O Caso Da Boemia escrita por SophieAdler


Capítulo 4
Capítulo 4 - Acerto de Contas


Notas iniciais do capítulo

Era para eu ter postado esse capítulo ontem, mas estava sem ideias. Tambem estou, finalmente, colocando uma capa. Não a original, apenas provisoria. Aproveitem o capítulo.



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Quando entrou no apartamento, Sophie observou o lugar e percebeu que ninguém, além dela, havia entrado ou saído, supondo a hipótese de que Sherlock Holmes estava, provavelmente, em seu quarto e não sairá de lá, desde que ela havia ido passear.

Subiu as escadas com cuidado, pois ela não queria encará-lo naquele momento, mas tanta sutileza, não ajudou muito, pois ao passar, na ponta dos pés, em frente ao quarto de Holmes, este abre a porta abruptamente, assustando-a.

Ambos se olharam por um longo minuto e Sophie foi a primeira a quebrar o silêncio:

-Eu vim me desculpar.

Sherlock não disse nada, mas fez um gesto de permissão, para ela entrar em seu quarto. A jovem entrou e sentou-se em uma das poltronas e Holmes sentou-se na outra. Elas estavam frente a frente. Sophie lembrou-se que aquelas poltronas não ficavam frente a frente, e sim em lados oposto do quarto de Sherlock, mas decidiu não comentar.

Eles se olharam novamente, mas desta vez, quem quebrou o silêncio foi Sherlock Holmes:

-Pode falar. Eu estou todo a ouvidos.

Sophie sentiu-se intimidada na presença de Holmes e respirou fundo.

-Desculpe-me. disse com toda a sinceridade possível Eu não deveria ter pressionando o senhor. Confesso que fui uma egoísta. Apenas pensei em mim mesma, e não pensei que essa situação também estava sendo difícil para o senhor, pois, de uma hora para outra, o senhor descobre que tem uma filha de 15 anos e que é responsável por mim e que esta precisando de um tempo para se acostumar com a ideia, até estar pronto para assumir tal responsabilidade. Desculpe-me por isso. Poderia ter evitado as brigas. disse, baixando os olhos.

Em nenhum momento, Holmes mudou a expressão ao escutar com muita atenção o pedido de desculpas de Sophie.

-Eu também lhe devo desculpas. aquele pedido inesperado chamou a atenção de Sophie, que ergueu os olhos E eu confesso também que fui egoísta. Você passou a vida inteira querendo um pai. Eu deveria ter ficado feliz por ter uma filha, e como você disse, eu realmente precisava de tempo para acostumar-me com a ideia. Mas você esperou quinze anos para me conhecer. Um longo tempo. O que é, provavelmente, o tempo que eu precisaria para acostumar-me com a ideia. Então, durante sua ausência de duas horas e meia, eu fiquei pensando nisso. Eu não precisaria de tanto tempo para acostumar-me com a ideia, apenas algumas horas. Você precisa de mim, assim como eu preciso de você. Eu também lhe devo desculpas por não ter sido tão compreensível antes. Teria realmente evitado várias discussões.

Sophie sentiu que Holmes também estava sendo sincero.

-Eu aceito suas desculpas, pai. Quer dizer, Sr. Holmes.

-Não. Sr. Holmes não, apenas pai. E eu também aceito suas desculpas.

Sophie sentiu uma grande felicidade em seu coração. Uma felicidade que não sentia há quatro meses, e por impulso, abraçou Sherlock com toda sua força. Este também retribuiu o abraço. Ficaram assim por cinco minutos.

-Espero que seu passeio na Praça de St. James tenha sido agradável.

-O senhor me seguiu?

Sherlock riu.

-Não, mas você está cheirando a uma flor que cresce somente neste lugar.

***

Para compensar os cinco dias de discussões, no dia seguinte Sherlock decide levar Sophie para conhecer um velho amigo que mora em Cavendish Place.

-Pai, eu já disse que não precisa fazer isso.

-Eu sei que não, mas eu acho que ir ver Watson será bom não só para você, mas para mim também. Faz dias que ele não vem me visitar. Deve estar com muitos pacientes.

Sophie lembra-se vagamente do Dr. Watson.

-Ou ele está dando tempo para nós nos conhecermos melhor.

-O que também é bastante provável. Mas tenho quase a certeza de que você e a esposa dele, Mary, vão se dar bem.

***

-Sejam bem vindos e fique a vontade. disse o Dr. Watson, gentilmente.

