POV - Hermione

Era segunda-feira, dia em que se iniciava a semana de provas. O nervosismo era geral, todos estudando feito loucos para a primeira prova da semana. Transfiguração.

Eu estava tranquila. Acordei no horário de sempre, me vesti e fui tomar meu café da manhã. Como era dia de exames para o 7° ano, nós não tínhamos aula. Aproveitei o tempo vago que tínhamos depois do café e fui estudar um pouco com Draco na Sala Precisa.

Quando ele sentiu que já tinha aprendido o suficiente, deixamos os livros de lado e nos pusemos a conversar

– Acho que vai correr tudo bem, fui bem preparado pela minha professora particular - ele sorriu, acariciando meu rosto

– É claro que vai correr tudo bem, você é muito inteligente - eu falei

– Esperto, no máximo. A inteligente aqui é você. Mas vamos mudar de assunto... ah, você vai ao baile comigo, certo? - ele perguntou

– Mas que espécie de pedido é esse? Me convide direito, Draco - brinquei

– Tudo bem então - ele se levantou, se afastou alguns passos, fechou os olhos e sussurrou:

– Preciso muito de um buquê de flores

Imediatamente um buquê de lindas violetas se materializou no chão ao seu lado. O loiro se ajoelhou, pegou o buquê com uma mão e estendeu a outra mão para mim

Me levantei, e assim que peguei a mão do garoto, ele pediu:

– Você me daria a extraordinária honra de ir ao baile comigo?

– Ah, mas é claro! - peguei o buquê da mão dele

– Obrigado - ele se levantou e me deu um selinho, me fazendo corar

– Você é um amor, Draco - acariciei o rosto do loiro

Ele sorriu

Nos sentamos novamente, e ficamos um fitando o rosto do outro por alguns segundos. Até que eu comecei a dizer:

– Preciso te contar algo

– O quê?

– O Rony, ele terminou com a Mila e quer voltar comigo - falei

– Hum... e... o que você disse?

– Que não, é claro. Depois de tudo o que ele me fez sofrer... tudo bem, eu também errei, mas não seria justo comigo depois do que ele fez. E também não seria justo com você.

– Comigo?

– Sim, Draco. Você me ajuda tanto, me faz tão feliz. Você também já sofreu muito por mim e agora quem quer te fazer feliz sou eu – segurei as mãos dele

– Obrigado. Pode ter certeza de que você está me fazendo muito feliz. Mas Mione, você realmente quis recusar o pedido de namoro de Rony? Eu sei que você ainda gosta dele, você não tem que se sacrificar por mim – ele acariciou minhas mãos

– Não estou me sacrificando só por você, é por mim também. Eu já te expliquei, não acho que seja justo comigo. Olhe só, tenha certeza de que eu estou certa do que estou fazendo, tudo bem?

– Tudo bem. Se você está feliz, eu estou também

– Ah, eu estou muito feliz – eu o beijei

Estávamos nos beijando intensamente quando a sineta anunciando que a prova iria se iniciar tocou. Saímos correndo dali em direção ao salão principal, que já estava preparado para o exame. As grandes mesas que ali ficavam deram lugar às carteiras enfileiradas perfeitamente por todo o salão.

– É, é agora – Draco apertou minha mão, ele estava nervoso

– Vai correr tudo bem. Já passamos por isso antes, certo? Quantas provas não fizemos em todos esses anos? Por que está tão nervoso?

– Ah, não sei. Deixe pra lá, é melhor nos sentarmos

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A semana de provas se seguiu normalmente, e depois do fim dos exames, tinha chegado o último dia de aula antes das férias. Estávamos no Salão Principal tomando café da manhã quando a diretora pediu a atenção de todos.

– Silêncio, por favor. Serei breve. Queria antes de tudo desejar um ótimo natal e um ótimo começo de ano para todos. Amanhã todos vocês acordarão no horário de sempre e se dirigirão para a estação de Hogsmeade, de lá voltarão para Londres no Expresso Hogwarts, como de costume. Queria lembrar aos alunos do 7° ano, que depois do almoço de hoje vocês terão permissão para visitar Hogsmeade e comprar tudo o que necessitarem para o baile. Todos os alunos terão que voltar para o castelo ao anoitecer, na hora do jantar, se não quiserem passar as férias cumprindo detenção em Hogwarts. É só, aproveitem o desjejum de vocês. – Minerva voltou a se sentar

– Depois do almoço, nós duas vamos até a Trapobelo Moda Mágica, tudo bem? – Gina falou

– Vamos sim. Harry vai comprar os trajes dele? – perguntei

– Não, ele disse que já tem trajes a rigor

– Hum, tudo bem

– Ah, Mione, me responda... com quem você vai ao baile? – Gina perguntou

– Por que quer saber?

