PDV - Bella

Assim que entrei no quarto me deparei com Jacob que já estava deitado. Antes de iniciar uma conversa me dirigi ao banheiro e me lavei vestindo uma camisola em seguida. Voltei-me sentando na cama esperando aquele silencio acabar.

– Você demorou um pouco, não?

– Creio que sim – Assenti.

– E como foi lá com o encanador?

– Foi normal. Deu tudo certo – Me aconcheguei mais entre as cobertas evitando encará-lo.

– Menos mal.

– E como foi seu papo com a Emma? – Mudei o foco da conversa.

– Foi bom. Combinamos de sairmos os três nesse sábado.

– Ah é? – O olhei curiosa. – E para onde vamos?

– Vamos para Forks fazer uma visita a Sue – Não sei o motivo. Mas nunca confiei totalmente na madrinha de Jacob.

– O que aconteceu? – Perguntou diante a minha hesitação.

– Nada. Só acho que não poderei ir com vocês.

– E porque não? – Levantou uma das sobrancelhas desconfiado.

– Por que a Leah me chamou para ajudá-la a escolher o sabor do bolo já que o Garrett estará em Nova Iorque a trabalho – Falei calmamente para não parecer uma mentira. Detesto enganar as pessoas – prova disso é eu ser uma péssima mentirosa. Mas por sorte dessa vez pareceu dar certo – Jacob ficou com uma expressão dura – como sempre fica quando menciono o nome de Leah. Nunca entendi o motivo. Deve ser incompatibilidade de gênios – os dois são muito cabeça dura e insuportáveis quando querem. E aposto que se existir esse negocio de “vidas passadas” – com toda a certeza ele e Leah já foram casados ou tiveram algum envolvimento amoroso. Pois eles combinam. Eu que sou sua esposa tenho que admitir isso.

Jacob permaneceu pensativo como se estivesse longe – em outros tempos. Demorou até ele finalmente responder. – Dessa vez passa. Não quero saber de você ficar sempre saindo com essa sua amiga – Fez uma pausa. – Eu e Emma somos sua família e temos que vir em primeiro lugar, não a porcaria de um casamento qualquer.

O olhei totalmente confusa e surpresa por seu comentário.

– Como você pode dizer isso? Eu sempre me dedico ao máximo a nossa família e como outra pessoa qualquer eu também tenho direito de ter momentos entre amigas. E para a sua informação – o casamento da Leah não é nenhuma porcaria – muito pelo contrário! Ela e Garrett merecem muito e com toda a certeza irei ajudá-los em tudo que precisarem, para que nada saia errado! – Dei as costas para ele querendo encerrar de vez nossa conversa.

– Me desculpa amor. É que... Ultimamente tenho me sentido muito estressado.

– Eu sei muito bem disso, mas eu já pude reparar que quando eu falo da Leah você fica estranho... Por quê? – Resolvi perguntar para esclarecer essa duvida.

– E-eu... – Ele gaguejou ficando totalmente rígido. – Por nada Ellie. Eu só não vou com a cara dela. Só isso! – Pelo tom de sua voz esse assunto estava encerrado, mas eu não me dei por satisfeita.

– Tem certeza? Não tem algo mais?

– Ellie aonde você está querendo chegar? – Se sentou cruzando os braços na altura do peitoral. – Você acha que eu sinto atração por ela?

– E você sente? – Revidei.

– É claro que não! – Respondeu irritado. – Eu amo somente você – Segurou meu rosto me forçando a fitar seus olhos negros. – Só você – Sussurrou capturando meus lábios para começar um beijo muito urgente e cheio de necessidade. Até parecia que ele queria se esquecer de algo que nem imagino o que seja. Só sei que tive que transar mais uma vez pensando em Edward.

(...)

Estávamos sentados a mesa tomando café da manhã bem tranquilamente quando Jacob fez o favor de me deixar nervosa.

– Jacob eu não vou! – Protestei deixando de lado a xícara de chá.

– Ellie já conversamos sobre isso, e pelo o que me lembrei você aceitou passar na psicóloga.

– É... Eu me lembro muito bem – Fechei a cara. – Mas agora estou arrependida.

