love. escrita por Taengoo


Capítulo 18
Chapter 18: Friendship




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♫ It's friendship, friendship,

just a perfect blendship

When other friendships are up the crick,

ours will still be slick 

“Melhores amigos são os nossos verdadeiros tesouros. Às vezes eles nos conhecem melhor do que nós mesmos. Com gentileza, e honestidade eles estão lá para nos guiar e nos dar o suporte que precisamos nos momento dificies da vida. Estão presentes nas situações de alegria, e de tristeza. A presença deles nos fazem lembrar que nunca estamos sozinhos de verdade. Eu sou feliz por ter encontrado os meus.”

— Magali. Abr19

[...♥...]

O domingo de Cascão tinha mudado drasticamente depois da visita de Magali. Nossa, como aquela garota podia ser divertida quando queria. A comilona conseguiu anima-lo de tal forma, que nem se lembrou mais do que ia fazer se ela não tivesse chegado em sua casa naquele momento. Com certeza a companhia dela foi bem melhor do que alguns copos de álcool.

Eles passearam de patins por horas, apostaram várias corridas, e no final já estavam cansados, e com dor de barriga de tanto que riram.

Como já tinha escurecido, e precisavam de um banho, sentaram-se na calçada para retirar os patins.

— Eu estou esperando... – disse ela do nada.

— Esperando o que?

— Você admitir que nossa saída foi mais divertida do que qualquer outra coisa que você pensou em fazer hoje.

Ele soltou uma risada sem graça e coçou o pescoço.

— É, eu admito... Eu nem sei se posso chamar o que eu ia fazer de divertido.

— Você não ia na casa do Cebola quando eu cheguei?

— Bem... Não exatamente...

Magali o encarou confusa, mas não demorou muito a entender do que ele estava falando.

— Você... Ia beber?

— Não vou mentir pra você... Eu ia sim – disse ele suspirando. – Mas por sorte você apareceu bem na hora.

— Cascão, e o nosso acordo?! – perguntou ela indignada.

— Eu sei, Magá. Eu sei. Me desculpa... Eu juro que tentei. Ontem eu passei o dia todo em casa justamente pra não acabar indo. Mas hoje não estava conseguindo aguentar. Ficar pensando na Cascuda a cada segundo... Estava me matando. Precisava fazer alguma coisa pra tirar ela da minha cabeça.

— Eu já te falei que essa não é a melhor maneira.

— Sim, eu sei que não é. Você me mostrou isso hoje... – disse ele tocando em uma das mãos da comilona. – Tem outras coisas que posso fazer pra me distrair.

— Bom, o importante é que eu cheguei pra evitar.

— É, foi uma sorte...

— Cas... Eu sei que talvez não seja o melhor momento, mas... Por que você decidiu terminar com a Cascuda assim? Nós estávamos com tantas ideias pra vocês ficarem de boa outra vez...

O sujinho respirou fundo lentamente, e fechou os olhos abaixando a cabeça. Magali se arrependeu em tocar no assunto, pois pensou que ele ainda não estava preparado.

— Eu não queria terminar com a Maria... Quando eu puxei ela pra conversar, eu quis saber o porque dela desconfiar de mim o tempo todo, sendo que eu não dou motivo pra isso – ele suspirou e olhou pra frente. – Mas aí ela... Ela começou chorar dizendo que estava insegura, que eu não passo confiança pra ela.

— É sério? – Magali perguntou meio chocada.

— É... Eu não queria continuar brigando. Então perguntei o que ela queria.

A comilona olhou pra ele esperando pela continuação, e ele suspirou de novo.

— A condição dela era... Me afastar de você.

Magali não soube o que dizer. Estava surpresa... Ao mesmo tempo abismada. Cascuda tinha pedido a mesma coisa para ela, mas não achou que estivesse mesmo falando sério.

— A Cascuda... Te pediu isso?

