Esposo De Mentirinha escrita por JoyceSantana


Capítulo 1
"WHAT?!"


Notas iniciais do capítulo

VAMO QUE VAMO CAMBAAAAAAAAAADA!



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Jessica nunca teve sorte no amor, tanto que teve seu tão esperançoso casamento arruinado, acabando assim com sua concepção de felicidade com outra pessoa. Resolveu se divertir sozinha, aproveitando-se do ex-marido. Saía para as festas com a aliança, julgando ainda amá-lo e não ter coragem de tirá-la, ainda que seu relacionamento estivesse completamente acabado. Isso acabava amolecendo o coração dos garotos, que se sentiam mal com a situação da menina e se "divertiam" com ela. Estes casos de uma noite só já duravam dois anos e preocupavam seu melhor amigo, Derek McCann, que se indiganva com a capacidade da amiga de fazer tal coisa. Para ele, o amor não encontraria Jessica tão cedo.

– Eu sei que é cruel com o coração dos meninos e blá blá blá... - ela não aguentava mais ouvir o discurso do amigo - Mas eu não quero terminar velha e sozinha, Derek. E mais, esses meninos só querem esses casinhos sem compromisso! Eu sou uma deusa para eles!

– Mas e quando você quiser algo sério? Esses meninos vão estar do seu lado para construir algo? - perguntou ele reorganizando as plantas das casas que tinha feito.

Jessica sabia que não era certo e que este tipo de coisa não daria futuro algum se quisesse algo mais sério. Mas também não aguentava mais sofrer por causa destes compromissos. Daquele jeito, não precisava se preocupar com fidelidade, horários e frescuras! Era uma vida perfeita, ainda que tivesse algumas imperfeiçõezinhas rotineiras.

– Olha, eu vou tentar par... - o telefone de Jessica tocou. Sorriu largamente quando olhou na tela - Eu tenho que ir!

Derek viu a amiga correr até a saída já adivinhando do que se tratava.

– Mais um encontro? - Jess assentiu - Vai sugar a alma jovem de quem, hoje?

A garota mostrou a língua e logo depois mandou um beijo no ar para o amigo. Saiu porta afora desesperada por um taxi temendo chegar atrasada no tal encontro.

– Usa camisinha! - gritou ele a fim dela escutar. Não funcionou e tudo que ele conseguiu foi um olhar estranho de um funcionário que bebia água naquele momento infeliz. Ele apenas pediu desculpas e voltou para seu trabalho.

Derek não entendia essa atitude de Jessica. Separado e com duas filhas, ele era do tipo careta. Não entendia porque muitas mulheres ficavam olhando-o quando apareciam na loja, nunca teve muita auto-confiança. Em relação a Jessica, ele só queria o melhor, queria que ela fosse feliz. E, do jeito que as coisas estavam, ela iria se machucar rapidamente.

Logo seu turno acabou e ele já podia ir embora. Teve que fazer a parte de Jessica, já que ela saiu correndo para sugar mais uma alma, então demorou um pouco mais que o normal. Logo fechou o caixa e a loja e correu para casa. Já eram 19:15 e suas filhas estavam sozinhas em casa. Pegou uma comida pronta e seguiu o mais rápido que fosse, provavelmente receberia uma bronca da filha mais velha.

***

Enquanto isso, Jessica se preparava para a noite que teria. Escolheu um vestido preto básico, não gostava de nada escaldaloso demais. Enquanto calçava os sapatos, pensava nas palavras de Derek mais cedo. Ele vinha falando daquele assunto de felicidade e algo sério há algum tempo, mas nunca havia dado total atenção. Agora, parecia fazer sentido. Essa vida de encontros e beijos e diversão era muito boa, sim, mas ela gostava de compromissos e namoros também. Talvez fosse bom começar a procurar homens que quisessem algo sério. E não erraria desta vez.

– Te darei uma chance... - consultou o nome no papelzinho que ganhou dele - Connor Deeps.

