Atraídos pelo Amor escrita por Daijo


Capítulo 3
Primeiro Contato




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Depois de mais duas aulas, muito chatas na opinião de Sakura, a sineta anunciando o intervalo tocou.

Sakura e Tomoyo se dirigiram a uma frondosa árvore que ficava atrás do prédio. Elas costumavam lanchar ali.

- Ainda bem que chegou o intervalo. – comemorou Sakura, sentando embaixo da bela árvore.

- Agora você pode me contar o que houve. – sugeriu Tomoyo, sentando ao lado da amiga.

- Ok Tomoyo, eu sei que dessa vez não escapo – conclui Sakura, arrancando um sorriso de Tomoyo.

Sakura explicou toda a cena que teve com Syaoran. Desde o esbarrão a discussão que tiveram.

- Nossa não acredito que ele disse que você era desse tipinho. – escandalizou-se Tomoyo. – Que tipo de rapaz será ele?

- Deve ser uma espécie de ditador machista. – afirmou Sakura. – Só troquei algumas palavras com ele. De repente quando Eriol surgiu, ele soltou aquele monte de desaforos.

- Talvez ele tenha ficado com ciúmes de Eriol. – sugeriu Tomoyo reflexiva.

- Como Tomoyo? Ele nem me conhece direito. – suspirou Sakura. – Talvez ele seja um Don Juan, como meu irmão disse.

- O que Toya disse? – Tomoyo ficou curiosa.

- Para eu tomar cuidado com alguns rapazes da escola. – disse Sakura; agora estava começando a considerar o que o irmão dissera.

Tomoyo soltou uma gargalhada.

- Toya é muito paranóico. – disse Tomoyo divertida.

- Acho que estou começando a achar que ele estava certo.

Tomoyo Arregalou os olhos.

- Você está bem Saki? – ela analisou a amiga com ansiedade. – Tem certeza que não bateu a cabeça em alguns dos tombos?

- Ah, cala a boca Tomoyo! – exclamou exasperada. – Vamos comer, estou morta de fome.

- Ok Saki – Tomoyo pegou sua lancheira. De vez em quando lançava olhares ansiosos para amiga. Mas esta estava ocupada demais com comida para perceber.

Mal acabaram de comer, Eriol aparece para fazer companhia às duas.

- Olá meninas. – cumprimentou ele sentando ao lado de Tomoyo. – Sabe aquele seu amigo Saki? Ele esta em minha sala.

- Nem me lembre daquele idiota. – pediu Sakura, recostando-se no tronco da árvore.

- O que houve? Você tinha simpatizado tanto por ele. Pelo menos foi o que me pareceu.

- É uma longa história Eriol. – esclareceu Tomoyo. – Depois eu te explico.

- Tudo bem querida, eu entendo. – disse Eriol, deixando Tomoyo ruborizada. Diferente de Saki, toda vez que Eriol a chamava de ‘querida’ ela se envergonhava. Isso não passou despercebido por Eriol, que sorriu abertamente.

- Ora, então ele esta no último ano? – indagou Sakura, refletindo. – Pelo menos terei que agüentar ver a cara dele apenas durante um ano.

- Ah Saki, só você. – comentou Tomoyo, já com o rosto no tom natural.

“Apesar de que, não posso negar, ele é uma bela visão.”- pensou Sakura

- Ele fez o maior sucesso com as garotas da sala. – comentou Eriol.

- Logo vai se tornar um garoto popular nessa escola. – disse Tomoyo, enquanto observava Sakura mudar sua expressão serena, para uma brava.

- Devem estar todas cegas. – disse ela com desdém.

- Você mesmo disse que ele era perfeito. – ponderou Tomoyo.

- Correção. Quase perfeito. – Sakura afastou a franja dos olhos. – De que adianta ser lindo, se você é um patife, arrogante e machista?

Nesse momento passa em frente à árvore o jovem Syaoran. Ele segue seu caminho até uma árvore ao lado. Lá ele recosta e fecha os olhos.

Tomoyo reparou que sua amiga tinha razão. O jovem era realmente lindo. Qualquer garota ficaria louca por ele. Ele tinha porte de nobre.

Sakura observou todo o trajeto dele.

- Aff, não sabia que escola era lugar para dormir. – comenta Sakura, um tanto alto. Não resistiu a tentação de aborrecê-lo.

