Presos Ao Passado escrita por Luciana Pereira


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Jake aparece nesse capitulo.



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Ele parou a moto em frente ao apartamento dela, ela desceu e logo depois ele. Ela respirou fundo o olhando de um jeito diferente, mas não era o julgando ou de medo, era diferente.

- A dama está entregue – ele falou cortando o silêncio.

- Obrigada – ela disse olhando pra ele com um sorriso ligeiro nos lábios e olhou pro prédio onde mora – Espero que não se afaste de mim depois do que me contou – ela disse adivinhando as intenções dele.

- Eu não ia…                                                                                                               

- Posso não te conhecer muito bem, mas eu sei que você não é um vilão – ele abriu a boca e depois fechou confuso por ela ter o interpretado tão bem.

- Esse era o meu plano mesmo – ele disse depois de se recompor, era o único modo de não sentir que ela fugiria dele, pelo menos ele nunca saberia se ela fugiria ou não com ele fugindo antes de acontecer. Ele iria fazer isso, pois ele perdeu muitos colegas, pessoas que falavam que sempre estariam ao seu lado, mas ele soube que ser rejeitado por Daniella seria mil vezes pior.

- Espero que desista – ela disse com um sorriso arrastado se formando em seus lábios e o Robert ficou observando atentamente.

- Pensei que você faria ao contrário – ele se aproximou como se quisesse testar se ela não tinha medo ou algum receio com a proximidade dele, só que ela não se intimidou e nem fez nenhum ato de se proteger-se.

- Já te falei! Você não é um vilão – ela deu um passo a frente ficando muito mais próxima a ele.

Ele só a colou em seu corpo com um abraço como se tomasse a propriedade do que já era seu e a olhou nos olhos por uns segundos, enquanto ela estava com a respiração acelerada e levou seus lábios a centímetros do dela, só que ela apressou as coisas colando com urgência os lábios ao dele, que foram cativados por necessidade de sentir, de viver aquele momento.

Ele a segurou mais firme colocando-a nas pontas dos pés por ele ser mais alto, mas ela não sentiu nada, pois ele estava sustentando todo seu peso. Ela envolveu os braços envolta do pescoço dele, grudando mais ainda seus corpos – se é que tinha como – e sendo assim dando mais liberdades dele a toca-la. Mas logo veio na mente dela, uma lembrança dolorosa, de quando seu ex-namorado tocou-a e…

- Não! – ela se afastou e ele ficou de olhos fechados por um tempo tentando voltar ao estado normal. Quando ele abriu os olhos viu ela de costas pra ele abraçando seu próprio corpo como se estivesse com medo de alguma coisa, que tinha haver com ele, mas não por causa dele. Soube diferenciar.

- Não precisa ficar assim – ele disse com calma – Eu não te toco mais – ele disse chegando perto dela que virou pra ele mostrando os olhos transbordando em lágrimas – Só se você quiser – ele deu um sorriso e ela riu por um segundo.

- Perdão – ela disse olhando pro lado e depois pra ele.

- Nada – ele respondeu não fazendo muita importância, ele sabia que ela não fez por mal, mas o deixou frustrado – Melhor eu ir embora – ele disse olhando as horas.

- Não vai querer mais me ver? – ela disse insegura e não entendendo porque estava perguntando uma coisa dessas a ele.

Ele sorriu a olhando por um tempo – Quero te ver e no mesmo tempo não posso – ele respondeu sabendo que não era a pessoa certa pra cura-la das suas feridas.

- Até – ela quis pelo menos recuperar a dignidade e entrou no prédio quieta.

Robert estava andando pelo seu apartamento pro lado e pro outro pensando no beijo que trocaram, viu que se ela não pare-se, ele a pegaria no colo e levaria pro seu apartamento, mas ele não devia, não devia mesmo. Ele não é um cara atencioso pra faze-la se sentir amada e feliz, ele sempre foi o egoísta, arrogante ela não merecia ficar com alguém assim.

Ele tinha que conversar com alguém, mas com Kiara não dava de jeito nenhum, ela ia ficar perturbando dizendo que ele se apaixonou e que ia se casar, ter vários filhinhos onde um deles teriam o mesmo nome dele. Mas sabia que tinha uma pessoa confiável, mais ou menos.

- Alô mãe?

“Oi meu filho amado, está querendo saber mais dessa senhora aqui né?” sua mãe atendeu provavelmente com um sorriso no rosto, Robert conhecia muito bem sua mãe.

- Liguei pra saber se a dor em seu joelho melhorou – ele começou ouvir a mãe falar uma história gigante sobre o joelho e como achou um remédio. Decidiu não contar a mãe, como contaria que beijou uma mulher, quando estava ficando mais ousado ela recuou por ter medo dele tocar sua pele, pois ela tem marcas de queimaduras em seu corpo e ele queria ajuda-la a perder o medo, sem se envolver muito?

Depois de desligar ele pensou e finalmente pensou em usar uma carta nas mangas, só bastava ter o mesmo numero de celular.

“Alô?”

- Olá Jake, está ocupado? – ele perguntou um pouco receoso.

“Não, por quê?”

- Estou com um probleminha e preciso de alguém pra me aconselhar, o melhor da minha lista foi você – ele disse sincero.

“Bom… Posso tentar ajudar” o Jake pausou um pouco e pelo o que o Robert muito bem sabe ele devia está olhando ás horas e fazendo um cálculo, onde ele sempre se embolava. Ele quase riu enquanto se perguntava como o Jake conseguiu trabalhar na empresa do tio dele “Daqui a meia-hora me encontra na lanchonete da Joanna” Robert achou melhor mesmo conversar pessoalmente.

