Believe escrita por emeci


Capítulo 10
8 - É em você que estou pensando...


Notas iniciais do capítulo

Oi lindegas.
EStou com pressa, por isso sorry (: É um capítulo muito pequeno, mas para o proximo compenso ;)
Muito obrigada pelos reviews.
Boa leitura.



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8º Capítulo

 

“(…)You’re who I’m thinking of(…)”

 

Estava sentada no sofá em tons de amarelo, no quarto de hotel de Justin, esperando por ele. Exatamente naquela sala onde tudo tinha começado. A crise emocional, o choro, as babuzeiras, as conversas sem sentido, os jogos em que eu perdia, o beijo. O nosso primeiro beijo. Sorri de orelha a orelha, encarando o teto.

Fazia a análise dos dias até ali. Tudo parecia tão perfeito. Tão surreal. O beijo na chuva, a tarde em casa jogando cartas, o jantar com papai, o “boa noite, princesa”. Tão natural, mas tão magnífico. As imagens de cada momento, de cada frase, iam passando na minha mente. Cada palavra, cada carícia. Por mais que eu não quisesse admitir, só pensar de pensar nele eu ficava feliz.

Suspirei, fitando minhas mãos. Eu sabia que aquilo ia acabar. Que era impossível tudo continuar como estava. Justin teria que seguir com sua carreira e eu teria que voltar para Portugal. Mas enquanto eu pudesse, aproveitaria cada segundo. Aproveitaria todos os sorrisos que Biebs me pudesse oferecer e os retribuiria com mais força ainda. Faltavam duas semanas para eu partir. Exatamente duas semanas e eu estaria no avião regressando para Portugal.

Abanei a cabeça tentando não pensar no inevitável. Tentando esquecer a realidade. Se ao menos eu pudesse fazer o tempo abrandar um pouco, ou mesmo parar. E um sorriso mais singelo apareceu de novo em meus lábios, quando recordei o dia anterior.

O meu despertador não tocara e, consequentemente tinha acordado com o barulho do meu celular. Ainda ensonada, atendera, e dera com a voz de Justin me desejando um “bom dia”. Se não tivesse sido ele eu teria dormido até ao meio dia e deixando Pattie me esperando. E isso teria sido péssimo. Contudo, e graças àquele lindego, eu tinha acordado. E, sejamos sinceras, nada melhor do que um despertador com voz de voz de Justin Bieber. Me levantara, com um sorriso no rosto e me vestira. Nada de muito especial. Umas calças de ganga com uma blusa rosa, sem mangas, um colar de prata que eu trouxera com umas sabrinas. Justin me pegara à hora marcada e, como tinha dito, fomos dar um passeio.

Eu não sabia o que esperar. Estava ansiosa e a conversa animada no carro, com Biebs cantando desafinado e soltando piadas, não fez minha ansiedade diminuir. Eu queria saber para onde nós estávamos indo. No fim, não fizemos piquenique nem nada dessas coisas clichés. Fomos a um teatro. Um teatro no centro da cidade, onde só se realizavam espetáculos uma vez por mês. Era um espaço amplo, com um palco enorme. Eu ficara maravilhada. As cadeiras pareciam tão confortáveis, os cortinados vermelhos tão majestosos, o piano no centro do palco tão belo e robusto. Havia pouca luz, o que dava ao local um ar confortável e acolhedor.