– Ah, c-curiosidade – ela gaguejou

– Ginevra, fale a verdade! – eu a pressionei

Ela hesitou, mas enfim disse:

– Ah, é que Ronald pediu para eu te perguntar – ela sussurrou, garantindo que Rony estivesse longe o bastante para ouvir

– Ah, mas que covarde! Por que ele mesmo não me perguntou?

– Bem, ele disse que não achou que você fosse responder

– E eu não iria responder mesmo!

– Ta, mas com quem você vai?

– O Draco me convidou, e eu aceitei. Mas não conte ao Ronald!

– Por que não? – ela perguntou

– Não quero que ele saiba, vai ficar nervoso

– E o que eu respondo quando ele me perguntar se eu falei com você?

– Diga que você esqueceu de me perguntar, e que não quer se meter em minha vida

– Tudo bem então... – ela concordou

Depois do café da manhã não tivemos aulas, e eu passei o dia com Gina na beira do lago. Rony, Harry e os outros garotos da Grifinória pediram permissão para praticar quadribol no campo, e passaram o dia lá treinando. A temporada de quadribol começaria oficialmente depois das férias.

Na hora do almoço, comi com Gina e depois de Minerva autorizar a ida dos alunos a Hogsmeade, todos saíram do castelo. Eu, Gina e Parvati seguimos direto para a Traposbelos.

– Olhe só esses vestidos! – Parvati admirava a vitrine da loja

– São realmente muito bonitos, mas é melhor adiantarmos antes que eles acabem. Daqui a pouco a loja está lotada! – eu a alertei

– Verdade, vamos entrar!

Nós três entramos na loja e uma funcionária nos atendeu, mostrando os vestidos que ela mais gostava, e que ela achava que ficariam bem em nós.

Gina e Parvati tiveram que experimentar alguns até escolher o seu preferido. Mas eu não, assim que bati meus olhos no magnífico vestido branco estendido em uma das paredes, soube que aquele era o meu. Foi amor a primeira vista.

Quando nós três saímos, a loja já estava lotada com as garotas do 7° ano procurando seus vestidos.

– Ainda bem que fomos as primeiras a chegar - Parvati disse

– Verdade. Vamos até a loja de penas escribas? Estou precisando de algumas... - sugeri

– Seria ótimo, algumas de minhas penas desapareceram. Estou achando que alguém as pegou, preciso conversar com Neville sobre isso. Ele é monitor chefe e não toma nenhuma atitude! - Parvati exclamou

– Podemos ir até a Dervixes e Bangues antes? Harry está lá - Gina falou

– Tudo bem, ainda temos muito tempo para irmos em outros lugares. Vamos - eu falei, e nós três seguimos para a loja de instrumentos mágicos

Ao chegarmos ao local, vimos Harry, Rony, Dino, Simas, Bryan e Neville observando alguns objetos dentro da loja

– Oi, meninos! - Gina os cumprimentou, dando em Harry um selinho

– Oi - os garotos responderam

– Vão comprar algo aqui? - Parvati perguntou

– Na verdade não, só estamos olhando. Queremos ir ao Três Vassouras, vocês vão conosco? - Dino perguntou

– Por mim tudo bem, eu queria ficar junto do Harry mesmo - Gina colocou os braços em volta da cintura do namorado

– Por mim também - Parvati falou, dando uma piscadinha para Dino

– Tudo bem então, vamos? - eu os chamei

Todos nós partimos dali para o Três Vassouras. O estabelecimento estava lotado de alunos de Hogwarts, foi difícil encontrarmos uma mesa vaga, mas assim que encontramos todos se acomodaram

– Então, vocês já compraram seus trajes a rigor? - Parvati perguntou aos garotos

– Eu, Neville, Bryan e Dino compramos. Harry e Rony disseram que já tem os seus - Simas falou

– Rony, você tem trajes a rigor? - Gina perguntou

– Sim, aqueles que Fred e Jorge me deram ainda servem. E mesmo que eu quisesse comprar novos, não poderia. Mamãe mandou todo o dinheiro para você comprar seu vestido - ele revirou os olhos

– Então, garotos, o que será pra hoje? - Madame Rosmerta parou ao lado de nossa mesa com um bloquinho e uma pena de repetição rápida flutuando ao seu lado.