- Por mim tudo bem, obrigado – ele disse achando a atitude do Jake boa.

“Nada que um amigo faça” Robert sorriu de lado vendo que o Jake ainda o considera um amigo “Até lá” eles cortaram a ligação juntos.

Daniella estava tomando banho quando ouviu seu celular tocando, se enrolou na toalha e foi até a sala atender a chamada.

- Oi – ela disse se sentando no sofá, mesmo estando molhada.

“Alô maninha!” – ela ouviu a voz de sua irmã Liana no tom empolgado.

- Alô, como vai? – ela perguntou não escondendo o tom de supressa pela ligação.

“Bem… Eu queria só te perguntar, se eu poderia passar o dia contigo depois de amanhã ?”

- Sim, sim – Daniella cravou as unhas no sofá pra não deixar que sua voz mudasse pra um tom de quem não quer deixar, mas está sem jeito de falar não – Claro!

“Vai ser tão bom!” – ouviu um suspiro exagerado da outra do outro lado da linha “E tenho algo importante pra te contar, até lá”.

- Até – Liana cortou a ligação e Daniella ficou olhando pro nada imaginando como será essa visita de sua irmã mais velha, a mesma que poucos dias antes de ir mora pro hotel discutiram feio.

Robert viu o Jake entrando na lanchonete praticamente correndo que nem um maluco e sentando na cadeira do outro lado da mesa.

- Desculpe o atraso – ele disse se encostando na cadeira.

- Nada – Robert respondeu sério, era desconfortante sentar com o Jake depois de tudo que aconteceu, mesmo ele sendo uma das únicas pessoas que ele confia. E ele estava usando terno, Robert achou estranho, nunca o imaginou assim.

- Jake desde que você tornou-se pai de família ficou mais sério? – ele perguntou achando graça do modo que o Jake mudou.

- Não sei – Jake deu um sorriso engraçado – Me conte qual é o problema?

- A vizinha do prédio da frente – ele falou como se explicasse tudo.

- Sim, o que tem ela? – Jake olhou pra ele como se ele observasse a vizinha.

- Eu não sei por onde começar – o Robert disse bebendo um pouco do seu refrigerante, ele não bebe só bebidas alcóolicas.

- Me conta do começo – Robert rolou os olhos achando que todos falam algo parecido com isso, quando alguém não sabe onde começar a história, se ele soubesse onde começa não estaria falando que não sabe.

- Eu estava olhando pro apartamento dela…

- Sabia que tinha algo haver com ficar observando à vizinha – Jake debochou.

- Nossa Jake você não muda em – Robert percebeu que o Jake nunca ficaria uma pessoa séria na vida – Continuando, quando ela apareceu no meu campo de visão e ela era linda… Mas ela tem cicatrizes de queimadura praticamente no corpo todo.

- Você ver isso um problema? – Jake perguntou já sério.

- Nenhum, sem duvidas. Como eu disse ela é linda! – ele suspirou pensando em como continuar – Fiz amizade com ela e é uma pessoa legal, claro que tem suas inseguranças digamos que um trauma físico e nos beijamos – Jake fez uma cara de supresso – Mas ela se afastou quando eu comecei toca-la e tem haver com o trauma – ele explicou.

- E você quer tirar esse trauma? – Robert assentiu.

- Mas no mesmo tempo não me envolver – Robert disse sincero.

- Por que não? – Jake perguntou não entendendo porque, parecia que ele estava gostando dela de verdade.

- Eu não sou um cara ideal sabe, não sou protagonista de um filme que é um sonho de consumo de qualquer garota e eu sou o Robert o cara que fazia besteiras todas as noites, um agressor de bulling e o cara que matou uns de seus melhores amigos – ele disse sério, não era uma mentira.

- Você tem medo dela descobrir e não querer você? – Jake perguntou o que ele entendeu.

- Ela já sabe e não quer que eu fuja dela, disse que eu não sou um vilão - Jake pensou um pouco, o Robert só podia gostar dela, não que ela tenha cicatriz e marcas queimaduras, mas ele era o cara muito preconceituoso, não tolerava imperfeições que ele criava em sua mente e está querendo ficar com uma pessoa que a maioria das pessoas não considera nem um pouco perfeita é um grande passo pra ele.

- Eu concordo com ela – Robert olhou pra ele como se tivesse falado um absurdo – Perdão Robert por questionar suas opiniões sobre si próprio, mas não acho que você é um vilão – Jake disse sensato – Você só tinha uma ideia de perfeição na cabeça, tanto que você mesmo está as colocando sobre você – Robert ficou sério e percebeu que em partes ele estava certo.

- Mas você sabe como eu sou com as mulheres – o Robert lembrou o Jake, que ele sempre se enjoava depois de um tempo de todas elas – Eu me preocupo em acontecer isso com a Daniella e machuca-la ainda mais – ele explicou sua verdadeira preocupação.

- Você gosta dela? – o Robert pareceu perder a cor com a pergunta – É uma pergunta simples, você gosta dela? – Jake perguntou novamente e mais devagar pra ele compreender a pergunta.

- Eu… Eu não sei – Robert balançou a cabeça confuso – Eu simplesmente não sei… - Robert lembrou da curiosidade sobre o irmão gêmeo do Jake – Nossa Kiara me contou sobre o seu irmão gêmeo – informou Robert.

- É, eu recebi uma carta contando que tenho um irmão chamado Guy Adams, no começo foi estranho, mas eu gostei ele é um bom cara – falou o Jake normalmente.

- Mas ele não era pra estar morto? – perguntou confuso Robert.

- Sim, mas é confuso, o meu pai se recusa a falar ainda porque, está na maior confusão lá em casa – ele pausou – O importante é que eu e o Guy nos damos super bem…


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