Meu sorriso se abriu, enquanto eu me lembrava daquela cena em especial. Mal entrámos, Justin me puxara e me fizera sentar ao lado dele, de frente para o instrumento. E, do nada, enquanto nossos olhares se cruzavam, ele começara a tocar uma melodia suave, bela, emotiva. Não a conhecia e tinha quase a certeza que era uma música nova. Talvez para um novo álbum ou um novo projeto. Contudo, naquele momento, em que via seus dedos dançarem pelo teclado e a música preenchendo aquele salão, esses pormenores não tinham sido importantes. Não enquanto ele tocava uma música para mim, me mostrando de certa forma, um pouquinho dele. Como quem dizia: “Esse sou eu e é isso que eu gosto de fazer.” E, agora, sentada, revivendo aquele momento, eu sabia que tinha sido um dos mais importantes de todos os outros momentos de todos os outros dias. Porque ali, naquele teatro, era como se estivéssemos isolados do mundo. Os arrepios causados pelo seu toque eram substituídos pelos espasmos de emoção motivados pela harmonia musical e pela simplicidade daquele momento. Cada nota tinha uma história, cada acorde tinha uma personalidade e cada compasso tinha vida. Fora como se estivéssemos ligados de uma forma muito além da física. Os nossos olhares se trocavam constantemente, sempre com uma intensidade repleta de doçura. A meio da melodia, fechara os olhos e apoiara minha cabeça no ombro de Justin. A música era calma e me fazia suspirar. Tinha um toque de romantismo e melancolia. Dizem que certas músicas nos fazem lembrar de cenas ou de conversas, ou mesmo de momentos importantes. E foi o que aconteceu, enquanto eu estava com os olhos fechados, sentindo o aroma gostoso dele. Me lembrei do que eu costumava pensar e sentir antes de Biebs aparecer na minha vida. Me lembrei delas, o meu maior pesadelo. Me lembrei que costumava pensar que o mundo ficaria melhor sem mim. Meu coração se apertou e uma enorme vontade de o abraçar e nunca mais o deixar ir se apoderou de mim. Ele me salvara. Do quê, eu não poderia ter a certeza. Mas ele me salvara de algo ruim. E era por isso que eu o amava tanto. Aquela música fazia meu coração bater mais rápido e aumentava a vontade que eu tinha de estar perto de Biebs. De todas as maneiras. Fisicamente e psicologicamente. Quando Justin acabara e os sons deram lugar ao silêncio, eu abrira os olhos lentamente e o encara. Biebs estava me fitando com um sorriso carinhoso no rosto. <> eu falara, num sussurro, sobre a música, enquanto limpava uma lágrima do olho. Justin em encara e se aproximara de mim. <> ele perguntara, preocupado. <> eu falara, envergonhada. Não era totalmente verdade, mas não era totalmente mentira. Porém, aquele momento não era, de longe, o ideal, para falar sobre meus problemas e meu historial deprimente. Mal o dissera, reparei que um brilho se formara nos olhos de Justin e seu sorriso aumentara. Então, o lindinho inclinara meu queixo para cima e me dera um selinho, me fazendo sorrir que nem uma boba.

Depois disso, brincámos às apanhadas, correndo pelas cadeiras e rindo que nem dois doidos, dois malucos.

Ao meio dia, Justin e eu estávamos no carro, a caminho do restaurante onde eu, ele e Pattie, íamos almoçar. Eu não parava de olhar para a rua e de me remexer na cadeira. Só pensava coisas como: “E se a mãe dele não gostar de mim?” ou “E se eu disser qualquer coisa que não devia dizer?”. Quando passámos pela porta do restaurante, me senti intimidada. Só estávamos nós ali. De todo o restaurante com paredes brancas e mesas com toalhas cor de vinho, nós éramos os únicos clientes. Biebs tinha o braço à volta da minha cintura e foi com um sorriso que se aproximou da mãe dele. Aquele gesto me deixava ligeiramente mais à vontade. Só quando vi Pattie, com umas calças jeans, uma camisa cor de púrpura e um sorriso acolhedor dirigido a mim, é que deixei de ficar nervosa. Afinal, tinha sido graças àquela mulher de olhos verdes e cabelos castanhos que eu tinha realizado o meu sonho. Tinha sido graças a ela que tinha visto Justin na mesma noite que o concerto. Quando nos aproximámos, Pattie veio logo me dar um abraço e dizer que adorava o fato de eu ter vindo.