– Infelizmente não posso fazer nada – Deu de ombros. – Se desmarcar a consulta será muito difícil agendar outra tão cedo. A doutora Campbell é a melhor de toda Seattle e conseqüentemente a mais requisitada.

Bufei muito frustrada.

– E para qual dia você agendou essa porcaria?

– Olha lá como fala! – Me repreendeu. – Você gostaria que a nossa filha usasse esse tipo de palavreado?

– Jacob isso não tem nada a ver com a Emma.

– É claro que tem! Caso ela comece a falar assim a culpa é sua! – Apontou o dedo para mim.

– Você quer parar de me enrolar, por favor, e contar logo para qual dia é essa maravilhosa consulta? – Fui sarcástica para não soltar um palavrão genuíno.

– É para amanhã – Declarou apreensivo.

Tive que respirar profundamente para não perder a calma.

– Ótimo! – Exclamei pedindo licença indo para o meu refugio – a biblioteca.

(...)

No dia seguinte tratei de acordar mais cedo do que de costume – fiz meus afazeres para ter a tarde toda livre. Já tinha combinado de buscar Emma na escolinha e de lá ir a algum lugar.

Assim que calcei as sapatilhas, me olhei no espelho para checar se estava tudo ok com meu look.

Gostei do que vi.

Peguei o necessário e sai pelas ruas de Seattle. Cheguei com 10 minutos de antecedência e não demorei mais que 1 hora. Nada de anormal ocorreu, mas ao sair de lá levei um enorme susto ao ser abordada por um homem muito alto e musculoso – parecia até um armário. Ele queria que eu lhe desse a minha bolsa. Não pensei duas vezes e quando ia estendê-la ninguém mais do que Edward me aparece espantando o ladrão (que mais tinha pinta de modelo de cuecas Calvin Clain) para bem longe.

Depois disso um misto de sentimentos se apoderou de mim – desde raiva até amor.

Amor?

Pois é. Por incrível que possa parecer cada vez que via Edward esse sentimento se expandia mais e mais dentro do meu peito. Já estava se tornando incomodo guardar algo tão grande sem poder desabafar. Era como se lá no fundo ele já me pertencia e nosso destino fora traçado até os dias finais de nossas vidas – algo totalmente grandioso e confortável.

Estava perdida em pensamentos e tive que pedir a Edward que repetisse o que falara por ultimo.

– Eu disse que precisamos conversar Ellie, e que tenho algo muito sério que você precisa saber.

– Como assim? – O olhei confusa. – O que é?

– Te contarei o mais rápido que puder – Olhou em volta. – Mais não aqui. Será que podemos ir para outro lugar?

Analisei seu pedido por alguns segundos e assenti em reposta. Entramos em meu carro e antes de dar a partida me virei no banco o encarando.

– Muito obrigada – Agradeci recebendo um lindo sorriso.

– Pelo o que?

– Por sempre aparecer.

– Pode contar comigo todas as vezes que precisar – Me olhou nos olhos enquanto sua mão cobria a minha. Nesse momento me foquei em sua figura quase perfeita e não resisti – tive que me aproximar.

– Será que poderia fazer uma coisa? – Perguntei baixinho.

– Mil coisas se quiser. Estou a sua total disposição.

Assenti sorrindo.

– Então não se mova – Pedi quase num sussurro. Respirei fundo erguendo minha mão – a colocando carinhosamente sobre seu rosto - o acariciando com o polegar. Ele fechou os olhos rapidamente e quando nossos rostos estavam a centímetros de distancia não hesitei e juntei nossos lábios. Foi apenas um simples roçar, mas quando me afastei para encará-lo vi que seus olhos estavam um pouco mais escuros e brilhavam.

– Agora é a minha vez – E me puxou para o seu colo me dando um verdadeiro beijo – aqueles que tiram verdadeiramente o fôlego e dão inveja aos atores de cinema.

Estava totalmente envolvida e aposto que se caísse um raio próximo a nós nem ligaríamos de tão boa que a coisa estava.

Boa mesmo!!

Enquanto ele me apertava cada vez mais para que não tivesse nenhum espaço entre nós (o que era impossível) eu passava minhas mãos por seu cabelo macio – o puxando e manipulando de acordo com as minhas emoções que estavam a flor da pele.

Quando finalmente nos desgrudamos (por falta de ar) – encostei minha cabeça em seu ombro, recuperando aos poucos o fôlego.