- Algum problema? – indagou Syaoran, sem abrir os olhos. – Por acaso estou atrapalhando os seus amassos com o Hiiragisawa?

Sakura arregalou os olhos, Eriol e Tomoyo também.

- Acho que não – continuou ele, sem se alterar. – Pois tem uma vela entre vocês. A não ser que você seja uma exibicionista, respeito sua fantasia.

- ORA SEU... – vociferou Sakura, que como um canhão, já tinha estourado ao lado de Syaoran.

Ele abriu calmamente os olhos.

- Você quer me deixar surdo? – ele levantou-se para encarar a garota.

- Acredite isso seria pouco pra mim. – falou ela, fuzilando-o com o olhar.

- Eu sabia. Você queria era me violentar. – disse malicioso.

- Hã? – Sakura corou imediatamente.

- Não precisa ficar com vergonha, causo esse efeito nas mulheres. Deixo-as loucas.

- Ai você forçou, querido. – zombou Sakura, recompondo-se.

Tomoyo e Eriol foram até os dois.

- Saki, por favor, é melhor voltarmos para nossa árvore. – suplicou Tomoyo, temendo que acontecesse algo pior. Ela observou o olhar perigoso que os dois se lançavam.

- Tomoyo tem razão Sakura, vamos. – pediu Eriol.

Syaoran amarrou a cara para Eriol. Voltou-se então para Tomoyo. Notou que ela era tão bela quanto Sakura, tinha lindas curvas também. “Será que é como a amiga também?”- questionou-se internamente. Voltou a encarar Sakura, dessa vez normalmente.

- Eles têm razão. É melhor sair daqui, não quero que você se descontrole e acabe me agarrando.

- Essa foi demais. Você devia ganhar um Oscar. – ironizou Sakura.

- Que é isso? Eu sei que você me deseja. – afirmou Syaoran, simplesmente.

- Você é bem modesto, não? – Sakura o olhou com superioridade. – Até parece que eu iria dar trela para um conquistador de segunda como você.

Ele agarrou os braços da jovem e puxou-a para si com certa brutalidade. Seus rostos ficaram a centímetros de distância. Sakura ruborizou se de leve ao fitar os olhos de Syaoran.

Tomoyo e Eriol observavam apreensivos, em absoluto silêncio. Permitindo-se apenas respirar.

- Sei que me quer – continuou Syaoran, agora sussurrando no ouvido da garota. Um arrepio percorreu o corpo de Sakura. Ela mantinha-se firme, mas estava a ponto de derreter-se ao contato do jovem. – Sei como garotas do seu tipo agem.

O clima se quebrou no momento em que Sakura ouviu o último comentário do jovem.

- Seu idiota! – brandiu ela, tentando se desvencilhar inutilmente. – Você vai ver o...

Mas não pode concluir a frase. Não, Syaoran não se distanciara como da outra vez, ao contrário, se aproximou mais. Tão perto que calou Sakura com os seus lábios sobre os dela. Por hora era só um encostar de lábios, mas no instante seguinte o beijo se aprofundou mais. As mãos de Syaoran largaram os braços da jovem e pousaram em sua cintura. Por sua vez Sakura posicionou os braços no pescoço dele.

Tomoyo e Eriol decidiram sair de fininho deixando o casal à vontade. Os dois sumiram de vista, ao mesmo tempo em que a sineta soava novamente.

“Maldita sineta”- pensou Syaoran.

Os dois se separaram e fitaram- se por um instante. Syaoran virou as costas e dirigiu-se para o prédio. Deixando uma Sakura confusa para trás. Mas antes de sumir de vista:

- Eu sabia que estava certo. Você não me engana. – desapareceu de vista, mas Sakura ainda escutou mais um comentário. – Espero que sonhe comigo, pois só em sonho experimentara meu beijo novamente.

- Imbecil! – vociferou Sakura, quando uma segunda sineta tocou.

 

Finalmente o primero dia de aula acabara. Sakura ficou farta de agüentar os olhares divertidos que Tomoyo lhe mandava durante o restante das aulas.

“Você gosta dele Sakura, admita”. - Tomoyo havia dito na hora da saída.

Sakura entrou em sua casa e jogou-se no sofá.

“Eu não gosto dele! Jamais me apaixonaria por um patife daquele.” pensou ela, mas não tão convicta.