Sorri ao me lembrar.

Pattie era um amor de pessoa. Foi sempre super querida e simpática comigo, fazendo o tempo do almoço passar a correr.

Por volta das três da tarde Biebs nos levou a um parque de diversões com montanhas russas, que ficava lá perto. Foi ótimo! E, no final do dia, depois de já ter chegado a casa, liguei a Maffy e a Táh e fiquei lhes contando as novidades e falando de coisas bizarras, enquanto descansava, deitada na minha cama. Táh e Maffy eram duas fofas que eu adorava. Conhecia-as apenas há uma semana, mas conhecia-as o suficiente para querer passar todos os dias na companhia delas, rindo e falando de coisas que só garotas – e Beliebers – é que entendem.

Continuando a pensar em Justin, e em como as coisas tinham mudado desde que tinha vindo para Madrid, me assustei quando um par de mãos, me tapou os olhos.

Eu ri, já tendo uma noção de quem era. Bobo! Levei minhas mãos e as pousei em cima das mãos do “estranho”.

—-Quem é? – perguntei ainda sorrindo, participando na brincadeira.

As mãos quentes destaparam os meus olhos e olhei para cima, com um sorriso no rosto. Este se alargou quando vi Biebs me fitando também com um sorriso.

—-Eu sabia que era você. – falei lhe pedindo com o olhar para ele se aproximar mais.

Ele concedeu ao meu pedido me deu um beijo na testa, demorado, me fazendo fechar os olhos.

—-Oi princesa. – ele falou, com aquela voz que eu tão bem conhecia. Depois e num movimento ágil, pulou o sofá e acabou sentado do meu lado. Porém, e não contente com isso, se esticou para o lado, mas antes de apoiar a cabeça sobre minhas pernas perguntou:

—-Posso? – olhando para mim.

Assenti com a cabeça. Biebs estava estafado. Dava para ver. Ele apoiou a cabeça sobre minhas pernas e suspirou.

—-Como foram os ensaios? – perguntei, encarando-o e levando minhas mãos até seu cabelo, com o objetivo de fazer carinho. Ele estava vestido com uma blusa branca com um decote em V, umas calças jeans pretas e umas supras brancas. O cabelo estava ligeiramente molhado, o que denunciava que ele tinha tomado banho antes de vir ter comigo.

—-Cansativos. – fez uma pausa, enquanto me olhava, com um sorriso – Fizemos uma nova coreografia para a “somebody to Love” e estamos pensando e contratar mais um dançarino até Dezembro.

Sorri animada. Uma nova coreografia? Como seria? A coreografia do show estava bastante bem, daquilo que eu me lembrava. Porque quiseram mudar? Mas se mudaram, tinha sido para melhor, certamente.

—-Isso é bom! – eu falei, entusiasmada. Meus dedos iam e vinham no seu cabelo e eu tinha cuidado para não puxar nenhum fio ou não arranhar.

—-Bom é o seu carinho no meu cabelo. – ele falou, me olhando de uma forma intensa, fazendo as borboletas em meu estômago festejaram. A íris de Justin estava mais clara que o normal, devido a luz e os seus olhos quase que pareciam dourados, combinando com seu cabelo macio.

Eu sorri abobalhada, vendo-o fechar os olhos.

—-Só não dorme, tá? – eu sussurrei, aumentando meu sorriso.

Justin me deixava boba. Bastava ele fazer qualquer coisa, dizer alguma parvoíce e um sorriso do tamanho do mundo aflorava em meus lábios.

—-Assim fica difícil. – ele abriu um olho e fez um sorriso travesso – Estou muito confortável aqui, mas as coisas melhoravam se você me desse um beijo.

Eu ri. Que pretensioso.

—-E o que te faz pensar que eu te quero dar um beijo? – eu perguntei, com o sobrolho erguido, brincando com ele.  Biebs me fitou como quem queria descobrir para além de mim. Como se conseguisse ver minha alma.

