O Connor estava meio estranho à noite, ele parecia à ponto de matar qualquer um que estressasse e ele quase fez isso quando a Clarisse achou ele e começou a chatear ele sobre o ‘segredo’, mas ai ele se lembrou que ela era a Clarisse e possivelmente iria perder feio. Mas eu não podia ficar me preocupando com o estresse dele, porque eu também tinha o meu.

  Para início de conversa eu nunca, mas nunca, deveria ter aceitado ajudar ele, assim eu não teria que fingir ser um garoto. E além do mais ele me disse que a partir de agora eu teria que ficar até depois do baile nesse estado ‘garoto’, simplesmente horrível. Agora eu não poderia me maquiar, arrumar o meu cabelo, e ficar passando perfumes doces. Tudo o que eu gostava não poderia fazer mais durante dois dias.

E para completar esse combo ‘os piores dias da minha vida’, teria que ir no baile sendo par do Connor, ou melhor, Connie. Eu não poderia usar o vestido que eu havia pensado, não poderia cachear meu cabelo e nada mais. Mas pelo menos o Connor estaria de vestido o que seria super- engraçado.

  Fiquei refletindo tudo isso na hora do jantar, por que eu não queria sentar na mesa de Hermes. No chalé ficaram apenas eu e Connor, mas eu vez de ficar conversando, ficamos em silêncio um com raiva do outro, totalmente depressivo. Até que eu não consegui mais ficar parada eu fui dormir cedo, mas fui. Porque além do mais, eu teria que acordar cedo para ninguém me ver saindo do Chalé de Afrodite, mas infelizmente sonhei.

  Eu estava como garota, vestida com um vestido branco um pouco acima dos joelhos sentada na areia olhando para uma pequena poça. Nela mostrava o dia em que eu e Connor fomos ao GlaMall, mas no momento que eu não estava, e ele conversava com a minha mãe, Afrodite, mas eu não conseguia ouvir o que eles diziam, apenas entendia algumas palavras, mas suficientes para eu entender o assunto da conversa.

   Connor estava tentando convencer minha mãe que ele não gostava de uma garota ai, mas ela soltava uns risinhos e rebatia dizendo que ele era um péssimo mentiroso. Ficaram assim por alguns instantes até que ele finalmente admitiu que gostava da tal garota despertado na minha mãe uma enorme felicidade e eu mim uma pequena pontada de raiva.

  E a imagem da poça sumiu ficou apenas uma poça vazia, mas vi um lampejo que parecia um rosto nela. E uma voz doce soou em minha cabeça.

  ‘’Vamos lá querida, só um pouquinho de esforço não vai fazer mal’’.

  Acordei logo após aquela mensagem, tinha entendido exatamente o que ela queria dizer, mas eu não podia admitir a verdade. Eu era uma filha de Afrodite não me apaixonava, era dura, e apenas quebrava corações, mas naquele momento eu não me sentia assim, parecia que o meu coração havia se partido.

  Ainda estava o, e dava para ver os leves brilhos do Sol surgindo no horizonte. Fiz minha higiene pessoal às pressas, e me vesti com as roupas de uns meios-irmãos meus: All-Star preto, calça jeans azul escura e uma blusa do acampamento meio-sangue. Ainda estava um pouco estressada com o que aconteceu ontem, e espantada com o sonho, e para limpar um pouco meus pensamentos decidi decapitar alguns bonecos, além do mais fazia um tempo que eu não fazia isso, precisava treinar um pouco.

  Decapitar bonecos foi meio que uma terapia para mim, pois depois de alguns estantes meus pensamento já estavam mais limpos, mas eu ainda não tinha conseguido tirar o sonho de ontem a noite da cabeça e isso me perturbava um pouco. Tentei me concentrar um pouco mais no ataque até que quando eu estava quase conseguindo fazer o golpe perfeito alguém limpou a garganta, e rapidamente pensei que havia alguém me assistindo o tempo todo.

  Era o Connor, descobri isso, pois olhei de canto, eu não ia encarar ele, eu ainda não havia esquecido o sonho. Então o ignorei e continuei a acabar com os bonecos.

  - Ei, eu quero falar com você – ele disse, e eu somente assenti de leve – mas eu quero que você olhe para mim.

  Fiz o que ele pediu, mas com uma pequena surpresa. Quando virei fiz um golpe com a espada quase o decapitando. Quase.

  - Ei, o que você pensa que está fazendo? – disse branco enquanto eu apenas soltava uns risinhos.

  - O que você quer? – disse indo logo direto ao assunto, mas tentando parecer grossa, porém sem sucesso.

  -Bem, eu vim, sabe, falar com você, sabe... pedirdesculpas – tentou dizer, mas parecia que ao mesmo tempo não queria dizer.

  - Hã? – tentei me fazer de desentendida, mas eu havia entendido perfeitamente o que ele queria fazer.

  - Pedir desculpas – ele falou meio enrolando, e eu fiquei meio boquiaberta, um filho de Hermes pedindo desculpas?

  - Ah tudo bem – disse, já que meus pensamentos ainda estavam um pouco bagunçados.

  - Então já vou indo, Travis vai acordar e me procurar para eu experimentar vestidos para o baile. Eu preciso fugir logo – disse e se foi.

  Eu poderia ser uma boa amiga e não contar para o Travis onde ele havia se escondido. Mas esta não foi a minha decisão, eu precisava ainda de uma pequena vingança pra me recuperar totalmente de tudo aquilo.