Logo ouviu uma buzina. Era ele. Sorriu confiante para o espelho e arrumou a pequena bolsa de couro no ombro esquerdo. Agora era hora de esquecer os problemas e críticas e se divertir, como sempre fazia.

Saiu lá fora e deu de cara com ele, encostado no seu lado do carro. Percebeu algo diferente, mas tentou ignorar.

– Nossa, Jessica, você está linda! - falou Connor dando a volta no carro e chegando até ela.

– Você também... Connor! - disse ela com a melhor voz empolgada que tinha em sua garganta.

– Oh, me chame de Con, apenas. - pediu ele abrindo a porta do passageiro.

– Bom, se for assim, então me chame de Jess.

Ele sorriu assentindo e fechou a porta, indo tomar seu lado no volante. Enquanto isso, Jessica não deixava de notar o quanto aquele garoto era jovem. Não que ele fosse velha, mas estava perto dos trinta. Ele parecia ter uns vinte, dezenove, tinha a pele lisinha, aspecto de bebê. Ela podia ir presa se ele tivesse a idade que imaginava. Logo afastou os pensamentos idiotas e relaxou, tentando encontrar aspectos em comum com Connor para esta noite valer a pena, pelo menos.

***

– Papai, vamos assistir Friends comigo! - Julie pedia enquanto agarrava a perna de Derek, que se esforçava para ajudar Jazmyn a fazer o dever de casa.

– Princesa, o papai está ocupado! - disse ele abaixando até o nível de altura dela - Vá indo até lá, ok? Assim que o papai acabar, irei até lá. - viu a filha ir lentamente até a sala - Me diga depois as piadas do Chandler! Muito bem, onde estávamos? - pediu voltando para o assunto do dever, com a outra filha.

– Já terminamos. - disse ela fechando o caderno - Hey, pai, terá uma festa na casa da Chantal amanhã, posso ir?

– Que horas? - perguntou ele revisando a tarefa da filha.

– 9:30.

– Da noite?

– Não, pai, da manhã. A festa é na escola. - disse Jazmyn ironicamente - Da noite, né?! Se toca.

– Se quiser alguma coisa comigo, não use esse tom, nem esse "Se toca." - disse ele sem olhá-la, apagando um erro de gramática que Jazzy cometeu - Quem é Chantal?

– Uma amiga minha.

– Nossa, estou muito bem informado agora. - falou ele ironicamente, desta vez - Amiga ou melhor amiga, do tipo "BFF"?

– Amiga. E não diga BFF de novo, por favor. - pediu ela, fazendo Derek rir - Então, posso ir?

– Terá muitas amigas suas lá?

– Sim.

– Terá meninos?

– Sim.

– Então não. - falou ele finalmente fechando o caderno e olhando-a divertido.

– Por que não? - perguntou Jazmyn brava. O pai sempre fazia isso.

– Por que estes garotinhos só pensam em uma coisa. E essa coisa você só poderá fazer quando tiver 30 anos e fora da minha casa.

– Pai, você é muito dramático... - Jazzy sabia que o pai era estranho, mas aquilo já era demais.

– Quantos anos você tem? - perguntou ele totalmente aleatório. Aparentemente.

– 13. Mas o que isso tem a ver...

– E quantos anos eu tenho? - pediu ele novamente.

– 29 anos. E daí?

– Eu fui um desses menininhos que só pensam em coisas erradas e como consequência eu ganhei vocês. Não que eu não tenha gostado mas... Não quero que se torne uma... - fez uma pausa teatral - Como a sua mãe, entendeu?

– Mas pai... Eles são meus amigos! Nada vai acontec... - Derek cortou o discurso da filha novamente.

– Pior ainda! Assim eles pensam que tem intimidade! Você não vai nesta festa. E mais, é terça-feira! Tem escola no dia seguinte... Você estava planejando matar aula?! - perguntou ele divertido.

Jazmyn levantou revoltada e saiu pisando forte até as escadas em direção ao seu quarto. Derek apenas ria da atitude da filha enquanto guardava seus materiais.

