Hunger Games - Primeira Temporada escrita por Jess-Lerman


Capítulo 3
Talk-show, briga e vista inesperada




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- Senhoras e Senhores, palmas para Acqua Dawson!!!! – Um homem vestido com um terno de aparência um tanto chique anunciou para a multidão.

Acqua estava passada. Por trás das cortinas do provador, agora não havia mais um camarim e sim um grande palco com duas poltronas vermelho-berrante e chão infestado de gliter dourado. A multidão batia palma loucamente.

A garota agradeceu pela pele morena que tinha, porque não deixava a mostra que ela acabara de corar. Fala sério, descobrir que você estava se trocando na frente de uma platéia de mais de quinhentas pessoas, e a única privacidade era um pano preto que poderia ser rasgado facilmente era algo muito, muito constrangedor.

-Venha, venha, minha Darling – o apresentador falou e a puxou para se sentar numa das poltronas – sente-se.

Quando ele falou essa ultima coisa, o povo deu risada e Acqua se sentou na poltrona.

-Então nos conte – o homem se ajeitou, e bateu a mão uma na outra as roçando em entusiasmo – está ansiosa pelos jogos, Acqua?

-Am, sim. – falou com medo de que qualquer coisa ofendesse ou a pudesse “incriminar”

-E como se sente em relação aos jogadores?

-Ééér, vai ser bem difícil jogar, já me apeguei a eles.

De repente a platéia explodiu em um malicioso e ao mesmo tempo duvidoso “hmmm”

-Então quer dizer que já tem um em especial – o apresentador, perguntou, tentando atiçar cada vez mais o papo.

-Não, não – a menina falou desesperada olhando freneticamente para a platéia, o backstage e o apresentador. Parou um pouco e respirou – somos todos muito amigos.

-De onde você vem Acqua?

-Los Angeles.

-E o que fazia?

-Eu estudava pra fazer fotografia na UCLA.

-Hmmm, parece que temos uma fotógrafa aqui. Tem família?

A garota não pode deixar de pensar em quão rude fora aquela pergunta, mas continuou:

-Sim, uma irmã. Ela se chama Claire e tem onze anos, minha mãe se chama Helenne, e meu padrasto Albert.

-Interessante. Deixou algum namorado lá fora?

-Não.

-Faz o tipo durona?- perguntou fazendo a platéia rir.

-Não, ér, quer dizer. Não sou durona, mas também não me considero uma vadia. – falou tentando se defender.

-Então bem, qual deles é o mais bonitão?

-Próxima pergunta.

-Essa é a ultima, Darling. – falou num tom ansioso.

-Bem, eu não posso dizer muito ainda....

-Quer dizer que você não acha ninguém bon...

O homem estava prestes a continuar, mas foi interrompido, não pela sua consciência o culpando pela maldade cometida com a garota, mas sim por Markkus, que pegou o carinha que comandava os sons, e falou num microfone que dava somente no fone de ouvido do apresentador enxerido.

-Olha, pare de atazanar a garota, essa entrevista acabou. – falou irritado. A menina já era como uma filha ou irmã mais nova.

O homem, disfarçando o momento tenso no qual havia ficado calado de repente com Acqua e a platéia o encarando voltou:

-E essa foi nossa entrevista com a maravilhosa e usando Rucci, Acqua Dawson, palmas, por favor.

A platéia explodiu em aplausos e em “Woo-hooo’s”.

Acqua somente acenou e saiu do palco, ficar em publico não era uma das suas atividades favoritas.

-Você foi ótima e.... – Markkus tentou se aproximar de Acqua, que passou reto e parou perto da porta para perguntar algo ao segurança que a respondeu e deu coordenadas.

-Obrigada – a garota saiu do estúdio rapidamente, temendo que por trás da porta houvesse outra coisa.

Aquilo tudo a deixava confusa, estava sendo gravada a todo o momento. Sentia-se numa mistura de Jogos mortais com Bachelor Pad e Keeping up With the Kardashians... 

Era tudo tão chique e sofisticado.

Vagando pelos corredores acabou tropeçando com um carinha.

-Desculpe. – Havia um sotaque forte em sua voz.

Quando Acqua olhou para cima se deparou com um par de olhos azuis.

-Tudo bem – passou a mão no rosto limpando uma das poucas lagrimas que haviam caído há pouco tempo. – Eu também não... HARRY?!?