—-Não dá? – ele tinha um sorriso divertido no rosto. Eu não ia ceder. Estávamos tendo mais uma das nossas brincadeiras privadas. Mais um daqueles momentos em que ambos nos fechávamos na nossa bolha invisível que nos separava do mundo.

—-Não.

Ele olhou para mim durante um simples segundo e, de seguida se levantou, fazendo bico. Fui incapaz de conter um sorriso. Ele caminhou, descontraído, até se encostar na parede que ficava de frente para mim, ao lado da tv.

—-Tudo bem. – cruzou os braços, como um garoto mimado. Eu senti vontade de gargalhar. Ele ficava tão fofo amuado, mesmo não sendo um amuo verdadeiro - Assim também não te ensino a andar de skate.

Meus olhos brilharam. Andar de skate? Eu? Ele me ensinar? Um sorriso gigante se abriu em meus lábios. Desde o verão passado que quisera aprender. Mas nunca tinha tempo, ou vontade, ou mesmo quem me ensinasse. E o legal, era poder fazer isso com os amigos, dar umas voltas pela cidade, experimentar truques. E minhas amigas não eram o género de garotas que gostasse de passar uma tarde de sabádo andando em cima de uma tábua de madeira com rodas.

—-Nós vamos andar de skate? – perguntei, me levantando com um salto e correndo até ele, até ficar bem pertinho, olhando no fundo dos seus olhos.

—-Não. Nós íamos, mas agora não vamos mais. – ele falou, me encarando, ainda com aquela cara emburrada.

—-Ah Justin… - eu falei, manhosa. Me aproximei mais e nossos narizes quase se tocavam -  Por favor, por favor, por favor. – implorei, fazendo cena igual a uma menininha de dois anos que quer desesperadamente uma boneca que ela viu na montra e tenta convencer a mãe a comprá-la.

Ele riu, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Depois ficou sério, me fitando. Eu o fitava com a mesma intensidade e podia afirmar que dos nossos olhos saíam faíscas tal era a vibração presente naquele olhar.

—-Um beijo – ele pediu, simplesmente - E não e no nariz. Nem na bochecha ou na testa.

Eu ri, lembrando do episódio que tinha acontecido dois dias atrás e me aproximei dele, não resistindo em roçar os nossos narizes fazendo o famoso “beijinho de esquimó”. Ele soltou um riso nasalado, e, com uma ternura extrema, lhe dei dois selinhos seguidos.

—-Podemos ir agora? – eu perguntei, depois de me afastar ligeiramente dele.

Ele bufou, mas logo de seguida, sorriu e me conduziu pelo braço até à porta, tão entusiasmado como eu.

 

*****

 

O pequeno parque onde nos encontrávamos era um local agradável. Tinha árvores grandes, com as suas folhas belas, verdes, da cor da esperança. O chão era coberto ora por relva sedosa, ora por pedras cinzentas devidamente alinhadas. Existiam pequenos campos de flores coloridas. O sol espreitava por entre os robustos ramos e fazia com que a temperatura estivesse agradável o suficiente para se nadar com uns calções curtos e uma blusa de alcinhas.

Eu e Justin caminhávamos lado a lado. Tínhamos vindo todo o caminho assim. Com o meu braço roçando no dele diversas vezes, e falando sobre o que nos apetecia, sempre com um sorriso no rosto. Numa das mãos ele trazia o skate que tínhamos alugado numa loja de desporto. Ele trazia uns óculos de sol no rosto, o que dificultava ser reconhecido. Mas, por precaução, e mesmo que estivesse calor, vestira um moletom com um capucho que cobria o seu cabelo.

Havia gente por todo o lado. Crianças apanhando flores, cães correndo atrás da bola que o dono dedicado lançara, adultos sentados nos bancos devidamente espalhados, entretidos lendo um livro e jovens rindo e caminhando com os amigos.