A casa do Dr. Watson era simples, apesar das condições de vida do casal. Sophie ficou admirando a decoração do lugar. A porta de entrada dava-se em um corredor pequeno e logo à direita era a sala de estar onde a esquerda tinha um grande sofá preto, a sua frente tinha duas poltronas, uma vermelha e outra azul-marinho, e logo atrás dessas poltronas, tinha uma pequena estante com várias bebidas, à direita tinha outro sofá, só que não tão grande e marrom. No centro da sala, havia uma mesinha de centro delicada feita de carvalho, segundo a suposição de Sophie, e que estava em cima de um tapete marrom claro.

-Obrigado, meu velho amigo. disse Sherlock.

-Obrigada. disse Sophie.

Uma moça loira, de olhos castanhos claros, chegou perto do doutor.

Essa moça deve ser a Sra. Watson. Parece simpática., pensou Sophie.

-John, quem é essa jovem?

-Essa é a jovem de quem eu lhe falei.

Nossa! Nem os conheci, e já virei assunto entre eles.

-Olá, meu nome é Mary Morstan Watson. É um prazer enorme conhecê-la.

-O prazer é todo meu também, Sra. Watson. Meu nome é Sophie Isabelly Adler Holmes.

-Por favor, chame-me de Mary.

-Está bem, Mary.

Mary ficou admirada com a educação de Sophie, diferente de Sherlock Holmes.

-Eu ainda não consigo acreditar que alguém como o senhor, Sr. Holmes, possa ter uma jovem tão bonita e educada como filha.

-É realmente extraordinário, não acha? E já que a senhora tocou no assunto de filhos, quando pretendem ter o primeiro? perguntou Sherlock.

John e Mary olharam um para o outro procurando uma resposta para Holmes.

-Ainda não está em planos agora, mas, futuramente, quem sabe, não é? respondeu John.

A resposta do doutor não convenceu muito Sophie e muito menos Sherlock. Mas ambos nada disseram e foi até melhor.

A comida de Mary agradou a todos e Sophie ofereceu-se para ajudá-la na cozinha depois do jantar. Sophie lavou a louça enquanto Mary a secava e guardava.

-Então, Sophie, quem é sua mãe?

Mesmo não demonstrando, Sophie assustou-se com a pergunta de Mary, e decidiu contar a verdade.

-Minha chamava-se Irene e ela morreu há quatro meses.

Nossa! Tão jovem e já sem a mãe., pensou Mary, triste.

-Eu sinto muito. Deve ter sido difícil para você no começo.

Por que ela quer falar disso?, pensou Sophie.

-Sim, mas depois conheci meu pai.

-E antes dele?

-Morava com um advogado, que era amigo da minha mãe. Ele cuidava de mim, quer dizer, eu cuidava mais dele do que ele de mim.

-E há quanto tempo está morando com seu pai?

-Cinco dias.

Ouvisse uma leve batida na porta da cozinha. Sherlock Holmes apareceu.

-Desculpe atrapalhar a cativante conversa entre as duas. disse entreolhando Sophie e Mary. Nós já estamos indo.

-Tudo bem. Tchau Sra. Watson.

-Tchau querida. Volte sempre. - Sophie apenas assentiu e Mary compreendeu.

A jovem despediu-se de John.

-Até outro dia Dr. Watson.

-Por favor, chame-me de John.

Era a segunda vez que alguém pedia a Sophie para chamá-lo pelo nome.

-Está bem, John.

John virou-se para Sherlock.

-Tchau meu caro amigo.

-Até outro dia Watson, ou caso.

***

Sherlock e Sophie chegaram cansados no apartamento e queriam ir logo dormir, mas antes disso, Holmes chamou a jovem.

-Sophie?

-Sim, pai?

-Você gostou do passeio de hoje na casa de meu velho amigo?

Sophie percebeu que Holmes estava preocupado de ter decepcionado-a.

-Sim, adorei. E o senhor tinha razão, eu me dei bem com a esposa do doutor. Ela é simpática e muito curiosa. Mas mesmo assim gostei dela.

-Eu fico feliz que tenha gostado. Agora é melhor nós irmos dormir.

Sophie concordou com a cabeça.

-Boa noite Sophie.

-Boa noite pai.

Os dois entraram em seus quartos e fecharam a porta ao mesmo tempo.

Que bom que nós finalmente nos demos bem e que aceitamos um ao outro!, pensaram ao mesmo tempo.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?
Mandem reviews e recomendações.
Vou fazer o possivel para postar o capítulo 5 amanhã.



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