— Pediu. Eu não aceitei, claro... Só que ela disse que eu tinha que escolher.

— Entre mim e ela?

Cascão afirmou com a cabeça e Magali baixou o olhar, sem acreditar.

— Mas por que ela fez isso?

— Ela está com ciúmes de nós dois. Eu não sei porque...

— Cascão, a Cascuda nunca sentiu essas coisas antes. Sempre fomos amigos e ela nunca pareceu se importar.

— É, eu sei.

— Eu tenho que falar com ela – Magali se inclinou para levantar, mas é impedida por Cascão.

— Deixa isso pra lá, Magali. Não vale a pena.

— Como não Cascão? A Cascuda acha que tem algo entre a gente! Eu não posso deixar que ela continue pensando assim.

— Eu já fiz de tudo pra mudar o pensamento dela. Por que você acha que nós perdemos as duas ultimas aulas? Estava tentando fazer com que ela desistisse dessa ideia maluca, mas ela não quer voltar atrás.

— Cascão... Você tem que conversar com ela de novo. Tentar esclarecer as coisas e dizer o porque nós ficamos todo esse tempo tão grudados.

— Eu já expliquei... Eu contei tudo... Mas ela continuou com a decisão de me fazer escolher entre você e ela... E eu não vou me afastar de você por causa da Cascuda.

— Mas... Mas vocês se gostam...

— Namoro acaba... Amizade não. Você é importante pra mim e minha escolha sempre vai ser a mesma.

Magali estava sem palavras. Pois sabia o quanto ele gostava de Cascuda, e como deve ter sido difícil. Eles começaram a namorar na mesma época que ela e o Quinzinho. Se tinha sido doloroso pra ela, imagina para ele.

Cascão abriu mão de um relacionamento de anos, por causa da sua amizade. Ela realmente não esperava um gesto como esse.

— Eu nem sei o que dizer...

— Não precisa dizer nada. Você, o Cebola e a Mônica são meus melhores amigos. E nenhum relacionamento vale mais do que nossa amizade.

A comilona abriu um sorriso meigo e abraçou o sujinho como forma de agradecimento.

— Eu digo o mesmo... – disse alisando as suas costas.

Aquele abraço amigável não durou muito tempo, e ao se afastarem, se levantam para ir pra casa.

— Te vejo amanhã na escola. Vê se não vai fazer nenhuma besteira hoje, hein?

— Não se preocupe. Você me fez gastar toda minha energia – respondeu ele rindo e se virando para ir embora.

Magali suspirou contente durante o caminho pra casa. O que Cascão fez mexeu muito com ela. Ele estava sempre demonstrando sua lealdade aos amigos, e mesmo que tivesse se sentido um pouco triste com o fim do namoro deles, aquela atitude a deixou feliz.

[...♥...]

Perto dali, outros também se despediam.

— Tem certeza que não quer entrar só um pouquinho?

— Melhor não Mô... Seu pai ainda não sabe que a gente tá namorando.

— E dai? Uma hora ele vai ter que saber, não é?

— Sim, mas no momento certo. Ainda tá um pouco cedo... Eu quero causar uma boa impressão também.

— Como assim DC? – riu ela. – Meu pai te conhece há anos.

— Eu sei. Só que ele me conhece como seu amigo, e não seu namorado. Vamos deixar pra contar depois.

— Tudo bem... – cedeu ela, suspirando. – Amanhã a gente se vê então.

Do Contra assentiu, e se virou mas ela o puxou pela camisa.

— Não tá esquecendo de nada? – ele abriu um sorriso e se aproximou da garota para dar um daqueles seus beijos incrivelmente irresistíveis.

Quando se afastaram, Mônica abriu a porta de sua casa e ele foi embora. Ela não encontrou os pais na sala como de costume, mas não ligou e subiu para o quarto. Tomou um banho, e ao sair, procurou por seu celular, enviando uma mensagem a Magali logo em seguida. A dentuça chamou a amiga pra conversar sobre Cascão, e ela não demora muito a aparecer.

