Depois de quatro dias de viajem, eles chegaram ao acampamento já à noite. Quando todos foram jantar juntos na casa principal, Percy sentou-se na ponta da mesa, afastado de todos, ele encarava a comida tentando descobrir onde ele já tinha visto aquele rapaz e ele tinha quase uma certeza de que era alguma coisa a ver com seu irmão.

            Ele olhou para as garotas e pra Luke e viu que eles conversavam animadamente, ele semicerrou os olhos e mordeu com raiva a carne de boi que Xena fizera, a carne estava macia e apetitosa, mas Percy estava com tanta raiva e desconfiança que nem prestara atenção no sabor.

            Ao terminar de comer ele saiu, treinou um pouco e foi banhar-se. Depois de trocar de roupa, ele subiu na mesma árvore em que ele e Annabeth haviam se tornado amigos e ficou lá.

            Percy encostou a cabeça na árvore e ficou observando as estrelas, mas a sua mente estava em outro lugar, estava pensando em Annabeth e Luke, mais em Luke do que em Annabeth. Ele ainda tinha a impressão de que já tinha visto aquele loirinho de meia tigela em algum lugar, e junto de seu irmão ainda por cima.

            Ele ouviu risadas e olhou para baixo, Xena, Gabrielle, Annabeth e Luke estavam indo banhar-se no rio, alegres e brincando e etc. Percy respirou fundo, Xena e Gabrielle nunca o acompanharam, e Luke, que mal havia chegado ao acampamento, elas foram banhar-se com ele. Percy voltou a olhar as estrelas, querendo sumir por um tempo. Ele “desligou-se” por tanto tempo que só foi perceber que o estavam chamando quando Annabeth jogou uma pedrinha em sua cabeça.

- Ei! – ele gritou para Annabeth. – Você não vai com a minha cara?! – brincou.

- Não! – ela respondeu e os dois riram. – Desça daí! Vem tomar banho com a gente!

- Eu já tomei banho! – ele gritou de volta. Annabeth soltou um gemido de tristeza. – Mas não faz mal tomar outro né?!

            Ele pulou no chão e Annabeth jogou-se em seus braços, que aproveitou a oportunidade e segurou-a em seu ombro como se fosse um saco de batatas.

- Ei! – ela começou a rir enquanto Percy corri para o rio. – Me coloca no chão!

            Ele alcançou o rio e jogou-a na água, ela levantou-se da água e começou a correr atrás do garoto enquanto o mesmo corria e tirava sua camisa de algodão, jogando-a no chão. Quando ela ficou próxima o bastante dele, ela pulou em suas costas, fazendo com que ele se desequilibrasse e caísse no chão.

            Percy virou-se, ficando de barriga para cima e Annabeth sentou-se em sua barriga. Ela tirou uma mecha de seu próprio cabelo de seus olhos e colocou atrás da orelha. Ele sentou-se e ficou cara a cara com Annabeth.

- Desculpe por ter falado daquele com você quando saímos de Tebas. – pediu olhando nos olhos acinzentados da loira. – É só que... Eu não quero que ele te magoe novamente... Você é minha melhor amiga e já me contou o que aconteceu em sua vida e eu não quero que você se magoe mais. – ela sorriu e o abraçou.

- Está tudo bem, não tem problema. Acho que eu também agiria assim se fosse com você. – ela passou a mão no rosto de Percy. – Eu também tenho que me desculpa, eu não deveria ter te tratado daquele jeito. Acho que estamos quites? – falou sorrindo.

- É, acho que estamos. – ele sorriu e os dois se abraçaram.

            Ela se levantou e o ajudou a se levantar. Percy limpou sua bermuda e olhou para Annabeth, que olhava para as estrelas, ele sorriu, pegou-a no colo e correu em direção ao rio. Mas em vez de jogá-la no rio, ele pulou na água junto e os dois afundaram-se na parte funda do rio. Ele beijou Annabeth e quando os dois submergiram o beija já tinha se encerrado.

            Percy olhou para Luke e viu que o loiro o encarava com raiva. Ele sorriu satisfeito e abraçou Annabeth por trás. Os dois foram até a beira do rio e sentaram-se e ficaram conversando, Annabeth sentou-se em seu colo e ficou brincando com os dedos dele.

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            Percy deitou-se para dormir e quando fechou os olhos automaticamente ele caiu no sono.

            Ele estava no castelo de Poseidon, ele estava criança novamente. Ele deveria estar com uns nove anos, pois sua estrutura corporal já estava meio alta e forte. Então, ele viu Tritão conversando com o novo garoto que havia chegado à cidade há alguns dias.

            Percy tinha um pacote em mão que sua mãe pediu para entregar para Tritão, alegando ser seu almoço e o almoço do amigo. Ele respirou fundo e foi andando fortemente até lá. Então ele finalmente viu o rosto do garoto novo, ele era loiro, tinha os olhos azuis, era branco, alto, com em média uns 11 anos.

- Tritão. – o irmão mais velho olhou para Percy com desgosto.

- O que é? – falou frio.

- Sally mandou o seu almoço e o almoço do seu amigo. – ele levantou o pacote e Tritão o pegou.

            Ele deu uma tigela tampada para seu amigo e pegou outra. Percy respirou fundo e virou-se, mas antes, alguém o chamou.

- Hey! Garoto! – ele virou-se e viu que era o loiro o chamando. – Qual o seu nome?

- Meu nome é Perseu. – responde.

- Bem, prazer, o meu é Luke. – ele levantou a mão e os dois compartilharam um aperto de mão.

- Prazer.

            Quando Percy já estava quase passando pela porta Tritão arremessou uma pedra em suas costas, bem em cima do machucado mais recente das chibatadas, e o garoto caiu no chão com um grito, ouvindo o irmão e o amigo rirem dele.

            Ele fechou os olhos e respirou fundo, levantando-se em seguida e jurando que um dia iria se vingar. Ele correu para dentro do castelo e foi fazer o seu trabalho.

            Percy acordou suando, seus olhos estavam arregalados e seus músculos estavam tensos, ele finalmente havia se lembrado de onde ele conhecia Luke, e ele não tinha gostado saber, um amigo de seu irmão automaticamente virava o seu inimigo.

            Ele engoliu seco, “Aí tem dedo do Tritão.” pensou, “Esse cara não está aqui por causa da Annie.”. Ele deitou-se novamente e dormiu, ele tentaria arrancar algumas verdades do loiro no dia seguinte.