PDV da Reyna

– Ah não! Fala sério! Isso é demais para a minha cabeça! Ter o carro guinchado? Beleza! Ser roubada? Legal! Se perder? Na crista da onda! Ter que arrastar amiga desmaiada por aí? Nem em sonhos!

– Dá pra calar a boca? Isso já está ficando muito chato!

– Chato? Chato foi o que o imbecil do Cabeça de Bagre fez com a gente!

– Tecnicamente não foi com a gente e sim com a Annie...

– Ah você entendeu o que eu quis dizer.

Bem, me sinto na obrigação de explicar essa conversa que a primeira vista parece conversa de bêbada. Tudo começou quando o Percy resolveu enviar aquela mensagem meio “borboletal” para a Annie e ela desmaiou, mas também “pudinzinho”? Até eu desmaiava depois dessa!

Continuando a historinha... Como ninguém veio nos resgatar nesse meio do nada, Sophie resolveu que era obrigação dela colocar as reclamações em dia. Estava indignada com o fato de Percy ter simplesmente mandado a mensagem, sem se quer ter se dignado a ir nos pegar.

– Será que ele não podia ter simplesmente aparecido em um cavalo branco, nos resgatado, casado com Annie e ter vivido feliz para sempre?

Eu parei de andar e olhei para a ruiva como se ela tivesse surtado.

– Você tem consciência que você não vive em conto de fadas, não tem?

Ela só revirou os olhos e mandou língua para mim.

– Se eu realmente vivesse em conto de fadas, tenha certeza que eu estaria a quilômetros daqui.

Eu bufei.

– Bem queridinha, sinto-me na obrigação de te contar que isso não é conto de fada, isso é a realidade e príncipes encantados montados em cavalos brancos se encontram em falta no mercado. Então para no mínimo tornar essa situação suportável, você poderia calar essa boca? – disse finalmente perdendo a cabeça.

Sophie se calou e finalmente conseguimos colocar Annie de um jeito confortável no banco que estávamos antes do acidente com as borboletas.

Passamos exatos cinco minutos em silêncio, antes de Madame EuNãoSeiFicarCalada resolver que o silêncio não é um privilégio para todos.

– Que situação humilhante!! Nunca imaginei que teria que me passar por princesa em apuros a espera do cavaleiro em armadura brilhante para me salvar.

– Realmente nada legal!

Mal eu acabo de falar um carro entra cantando pneu na rua.

– Alguém precisa de uma carona?

–-------------------------------------------------------------------------

PDV do Percy

O.k! Um conhecimento que deveria ser compartilhado para todos os caras do mundo: nunca mande uma mensagem via borboleta, a coisa acaba feia!

O olhar de ódio que Sophie me lançava do banco de trás estava quase abrindo um buraco na minha cabeça.

– Calma querida! Nós já estamos aqui, todos juntos e felizes! – Nico dizia, tentando acalmá-la.

– Feliz? – ela falou baixinho, com medo de Annie acordar. – Feliz só vou ficar depois de tomar um banho beeem longo, comprar todas as coisas que foram roubadas com o cartão de crédito do Percy e dormir por dois mil anos!!

Não sei se é possível, mas Sophie estava sussurrando e gritando ao mesmo tempo.

Eu não abria a boca desde que ela, Reyna e Annie tinham entrado no carro que já estava ocupado por mim, Jason e Nico.

Annie continuava desmaiada e Reyna estava fingido dormir.

A situação já estava meio chata com só a Sophie gritando no pé do meu ouvido, mas tudo foi por água abaixo quando Annie começou a se mexer.

– Sujou! – disse Reyna, parando de fingir dormir. – Percy, Annie não pode te ver!

Eu estava dirigindo e a única coisa que eu podia fazer era nada!

– Você quer que faça o que????

– Sei lá! Se joga do carro! – falou Jason, que estava indo no banco do passageiro.

– E quem dirige, ser? – eu disse, tentando enrolar.

Mas ei! Eu tenho razão, tipo, se jogar de um carro em movimento e rolar morro abaixo? Aham, não!

– Para o carro! – Reyna falou.

E enquanto isso Annabeth começava a se mexer mais e mais.

– Não tem onde eu parar esse carro!

Reyna bufou e olhou para Jason, que ao que tudo indica, adivinhou o que ela queria que ele fizesse e puxou o volante da minha mão, fazendo o carro ir cantando pneu até o encostamento e arrancando muitas buzinadas dos outros carros da pista.

Em seguida, Nico, que era quem estava no banco perto da porta do lado esquerdo, e Jason desceram do carro e abriram a porta do lado do motorista.

– Desce! – disse Nico.

– Não! – eu falei me agarrando com todas as minhas forças ao volante.

Jason e Nico rolaram os olhos e me puxaram para fora.

Sophie riu descaradamente da cena, ao menos Reyna teve a decência de fingir que não estava rindo.

– Como eu vou para casa? – eu perguntei, enquanto os meninos entravam no carro, Jason no banco do motorista e Nico no do passageiro.

– Você tem dois pés para que? – Sophie perguntou com um olhar de satisfação por me ver passando por aquela situação.

– Isso tudo é vingança? – eu quis saber.

– Você não sabe o que é vingança de verdade...

Depois disso Annie abriu os olhos e tudo aconteceu muito rápido.

Sophie me empurrou morro abaixo, Jason arrancou o carro e eu fiquei que nem pateta estatelado no chão e sem ter como voltar para minha casa, afinal a droga da carteira tinha ficado no carro.