— Demorei? – perguntou a comilona entrando no quarto da garota.

— Não – respondeu se sentando na cama. – E aí? Como o Cascão está?

— Melhor, eu acho. Fiz bem em chama-lo pra sair hoje.

— Eu só espero que ele não fique nesse baixo astral por muito tempo.

— Ele vai superar. Todos nós superamos.

— É verdade... Engraçado que dês de que começaram as aulas, as pessoas estão terminando os namoros assim... Do nada.

— E outros começando... Você o DC, por exemplo...

— É... – disse sem muito humor.

— O que foi?

— Nada.

— Fala amiga. Por que ficou com essa cara de repente?

— Magá... Posso ser sincera com você?

— Claro né Mônica – disse, como se fosse óbvio.

— Eu não sei se... Foi uma boa ideia pedir o DC em namoro.

— Por quê não? – Magali perguntou um pouco surpresa.

— Ele anda estranho. Eu sei que faz menos de um mês que nós começamos a namorar, mas... Eu sinto ele longe quando estamos juntos.

— Como assim longe?

— Distante, quieto, estranho... Sabe? Eu sei que ele sempre foi assim meio esquisito, mas agora... Sinto que ele não está feliz comigo.

A morena ao ouvir aquilo, engoliu em seco. Ficou tensa por alguns estantes, pois no fundo sabia que ela tinha alguma coisa a ver com aquela mudança dele.

— Q-que bobagem, Mônica... É claro que ele está feliz! O DC sempre foi afim de você e...

— É sério, Magali! – disse ela se levantando da cama e a comilona colocou uma das unhas na boca, meio nervosa. – Não estaria dizendo uma coisa dessas se não tivesse certeza. Há dias que eu ando observando o comportamento do DC, e ele não está feliz como deveria. Inclusive... Acho até que ele estava melhor antes de aceitar namorar comigo.

— V-você deve estar delirando, amiga...

— Não estou delirando. Dá pra ver que ele gostava mais da vida de pegador. 

— Não fala besteira. Ele gosta de você... Só que nunca namorou. Nunca teve um compromisso de verdade. Dá um tempo pra ele se acostumar.

Mônica levantou uma das sobrancelhas e encarou a comilona.

— Como você sabe disso?

— Como eu sei que o DC nunca namorou? Mônica, por favor... Quem não sabe?

— Eu não sabia.

— Como não? Você já viu o DC com alguma garota de mãos dadas por aí?

— Não... – ela franziu o cenho, mas continuou desconfiada. – Mesmo assim... Você sabe de muita coisa sobre o Do Contra que nem eu mesmo sabia... Até jantar na casa dele foi, e eu não.

— Ah não! De novo essa história? – disse ela revirando os olhos.

— De novo sim. Estamos há três semanas namorando e ele nunca me convidou pra comer na casa dele.

— Mônica, ele não me convidou... Foi a Dona Keiko que me viu lá e...

— Outra coisa que não consigo entender é esse amor todo que a mãe dele tem por você – Mônica dizia andando de um lado para o outro. – Ontem mesmo eu fui lá, e além dela não ter me chamado para comer, ficou perguntando sobre você... A Magali isso, a Magali aquilo!

— Você está com ciúmes da mãe do DC comigo, é isso? – perguntou ela tentando conter uma risada.

— Ciúmes? Faz me rir, Magali – respondeu cruzando os braços.

— Sim. Isso faz tempo, e até hoje você não esquece.

— Eu não tenho motivo pra ter ciúmes. O Do Contra é meu namorado...

— E quem disse que não?

Aquela conversa estava ficando cada vez mais confusa, e sem saber porque, estava deixando Mônica ainda mais irritada.

— Não vamos brigar por causa de um jantar que aconteceu uma vez,  há mais de dois meses atrás, né?