A menina mal acreditava no que via em sua frente, er mesmo o Harry Judd do McFly MCFLY!!!!!!! Sério, pra um dia ruim, aquilo era um sinal.

-Eu mesmo. Como me conhece? – falou confuso – Ahhh é, Mcfly. Malz...

-Ok, tudo bem.- falou se levantando e batendo a mão na perna pra tirar qualquer sujeira que estivesse lá – Até mais.

A garota virou o corredor e deu de cara com várias portas e placas, a dela havia a escrita “Acqua” .

-Ótimo. – a garota murmurou irônica ao entrar no seu quarto. Já não bastasse ter que participar daquilo tudo, ainda por cima, teria que aprender a mexer no próprio quarto.

Jogou-se na cama com lençóis azuis e caiu num sono profundo;

Meia hora depois a garota acordara com batidas na porta, lenta e preguiçosamente ela foi até a porta e a abriu.

Era Markkus.

-Jantar, 5 minutos se troque – falou rapidamente antes de sair.

Acqua bateu a porta e foi se trocar. Quando abriu a porta teve uma surpresa;

Sim, suas roupas estavam lá, mas pareciam novas, como se compradas há pouco tempo. Seus pares de All Star e Vans, que antes viviam sujos e descosturados, agora eram novos e dentro da embalagem. Tudo novo. E mais algumas peças de roupas compradas exclusivamente para ela. Como uma saia da Façonnable que ela nunca pensaria em usar ou comprar. Era muita frescurite e muita coisa pela marca.

Deixando de lado seu guarda roupa novinho ela colocou uma calça jeans escura e colada, um regatão de cor bege da banda Rage Against The Machine e um All Star preto. Pronta e satisfeita saiu do quarto esperando não estar atrasada.

Correu para o salão onde quase todos estavam sentados na grande mesa de vidro. Todos comiam e conversavam animadamente. Envergonhada, Acqua se sentou no lado esquerdo juntamente com Annie, June, Leon e Jordan, os não famosos. Ela se sentia mais a vontade.

Uma moça apareceu e colocou um prato com macarronada e uma taça de uma bebida escura na sua frente.

Nossa Pensou Acqua Tudo isso só pra uma Coca-Cola?

Sem hesitar começou a comer os pequenos brotinhos de brócolis que haviam no fundo do prato. O pior primeiro, sempre!

-E, aeww Acqua! – Danny (McFly) gritou do outro lado da mesa – não fala mais com os pobres?

Todos riram.

-Ui, ela ta se sentindo porque deu uma entrevista – Liam (One Direction) falou.

-Vocês viram?!?? – Perguntou incrédula

-Todos vimos! – Jared (do The Maine) respondeu – Não se preocupe.

-Como podem? – perguntou mudando de assunto.

-Podemos o que? – revidou Logan

-Estarem tão tranqüilos, vocês sabem que....

-Vamos ter que brigar, lutar e nos matar? – Louis (One Direction) Perguntou e respondeu – Sim.

-Affe. – A menina sentiu um enjôo repentino e se levantou para sair dali. Era muita artificialidade pra pouca pessoa.

Não que eles fossem falsos, mas qualé. VÃO SE MATAR, UM AO OUTRO. O irmão de outra mãe, o melhor amigo e ... Affe. Isso estava começando a chateá-la.

-Aonde vai? – Perguntou John ( The Maine) que acompanhava os movimentos da garota que ia em direção á porta.

-Embora- a menina falou decida. O que fez todos ficarem em silencio.

Indo em direção a porta que provavelmente iria dar fora do estúdio, à passagem para liberdade, Acqua foi impedida.

-O QUE É?!!?! – Perguntou com voz grossa e brava.

-Onde pensa que vai? – a menina encarou o homem. FUCK GOD, era Billie Joe, do Green Day. Mesmo não gostando de admitir quando criança, Acqua tinha uma quedona por ele, aquela pose rebelde era tão sexy, também tinha uma queda menor por Marilyn Manson. Mas isso é papo para outra hora.

-Vou embora.

-Menina, não tem como ir embora. Você agora pertence a nós;

-Sonhem – revidou irônica.

-Affe, não vê que mesmo com tudo isso, aqui é melhor que lá fora, te damos comida, proteção, abrigo, fama e tudo mais que quiser – disse ele – Como pode ser tão ingrata?

-Antes ingrata – Acqua colocou a mão na maçaneta – do que uma vendida.