Eu estava feliz, e pelo sorriso de Justin podia ver que ele também. Devia ser difícil não puder sair de casa sabendo que os paparazzis estariam seguindo você para todo lado. Sabendo que todo mundo te conheceria e te pediria uma foto ou um autógrafo. Devia ser difícil ter que sempre andar com um guarda costas atrás, para assegurar que nada de mal nos acontecia.

—-Não vamos ficar aqui? –perguntei, olhando para ele enquanto nos afastávamos do centro do parque, coberta de pessoas.

—-Não. Vamos para uma zona mais calma. – ele sorriu – Lá posso tirar esse moletom idiota que faz calor.

Eu ri e reparei que nossos braços roçavam com cada vez mais frequência. Continuávamos caminhando pelo passeio liso e sem buracos e nos afastávamos cada vez mais da multidão. O cenário à nossa volta também ia mudando, as árvores eram menos, permitindo que os raios de sol pairassem sobre nós sem qualquer oposição. As túlipas e amores-perfeitos eram as flores dominantes nos vários jardins que nos rodeavam, substituindo a relva e as pedras.

Chegámos a uma zona acolhedora, com uma pequena descida e, mais à frente uma zona apropriada para praticar skate, com rampas altas e obstáculos. Olhei para a pista. Eu não andar ali, ia?

Justin se afastou e despiu o moletom, colocando-o em cima do único banco de madeira que se encontrava naquela zona. Também tirou os óculos de sol do rosto e os colocou ao lado do moletom. Depois se virou, com um sorriso radiante e caminhou até mim, com o skate na mão.

—-Preparada princesa? – ele perguntou.

Trinquei o lábio me sentindo insegura. Nunca tinha andado de skate na vida. E, honestamente conseguia ser bastante desastrada. Podia cair, partir um braço, me esfolar – o que era fácil uma vez que eu estava de calções – entre outros acidentes. Olhei para aquele objeto que se encontrava nas mãos de Biebs. Por um lado queria aprender, mas por outro tinha medo de me magoar.

—-Não sei Biebs… - falei receosa - Agora não parece assim tão boa ideia. – Olhei para ele, com os la´bios ligeiramente comprimidos.

Justin sorriu abertamente e se aproximou mais, me encarando.

—-C, eu estou aqui. Não vou deixar que você caia ou algo de género… E para além do mais não vou ensinar nada para que você não esteja preparada. Só coisas simples e assim – ele me obrigou a olhar para ele, pondo o indicador por baixo do meu queixo – Okay? – ele continuava sorrindo.

Eu sorri alegremente olhando seus olhos castanhos e acenei com a cabeça.

Ele riu e se afastou um pouco, colocando o objeto no chão.

—-Agora você sobe devagar e põe um pé à frente do outro no skate.

Eu olhei para o skate e subi para cima dele, e coloquei os pés como Biebs tinha dito.

—-E agora? – perguntei para ele, que estava à minha frente, um pouco afastado. Pelo olhar, parecia estar procurando alguma imperfeição ou algo do género. Não que aquele passo fosse muito difícil. Após dois segundos sorriu, e se aproximou e perguntou:

—-Qual é a perna que tem mais força?

Eu ri. Como assim? Que pergunta idiota! Olhei para ele, sorrindo.

—-Eu sei lá, seu bobo. Você faz cada pergunta esquisita.

Ele sorriu e pensou uns segundos para depois voltar a perguntar.

—-Quando você joga futebol, qual é a perna que chuta na bola?

O meu sorriso se alargou.

—-Eu não jogo futebol. - disse simplesmente.

Biebs rolou os olhos, mas depois sorriu, como se estivesse achando graça à cena.

—-Tudo bem, não importa. – ele suspirou dramaticamente, me olhando. Lhe deitei a língua de fora – Agora, com uma das pernas, a que te der mais jeito, você vai empurrar o skate para que ele ande, colocando-a no chão.