– Meros amadores... Não fazerm mais alunos levados como antigamente... - falou pensativo enquanto lembrava de seus tempos de escola onde matava aulas e infernizava professores - Muito bem, vamos assistir o que sobrou de Friends, Jul...

Derek parou de gritar abruptamente ao ver a filha adormecida no sofá. Agradeceu aos céus por ela não ter acordado e foi até lá, acariciando seu cabelo levemente.

– Como é linda... - sussurrou vendo seus traços delicados - Muito bem, hora de ir para a cama.

Desligou a tv com o controle e voltou ao sofá, pegando-a leve e lentamente com o intuito de não acordá-la. Subiu o lance de escadas, chegando até o quarto no fim do corredor. Abriu a porta com o pé e acabou rindo ao ver Jazmyn em sua cama, com um travesseiro na cabeça, denunciando ainda estar brava com o pai.

– Para de frescura, Jazzy. - falou depois e cobrir a filha menor e dar-lhe um beijo na testa - Vai, pode ir dormir. Amanhã você terá que acordar cedo, vamos.

– Não quero falar com você. - falou ela rendendo aos cuidados do pai e deixando ele cobri-la.

– Ótimo, assim eu não preciso comprar aquela revista do Backstreet Boys que você me pediu. - falou ele levantando as mãos fingndo rendição - Boa noite.

– Não, peraí! - ouviu a voz da filha de longe. Sorriu travesso e voltou ara o quarto - Tudo bem, eu te perdôo.

– Claro que perdoa!

Derek falou e literalmente pulou na cama da filha, nem se importando com o sono da outra. Jazmyn gritava de rir com as cócegas que ganhava do pai, que nem ligava se atravalhava os vizinhos com as brincadeiras. Tudo isso acabou despertando Julie, que tratou de participar da festa.

– Hey, duas contra um não vale! - gritou ele com dificuldade devido as travesseiradas que recebia das filhas - Muito bem, já chega. Hora de dormir!

As duas soltaram um muxoxo mas não contestaram o pai. Cobriram-se sozinhas e esperou ele dar-lhes boa noite.

– Boa noite, princesa. - falou ele dando mais um beijo na testa de Julie. Logo foi para a cama de Jazmyn - Boa noite, revoltada.

– Pai! - disse ela rindo. Derek apenas riu também.

– Tô brincando. Boa noite, coisa linda. - falou e deu-lhe um outro beijo na testa.

Logo fechou a porta e foi para a sala, onde jogou-se preguiçosamente no sofá. Adorava brincar com as filhas, mas sempre chegava morto de cansaço do trabalho. Depois de comer qualquer coisa que estava ao seu alcance e assistir o que sobrou de Friends, Derek sentiu as pálpebras pesadas. Não se deu ao luxo de levantar e ir até sua cama, resolveu ficar por ali mesmo. Desligou a tv e adormeceu rapidamente.

***

O barulho parecia estar a dois centímetros de seu ouvido. Ele até tentou se acostumar e adormecer novamente, mas aquilo era irritante e alto demais. Resolveu ver o que era, se Julie acordasse por conta daquilo, não dormiria mais.

Quando percebeu, era o telefone. "Mas o que raios querem a essa hora?", Derek pensava indignado. Olhou no relógio, 3:30 da manhã. A pessoa iria apanhar, independente de quem fosse.

– Alô?! - falou ele ainda sonolento.

DEREK! MEU DEUS, SOU A MULHER MAIS FELIZ DO MUNDO!– gritou a pessoa do outro lado da linha.

Logo Derek relaxou os músculos e acalmou a respiração. Era apenas Jessica ligando numa hora indesejada, assim como sempre fazia.

– Jess, você está gritando. O que foi?

Eu encontrei o homem da minha vida! Meu Deus, como eu nunca cruzei com esse homem antes? No bom sentido, claro.– comentou aleatoriamente pelo sentido ambíguo e involuntário da frase, fazendo Derek rir pelo desespero.

– Jess, você está bêbada?