– O que foi isso Ellie? – Perguntou ele após um tempo.

– Eu não sei – Suspirei não o encarando.

– Isso não importa – Beijou o topo da minha cabeça. – Só posso lhe dizer que adorei e que se você não tivesse tomado a iniciativa eu mesmo teria o feito.

– E agora?

– Não sei te dizer, mas posso te garantir que não consigo ficar mais longe de você – Admiti olhando fixamente para a imensidão dos seus olhos verdes.

– Acho bom mesmo – Forçou um tom de voz sério. – Por que eu nunca mais vou te deixar escapar dos meus braços – Dizendo isso selou nossos lábios para mais um beijo.

(...)

Nem prestei atenção como, mas quando me dei conta já estávamos em seu quarto de hotel literalmente nos agarrando.

– Eu te quero Ellie – Sussurrou em meu ouvido enquanto suas mãos adentravam por minha blusa.

– Eu também, mas antes preciso de um banho.

– Não quero você limpa e perfumada. Me agrada como você está agora. Uma mulher calorosa, excitada, com o perfume do desejo. E espero que sinta o mesmo por mim.

– Claro – Queria aspirar o cheiro de Edward e saborear o gosto de sua pele.

Estremeci ao vê-lo tirar as roupas. Tinha um físico atlético, firme e um tanto musculoso. Perfeito! Na medida certa! Jacob perde de lavagem para Edward. Sem duvida alguma!

Acabei sentindo a tensão do momento.

De maneira muito diferente das vezes com Jacob, quis olhar aquele corpo e matar a curiosidade de mulher vibrante pela sensualidade de Edward.

Acabei não me dando conta de quanto tempo estive só observando, até que ele me acordou do transe.

– Passei no teste? – Ele brincou, mas não consegui rir.

Abaixei a cabeça, desarmada. Edward sorriu e me abraçou.

— Não se preocupe, você tem todo o direito de olhar e julgar. Entre nós não deve haver barreiras, inibições, nem lugares que não mereçam serem tocados. Afinal de contas, olhar um para o outro com aprovação, só estimula e aumenta o desejo!

Antes que pudesse falar algo, ele curvou a cabeça e me beijou. Pressionei meu corpo contra o de Edward, e tive espasmos incontroláveis à medida que nossas línguas se procuravam e se acariciavam com volúpia. Ele me explorava o corpo com leve toque de dedos. Parou as mãos sobre meus quadris e me puxou mais ainda contra ele, enquanto murmurava que me amava e desejava muito.

Sem me dar conta sussurrei as mesmas palavras em seu ouvido, ao mesmo tempo em que ele me ergueu e deitou na cama. Fechei os olhos e estremeci quando senti a boca tépida acariciando minha pele. Uma sensação delicada e ao mesmo tempo poderosa, como se milhares de minúsculas flechas de prazer explodissem em mim qual flores que desabrocham ao sol.

– Você gosta? – Ele perguntou, com a voz rouca.

Só consegui gemer em aprovação. Edward continuou a passar os lábios sobre meu corpo com tanta leveza que mal o tocava. A impressão de delicadeza não se desfez, nem mesmo quando ele cobriu-lhe meu sexo com a mão protetora.

Abri os olhos. Edward estava ajoelhado entre minhas pernas, me olhando atentamente. Ele escorregou às mãos por debaixo de mim e me ergueu. Não fiquei inibida nem envergonhada. Ao contrário, amei a perfeição da intimidade ao sentir a língua provando-me.

Edward, agindo sensualmente, pareceu achar o que procurava, e eu me contorci sem controle, sob a possessão de seus lábios. Não sabia se pedia para continuar ou acabar com aquela doce tortura. Entretanto, o meu corpo queria, necessitava e implorava por mais e mais prazer.

Edward comandava-me o corpo e as reações.

Tremia pelo prazer intenso e receio da perda inevitável do autocontrole.

– Pare... – Implorei. – Tenho medo...

– De quê? – Ele indagou, em voz baixa. – Isto? - Tocou-me, me fitando, e estremeci novamente.

– Tudo o que está acontecendo é tão irresistível... Nunca... Senti tanto... Eu... Não sei.