— Jantar qual você nunca me contou? – perguntou ela batendo os pés no chão.

— Por que era tão importante pra você saber disso?

— Porque pelo que eu saiba, você e o DC nunca foram tão próximos assim pra ter que jantar na casa dele! O que você foi fazer lá, falando nisso?

— Já disse, Mônica! Fiz uma visita, porque ele tinha se machucado. Qual o problema?

— Todos!

— Todos quais?

— Ah quer saber? Já deu! Eu preciso dormir agora, amanhã a gente se fala! – a dentuça abriu a porta e Magali levantou as duas mãos se rendendo, dando de ombros.

Ela não entendeu como Mônica resolveu ficar brava tão de repente, já que elas estavam de boa. Não quis discutir mais, pois sabia que a dentuça tinha pavio curto. Também porque estava cansada de ser alvo de acusações, já bastava Cascuda ter feito isso na escola.

Mônica fechou a porta assim que ela cruzou o corredor, se jogando na cama em seguida. O motivo daquela discussão foi por conta de uma lembrança que a dentuça teve, sobre o que aconteceu mais cedo na praça.

Seu namorado em cima da sua melhor amiga, foi mais ou menos como ter um dejavú do dia da praia. Onde encontrou Cebola com Denise. Parecia ter revivido a mesma cena. Pra piorar tudo eles ainda demoraram para se afastar... Tentou esconder a sua raiva, mas não conseguiu até aquele momento. Sentiu um ciúme que ela nunca sentiu antes pela sua amiga de infância.

 [...♥...]

Por conta da briga no dia anterior entre Magali e Mônica, a comilona não quis esperar por ela para irem juntas à escola. Ela também ficou um pouco chateada com os ciúmes da amiga, afinal ter que ouvir as broncas de Cascuda também, foi bastante difícil. Não tinha ideia de como seria sua relação com a loira dali em diante, mas sabia que provavelmente elas não iriam se tratar como antigamente.

Magali tentou não pensar mais sobre o ocorrido com Do Contra na praça, e o beijo que eles deram novamente. Só assim ia conseguir reagir com naturalidade perto de Mônica, embora tenha sido um pouco duro no começo, estava dando certo aos poucos. Mas não significava que seus sentimentos por ele tenham mudado... Com certeza não. Na verdade, só serviu para ficar mais insuportável a cada dia.

Ela poderia ganhar um Oscar de melhor atuação, perto dele. A morena nunca foi boa em ocultar suas emoções, tanto é que foi assim que Marina descobriu – sozinha – que havia algo de errado com eles dois. Porém, de tanto fingir que estava tudo bem, que não ligava quando ele aparecia, sua simulação começou a melhorar. Agora ela agia com perfeita extroversão.

Claro que por dentro era uma montanha russa de sentimentos, mas conseguia esconde-los otimamente.

Magali entrou na sala e não viu Mônica em seu lugar de costume, atrás dela. Disfarçadamente ela procurou pela dentuça e a encontrou  sentada perto de Aninha e Maria Melo. Soltou um ar pelo nariz e caminhou até seu assento. Marina logo em seguida chegou perto da morena.

— Brigaram? – perguntou sentando no lugar de Mônica.

— O que você acha? – revirou os olhos.

— O que aconteceu?

— Ela inventou de fazer que nem a Cascuda e sentir ciúmes de mim com o DC.

— Por quê? Ela nem tem motivos pra isso... – brincou a desenhista, mas foi vitima de um tapa de leve no braço.

— Para Marina!

— Calma, foi brincadeira – disse ela rindo.

— De péssimo gosto.

— Desculpa... Mas e aí? Ela está com ciúmes de vocês dois por quê? Ela por acaso não descobriu que...

— Tá louca? Claro que não e nem vai!

— Então o que foi?