Eu ia colocar a direita no chão e Biebs me agarrou as mãos para evitar que eu não caísse. Agarrei as mãos dele com firmeza e dei impulso com a perna fazendo o skate andar. Até que não era assim tão difícil quando você tinha alguém te ajudando. O pior era que para andar 5 metros eu tinha que empurrar o skate com a perna o quadruplo as vezes que os skaterz profissionais.

 

*****

 

—-Você também aprendeu a andar com ajuda? – perguntei, enquanto estávamos os dois sentados na relva macia e limpa que rodeava aquela zona.

—-Não. Aprendi sozinho. – Estávamos sentados de pernas cruzadas, um ao lado do outro. Minhas mãos brincavam com a relva, arrancando-a e atirando as finas folhinhas para longe enquanto encarava Biebs – Na altura, meus amigos também não sabiam, então nos encontrávamos no final do dia e praticávamos, depois da escola. – ele riu abafado, se lembrando de qualquer coisa – O Chaz era o que andava melhor e, com o tempo, fomos aprendo e agora os truques que no início pareciam impossíveis são básicos – ele olhou para a relva e deixou de sorrir. O silêncio se instalou sobre nós. Não era de modo algum incomodativo. Justin estava embrenhado em seus pensamentos e o deixei refletir sobre o que é que fosse que se passasse por sua cabeça durante algum tempo, até voltar a intervir.

—-Você tem saudades deles. – o encarei. Não era uma pergunta. Conseguia vê-lo pelo modo triste como Justin olhava a relva, sem na verdade a estar a ver. Tinha a mente num outro sítio, acompanhado de outras pessoas.

—-Tenho. – ele disse, calmamente – Já não os vejo há mais de quatro meses e meio.

Assenti, sem saber ao certo que dizer naquela situação. Nada do que eu dissesse fazia com que os amigos de Biebs estivessem aqui neste momento, mas podia fazê-lo sentir-se melhor. A realidade, é que devia ser difícil para ele.

—-Tenho a certeza que eles também têm muitas saudades de você – ele olhou para mim e sorri carinhosamente – E depois há o celular, a internet e todos esses meios que permitem que vocês se contactem. Tudo bem que não é a mesma coisa do que jogar basket e fazer partidas todos os dias juntos – ele riu – mas também não é como se você tivesse viajado para outra galáxia. – sorri, encarnando-o. – A propósito, também acho que você já este mais longe de poder voltar a fazer essas coisas todas. Quando tempo falta para a tour acabar? – perguntei, me referindo ao tempo que faltava para os concertos que ele estava dando à volta do mundo acabarem.

Ele encolheu os ombros.

—-Acaba ou em Novembro, ou em Dezembro… Já não sei bem.

Eu sorri, animada.

—-Viu? Só faltam, quê? Cinco meses?! Não é muito se pensarmos que o tempo estimado para a tour seria de um ano ou um pouco mais, certo? – olhei para ele com o sobrolho erguido e um sorriso idiota no rosto.

Ele me encarou com um sorriso. Ah, agora sim você tá mais lindo! Depois e num movimento muito ágil, estava na minha frente me olhando com um sorriso travesso.

—-Onde você esteve a minha vida toda? – ele perguntou.

Quando minha mente processou o que ele tinha dito, caí na risada, gargalhando alto.

—-Olha só! Justin Bieber mandando cantada para cima de mim! – eu falei.

Ele sorriu, e me pareceu ligeiramente corado. Após isso, me deu um beijo na testa e começou correndo feito um louco gritando “Você não me apanha, sua lenta!” Eu ri daquele bobo e me levantei, preparada para correr.

