Real or not real? escrita por letter


Capítulo 7
Capítulo 6 - Controle


Notas iniciais do capítulo

O capitulo tinha ficado meio gordinho, de forma que eu dividi em dois :3 Boa leitura *-*



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Não. Não. Não pertenço a eles. Peeta repetia a si mesmo.

Os berros de Haymitch e Katniss foram abafados por seus pensamentos, pelas imagens que invadiam sua cabeça, e sem permissão controlavam sua mente.

Foi tão rápido, e mesmo assim atingiram de forma tão certeira e bem no alvo.

O pequeno Finnick estava em seu colo, Peeta gostava de sentir o peso leve da criança em seus braços, gostava de sentir o perfume de bebê que Finnick exalava, gostava do fato de a criança, mesmo com poucos meses de idade mostrar tamanha esperteza. Finnick não chorava pelo fato de estar longe da Annie, ele parecia entender tudo, ele parecia observar tudo. Seus olhos azuis corriam espertamente pelo ambiente, e se focavam de forma intensa nos olhos de Peeta.

Por um momento o garoto do pão esqueceu como era boa a sensação de ter a criança em seu colo, e de como ansiava por ter sua própria criança em seu colo, e se lembrou do Finnick. Imagens dele sendo estilhaçado pelos bestantes invadiram sua mente, e lá se alojaram.

As imagens se transformaram, e Peeta não conseguia se livrar delas.

Deixou Finnick em seu berço antes que fizesse algo do qual se arrependeria e correu.

Peeta correu como se assim pudesse fazer as imagens afastarem de sua mente, e continuou a correr.

Os olhos de Finnick continuavam em sua mente, e através deles Peeta via um mundo de destruição. Ouvia os gritos de Johanna em seus ouvidos, ouvia os gritos inaudíveis de Darius e Lavinia, ouvia seus gritos de muito tempo atrás. Ouvia a voz de Snow, ouvia os risos dos Pacificadores responsáveis por tornar sua vida um inferno.

- Não. Não. Vocês não podem me controlar – sibilou Peeta com o rosto grudado em seu travesseiro. Estava em seu quarto.

O caos que se passava por sua cabeça foi se dissipando aos poucos.

Peeta começou a respirar de forma mais ritmada, e só quando seu corpo parou de chacoalhar que percebeu que tremia.

As vozes de Haymitch e Katniss foram se tornando mais audíveis, e perceptíveis.

Mas Peeta não queria se levantar e abrir a porta. Não tinha certeza do que faria quando os visse, um misto de vergonha pela forma como agira também o impedia de fazer isso.



- Não Katniss – repetiu Haymitch pelo que parecia ser a milésima vez, tomou um longo gole de vinho amargo, deixando o liquido limpar sua garganta e sua mente, ele não era um poço de paciência, e ter que manter a paciência que não tinha, não era algo fácil – Se ele quer ficar sozinho, deixe-o ficar.

- Em meu distrito, chamamos isso de privacidade – comentou Johanna sarcasticamente.

Katniss lançou um olhar ríspido a loira, ninguém havia a convidado para a conversa.

- A ultima coisa que Peeta precisa é ficar sozinho agora – rebateu Katniss.

- A ultima coisa que ele precisa é que alguém fique berrando em sua cabeça, se ele quer ficar sozinho, deixe-o sozinho – o tom de Haymitch deixava bem claro que aquilo já tinha enchido seu saco.

A porta do elevador se abriu, Katniss deixou que Haymitch e Johanna saíssem à frente, se queriam ficar contra ela, que ficassem.

O salão, que um dia fora o Centro de Treinamento, estava irreconhecível, alguém que não soubesse que por ali já passara inúmeros tributos com a esperança de aprender algo para se manter vivo na arena, não saberia reconhecer os detalhes que denunciavam que com certeza, fora um Centro de treinamento.

Os candelabros que pendiam do teto lançavam uma tênue luz por todo salão. Mesas redondas e com panos de ceda foram espelhadas pelo Salão. Katniss olhou para a mesa onde estava o buffet, mas ao invés de ver o que ali estava deposto, via a sessão onde aprendera camuflagem.

Seria coincidência Annie estar sentada em uma mesa colocada bem onde Katniss tentou aprender a fazer nó?

­- Você está linda – disse uma conhecida voz fazendo Katniss se sobressaltar, a morena se virou e se deparou com Gale.

Gale estava mais arrumado do que Katniss jamais vira na vida. Trajava um smoking negro, com uma gravata vermelha, e sapatos lustrados.

- Você está... – Katniss não sabia que palavra usar – Legal.

Gale sorriu. Sabia que vindo de Katniss seria o maior elogio que receberia.

- Quer dançar? – perguntou Gale, indicando com a cabeça a pista de dança deserta alguns passos da li.

- Adoraria – mentiu Katniss – Mas, Peeta me espera.

- Você ainda não aprendeu a mentir Catnip – disse Gale.

- Gale... sobre o que falamos...

