Os Clichês de Rosemary escrita por Gabriel Campos


Capítulo 14
Se eu não acho nem a ponta do durex, por que acharia um amor?


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é curtinho e fala com um pouco mais de detalhes sobre o que aconteceu naquele dia, no parque.
Ah, gente, a Bela me indicou um site onde eu posso fazer upload de músicas e montar um player, ótimo pra trilha sonora de fics.
Quem quiser ouvir a trilha sonora desses clichês, fique a vontade
http://8tracks.com/pohamanolo/os-cliches-de-rosemary-soundtrack



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Eu tinha um amigo: Sebastian. E era a primeira vez na minha vida em que eu tinha um amigo.

Depois daquele passeio na sorveteria, eu não conseguia me esquecer daquele passeio que tivemos no parque logo depois. O Sol estava se pondo e eu narrava tudo para Sebastian, que imaginava ou tentava imaginar o que se sucedia.

— O Sol é meio esférico. Sabe, esférico? Você já pegou numa maçã?

Sebastian respondera:

— Sim, claro. Adoro maçãs.

— Então, ele é redondo mais ou menos como uma maçã, creio eu. Só que muitas vezes maior do que uma. E ele emite uma luz muito forte. Você pode sentir essa luz pelo calor, sabe? Quanto mais calor, mais forte a luz do Sol está. E, quando o Sol se põe, o lugar onde estamos fica mais escuro.

— Escuro, tipo, escuro como eu enxergo?

— Não exatamente. A Lua emite uma luz também, mas não tão forte quanto a do Sol.

— Rosemary... — ele chamara meu nome, ainda olhando fixo para o nada, em direção ao horizonte.

— Oi?

— Os dias são quentes por causa da claridade, então. Já as noites devem ser mais frias porque são escuras.

— Deve ser, Sebastian. Deve ser.— eu respondera. Ele deitara sua cabeça no meu ombro novamente. Juntos, em silêncio, continuamos a esperar que o Sol terminasse de se pôr.

— Então, talvez seja por isso que eu às vezes sinto tanto frio.

Sebastian parecia um cara de bem com a vida até então. Só que, naquele momento, comecei a perceber que ele guardava seus fantasmas para si mesmo.

Eu queria muito ajuda-lo.

Eu gostaria que ele voltasse a enxergar e visse todas aquelas coisas simples mas que, no entanto, muitas pessoas como ele dariam tudo para contemplá-las ao menos uma vez.

Como o pôr do sol.

Dóris nos encontrara, ainda naquele mesmo clima de silêncio, minutos depois. Parecia até que ela sabia que o seu irmão de coração gostava muito daquele lugar. E talvez aquele fosse mesmo o lugar preferido dele.

— Sebastian, Rosemary! Eu sabia que poderia encontrar vocês aqui.

Puff cumprimentou a garota com dois latidos e, abanando o rabo, começou a pular, querendo brincar com ela, talvez.

— Acho que o Puff quer brincar. — eu comentara — E é com você, Dóris.

Dóris afagara os pelos da cabeça do cão e começara a correr pelo parque, Puff a seguia.

— O que eles estão fazendo, Rose? — Sebastian indagara, curioso.

— Acho que o seu cão-guia gosta muito da sua irmã.

— Ele só gosta das pessoas de quem eu gosto — respondera — E tenho certeza de que ele gosta muito de você também, Rosemary.

Um frio tomou conta da minha barriga. Algo que eu nunca sentia antes. Não era vontade de ir ao banheiro depois de tomar aquela montanha de sorvete, não mesmo. Era algo mais delicado, que fazia com que os meus pelos do braço se eriçassem. Se Sebastian enxergasse, poderia me comparar com um tomate bem vermelho.

Fiquei em silêncio.

— Então, gente, vamos? — Dóris e Puff voltaram — Sr. Zeferino nos convidou para um jantar na casa de vocês, Rosemary. Vocês poderão conversar mais um pouco, então.

Sebastian sorrira.

E eu ficara mais vermelha.

No que daria esse tal jantar?


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Notas finais do capítulo

Calma, gente! Tem mais no próximo! Só digo que o jantar promete!
:3