 

*****

 

Ao fim da tarde eu já conseguia andar sozinha. Sem muita velocidade, é claro, mas já estava satisfeita comigo mesma. Tinha levantado uma brisa leve e o tempo estava agradável. Eu ria e ficava orgulhosa de cada vez que acelerava um pouco mais. Era tão divertido! E tudo graças a Biebs. Á paciência que ele tinha quando eu ficava apavorada porque estava andando rápido de mais – o que não era verdade, comparado com o meu ritmo agora; A maneira de como ele dizia “Fico” após eu perguntar se ele ficava comigo, sem se afastar, porque eu tinha medo de cair. A maneira de como ele punha as mãos na minha cintura ou agarrava minhas mãos de uma forma suave, para eu não me equilibrar. Todo esse tipo de coisa. Olhei para ele que estava sentado me olhando, com um sorriso no rosto. Retribuí o gesto e o vi aproximar de mim. Ergui o sobrolho. Biebs estendeu uma mão e que eu agarrei e fez o skate parar. Travar era a única coisa que eu não sabia fazer direito. E os truques, claro… O skate parou e Justin colocou as duas mãos na minha cintura, uma de cada lado. Olhei para ele, com um sorriso, e, uma vez que agora estávamos de frente um para o outro, coloquei minhas mãos atrás de seu pescoço, indo até à nuca e fazendo carinho. Ele se aproximou mais de mim e roçou nossos narizes. Em cima do skate, eu ficava da altura dele, talvez um pouquinho mais alta. Senti a respiração quente dele na minha face e fechei os olhos por um segundo, voltando a abri-los logo de seguida.

Ele continuava me encarando.

—-Que é? – eu perguntei.

—-Nada. – ele respondeu, pondo uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Era um gesto tão simples mas tão… íntimo. Constrangida, olhei para baixo enquanto sentia minhas bochechas arderem e ficarem de um tom mais vermelho. Ele riu abafado e eu olhei de novo para ele.

—-Quer agora andar de skate, a sério?

Eu ergui o sobrolho, mas logo percebi o que eu queria dizer. Penso que os meus olhos brilhaream. Se eu queria?!

—-Mas é claro! – sorri, animada com a ideia.

O sorriso bobo dele ficou mais bobo ainda. Eu me cheguei para a frente, ainda em cima do skate, para que houvesse espaço para os dois. Quando Biebs se instalou, envolveu minha cintura em seus braços e me juntou mais a ele.

—-Eu não vou cair? – perguntei, receosa.

Ele riu abafado.

—-Claro que não pequena. Eu estou te segurando.

Sorri boba, acenando com a cabeça. Coloquei minhas mãos por cima das dele quando senti que começámos a andar.   E quando dei conta, meu cabelo voava ao sabor do vento devido à velocidade a que andávamos. As folhas passavam por nós numa corrida. Eu ria enquanto aproveitava aquela sensação maravilhosa. Justin tinha a cabeça apoiada em meu ombro e me olhava com um sorriso esplendido. Eu estava embrenhada naquela sensação de liberdade. Mesmo que só estivesse em cima de um mero skate senti o vendo chicoteando minha face, as arvores caminhando para trás, a paisagem se movendo rapidamente era expetacular.

Aos poucos, senti a velocidade abrandando, mas mesmo assim não larguei as mãos de Justin e ele não mostrou se importar. Gostava de o ter pertinho de mim. Gostava de sentir o toque dele, de ouvir a voz dele. Gostava da forma de como ele me olhava e da forma de como ele sorria para mim. Gostava dele. Mais do que ele poderia imaginar. Mesmo sabendo que tudo aquilo ia ter um fim daqui a duas semanas. Mesmo sabendo que nunca mais o ia ver…

 


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Notas finais do capítulo

Ainda não está acabado e acho que dá para perceber, né? (: mas eu edito depois quando chegar, porque vou viajar hoje :cc No entanto, OBRIGADA PELOS REVIEWS, E TENHO UM NOVA RECOMENDAÇÃO! --dançaaaaa-- já são 6, só em 7 capítulos! YEEEEEEEY! E quem é a proxima tchutchuca?
Beijos, queridas.
Vos amo!