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LIGHT ME UP - NOVO CAPÍTULO.

 

Cassie entrou no castelo, caminhando pelos corredores como se fizesse parte da escuridão. Nunca tivera problemas em passar despercebida. Andava pelos corredores das masmorras, parando bruscamente ao ouvir uma voz vinda dos aposentos de seu professor de DCAT, Severo Snape.

 

— Eu a conheço muito bem, Dumbledore. Aquela garota não possuí nada de luz em seu coração, é somente trevas! - Ele dizia, como se sua vida dependesse daquilo.

— Cassidy é apenas uma adolescente, Severo. Ela é influenciada por toda aquela dor e tortura que convivia. Tenho certeza absoluta que longe daquilo, ela se mostrará uma pessoa doce e adorável, como a Lilian. Por sinal, você reparou nos olhos dela? - Dumbledore falou calmamente.

 

Cassie se aproximou silenciosamente da porta entreaberta. Dumbledore estava sentado em uma poltrona e Snape, andando de um lado para o outro. O lugar era relativamente pequeno e com uma luz fraca que iluminava. Essa luz fazia o rosto do diretor parecer cansado e velho.

 

— Seu maior problema é confiar demais nas pessoas, Dumbledore. Elas são imprevisíveis. Lembra-se de Tom Riddle? De como você acreditou que ele era apenas uma criança que teve uma péssima infância, mas se tornaria bom? Quem ele é hoje? O maior bruxo das trevas que já existiu! E aquela garota foi criada por ele. Quem garante que a aparência de uma simples adolescente que cresceu com a tortura, não passa de uma máscara?

— Talvez eu tenha mesmo me enganado em relação à Tom, admito isso, Severo. Mas com a pequena Potter será diferente. Ela só é assim por causa da influência familiar. - Dumbledore se levantou, assustando Cassie. Ela deu alguns passos para trás, ainda atenta à conversa. - Vou me deitar, Severo. Peço que pense no que disse. - Ele se aproximou da porta.

 

Cassidy correu em direção da entrada do Salão Comunal da Sonserina. Deu tempo de ouvir Snape dizer: “Eu vi. Ela tem os olhos de Lily.” Cassidy entrou no salão, vendo Draco sentado num sofá de frente à lareira. Ele levantou os olhos quando a morena chegou.

 

— Onde estava? - Ele perguntou indo em sua direção

— Não interessa, Malfoy. - Ela desviou do loiro e ia para o dormitório feminino, quando ele a puxou pelo braço

— O lorde ordenou que eu ficasse de olho em você e contasse para ele qualquer coisa errada que você fizesse, então acho que ele não iria gostar nenhum pouquinho de saber que a preciosa filhinha anda passeando pelo castelo à noite.

— Vai para o inferno, Draco!

 

Cassidy se soltou do aperto do garoto e foi para seu dormitório. Suas colegas de quarto já estavam todas dormindo, portanto tomou um banho demorado, vestiu seu pijama e foi dormir.

* * *

— Será que acordamos ela? - Uma garota perguntou

— Ah, não. Deixe ela aí - Pansy disse com desdém.

 

Houve barulho de passos apressados e a porta se fechou. Cassie deduziu que eram três garotas, uma delas a Parkinson.

Ela se levantou da cama, vestiu seu uniforme, passou uma maquiagem qualquer e saiu do quarto. Na sua cabeça, só se passava várias maneiras de xingar Pansy.

 

— Finalmente você chegou! - Draco disse quando ela se sentou ao seu lado - McGonagall estava te procurando que nem louca!

— Não enche, Draco! Sua namoradinha fez questão de não me acordar - A morena falou irritada.

 

Ela olhou para a mesa da Grifinória, procurando Harry. Ele estava lá, acompanhado de seus dois inseparáveis amigos. Hermione olhou para ela e sussurrou algo para o Escolhido. Ele imediatamente olhou para Cassidy.

 

— Por que o Potter está te encarando? - Draco perguntou arrancando risadas de Pansy

— Ele é meu irmão, seu idiota. Ou será que você já se esqueceu?

— Ei! Não fale assim com o Draco, sua sangue-ruim! - Pansy gritou se levantando da mesa com raiva.