– Hum... todos vão querer cervejas amanteigadas, certo? - Rony perguntou, e depois que todos confirmaram com um aceno de cabeça, ele continuou - E pode trazer uma porção de ovos de dragão para nós

– Voltarei logo - Madame Rosmerta saiu e voltou logo em seguida com uma bandeja cheia de canecas de cervejas amanteigadas e um prato de ovos de dragão - São 20 galeõs - ela estendeu a mão, esperando o pagamento

– Podem ir tirando as moedas dos bolsos, não posso pagar pra todo mundo - Rony disse, colocando algumas moedas na mão de Madame Rosmerta, e depois os outros repetiram o gesto

Começamos a comer e a conversar animadamente, sobre o baile, as provas, as férias, etc.

Quando todos nós tínhamos terminado de comer, Parvati se levantou

– Preciso ir até a loja de penas escribas - ela disse

– Eu vou com você - Dino se levantou, pegando a mão dela

– Você não vem, Hermione? - Parvati me chamou

– Não, tenho certeza que você e Dino ficarão mais a vontade sozinhos - eu sorri, e os dois saíram de mãos dadas

– Eles estão namorando? - sussurrei, quando Parvati e Dino estavam longe o suficiente para ouvir

– Ainda não, mas quem sabe num futuro próximo? - Bryan falou, e todos nós rimos

– Bryan, com quem você vai ao baile? - Simas perguntou

– Com Susana Bones - ele respondeu, cheio de orgulho

– Argh, com essa dedo-duro? - Harry fez careta

– Dedo-duro? Como assim?

– Esquece, Bryan, é uma longa história. Enfim, você finalmente arranjou uma namorada? - perguntei ao garoto

– Ah, ainda não aconteceu nada. Mas eu espero que no baile nós dois... hum... você sabe - ele corou

Todos riram

– E você, Simas? Com quem vai? - Gina perguntou

– Com Anna Abbott, ela é muito legal, sabem? - ele disse

– Bem, acho que todos tem um par, não é? - falei

– Menos eu... - Rony abaixou a cabeça

– Você não vai com sua namorada? - Bryan perguntou

– A Mila? Nós terminamos...

– Ah, eu não sabia... bem, e com quem pretende ir?

– Não sei. Hum... Hermione, podemos sair um pouquinho? - Rony se virou para mim

– Eu... eu não sei, Ronald. Prefiro ficar aqui e...

– Por favor, será rápido. Podemos ir até o Café Madame Puddifoot, e logo depois voltaremos – ele me olhou com olhos suplicantes

Senti que não deveria concordar, mas como resistir a aqueles olhos azuis?

– T-tudo bem, vamos! – me levantei da mesa, seguida por Rony. Dali fomos para a Madame Puddifoot em silêncio. Ao chegarmos no café, Rony abriu a porta cor-de-rosa para que eu passasse

– Boa tarde! – Madame Puddifoot veio em nossa direção – Sejam bem vindos. Estudantes de Hogwarts, certo? Meu Café está cheinho graças a vocês – ela deu um sorriso amável

– Queremos uma mesa, por favor – Rony pediu

– Ah, mas é claro. Levarei vocês para a mesinha em que um casal estava e acabou de sair, e ela está prontinha para receber mais um belo casal de jovenzinhos. – ela nos levou até uma mesinha redonda no fundo do estabelecimento, e assim que nos sentamos, perguntou:

– E então, do que gostariam?

– Pode ser dois corações de chocolate, tudo bem Rony? – perguntei ao Rony

– Hum... é, c-claro, pode ser sim – o ruivo respondeu, ele suava como um porco

– Trarei dois corações de chocolate, e uma poção do impulso para o rapazinho aqui. – ela deu tapinhas nas costas de Rony – Você parece nervoso, a poção vai te ajudar a falar e fazer o que quiser. E será por conta da casa! – ela saiu rindo

– E então, Ronald? O que quer dizer? – fui direta

– Bem... eu queria conversar com você...

– Essa parte eu entendi, quero saber o que quer falar comigo – falei friamente

– Tudo bem, é que... argh, podemos esperar a poção do impulso chegar? – ele limpou o suor da testa

– Tá, tanto faz – dei de ombros, tentando parecer indiferente

Esperamos alguns poucos minutinhos e Madame Puddifoot trouxe nosso pedido.

