Todos olharam atentos pra porta, e para sua surpresa, lá estavam Brian e Enid sorrindo. Atrás deles ainda havia mais umas dez pessoas.

– Ei! - exclamou Sara muito mais surpresa que qualquer um ali - Eu matei vocês, tenho certeza!

– Não Sara, você não os matou. - respondeu Kate imediatamente - São espíritos, e não podem morrer.

– Espíritos? Mas espíritos não deveriam estar no céu? - perguntou ainda mais surpresa

– Sim, deviam, mas eles são espíritos diferentes, nós todos somos. Não vamos para o céu, ficamos para salvar pessoas como você, Sara. E só algo mais forte poderia nos "matar", como por exemplo... - Enid foi interrompido

– Ele! - disse Sara, apontando pro homem que parecia mais entediado do que o comum

– É, pessoas normais não podem nos "matar", apenas demônios, demônios como ele. - disse Brian com um olhar encantador, fazendo Sara entender que não era a única "morta" ali.

– Blábláblá - disse o homem irônico enquanto fazia aspas com a mão - Não tenho tempo pra isso. Venha logo Sara.

– Ela não vai! - repetiram Brian e Enid em coro.

Sara voltou a olhá-los atenta, esperando alguma reação, mas foi desapontada. Todos continuaram imóveis e quietos.

– Veja só como são seus amigos Sara. - disse o homem sarcástico estalando os dedos - Eles vão te abandonar agora.

Sem ligar para os gritos desesperados de Sara implorando para que ficassem, todos começaram a se levantar e ir embora, menos Dora que continuava deitada no chão.

– Confia realmente neles? - perguntou o homem - Eles vão te deixar pra trás sem se importar.

Sara continuava gritando e eles ao menos olhavam para trás, todos em fila iam saindo do porão e andando para fora da casa, o último a sair era Adam.

– Adam, por favor... - implorou Sara segurando sua mão, enquanto uma lágrima escorria de seus olhos, mas ele saiu mesmo assim

– Você não tem escolha, Sara. - disse o homem - Você virá comigo. - disse, puxando uma pequena caixinha preta de vidro, onde lá dentro existia um tipo de energia roxa.

– O-O que é isso? - perguntou apavorada

– É só uma coisinha pra evitar que você fuja até chegarmos. - respondeu abrindo a caixa fazendo com que Sara fosse sugada pra dentro dela

– Finalmente o mundo será nosso! - exclamou o homem, desaparecendo e deixando pra trás apenas poeira cinza

Enquanto isso, todos lá fora acordavam do transe.

– DROGA! - gritou Adam, correndo com Thomas até o porão novamente, mas voltou logo em seguida - Ele a levou.

– Como assim a levou? - perguntou Kate ainda mais desesperada - Eu sabia! Deveria ter a matado quando tive chance. - lamentou

– Já percebemos que você é uma péssima assassina, Kate - riu-se Enid - Você teve inúmeras chances e não conseguiu em nenhuma, ela voltou e em dois dias "matou" dois de nós.

Kate o olhou com ódio.

– O que pretendem fazer agora, que o mundo está prestes a ser dominado por demônios? - disse Kate sarcástica - Vai tentar salvar Sara ou ficar criticando meu jeito de matar pessoas?

– Criticar o seu jeito de matar pessoas parece mais fácil. - respondeu Thomas ainda mais sarcástico voltando do porão com Dora nos braços - Mas salvá-la é mais importante agora.

– E o que fazemos com Dora? - perguntou Adam preocupado - Ela está bem?

– Acredito que vai sobreviver - disse Thomas sem acreditar no que ele mesmo disse - Kate, pode ficar com ela enquanto vamos buscar Sara?

– E perder a melhor parte desde que chegamos aqui? - disse suspirando - Ah! Tá bom, me dê Dora aqui. - Kate a pegou e foi embora com o carro

– Nós fazemos o quê? - perguntou Enid confuso - Pra onde ele a levaria?

– Podem estar em qualquer lugar do planeta nesse momento. - respondeu Adam - Eu realmente não sei onde procurar - deu de ombros

– Se você fosse um demônio cheio de ódio que quisesse abrir um portal pra libertar todos os seus amigos demônios pra comer cérebro humano, onde você se esconderia? - disse Thomas sarcástico enquanto coçava o queixo de um modo fofo.

– Eles não são zumbis, Thomas! - disse Adam segurando o riso - Agora para, isso é sério.

– Já sei pra onde ir. - apressou-se Enid - Venham comigo. - disse correndo.

Embora espíritos não pudessem voar, eram capazes de atravessar o mundo em alguns milésimos de segundos. Isso os possibilitava estar em qualquer lugar que quisessem em pouco tempo. E então lá estavam eles no Egito, procurando por uma pirâmide que os pudesse ajudar.

– Eu me lembro de vir aqui em 1972. - disse Enid nostálgico - E encontrei um dos dez portais pro inferno.

– Você já esteve no inferno, Enid? - perguntou Thomas confuso - Eu não me lembro de ter estado lá.

Enid não respondeu, apenas se concentrou em uma das repartições da pirâmide um pouco menor do que as outras.

– Me ajudem a girar isso aqui. - pediu

Todos o ajudaram a girar a espécie de anel quadrado que envolvia especialmente aquela pirâmide, fazendo com que a porta se abrisse.

– Você é um gênio, Enid! - disse Thomas empolgado

Eles e as dez pessoas entraram e a porta atrás deles fechou-se, as luzes se acenderam e eles perceberam que estavam trancados.

– Não temos como voltar. - disse Enid mais empolgado - Tomara que eles estejam onde eu penso que estão.