— Nada de mais... Ela ficou com raiva por eu ter ido jantar na casa do DC uma vez, mas isso foi nas férias, nem tinha porque ela ficar desse jeito – respondeu ela cruzando os braços e encarando a dentuça pelo canto do olho.

— Bom, você sabe que a Cascuda não é única ciumenta da turma, não é?

— Claro que sei. Mas logo de mim? Por que todo mundo resolveu ter ciúmes de mim com o namorado dos outros?

— Magá... Sobre o Cascão eu sei que vocês são só amigos... Mas o DC... Bem... Se ela começou a sentir ciúmes de vocês... Será que ela não tá se dando conta, mesmo que sem querer?

— Como assim, Marina? – perguntou a comilona, começando a ficar preocupada.

— Calma, não tô dizendo que ela sabe de alguma coisa. Mas será que você vai conseguir esconder isso por muito tempo?

— Claro que vou!

— Tem certeza?

— Tenho. Se ele fizer a parte dele e ficar quieto, todo mundo sai feliz. Não vou destruir minha amizade com a Mônica por conta de um beijo.

— Dois beijos.

— Que seja...

Marina começou a rir e Magali voltou a observar a amiga, que também não conseguia disfarçar seu olhar pra ela.

[...♥...]

Durante o intervalo, Magali comeu menos do que estava acostumada e foi para o pátio. Ela se sentou em cima de um dos bancos e começou a despedaçar uma flor que tinha arrancado há poucos minutos.

Estava tão distraída que nem percebeu a presença daquele ser se aproximando dela.

— Milagre você sozinha... – disse o moreno fazendo ela olhar pra ele. – Cadê seu melhor amigo, Cascão?

— Vai aparecer a qualquer minuto, eu espero.

— Isso tudo é medo de ficar perto de mim? – abriu um sorriso, provocando-a.

— Não tenho medo de você.

— Posso jurar que quando uma pessoa sai correndo quando vê a outra, não passa de medo – disse ele colocando um dos pés em cima do banco que ela estava.

— Ou de nojo – rebateu ela voltando a despedaçar a sua flor vermelha.

— Não acho que esse seja o seu problema.

— DC... – disse suspirando – sai daqui. Não quero que a Mônica veja a gente junto.

— Por quê?

— Porque não.

— Não sei porque toda essa raiva. Eu não te forcei a fazer nada...

— Eu não vou falar sobre esse assunto com você de novo, ok?

— Não vai por que? Porque eu estou certo? Ou porque você também queria? – a cada pergunta feita, ele se aproximava um pouco. Se ela ainda não estava tendo um ataque por dentro, provavelmente ia começar a ter.

— Do Contra! – aquela voz fez os dois se assustarem. O garoto se afastou rapidamente da comilona e ela virou o rosto para o lado.

Mônica se aproximou, com uma expressão confusa por eles estarem daquele jeito, estranhos.

— Oi Mô – disfarçou ele dando um sorriso.

— O Titi está te chamando na cantina. Disse que é pra marcar o horário do jogo de manhã.

— Ah... Beleza, eu vou lá – o garoto passou mão pela nuca e antes de sumir, lançou um ultimo olhar em Magali que continuava brincando com a flor sem pétalas na sua mão, para disfarçar o constrangimento que ele lhe causou.

Quando ele desapareceu, Mônica colocou os braços para trás e passou seus olhos ao redor. No minimo estava buscando uma forma de começar aquela conversa.

— Caham... – tossiu ela e se aproximou da morena. – Er... Magali, posso falar com você?

Ela deu de ombros, mas sua vontade mesmo era de abraçar a dentuça e pedir desculpas.

— Então... Eu... Eu queria me desculpar pelas coisas que eu te disse ontem. Sério... Eu não sei o que deu em mim, nem o porque de ter sentido ciúmes logo de você, minha melhor amiga.

Magali jogou sua flor fora e se levantou do banco. Segurou as mãos de Mônica e sorriu.

