Changes escrita por Bruna Pattinson


Capítulo 6
Horror stories


Notas iniciais do capítulo

Demorei anos para atualizar, me desculem! Mas está aí, finalmente, o caítulo 6 ♥Deixem reviews, pra deixar uma autora feliz :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/208700/chapter/6

Chegamos ao colégio muito rapidamente, e o estacionamento já estava bem cheio. Era bom estar com Sophie, era bom já conhecer alguém no meio daquele mar de adolescentes. Peguei meu horário na secretaria, com uma senhora muito simpática. Eu só tinha duas aulas com Sophie durante a semana, o que me deixou um pouquinho apavorada.

– Não se preocupe, Bella, você vai se enturmar. Nos vemos no almoço! – ela falou, enquanto ia para sua primeira aula.

Antes ela tinha me explicado onde era a sala de matemática, mas meu estômago estava dando giros e eu não entendi uma palavra. Comecei a olhar no mapa dado pela moça da secretaria, até que alguém tocou meu ombro.

– Precisa de ajuda? – um garoto louro perguntou.

– Ah... Na verdade sim, – falei envergonhada, mas sua ajuda iria me poupar tempo e eu estava quase atrasada. – Preciso ir para aula de matemática, mas não sei em qual prédio fica.

– É a minha primeira aula também, posso te acompanhar.

– Obrigada.

– Qual é seu nome? – ele perguntou enquanto andávamos.

– Bella, e o seu?

– Mike...

Conversamos um pouco sobre a Califórnia e como era viver num calor constante. Chegamos na sala e o professor ainda não tinha começado a aula, felizmente. Mike era bem legal. Me ajudou com alguns cálculos e me emprestou suas anotações para que eu pudesse me atualizar.

As aulas seguintes foram cheias de olhares curiosos e conversas tímidas. Era horrível ser a aluna nova, aquela que não conhecia ninguém, o centro de todas as atenções do dia.

A hora do almoço chegou, enfim, e as coisas ficaram mais fáceis, pois eu estava com Sophie. Ela me apresentou à seus amigos: Jéssica, Ângela e Ben. Mike também sentava com Sophie, e era namorado de Jéssica, ou pelo menos eu achava. Eu não iria perguntar assim de cara, iria esperar ter um pouco mais de afinidade com eles. Talvez Jéssica gostasse dele, mas eles não estivessem juntos.

De repente, Sophie chamou minha atenção, sussurrando em meu ouvido:

– Aquela é a família de que eu lhe falei no restaurante – ela olhou para o outro lado do refeitório e eu segui seu olhar.

Eram cinco deles. Três homens e duas mulheres. Reconheci a menina de cabelos pretos do restaurante, olhando para o lado, desconfortável. A outra garota era loira, muito bonita. Ela tinha um olhar superior, como se pensasse que é melhor do que qualquer um aqui. Não gostei de sua expressão.

A loura estava de mãos dadas com o mais forte do grupo. Seus cabelos eram pretos e seu olhar era irônico. Ele estava rindo, mas a loura lhe deu um olhar de advertência, e ele parou rapidamente. Ao seu lado estava outro garoto, de cabelos loiros e expressão meio torturada. Era o mais estranho de todos, então desviei o olhar rapidamente.

Não tive tempo para analisar o garoto ao seu lado, pois no momento que eu virei meu olhar para encará-lo, o sinal tocou. Só vi um borrão de cabelos cor de bronze enquanto Sophie me puxava escada acima.

As aulas finais se passaram tediosamente assim como as anteriores. Quando estávamos indo em direção ao carro, vi o garoto de cabelos cor de bronze, de frente para irmã de cabelos pretos, e eles pareciam estar tendo uma discussão. Eu não era a única a olhar, várias pessoas no estacionamento estavam murmurando sobre eles.

Sophie balançou a cabeça, dizendo:

– Essas pessoas não tem o que fazer. E daí que eles estão brigando?

Balancei a cabeça, concordando. Entramos no carro e minha bolsa parecia pesar trinta quilos junto com o peso da minha consciência. Eu não tinha certeza de que deveria ler o diário. Mas a curiosidade estava me matando. Não consegui prestar atenção sobre o que Sophie estava dizendo em todo o caminho do colégio para casa.

Chegando em casa, almocei rapidamente, respondendo formalmente as perguntas de meu tio sobre a escola, as pessoas, as matérias. Sophie me convidou para ir para La Push novamente e eu recusei do melhor jeito que pude, dizendo que precisava me atualizar, para não ficar de recuperação.

Ela partiu, então. Subi as escadas e abri minha mochila. Peguei o diário, com as mãos meio trêmulas. Decidi abrir numa página aleatória, em vez da primeira.

