CAPÍTULO 03

Voltei para meu pequeno apartamento para buscar meu carro, era um carro simples, feito para ser econômico, um carro que era o oposto de meus sonhos loucos de consumo. Peguei as chaves dentro do bolso de minha calça e o destravei, entrei e um pequeno brilho me chamou a atenção na parte de trás. Era uma cadeirinha de carro, e vários brinquedos de Anthony e algumas caixas que ocupavam inteiramente o banco de trás. Sorri. Mamãe. Sai do estacionamento do prédio e ganhei as ruas, meu primeiro destino era um escritório de advocacia que ficava no centro do bairro, dirigi até lá,devagar, meus pensamentos estavam longes... Como meu Anthony estava se saindo com as outras crianças? Meus pensamentos vagaram deste assunto até minha pequena Forks, em Washington, em minha família, em meu futuro sobrinho, o filho de Alice, em meu irmão mais velho e super protetor, em minha mãe, tão doce e terna... Em meu pai que levava a risca a idéia da honra a família. Suspirei. Eu sentia saudades deles. Parei o carro na frente de um enorme prédio que deveria ter andares e andares, desci do carro, nervoso, e adentrei pelas imensas portas.

_ _ _

Passei a mão por meu cabelo cor de cobre, frustrado. Eu não
conseguira o emprego. Tinha passado a metade da tarde rondando por Nova York e nehuma empresa de advocacia me aceitou. Bufei de raiva. Eu era tão inútil assim?

“ Uma boa família e um bom emprego faz de um homem digno de
respeito, Edward”. Ele tinha dito certa vez quando eu tinha uns quatorze anos “ Lembre-se disso.”

Eu falhara com o meu emprego. Mas não falharia com meu filho. Eu queria vê-lo crescer feliz, seguro, queria que ele se formasse, arrumasse um emprego, e tivesse uma família. Eu não falharia com Anthony. Ele não tinha culpa de seu pai ser um inútil. Dirigi para meu apartamento, devagar, tentando clarear minha mente, ainda faltava muito tempo para Anthony largar da creche e eu decidi fazer uma surpresa para ele. O sonho de meu pequeno sempre foi ter um quarto só para ele, em Forks, ele dormia comigo em meu antigo quarto, o apartamento era pequeno, e tínhamos que dividi-los com Alice e Jasper enquanto a casa deles ainda não estava pronta. O apartamento onde meu pais me criaram e a Alice e Emmett era pequeno, tinha apenas três, um dele que eu sempre dividi com Emmett, meu irmão mais velho extremamente otimista,  até ele se casar, o quarto que eu dividi com meu Tony durante dois anos. Após sair do pequeno estacionamento e caminhar os poucos metros que levavam até a entrada do prédio, o porteiro simpático da véspera veio até mim com o velho sorriso bricalhão nos lábios.

- Ah, Sr. Cullen!

- Por favor, me chame de Edward – pedi.

- Então chame-me de George. – ele falou. – Senhor C... Edward, chegaram umas coisas pra você, mas eu já as despachei lá para cima para o senhor. – ele disse. George era um homem de aparência ssempre simpática, a pele era meio brozeada, aparentava ter quarenta e tantos anos, os cabelos castanhos estavam grisalhos, e os olhos pretos brilhavam.

- Obrigada, George, não precisava se encomodar. – falei envergonhado.

- O que é isso, eu gosto de ajudar. – ele falou como se eu o tivesse ofendido.

- Bem, vou subir, foi bom conversar com você. – falei enquanto em dirigia para as escadas.

- Até mais, Edward. – ele acenou para mim e saiu pelas portas de vidro assoviando uma canção animada. Tive a estranha sensação de que George não se abalava com nada. Subi as escadas, tirando o paletó no caminho e o botei encostado em meu braço. Saquei a chave do bolso da calça ao chegar ao pequeno corredor do primeiro de quatro andares, abri a porta escura rapidamente, e fui saudado pelas paredes de um tom estranho de branco, o chão era escuro, havia alguns móveis deixados para trás, e no meio da pequena sala, havia uma caixa grande, eu joguei o paletó em algum canto do quarto e fui até a cozinha, um cômodo menor que a sala, com uma geladeira branca, um pequeno fogão de quatro bocas, um pequeno balcão lateral, com armários encima, e no meio uma mesa de madeira escura, haviam muitas caixas ali, e uma delas estava aberta encima do balcão, e estava cheia de talheres, peguei uma faca afiada e voltei para a sala, passando a faca pela fita grossa que fechava a caixa, depois de um pouco tempo, a fita estava toda no chão. Abri os tampos da caixa e fiquei surpreso com o que vi. Eram as partes de uma cama branca, pequena, uma cama de criança. E entrei as peças havia um envelope branco e grosso. Uma carta. Me sentei no chão e abri o envelope cuidadosamente, haviam doid envelopes inclusos, um claramente era um envelope de fotos, o deixei ao meu lado e abri o outro.

Querido Edward,

Estou com muitas saudades de você e de Anthony, essa casa não é mais a mesma sem vocês. Falta alegria. Queria tanto que você ainda estivesse aqui. Mesmo que eu pedisse, é claro que você não voltaria, você sempre foi independente...

Espero que nãos e zangue, mandei a cama que Anthony tanto pediu. Imagino a cara dele ao ver. Alice está inquieta, logo poderá saber o sexo do bebê... Emmett diz que você está monopolizando Tony. E seu pai está brigado com ele, claro.

Mande lembraças...

P.S: Tire as coisas do carro. E não esqueça de me agradecer depois.

Sorri, feito um bobo. Minha mãe... Sempre tão preocupada comigo, eu ligaria para ela depois, quando Anthony estivesse em casa, ele
adoraria falar com ela. Voltei-me para o outro envelope. E meu sorriso se ampliou ao ver as fotografias.

A primeira era de mim segurando meu pequenino Anthony, quando ele tinha apenas horas de idade, estávamos no hospital, ele dormia em meu colo e eu tinha um sorriso enorme e um olhar encantado.

Na segunda, Tony tinha um ano, era seu primeiro aniversário, e foi feito na casa de Esme. Victoria não havia saído na foto, eu segurava Anthony, que tinha um sorrisinho banguela no rosto, os olhos virados para o bolo de chocolate a sua frente.

A terceira Anthony brincava com o cachorro de Emmett no parque, lembro-me que ele soltava altas gargalhadas

Na quarta, Anthony tinha dois anos e dormia profundamente encostado na mesa da cozinha.

Na quinta, Tony tinha um ano e estava tomando banho na casa de minha mãe.

Na sexta e última, eu e Anthony estávamos no parque, ele estava deitado em minha barriga, tinha apenas alguns meses de idade, ele dormia e o olhava, fascinado.

Eram as melhores fotos minhas e de Anthony... E retratavam a única boa que eu prezava em mim... Anthony. A única coisa que eu mataria e morreria para proteger.

Algumas das fotos...

1 -

3-

4-

5-