À Procura Da Felicidade escrita por Effy


Capítulo 24
It's stupid




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It's too bad, it's stupid...

2 - It's Stupid - Isto é estúpido

CAPÍTULO 20

Acordei por causa da forte dor que apunhalou meu peito, como uma facada. Aquilo era esquisito, porque desde o inicio do tratamento, era muito raro que essas dores se tornassem tão agravantes.

– Bella? Eu já tomei meus remédios hoje? – perguntei, ainda de olhos fechados, tentando não gritar.

– Acho que ela não está aqui, Edward – uma voz terrivelmente familiar disse, rindo. Senti meu corpo inteiro se arrepiar... aquela voz... Abri meus olhos. Eu conhecia aquele lugar. Era o antigo apartamento em que eu vivera com Victoria antes de ela ir embora. era um lugar pequeno, de paredes brancas e móveis claros, eu estava deitado na cama de casal. O antigo berço de Anthony ainda no mesmo lugar; mas agora tudo estava coberto por lençóis brancos, as teias de aranhas acumulando-se no canto e uma camada suave de poeira cobria tudo, as paredes começando a descascar. A janela estava aberta, revelando um dia chuvoso, típico de Forks.E Victoria estava sentada na beirada da cama, usava calças jeans justas, uma blusa azul-marino e seus cabelos caiam em ondas flamejantes por suas costas, tinha um sorriso calmo no rosto, o sorriso que eu amava, quando eu pensava que a amava.

– O que você fez? – murmurei, olhando-a nos olhos – O que porra você fez, Victoria?

Abafei minha tosse com a mão, olhei para baixo. Eu ainda usava o conjunto de moletom cinza que Bella tinha trazido para mim essa manhã... Há quanto tempo estou aqui? Horas? Dias? Não tenho a mínima ideia.

– Eu só peguei o que é meu de volta. – ela franze sua testa perfeita, formando um pequeno ‘v’ - Como pode Edward? Como pode ficar com aquela... – ela pausou, respirando fundo – Você é meu. Não dela. Não de ninguém. Meu. – repetiu, convicta. Levantei a sobrancelha.

– Você está completamente louca! – exclamei - Eu não te amo mais, Victoria, entenda isso.

Sua expressão ficou confuso e eu registrei um rastro de dor em seus olhos, ela olhou para baixo, para suas mãos. E quando sustentou seus olhos para mim, eles tinham um brilho decidido, quase... doentio.

– Oh, querido. O que fizeram com você? – ela levantou a mão para meu rosto, mais eu recuei – Acho que você acordou confuso. Eu posso entender isso – sorriu e levantou-se, indo até a mesinha de canto e tirando de lá um pedaço de pano branco.

Oh não.

– Você não entendeu? Eu estou doen... – comecei a dizer, minha voz se elevando, porém ela pressionou o pano em meu rosto, sobre meu nariz e boca. O cheiro era forte. Insuportável. Me debati, mas eu estava fraco demais...

– Descanse, meu amor – sussurrou Victoria, antes de eu apagar.

**

Em outra cidade, há vários quilômetros de onde Victoria acariciava os cabelos do adormecido Edward, as mãos de Isabella tremiam.

Tinham-na deitado na cama dele e colocado-a em uma camisola branca e prendido seus cabelos em um coque bagunçado. Ela segurava o cobertor dele junto ao seu rosto, cheirava a menta, loção de banho e Edward.Uma xícara intacta de chá pousava em suas mãos.

Isabella observava a cena caótica do quarto. A polícia estava ali e o detetive Jones entrevistava a pobre e chorosa Joanne Parker, enfermeira dele. O policial falava com Carlisle, Alice andava de um lado para o outro do pequeno espaço e Emmett tentava acalmar Esme, que chorava copiosamente. Seus dois novos amigos, Louis e Ariane – a menina que a tinha abraçado e confortado sem nem mesmo conhecê-la, tinham saído para que Ari pudesse tomar seus remédios. Bella pensou momentaneamente como uma garota tão animada – e talvez um pouco maluca – pudesse estar doente.