E então, comecei a ler:

“Sexta feira, 27

Tive uma visão novamente. Carmen e Tânia estão a caminho. Não estou nenhum pouco a fim de vê-la flertar com Edward, e vê-lo rejeitá-la toda santa vez. Até parece que ela não aprende. Também vi a garota novamente. Com Edward. Ainda bem que eu estava longe dele. Faço tudo para poupá-lo dessas minhas visões estranhas, pois nem eu sei o que elas significam.

Estou escrevendo aqui sempre que posso, pois sei que devo. Sei que isso significará alguma coisa algum dia. Eu não ando tendo essas visões em vão. Não estou louca. Bom, ainda não.

Pelo menos escrever tira meu tédio. Talvez eu devesse escrever uma trilogia, você não acha? Sobre aliens aparentemente iguais aos humanos. Mas eles vinham para terra para revolucionar o mundo da moda. Vou dizer isso à Emmett, ele vai gostar.”

Franzi o cenho. Visões? Aliens que revolucionam o mundo da moda? Essa garota só poderia ser louca. Voltei as páginas, indo para a primeira. Tinha uma pequena introdução.

“Olá. Meu nome é Alice. Sei que você está lendo isso. Também sei que você pegou esse diário no restaurante...”

Parei abruptamente. Isso só poderia ser brincadeira.

Talvez ela estivesse planejando deixar o diário no restaurante para alguém pegá-lo e assustar a pessoa, até ela devolver o objeto. Mas eu não era tão medrosa assim, então continuei lendo.

“... Sei quem você é. Se você pegou isso é por que deveria ter pegado. Se você está lendo isso, é por que deve ler. Não pare. Há coisas de que você deve saber.

Se não quiser ler, tudo bem, também. O destino sempre nos leva aos lugares certos.

Mas te aconselho a ler.

Você é uma garota, estou certa? Sim... Sei que sim... Uma garota boa. Uma garota que se mudou recentemente e não sabe nada sobre a cidade. Ou sobre certas pessoas que moram aqui. Mas eu estou prestes a te revelar. Tudo que você deve saber.”

Continuei lendo, mesmo assustada. Ali, haviam histórias estranhas. Histórias impossíveis.

Parecia um livro de terror. Alice não dizia explicitamente no livro o que sua família era. Mas eu sabia o que eles eram. E, ela parecia me conhecer, por mais que isso parecesse estranho. Ela me explicou tudo sobre esse mundo que ninguém conhecia. Tudo sobre sua família. Tudo o que eu precisava saber, segundo ela.

O jeito que ela descrevia seus irmãos, seus pais adotivos... Era como se eu os conhecesse. Fora o fato de eles serem criaturas mitológicas, eles pareciam ser normais.

Parecia que tudo era real. Ri nervosamente.

Devo estar ficando louca, assim como Alice.

Na última página tinha escrito:

“Devolva-me quando terminar. Se tiver coragem.

Brincadeira.

Não vou sugar seu sangue.”

Não consegui rir. Meu coração estava a mil.

Nada ali era verdade. Nada ali é verdade. Murmurei para mim mesma. Só vou devolver à ela e fingir que não li.

Ouvi uma batida na porta e pulei, assustada.

– P-pode entrar – gaguejei, escondendo o livro debaixo do travesseiro.

– Cheguei! – Sophie disse, animada, sentando-se do meu lado na cama.

– Você voltou rápido – eu disse, as histórias do livro ainda ecoando em meus pensamentos, me deixando nervosa.

– Rápido? Eu passei a tarde toda lá – ela me olhou estranho.

– Que horas são? – perguntei, confusa.

– Quase seis.

Eu tinha passado literamente quase cinco horas lendo aquele diário. Cinco horas. Tinha um bolo enorme na minha garganta, então não falei nada.

– O dia foi ótimo lá! Você deveria ter ido. Joguei vôlei de praia com Jacob e o pessoal. Tirando o frio, foi muito legal. Ele perguntou por você – ela não parecia perceber minha expressão nervosa.

– Quem?

– O Jacob!

– Ah...

Ela pretendia dizer alguma coisa, mas sua mãe bateu na porta, nos chamando para ajudar com o jantar. Fiquei aliviada. Não queria responder perguntas constrangedoras sobre Jacob e ajudar no jantar me manteria ocupada, desviando meus pensamentos das histórias daquele diário.

No começo eu não sabia muito o que fazer mas ela foi paciente comigo, me explicando bem as coisas. Fiquei feliz, pois aprendi muita coisa sobre cozinhar. O jantar foi animado, meu tio contando sobre seu dia e piadas que Billy havia lhe contado. Todas eram sem graça, mas sua risada nos fazia rir.

Antes de dormir fiz meu dever de casa. Quando terminei, desliguei as luzes, me deitando. Até que me lembrei de que o diário estava debaixo do travesseiro. Liguei o abajur da mesa de cabeceira, tirei o livro e o joguei pra longe, sem ver exatamente onde ele caiu. Suspirei e voltei a me deitar.

Caí no sono pensando se eu deveria ou não entregá-lo a Alice amanhã, sem realmente tomar uma decisão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Changes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.