— Você exagerou um pouco mesmo... Mas tá tudo bem. Eu também quero te pedir desculpas.

— Então... Vamos esquecer o que aconteceu?

— Por favor – respondeu ela rindo.

— Que tal dormir na minha casa hoje, e assistirmos aquele filme que a gente já viu mais de dez vezes?

— Parece uma boa...

— Ótimo! – respondeu a dentuça contente.

Elas vão para a sala, dessa vez finalmente juntas. Mônica voltou pro seu lugar de antes, esquecendo toda aquela briga boba que tinha arranjado.

[...♥...]

Anoiteceu. E como combinado Magali chegou à casa de Mônica com sua mochila para passar a noite lá. A dentuçinha estava na sala colocando o DVD que planejavam assistir.

‘Titanic’ o favorito delas, enquanto Luíza preparava um lanche.

— Oi amiga, já estava terminando de colocar o filme – disse ela depois de abrir a porta.

— Ok, mas antes de assistirmos, posso tomar um banho? É que eu acabei esquecendo e quando vi já estava na hora de vim pra cá.

— Tudo bem, pode ir.

Magali sobiu para o primeiro andar, e entrou no banheiro. Aproveitou que estava na casa de Mônica, para lavar o cabelo, pois elas tinham o mesmo tipo de shampoo.

A dentuça então sentou no sofá da sala para esperar a comilona, quando a campainha tocou outra vez. Dessa vez ela não estava esperando ninguém e estranhou.

— Ué... O que você tá fazendo aqui?

— Não gostei da recepção.

— Ah... – ela finalmente abriu um sorriso e o beijou. – Oi amor. É que está tarde e eu não esperava te ver.

— Vim buscar o meu filme que você pegou emprestado.

— Ah sim, deve está aqui na sala.  

— Também usei como pretexto pra vim te ver... – respondeu ele entrando. – Seu pai tá ai?

— Chega daqui a pouco.

— Então acho que dá tempo de fazer alguma coisa, não é? – perguntou colocando as mãos em volta sua cintura.

— Nem vai dar hoje amor... Chamei a Magali pra dormir aqui.

— Ah... Sério? – perguntou, e se afastou.

— Sim... Mas amanhã você vem, e ficamos juntos até a hora que quiser. Tá bom assim?

Do Contra afirmou com a cabeça, um pouco desapontado e ela alisou o seu rosto.

— Não fica chateado... Eu vou procurar o seu DVD, já volto.

Mônica voltou pra sala enquanto o moreno permaneceu com as mãos no bolso encostado na porta. Subitamente lhe dá uma imensa vontade de ir ao banheiro, e por saber o caminho, sobe as escadas, esquecendo- se de avisar a namorada.

Ele abre a porta, no mesmo momento em que Magali tinha desligado o chuveiro para passar o condicionador. Não ouvindo nenhum barulho, o garoto tranquilamente levanta a tampa do vaso. Nesse momento a comilona escuta, e abre o box.

Dando de cara com Do Contra, a morena se assusta tanto que se prepara para dar o maior grito da história. Ele ao perceber a presença da garota também se apavora olhando pra ela e pra frente diversas vezes, sem saber o que fazer.

Magali acaba soltando um grito agudo e bastante alto, desesperando ainda mais o moreno. Ele fecha o zíper da calça rapidamente, pois por sorte não teve tempo de prosseguir com que ia fazer. Com medo de sua namorada flagra-lo no banheiro com a comilona, ele invade o box e cala a boca da garota.

Do Contra prende Magali contra parede, tapando a sua boca com uma das mãos, ignorando completamente o fato dela estar toda molhada...  E sem nenhuma roupa cobrindo-a. Ela mantinha os olhos bem abertos e estava bastante apavorada.

— Ei, Magali! Está tudo bem?

Ao ouvirem a voz de Mônica, eles encaram a porta com os olhos arregalados. 

Dessa vez pareciam estar realmente perdidos...


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