Ele se calou. Sabia que ela tinha razão, afinal, ele e muitos outros artistas haviam se vendido para os produtores do Reality, em troco de dinheiro.

Quando a menina girou a maçaneta de prata e abriu a porta deu de cara com a mesma sala de refeição de antes. Todos comendo e agora a encarando. Era óbvio que eles haviam usado a mesma técnica de troca de portas e cenário, do jeito que fizeram com o camarim que se transformara em uma espécie de talk-show.

-Não tente fugir de novo. – Billie falou – Não há como.

A menina entrou, marchando,  e se sentou no lugar de antes. Com ódio no coração e mente esperou até que a mulher, que anteriormente servira comida, viesse avisar que todos poderiam sair.

Acqua foi a primeira a se levantar e sair andando rapidamente, e já no corredor do seu quarto ouvira uma voz a chamando.

-Ei, psiu – se virou e pode ver alguém, uma criança a olhando do outro corredor.

-Claire??? – Acqua falou espantada – o que faz aqui? Mamãe sabe que você...

-Não, fica quieta. – A pequena menina falou – Mamãe e Albert irão se mudar para Paris, e vão me levar junto. Eles falam que lá é mais seguro. Eu não quero ir Acqua.

A menina de pele branca e cabelos ruivos, que ninguém ousa dizer que é irmã de Acqua, começara a chorar.

-Xiiiu, olha fica quietinha e não chore, nós vamos consertar isso. Vou dar um jeito. Não posso sair mas ainda sim.

-Ok, ok. – a ruivinha se empolgou – Melhor eu ir pra casa e... Opa, espera.

Colocou a mão no bolso do macacãozinho jeans e de lá tirou uma pequena embalagem vermelha.

-Comprei no caminho. – entregou para Acqua.

Era KitKat, o chocolate favorito da menina. A irmã sabia mesmo como agradar Acqua.

-Valeu, Claire – beijou a testa da irmãzinha – já sabe, se houver algo se esconda na sala do chá.

-Aham – a pequena assentiu..

A sala do chá era um tipo de esconderijo onde cabiam Acqua e Claire. Ele ficava atrás do closet de Claire, era um fundo falso. Claire dizia que era uma versão bem menor de Nárnia. Na verdade era um quartinho escondido, no qual a mãe de Acqua nunca entrara nem descobrira. A Mulher nunca se preocupou  com as filhas, sempre quando Claire precisava de roupas novas, jogava o cartão em cima da cama de Acqua, e ela que se virasse. A mulher teve a filha e a deixou por aí no mundo, com a irmã mais velha para cuidar dela. Prova disso era que Helenne nem sabia o número que Claire calçava, ou o tamanho de roupa específico, quem sabia era Acqua. A sorte de Acqua era que eles estavam bons de bolso, mesmo com a crise. E Acqua tinha quase certeza de que a mãe não iria a Paris pela segurança da irmã, afinal Paris ficava na Europa que também estava em colapso, mas porque lá poderia comprar roupas de alta-costura.

Mas obviamente, não diria isso à irmã.

-Vá pra casa. Meu cartão de crédito está debaixo do meu colchão. Também entre no meu closet  e dentro daquele casaco preto tem um embrulho branco, lá dentro tem quinhentos dólares, pegue e guarde tudo na sala do chá. Use com precisão. Já sabe, quando tiver fome e a louca não comprar comida é só pedir pizza ou fazer alguma coisa no Microondas e NUNCA no fogão. – Acqua falava como um general. Naquele momento não importava se ela morreria ou não mais tarde, o que importava era como sua irmã vivia. E ela nunca aceitaria sua irmã em más condições.

-Anotado – Claire falou.

-Ah, e pegue um táxi. Apesar das chances de ter algum por aí são mais do que mínimas. Cuidado! Agora vá antes que escureça.

-Beijo, te amo Água! – Claire falou.

-Te amo, e invente um novo apelido pra mim, esse não cola! – beijou a testa da irmã que logo saiu correndo e desaparecendo do ponto de vista.

A menina estava feliz. Mesmo sabendo que iria luta até a morte e não tinha certeza de que iria ver sua irmã de novo. Mas ela sabia que Claire estaria segura;

E isso era tudo o que importava.


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Notas finais do capítulo

Eu tava pensando em colocar o The Wanted, mas tenho medo que fique muitas bandas...



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