Victoria o tinha levado e não tinha deixado nem uma pista a não ser o bilhete que agora estava cheio de marcas de todas as vezes que fora dobrado e desdobrado nas mãos do sério detetive. Bella tinha sido examinada e em seu exame sanguíneo foi detectado uma pequena quantidade de tranquilizante para cavalo, fora medicada, mas parecia que os calmantes não faziam efeito, pois a adrenalina ainda circulava por suas veias, a deixando maluca.

A porta se abriu e ela inclinou a cabeça para um lado, para ver Ariane e Louis entrarem. Ari tinha trocado sua calça de moletom por um jeans apertado. A pulseirinha médica com “Ariane Rose Thompson” escrito balançava em seu braço que agora tinha um tubo conectado, na outra mão, havia uma lata de Coca-Cola Diet já aberta. Louis entrou atrás, empurrando o suporte do soro com cuidado.

– Olá Belle – cumprimentou a garota. Isabella gostava de como o novo apelido soava engraçado falado por Ariane – minha nova enfermeira não me deixou vim visitar você. Por isso, Lou e eu pulamos a janela e demos a volta – ela sorriu – foi um sacrifício pular com isso – apontou para o suporte do soro e bebericou um gole do refrigerante.

–Tudo bem? Alguma notícia? – perguntou Louis.

– Não. Para as duas perguntas – balançou a cabeça, abafando um soluço.

– Quem são? – Ariane disse, em suas mãos estava o retrato das crianças.

– A garotinha maior é Annie, minha sobrinha, o bebê é Nate, filho dela – apontou para Alice, que tinha parado de andar e olhava pela janela – E a menininha e o garoto são meus filhos, Angeline e Anthony.

Ariane arregalou seus olhos e engasgou-se com a bebida.

– Os dois?!

Isabella sorriu, seu primeiro sorriso genuíno nas últimas doze horas.

– Angeline é minha filha biológica, Anthony é filho de Edward – suspirou.

Seu Edward... A dor esmagou seu coração com suas longas garras afiadas. O que ela faria sem ele? Onde diabos Edward estava? E o que aquela... aquela vadia estava fazendo com ele?!

– Eu acho que vou tirar um cochilo, Belle. E daqui a pouco minha mãe aparece aqui, pra aliviar a barra do Louie – sussurrou Ariane, dando um sorriso torto.

– Você acha mesmo que eu vou deixar você? – Louis bufou, revirando os olhos – Vem, vamos tirar uma soneca. Até mais, Isabella. – E os dois saíram do quarto.

Bella se reencostou nos travesseiros da cama – eles tinha cheiro de Edward – e fechou os olhos. Hmmm... parecia que os calmantes estavam fazendo efeito.

Enquanto ela dormia e com o passar do dia, lentamente o quarto foi se esvaziando.

Primeiro Carlisle, que foi chamado as pressas para o pronto socorro, depois Emmett, que tinha de buscar Annie e Rose em Portland, Alice saíra alguns minutos mais tarde, Jasper tinha ligado para ela pois Nathan estava com fome. E finalmente Esme, que tinha ido buscar Tony e Angie na creche.

Quando ela finalmente despertou, o quarto estava escuro. Sua cabeça doía um pouco e se sentiu estranhamente imunda. Levantou-se e foi até o banheiro, pegando sua maleta em cima da poltrona, despiu-se e entrou na bem-vinda água quente do chuveiro, deixando suas lágrimas escorrerem com a água.

Isabella nunca tinha amado um homem na sua vida como amava Edward. Nem mesmo James, que antes de tudo isso, antes de Angeline, ela julgava ser um príncipe e o homem dos seus sonhos. Não. Com Edward era tudo tão fácil quanto respirar. Ele era divertido, atencioso e cavalheiro, e entendia como ela se sentia com Angie, porque o próprio já tinha passado por isso.

– Ah, querido... Onde você está? – murmurou ela. Abraçando-se para tentar controlar o irracional frio que sentia.


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