 

Cassidy olhou ao redor. Todos estavam olhando, inclusive os alunos das outras mesas e os professores. Ela percebeu o olhar preocupado de Dumbledore. Se levantou da mesa também, encarando Pansy furiosamente.

 

— E se eu falar, o que você vai fazer? - Perguntou, arqueando a sobrancelha. Aquele ataque de Pansy era como diversão à ela.

— Vou fazer você calar a sua boca, sua imunda!

— Ah, é? Então faça agora. Venha defender seu Draquinho, Parkinson! - Cassie rosnou.

 

Pansy levantou a varinha e lançou um Estupefaça na garota. Cassidy rapidamente desviou, apontando sua varinha à Pansy. Os feitiços verde e vermelho eram vistos para todos os lados. A maioria dos alunos correram para um canto, se protegendo. Num ato de distração por parte de Pansy, Cassie a estuporou. Ela foi jogada longe e se levantou, mas McGonagall interviu.

 

— Parem com isso! Aonde pensam que estão? Num clube de duelos? - A professora gritou, ecoando por todo o salão - Detenção. Durante um mês, à partir de hoje. Na minha sala às 21:00. - Ela se virou para sair, mas voltou sua atenção à Cassie. - Seu horário de aulas.

 

Cassidy pegou o papel e guardou no bolso. Ela ainda encarava Pansy.

 

— Isso ainda não acabou, Potter. Irei fazer você se arrepender do seu sangue imundo! - Gritou.

— Sério? Nossa, você nem imagina o medo que estou sentindo - Zombou. - Faça um favor a todos, Parkinson e se mata. Não tenho medo das suas ameaças, elas não significam nada para mim.

 

Pansy soltou um gritinho indignado e saiu do salão principal, pisando com força. Draco lançou um olhar gélido à Cassidy e foi atrás da garota.  Todos os alunos se recuperavam do choque e voltaram à sentar em suas mesas.

Cassie saiu do salão, indo em direção do jardim. Ela sentiu que alguém a seguia, mas ficou em silêncio. Sentou na grama e esperou.

 

— Aquilo com a Parkinson foi muito legal. - Ouviu a voz de Harry. Ele estava à poucos metros de distância e se sentou ao seu lado.

— Aquela garota merece morrer.

— Certo, agora você exagerou um pouco. - Ele disse, olhando a paisagem. - Ela é ruim, mas não merece a morte.

— Como não? - Cassie praticamente gritou - Não venha me dar uma lição de moral, Harry. Eu sei que você deseja matar Draco mais do que eu desejo matar a Pansy.

 

Harry riu, olhando a irmã. Ela tinha cabelos castanhos lisos que batiam até um pouco abaixo de seus seios. Seus olhos eram verdes, que nem os dele. Suas feições eram delicadas e pareciam combinar exatamente com cada parte de seu rosto. Ela era mesmo muito bonita e a única coisa que tinham em comum, eram os olhos que pertenceram à sua mãe.

 

— Tudo bem, você tem razão. Mas isso não me faz duelar com ele no meio do salão principal. - Ele disse, sorrindo.

— Toda essa conversa amigável está me assustando, Harry. Por que está aqui, sentado ao meu lado e falando comigo? Se você tivesse feito isso ontem, seria bem melhor.

— Eu percebi que fui muito ruim com você, Cassie. Não te culpo por ser uma comensal, na verdade, eu meio que sei que você nunca quis isso. - Ele suspirou - Sabe, descobrir que se tem uma irmã assim, do nada, também não é a coisa mais normal do mundo. - Ela revirou os olhos

— Isso significa que somos amigos? - Perguntou hesitante

— É, acho que sim. Me desculpe por ter sido um idiota ontem, Cassie.

— Relaxa. Eu não costumo guardar mágoas - Ela sorriu - Só não diga isso à Parkinson. Aquilo eu nunca irei esquecer - E piscou, fazendo Harry gargalhar.

 

Cassie sentia-se capaz de fazer qualquer coisa agora, que seu irmão estava ao seu lado. Tudo estava indo muito bem. Só que há aquele ditado: Tudo que é bom, dura pouco. Nem Cassie, nem Harry puderam imaginar que iria durar tão pouco assim.