- Esquece isso Katniss – pediu Gale – Então, o Sr. Mellark não te espera?

- É – respondeu Katniss – Ele me espera, está me esperando, digo...

Gale abriu um meio sorriso e se virou.

Katniss viu a oportunidade como uma deixa perfeita para voltar a subir ao apartamento e atazanar Peeta. Pouco se importava de que ele estivesse em um de seus momentos, apenas sabia que precisava estar ao lado dele. Era o que ele faria se os papéis estivessem invertidos.

O elevador pareceu subir com menos eficácia e rapidez que o normal, e assim que ele parou no apartamento, Katniss saltou do elevador tirando as sandálias, para ter liberdade de correr.

Não sabia o motivo do desespero. Fugir de Gale, fugir da Capital, fugir de tudo.

Peeta era e sempre seria o seu porto seguro. E ela sabia que de alguma forma, incrivelmente ela era o porto seguro dele, e independente do que Haymitch, ou Johanna falassem, ele precisava dela.

A porta do quarto de Peeta estava escancarada, de forma que Katniss entrou sem aviso, mas em vão. Peeta não estava lá.

Ele também não estava na sala, ou banheiro, ou cozinha, ou sacada. Só restava um lugar.

O telhado.

Katniss não ficou tão surpresa ao subir no telhado e ver Peeta trajando seu smoking para o jantar e o baile, sentado a beirada do telhado, contemplando a Capital.

- Você está bem? – perguntou a garota, andando lentamente até Peeta, e se sentando de frente a ele.

- Eu tento – respondeu ele. Peeta estava abraçando os próprios joelhos. O vendo daquela forma, Katniss se lembrou da primeira vez que estiveram daquele mesmo jeito ali. Antes de irem para arena, antes de serem vitoriosos, antes da revolução. Antes de tudo acontecer. Quando Peeta, era simplesmente o Peeta, e sua única preocupação era proteger Katniss da Capital, não proteger Katniss dele – Olhe – pediu ele olhando de Katniss para a cidade – Do alto, não parece diferente.

- Não – concordou Katniss vendo as luzes da cidade refletindo nos carros e moradores, a única diferença era que as ruas não estavam lotadas como estavam da ultima que vez que Katniss as viu ali de cima, estavam transitáveis e calmas.

- Mas a revolução mudou tudo, até essas pessoas – Katniss havia percebido que ás pessoas da Capital estava mesmo diferentes. Venia, Flavius, Octavia, que faziam parte das pessoas escandalosas da Capital, estavam aparentando ser pessoas... Normais á grosso modo. E mesmo o buffet que os aguardava la em baixo no salão, parecia ser algo do mínimo, humilde e simples se comparado com a ultima festa que Katniss presenciou na Capital.

- Você vai ficar bem – disse Katniss – Vamos ficar bem.

- Vamos sim – disse Peeta abrindo os braços para que Katniss se aproximasse e se encaixasse neles – Desde que fiquemos juntos.

- Poderíamos ter ficado no 12 – comentou Katniss rodeada pelos braços de Peeta, se lembrando das palavras do curandeiro – Se Paylor nos queria lá, devíamos ter ficado lá.

- Meio tarde para isso, não? – perguntou Peeta em um tom divertido.

- Podemos arrumar um desculpa e voltar – sugeriu Katniss – Você sempre foi ótimo em inventar coisas. E todos sempre acreditam.

- Não podemos Katniss, eu queria, mas não podemos. Há algo errado aqui.

- E não é de nossa conta – disse ela.

- O que foi Katniss? – perguntou Peeta – Antes você queria descobrir o que Paylor está armando, e agora...

- Alguém está armando Peeta, mas não é a Paylor – de alguma forma, Katniss sentia que isso era verdade, sentia que sempre soube disso, mas nunca viu, realmente.

- E o que você teme? – as palavras de Peeta a fizeram se lembrar da ultima vez que vira doutor Aurelius em sua casa no 12, e o doutor lhe fizera a mesma pergunta.

- Sua segurança. Tenho medo de te perder.

- Não vai me perder.

- Mas... – começou Katniss a protestar.

- Mas sempre vamos estar juntos. Você mesma disse, vamos ficar bem. Não tem o que temer Katniss.

Ficarem em silencio por um minuto, Katniss gostava sentir o calor que se exalava do corpo de Peeta para o seu, sentia que poderia ficar ali para sempre, em seus braços.

- E o que você teme Peeta? – perguntou ela.

Peeta ficou em silêncio por um momento, como se pensasse no que temia, Katniss já desistia de receber uma resposta, quando ele disse:

- Que de alguma forma, eu me perca.




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Notas finais do capítulo

Perdões por o capitulo não está dos melhores :// mas a segunda parte ficou até massa (mais acontecimentos relevantes) *-* prometo não demorar a postar, certo? obrigada por lerem, e como sempre, me façam feliz e deixem reviews com sugestões, ideias, criticas, e tudo o mais *w* ;**