– São seis galeões por cada coração

– Aqui está – coloquei o dinheiro na mão dela

Rony mal a esperou colocar a poção do impulso na mesa, e já virou tudo na boca

Ele pigarreou e começou a dizer

– Bom, tudo bem, agora direi tudo. Hermione, eu sei que ficou magoada comigo, eu sei que não foi justo eu fazer toda aquela cena com a Mila um dia depois de termos terminado, sei que fui um idiota e tudo mais. Não precisa dizer nada, sei exatamente o que sentiu, mas é que eu simplesmente não paro de pensar em você por um segundo. Sei que quer dar uma chance para o Draco, mas nós dois sabemos muito bem que você nunca gostará dele como gosta de mim. Eu só quero que volte a ser minha... por favor – os olhos dele se encheram de lágrimas

Tudo o que eu queria naquele momento era pular em seus braços. Mas eu não devia. Eu já tinha falado para o Draco que eu ficaria com ele, já tinha prometido a mim mesma que não voltaria com o Rony.

– Não, me desculpe, eu não posso – me levantei

– Quê?

– Não, não posso – uma lágrima estava preste a escorrer pelo meu rosto, mas eu a limpei antes que pudesse cair

– Não faz isso, por favor... – ele também levantou

– Desculpe, não posso – sussurrei, e fui saindo. Mas antes que desse o terceiro passo Rony pegou meu braço

– Desculpe, mas eu é que não posso deixar de fazer isso – ele disse, e em seguida beijou meus lábios com tanta ferocidade que cheguei a me assustar. Tentei lutar contra ele no inicio, mas cedi aos seus lábios macios logo depois. Enrosquei meus braços em volta de seu pescoço enquanto ele mexia sua língua contra a minha.

– Não... não... não – minha voz saia abafada, enquanto eu falava sem tirar minha boca da dele

Não consegui parar de beijá-lo, até que ouvi alguém falando ao fundo:

– Olhe, a Hermione e o Rony voltaram

Empurrei Rony bruscamente e olhei em volta, todo o bar nos olhava. Senti minhas bochechas ficarem vermelhas

– Argh, por que fez isso? – sussurrei para Rony, arrumando minhas roupas e me sentando novamente, tentando disfarçar

– Por que não pude resistir – ele disse

– Se sente e coma! Estão todos olhando! - mandei

Comecei a comer meu coração de chocolate, sempre olhando para os lados. Aos poucos as pessoas pararam de nos encarar

– Então... aceita voltar comigo? – Rony disse, ao terminar de comer seu chocolate

– Ron... por Merlin! Não me faça perguntas difíceis – eu fechei os olhos e comecei a massagear minhas têmporas

– Não é difícil, basta responder sim ou não

– Pra mim é difícil sim...

– E por quê? Sei que você quer ficar comigo tanto quanto quero ficar com você

– Eu quero, mas... – levantei a cabeça e olhei bem fundo em seus olhos azuis. Por quanto tempo eu conseguiria adiar o inevitável?

– Eu te amo tanto... – suspirei, acariciando o rosto dele

– Eu te amo mais. – ele pegou minha mão parada em seu rosto e deu nela um beijo – Já percebi que não vai acontecer nada, então é melhor eu ir – ele soltou minha mão e foi se levantando

– Não, não vai! – protestei

– Mas você não vai aceitar meu pedido – ele sentou de novo

– Eu não sei se vou conseguir fazer isso por muito mais tempo, então o melhor é não fazer - falei

– Não fazer o quê? – ele perguntou

– Ficar longe de você

Os olhos dele se encheram de esperança

– Isso quer dizer que...

– Que eu quero voltar com você – sorri

– Está brincando, certo? – ele abriu um sorriso de orelha a orelha

– Não, não estou – me levantei

– Isso é... isso é... – ele também se levantou, ficando de frente para mim – maravilhoso, eu... HERMIONE, EU TE AMO! – Rony berrou

Todas as outras pessoas presentes se viraram para nós

– Ronald! – exclamei, rindo

– EU TE AMO, EU TE AMO!

– Pare de gritar! – continuei rindo

– NÃO, EU QUERO QUE TODOS SAIBAM QUE EU TE AMO! – ele me pegou pela cintura e me girou no ar

– Ah, Rony, me ponha no chão! – eu pedia, entre gargalhadas

Ele me colocou no chão, olhou em meus olhos e sussurrou:

– Nunca mais vou te soltar

E enfim me beijou

As pessoas começaram a levantar e a bater palma para a cena que estavam presenciando, se fosse com qualquer outro eu provavelmente morreria de vergonha. Mas era com o meu cenoura, e pra mim só existiam eu e ele ali

Rony interrompeu nosso beijo e se ajoelhou no chão

– O que está fazendo? Levante-se!

– Não, eu quero de propor algo... Você quer ir ao baile comigo? – ele pegou minha mão

– Ah, mas é claro – puxei-o para cima e voltamos a nos beijar

Aquele era oficialmente o melhor dia da minha vida