Afinal não podia negar que gostara do beijo. Já tinha tido um namorado, mas seu beijo não se comparava, nem de longe, com o que experimentara hoje. Aquele beijo a instigara tanto.

Ela refletiu um pouco. Lembrou-se então do que seu ex-namorado falara uma vez.

 

Flashback

 

Sakura caminhava em direção a sala de aula do seu namorado. Era o intervalo, ela o procurara pela escola toda, mas não encontrara o rapaz. Então decidiu procurá-lo na classe. Ela abriu a porta da sala e ele não estava lá.

“Onde foi que ele se meteu?”

Escutou então algumas risadas na sala que ficava ao lado.

“Essa risada me é familiar”

Ela se aproximou sorrateiramente da outra classe, a porta estava entreaberta. Como era curiosa, logo tratou de dar uma espiada.

Seu queixo caiu.

Lá estava seu namorado agarrando outra.

- O que significa isso? – brandiu ela, abrindo o resto da porta com um estrondo.

- Sakura? – o rapaz rapidamente se afastou da outra garota. – Eu posso explicar.

Ele era um pouco mais alto que ela. Os cabelos eram longos e loiros. Os olhos azuis. A garota era da altura de Sakura, os cabelos eram mais curtos, num tom vermelho. Os olhos castanhos fitaram Sakura.

Sakura se aproximou dos dois. Seus olhos pegavam fogo.

- Eu acho que ainda enxergo. Meus chifres ainda não tamparam minha visão. – ironizou ela, enquanto a “outra” saía de fininho. – E você, aonde vai?

- Vou deixar vocês conversarem a sós. – ela deu um sorrisinho. – Vou deixar o casal sozinho.

- Que cínica! Volte aqui sua... – ela ia atrás da garota, mas o rapaz a puxou.

- Sakura me escute. – apressou-se em dizer. – Não é o que você está pensando.

A garota soltou uma gargalhada fria.

- Não, imagina! Você estava fazendo respiração boca a boca nela. – falou com a voz carregada de ironia. – Agora me diz como ela se afogou? Você babou muito nela?

- Da pra você ficar quieta e me escutar?

- Fala. Não que eu vou acreditar no que você vai dizer. – desdenhou ela.

Ele passou as mãos pelo cabelo nervosamente.

- Ok, eu não vou negar o que fiz.

- Já é alguma coisa. – comentou, batendo os pés nervosamente no chão.

- Mas não foi nada de importante. – Sakura soltou um muxoxo. – Entenda eu não gosto dela. É só atração física. Amor, aquele sentimento puro, eu sinto é por você.

[...]

 

Fim do flashback

 

Talvez fosse isso. Definitivamente ela não gostava de Syaoran, acabara de conhecê-lo. Pior, ele a ofendera. O que ela sentia por ele, como ele mesmo dissera, era desejo. Apenas uma atração física. Era tão simples, como não pensara nisso antes.

Ela apenas gostava do beijo de Syaoran. E não podia negar que o corpo musculoso dele, era um forte atrativo. Foi pensando nisso que decidiu suprir esse sentimento tão perigoso e sedutor. Não tinha nada a perder, afinal era solteira e a vontade de estar nos braços daquele jovem era grande. Não pode pensar em algum motivo para desistir.

Estava decidido, ela faria de tudo para conquistar Syaoran. Iria unir o útil ao agradável. Faria ele pagar por sua língua ferrenha, e de quebra ganharia alguns beijos do jovem.

Ela levantou do sofá e foi para o quarto. Sentou-se em sua cama e pegou um de seus bichinhos de pelúcia.

“Aquele Don Juan não irá me seduzir. Como ele mesmo disse, ele é que cairá em minhas garras”.

 

Longe dali, em um apartamento, um jovem estava deitado em sua cama pensando.

“Que garota! Nunca havia provado um beijo como aquele. O que foi que deu em mim? Nunca havia agido daquela maneira.”

Syaoran dirigiu-se ao banheiro. Ligou o chuveiro.

“Preciso de um banho de água fria. Aquela garota mexeu demais com meus sentidos. É mesmo uma pena que seja daquele tipinho de mulher” – Foi com esse pensamento que entrou debaixo do chuveiro. Rapidamente terminou o banho.

Saiu do banheiro enrolado em uma toalha.

“É melhor ficar longe daquela garota. Senão acabarei ficando louco”.

Voltou então para o quarto para tirar um cochilo.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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