Dont Look Back In Anger escrita por ladyofcamellias


Capítulo 10
Capítulo 10- Spy


Notas iniciais do capítulo

Altos bafos pela frente u.u vejo vocês lá embaixo



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POV Annabeth

_ Você não pode sair trancando as pessoas em salas vazias assim, Di Ângelo _ ralhei num grito um pouco esganiçado. Nico apenas revirou os olhos, fazendo aquele sinal de silêncio sob a boca e fechando a porta atrás de si.

Estávamos na hora do intervelo e os primeiros tempos não haviam sido nada fáceis para mim. Fora uma maratona e tanto de revezamento, ora fugindo de um Percy Jackson perguntando o que acontecera ontem e se estava tudo bem, ora fugindo de um Nico Di Ângelo, vulgo meu “namorado”, querendo saber o motivo da “porcaria da minha crise de esquisitice”, como o próprio chamava meu estado emocional.

No fundo, a pergunta era a mesma, assim como a resposta: não, eu não estava bem. É claro, eu não poderia sair gritando isso por aí e nem simplesmente dizer isso na cara de Percy, não depois de tudo que acontecera ontem e que ainda era fresco demais na minha memória. E quanto a Nico, o máximo que havia feito naquela manhã era mandá-lo para aquele belíssimo lugar onde o sol não bate.

_ Annabeth _ ele continuou encostado à porta, eu sabia, embora tivesse de costas para este, como se aquilo lhe garantisse que dessa vez eu não fugiria _, o que está acontecendo?

_ Nada. Porra, Nico, nada. Agora, dá para parar de me tratar como uma doente mental?

_ Não enquanto você continuar se comportando como uma.

Bufei, cruzando os braços junto ao peito. Se ele tivesse passado horas tentando achar a sala perfeita para o nosso “encontro” não teria encontrado uma tão boa quanto. As janelas trancadas e com as persianas fechadas. Nenhuma outra porta.

Passei tanto tempo na mesma posição que não percebi quando Nico veio até mim e me abraçou por trás, encostando a cabeça no meu ombro. Eu podia sentir sua respiração quente e, se me concentrasse mais um pouco, até mesmo seu coração batendo. Mas, naquele momento, não conseguia me concentrar em mais nada que não fosse os pequenos detalhes da sufocante sala de aula.

O quadro negro um pouco antigo e as paredes pintadas num bege mórbido. O piso de taco, a rachadura no teto, as carteiras azuis... Todos pareciam olhar-me, vigiar-me e até mesmo me criticar. Todos eles eram uma grande plateia insatisfeita com olhos verdes reprovadores.

Por mais psicótico que seja para qualquer ponto da saleta que olhasse eu via os olhos de Percy. E imaginava o que ele diria que se me visse ali, com Nico. Admito que talvez, ontem, esperasse uma reação diferente dele. Ele foi ótimo e incrível como sempre. Tão incrível que em momento algum demonstrou nenhuma sombra de ciúmes de meu namoro com Nico. Amigos meninos sentem ciúmes quando suas amigas meninas arranjam um namorado, certo? Por mais que ele seja de mentirinha. Não que ele soubesse detalhe.

_ Annabeth _ sussurrou Nico ao pé de meu ouvido, interrompendo meus devaneios _, se você não me contar o que está acontecendo, eu não poderei te ajudar...

Eu juro que minha intenção não era que acontecesse o que aconteceu em seguida. Eu iria virar para frente e empurrá-lo e mandá-lo, pela milésima vez no dia, para aquele lugar não muito bonito. Eu juro.

Mas assim que me virei de frente para ele, nós demos de cara um com o outro. E Nico me olhava com aqueles olhos escuros e grandes, cobertos por cílios igualmente grandes e negros, de um jeito sério que nunca fizera. Tinha o cenho franzido, como quem está à frente de um grande problema matemático. Nesse caso, acho que o problema era eu.

E eu? Tinhas as mãos apoiadas em seu peito e ofegava, sabe Deus lá por que. Talvez fosse porque aquele maldito olhar dele me tirasse ou fôlego. Ou então, porque por baixo da camisa fina, eu sentia seu peitoral forte. Ou porque eu não tinha ideia do que estivesse acontecendo comigo. E sentia-me feito manteiga derretida, enquanto ele segurava minha cintura com firmeza eu o puxava pelo pescoço, beijando-o.

Fora automático. Era como se eu estivesse me afogando e de repente aparecesse alguém me estendo à mão em cima de um bote salva-vidas. Nico fora quem me estendera à mão, e eu, já frágil e partida pelo turbilhão da onda de acontecimentos de ontem, sem conseguir compreender o que se passava dentro e fora de mim, agarrara com todas as forças que me restavam.

Teria sido bom. Ou melhor, teria sido o melhor beijo da minha vida. Por mais que eu sentisse, e eu tinha certeza que sentia, uma pequena parte de mim gritando que aquilo estava errado, não por estarmos supostamente namorando, mas por algo muito superior e, no momento, muito além de meu alcance.

Bom, isso também. Mas talvez o que tenha contado mesmo, tenha sido Thalia escancarando e abrindo abruptamente a porta.

