádio estava lotado de Directioners, cantando, sentadas, chorando, conversando, andando. Arrumei minha touca, tentando não mostrar muito meu rosto, morrendo de medo que alguém me reconheça.

- Com licença, eu tenho passagens para Meet & Greet. Que portão eu tenho que ir? – Perguntei á um segurança.

- Este portão aqui. – Ele falou apontando para sua frente. – Fale com o segurança de lá, ele esta checando.

Fui até o portão, mostrei meu ingresso vip e entrei. Andei pela fila formada por grandes, que deu até uma porta aberta. Entrei.

-Onde a gente vai mamãe? – William perguntou me abraçando mais forte.

-Você já vai ver. Não precisa ficar com medo.

Era o backstage do estádio. Continuei andando até ver uma mulher no fim do corredor.

- Meet & Greet? – A mulher com uniforme perguntou.

- Sim. – Respondi arrumando minha touca e mostrando a credencial.

- Fim do corredor, primeira porta a direita. – Ela falou e me deu passagem.

Virei o corredor e respirei fundo. “É agora”.

Arrumei William nos meus braços e entrei na sala. Suspirei aliviada. Eles ainda não estavam na sala, fui para o fundo da sala.

- Mamãe... – William me chamou. – Onde gente ta?

- Calma bebê, calma.

- Que bebê fofo! – Duas meninas chegaram perto de nós olhando pro William.

- Obrigada. – Eu falei quase num sussurro.

- Meu Deus, ele parece tanto o Lou! Os olhinhos separados. – A outra menina falou sorrindo.

- Qual seu nome, coisa linda? – A menina falou, e olhou para mim. Olhei para baixo, e William fez charme.

-William. – Respondi.

-Se parece com o Louis, e ainda tem o mesmo nome?

-É, foi de propósito. – Falei.

- Ooown. Directioners plays hard. – Elas riram e eu dei o meu melhor sorriso.

A outra menina me olhou com os olhos serrados e depois balançou a cabeça. Ela tinha me descoberto?

-Ei, por favor, todos encostados na parede! – Um organizador falou, interrompendo meus pensamentos.

Fui com todo o resto para a maior parede e me encostei lá, tentando ao máximo me esconder. Olhei em volta rapidamente, para a produção. Seus managers estavam lá, eu conhecia todos eles.

Preston, empresário principal, ficou me olhando. Tentei ao máximo me esconder, colocando William perto do meu rosto. O organizador passava regras que eu nem ouvia. Preston falou com Lucie, uma produtora da banda, os dois olharam para mim e ela saiu do quarto. Droga!

Quando o organizador terminou de passar as regras, Paul Higgins, segurança pessoal dos meninos entrou na sala. As fãs gritaram por ele. Ele foi até o Preston, que lhe falou algumas coisa e os dois olharam para mim. Paul arregalou os olhos.

Droga! Droga! Eles me descobriram!

- Os meninos já vão vir, ok? – Paul anunciou.

As fãs assentiram.

Ele começou a andar.

“Por favor, sai. Sai. Vai embora e não fala nada pra nenhum deles!” – Comecei a rezar na minha mente.

Paul virou na nossa direção.

- Mas eu preciso que você venha comigo. – Ele falou pegando no meu pulso.

- Eu falei que era a Eleanor! – A menina que olhou para mim antes gritou para sua amiga, fazendo com que todos olhassem para mim.

MERDA! – Gritei na minha mente. Ele me puxou e eu segurei William mais forte, que começou a choramingar.

- O que foi bebê? – Perguntei secando uma de suas lagrimas e arrumando seu suspensório.

- O moço vai machucar mamãe.

- Não, não vai não.

Paul me arrastou até o final do corredor, sem ninguém podendo nos ouvir perguntou:

- Por onde você esteve Eleanor? De quem é esse bebê?

- Oi Paul, senti sua falta, tá? – Falei irônica.

Eu não menti, eu realmente senti falta dele. Eu senti falta de todos da produção, eles são incríveis.

- Você vai falar com os meninos? – Ele perguntou ainda fitando o meu bebê.