– Antes, você só experimentou o prazer físico – Edward adivinhou. - Agora você entregou-se por completo, física, emocional e mentalmente. E eu também tenho medo. De não corresponder às suas expectativas e de perder o que temos agora. De não te ter de volta como antes.

– Sei que isso não vai acontecer. Eu preciso de você e o quero muito.

Sem nenhum embaraço, afaguei-lhe os pêlos sedosos do peito, e descendo, encontrei a manifestação do mais puro desejo por mim. Continuei roçando levemente os dedos, e então foi à vez de Edward gemer, com os olhos fechados.

– Oh, Deus, como é bom! Muito bom.

Edward ficou tenso, gemeu novamente, abaixou a cabeça e tomou meus seios com as mãos e lábios. Sorveu meus bicos duros com sofreguidão, quase me fazendo pirar.

Murmurei palavras ardentes entre os beijos frenéticos.

– Por favor, agora... Não suporto mais... – Pedi com certo desespero.

Esqueci todos os receios ante a grandiosidade do que acontecia. Gemi alto de satisfação quando senti Edward me invadindo lentamente.

– Que sensação divina! Nós combinamos perfeitamente... Como me lembrava – Ele me encarava transfigurado, com devoção.

Os movimentos rítmicos de Edward se tornavam cada vez mais fortes. Não conseguia responder com palavras, mas meu corpo o fazia por mim.

Nunca poderia supor jamais tal intimidade e perfeito entrosamento. Compartilhar anseios, emoções, delírios e vibrar na mesma sintonia fazendo-nos ambos se tornar um ser único e harmonioso.

As ondulações de desejo se tornavam mais e mais urgentes, o corpo de Edward se movia dentro de mim, que me contraía com o firme pulsar dele.

E um grito surdo nosso ecoou, quando sentimos o momento mágico da fusão. Um completara o outro.

– Oh, Edward! – Chorei de emoção, nos braços dele. Simplesmente chorei.

– Eu sei, eu sei.

Edward me consolava com ternura, enxugando-me as lágrimas e beijando meus lábios. Ele aconchegou-me na proteção de seu corpo, até que me acalmei.

– Ainda não consigo acreditar no que aconteceu – Confessei um pouco envergonhada. - Eu não sei...

– Não sabe o quê? – Edward me interrompeu, beijando a palma da minha mão. - Nós trilhamos um caminho muito além da vergonha e do fingimento. O que nós temos... E o que poderemos ter novamente...

Os olhos de Edward ficaram marejados de lágrimas. O confortei e beijei sua boca com todo o amor que nutria por ele.

– Nós precisamos conversar, mas não aqui – Confessei. - Se eu ficar aqui... – Não consegui completar minha frase já que Edward me impossibilitou ao subir em cima de mim novamente.

(...)

Estava acariciando o abdome dele quando um estalo me veio e me sentei rapidamente procurando por algum relógio.

– Oh meu Deus! – Exclamei pulando da cama e recolhendo minhas roupas que estavam espalhadas por todo o quarto.

– O que aconteceu? – Edward me encarou preocupado e confuso.

– Eu tenho que ir! – Disse ao mesmo tempo em que calçava as sapatilhas.

– Mas por quê? Ainda está cedo!

– Eu sei, mas tinha prometido a Emma que a buscaria na escolinha e que depois iríamos a algum lugar – Expliquei tentando não olhar para a sua figura máscula coberta apenas pelo fino lençol cor creme.

– Posso acompanhá-las se quiser...

– Eu adoraria, mas realmente estou muito, muito atrasada – Me aproximei dando-lhe um beijo casto e me afastei antes da tentação me abater e me jogar novamente em seus braços.

– Tudo bem, mas fique a Senhorita sabendo que cobrarei e como pagamento quero muitos beijos, caricias e horas de amor – Deu um sorriso torto que quase me fez largar tudo. Mas quase.

– Mal posso esperar – Sorri maliciosamente perante as imagens que minha mente formava.

(...)

Cheguei à escolinha e tomei o maior susto de todos – Emma estava no colo de Jacob que conversava com a diretora.

– Ellie até que enfim apareceu! – Me encarou raivoso. – Posso saber por onde andou?

Congelei diante a sua simples pergunta, mas que fez minha garganta travar e coração disparar.

E agora? O que eu digo?