E, pelo seu grito e sua cara de chocada, eu deduzo que não era como se tivesse a intenção encontrar um casal se agarrando numa sala escura e vazia. Ainda mais se esse casal fosse formado pelo seu primeiro e agora ex-namorado que voltara com a intenção de reconquistá-la fazendo-a sofrer pelo que fizera a ele e, pela sua querida ex melhor amiga, que por sinal tinha como única intenção ferrar com a vida dela tanto quanto ferrara com a sua.

Mas a expressão de choque ficou apenas por alguns milésimos de segundo em seu rosto. Logo ela tornou a trajar seu habitual sorriso de escárnio e gritar que “Nico Di Ângelo e Annabeth Chase estavam fazendo sexo selvagem na sala de Espanhol”.

POV Percy

Não era como se estivesse chateado por ter perdido tão feio pra Luke jogando CS com ele a tarde inteira. Era só que era impossível se concentrar em qualquer outra coisa que não fosse Thalia e Rachel cochichando, no outro sofá do sótão, sobre o novo “grandessíssimo babado” da Goode High School.

Quer dizer, era de deixar qualquer um de queixo caído e gerar tremenda incredulidade. Embora isso não fizesse com que a fofoca parasse de rolar solta. Havia poucos que se negavam a comentar sobre o assunto. Como eu.

E até agora Rachel não se contentava com a minha atitude. Desde que Thalia e Luke foram embora, pusera-se em frente à janela do sótão e toda hora comentava que Annabeth ainda não havia chegado e que Annabeth estava fudida e que não acreditava no que Annabeth havia feito. Todas suas frases tinham que carregar o nome de Annabeth.

O que só me deixava mais irado ainda. Por que eu não poderia ter uma namorada normal que soubesse a hora de parar de falar da vida dos outros? Por que eu não poderia ter uma namorada normal que percebesse quando eu fico puto com alguma coisa que ela faz? E por que eu não poderia ter uma namorada normal que não tivesse a brilhante ideia de brigar com o papaizinho e vir morar na minha casa?

_ Nada dela ainda _ ela sussurrou pela trocentésima vez em horas.

_ Rachel _ eu disse um pouco hesitante. Se não mudássemos de assunto eu mesmo faria questão de jogá-la pela janela _, nós precisamos conversar.

_ Sobre Annabeth? _ ela virou-se de frente para mim, empolgada, com um sorriso no rosto.

_ Não _ respondi, revirando os olhos _, sobre você.

_ Nós não fomos pegos transando na sala de Espanhol...

_ Rachel, é sério.

Vi, lentamente, a empolgação escorrer de seu rosto. Ela veio em minha direção e se sentou no meu colo, passando as mãos pelos meus cabelos. Esquivei-me dela e coloquei-a sentada ao meu lado. No escuro, com suas mãos frias sobre as minhas, Rachel parecia assustada e até mesmo com um pouco de medo. Mesmo assim, sussurrou um “pode falar”, bem baixinho.

_ Você não pode ficar aqui pra sempre. Hoje deu tudo certo, mas a gente não sabe o dia de amanhã...

_ Você não gosta de me ter por perto?                                        

_ E nem minha mãe vai concordar com isso durante muito tempo.

_ Olha Percy, eu sei de tudo isso. Mas é que eu não posso voltar pra casa agora e, mesmo que pudesse, nunca mais quero colocar meus pés naquele lugar. Você não faz ideia do que eu passei e escutei durante toda a minha vida. E agora que eu encontrei você, pela primeira vez, tudo parece tão perfeito e tão certo.

_ Mas não é _ disse-lhe no mesmo tom de voz, pondo minhas mãos sob suas bochechas geladas _, não é, Rachel.

Ficamos em silêncio durante um bom tempo, na mesma posição. Eu sentia que Rachel a qualquer momento começaria a chorar, mas, bem, quem seria que para impedi-la, na situação em que se encontrava?

Era esquisito, porque, se fosse Annabeth no seu lugar, eu faria de tudo para não vê-la chorar. Não que eu não me sentisse mal em ver Rachel assim, mas é que, com Annabeth, tudo parecia ser mil vezes mais intenso.

_ Percy, Rachel _ disse minha mãe, abrindo a porta do sótão _ o Sr. Dare está lá embaixo e quer falar com os dois.


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Notas finais do capítulo

Aff, véi, a Thalia não toma jeito e não cansa de ficar espalhando rumores falsos por puro status. Em algum momento, espero que ela tome vergonha na cara (será?).
E, sim, gente a fic é Percabeth. O que está acontecendo entre a Annabeth e o Nico é apenas uma consequência do que eles estão aprontando, all right?
Mas, ahhhhhh véi, chegamos ao décimo capítulo com 70 reviews. Se formos tirar uma média ~le eu finginfo ser uma aluna aplicada e inteligente~ são 7 por capítulo. Sinceramente? Acho que isso é pouco pra uma fic que tem 45 leitores. Ahh, e pra quem não sacou a indireta: REVELEM-SE FANTASMINHAS! Fui clara o suficiente agora? u.u
Aguardo vcs no nosso lindo e romântico encontro na caixinha sexy ali embaixo (seduzi, né?).