- Não agora, acho que vou estragar o Meet se o Louis me ver antes... – Eu falei colocando William no chão, meu braço estava doendo.

Ele começou a chorar.

-Não, não. Não chora, meu braço só ta doendo. Segura minha mão! – Ele pegou minha mão chorando mais baixo.

Respirei fundo e continuei:

- Eu preciso falar com o Louis. Com todos! Acho que ele podem saber o que aconteceu...

- A Danielle esta aqui. – Paul falou pegando William no colo. – Oi, você ta bem? – Ele perguntou pro meu bebê.

Ele é bom com crianças.

William assentiu com a cabeça e Paul sorriu, o jogando no ar. William riu; aquela risada gostosa de bebê.

- Eu vou deixar vocês em outra sala e quando o Meet terminar, eu te levo até os meninos. – Paul falou voltando a me olhar.

-Obrigada Paul! – Falei e o abracei.

Ele me abraçou forte de volta.

Nossa! Como eu precisava de um abraço. A tensão diminuiu.

-Sério, obrigada por tudo Paul. Quando eu estava... –Engasguei. – quando eu estava com o Louis, você sempre me ajudou.

Ele sorriu e acariciou minhas costas, então me soltou.

-Tá, vem. Eles tem que ir pro Meet & Greet. – Ele me levou para um camarim pequeno, com um sofá, um espelho, uma arara de roupas no canto e uma TV.

-Ninguém vai entrar aqui? – Eu perguntei.

-Não. Eles nem devem saber que tem essa sala. Quer que eu traga a Danielle aqui?

-Não!

Paul deixou William e eu sozinhos. Coloquei minha bolsa no sofá. William me olhava curioso.

- Sabe bebê, algo vai mudar nas nossas vidas daqui um tempo. Você tem que ser forte, porque eu não fui. Mas tudo vai ficar bem. A gente vai sair mais, não vou mais te trancar, eu já cansei dessa vida, como se não existisse salvação, eu tenho que parar com isso. Você é a minha salvação. Eu vou te fazer feliz, filho, eu vou.

 Eu falei olhando e acariciando William, mesmo sabendo que ele não entendeu nada.

 Alguns minutos depois Paul voltou e ligou a TV, avisando que os meninos tinham que entrar no palco agora, e que eu poderia assistir o show pela "TV". Eu apenas ouvi, fiquei de costas para a TV temendo olhar para Louis. Quando Paul voltou para me pegar, William dormia no meu colo. Acordei William.

-Vamos, eu avisei eles que eu tenho uma surpresa e que era melhor Louis se preparar porque podia ser chocante para ele. – Paul falou trancando a porta do camarim. Soltei uma risada sem vida pelo final de sua frase.

 Fomos até um outro corredor, Paul parou na frente de uma porta e colocou a mão na maçaneta.

- Preparada? – Ele me perguntou.

- Não, mas eu tenho que fazer isso. Qualquer coisa pega o meu filho. – Falei respirando fundo e me abanando. Estava pior do que nervosa.

- Respira fundo de novo! – Paul falou e abriu a porta com um estrondo, que fez quem estava la dentro gritar pelo susto.

- Caralho Paul! – Preston gritou.

- Bem, a surpresa ta aqui fora... Se vocês se organizarem, ela pode entrar. – Paul falou.

-É comida? - Niall perguntou. Todos riram. - Eu to com fome!

- Se vocês se org - Paul tentou repetir.

- Isso não é uma sessão de autógrafos Paul... – Louis cortou ele no seu tom debochado.

Minhas pernas tremeram e quase falharam depois que eu ouvi a sua voz. Sua voz era a melhor musica para os meus ouvidos, a coisa mais divina que poderia existir.

Paul olhou para mim e me chamou com a mão.

Respirei profundamente, com os olhos fechados, pegando todo o ar que meus pulmões permitiam. Ainda escondida na touca, entrei na sala, com a cabeça baixa.

- Quem é? – Zayn perguntou baixo.

Respirei fundo de novo e olhei para cima, tirando a touca da minha cabeça, socando o cachecol na minha bolsa e arrumei William em meu braço.