Só se for de amor! Derek, eu estou apaixonada!– falou com a voz derretida, aumentando ainda mais as apostas de Justin que ela estava mesmo embriagada.

– Como é que você pode estar apaixonada depois de um encontro? - perguntou impressionado pela rapidez e as palavras de Jess.

Amor a primeira vista, dã.– disse ela seguido de um estalo, o que fez Derek pensar que ela bateu na própria testa -Mas... Para ficarmos juntos, ele me deu uma condição. E eu preciso da sua ajuda para essa... Condição.

Logo Derek ficou tenso. Lá vinha Jessica com mais uma de suas loucuras. Ela sempre o colocava nas piores situações, e ele não sabia dizer não. Jessica era um imã para problemas e acabava carregando Derek junto com ela.

– Ah meu Deus, o que você quer? - perguntou ele já esperando o pior.

– Não dá para falar pelo telefone. Amanhã eu te falo quando estivermos na loja, ok? - pediu ela com a voz mais doce que tinha, já preparando o terreno para o que viria.

O que não funcionou, porque Derek ficou mais curioso. Pelo tom de voz de Jessica, seria algo grande, ou seja, formariam-se mais problemas. Desligou o telefone rapidamente e voltou a dormir, afinal só tinha mais duas horas para descansar, tais quais com certeza passariam voando, dependendo da sorte que ele tinha.

***

Foi como se tivesse apenas piscado. Logo o despertador já estava apitando nas rotineiras seis horas da manhã, e conseguia ser mais irritante que o telefone.

– Porcaria de vida. - murmurou ele sonolento rumando para as escadas para acordar as filhas.

Chegando perto da porta, resolveu inovar. Não estava com paciência para acordá-las individualmente, precisava de algo que fizesse o trabalho todo de uma vez. Logo sorriu travesso ao ter uma ideia. Mas antes, foi até a cozinha.

Entrou no quarto como um gato. Acendeu a luz, as menininhas adormeciam linda e levemente. Logo hesitou em fazer o que queria, mas seria engraçado.

– HORA DA ESCOLA! VAMOS, É HORA DE ACORDAR! - ele gritou já dentro do quarto com panelas e vários objetos barulhentos batendo uns no outros. Não segurou o riso ao ver Jazmyn cair assustada da cama - Ótimo, vocês já acordaram. Se arrumem para a escola, estarei na cozinha fazendo o café.

Deu um beijo na testa de Julie e rumou para a cozinha, onde fez seu café e um copo de leite para cada uma das filhas, seguido de cereais. Não conseguia parar de pensar na fala de Jessica, horas antes, ele estava bem preocupado. Ela parecia uma louca dizendo que estava apaixonada por uma pessoa que tinha acabado de conhecer. Provavelmente quebraria a cara. E levaria Derek para a fossa junto com ela.

– Papai, o senhor me ouviu? - a voz doce e fina de Julie despertou-o.

– Oi, princesa. O que você disse? - perguntou ele interessado.

– Quando veremos a tia Jess de novo?

– Olha, eu não sei. Por que você não chama ela para comer pizza hoje? Ela deve estar livre.

Derek disse e Julie assentiu sorrindo, fazendo-o sorrir também. Logo Jazmyn chegou e sentou na mesa, de cabeça baixa. Derek e Julie se entreolharam confusos e ele tentou entender o que a filha estava fazendo.

– Hey, você aí na frente. - chamou, já que estava do lado oposto de Jazmyn na mesa - Levante a cabeça.

– Para quê?

– Quero ver seu rosto.

Ao ser obedecido, Derek segurou o riso. Mas logo lembrou que era o pai ali, e devia dar ordens. Claro que pensou em deixá-la ir daquele jeito, até que estava bonita, mas era nova demais.

– Vai limpar esta maquiagem. - falou simplesmente abrindo o jornal, sem ver a reação da filha.

– Pai, é só um lápis. Por favor, não seja careta. - pediu ela cansada - Não é nada demais.

– Não, isto é um sinal para os meninos, querendo dizer "Estou me oferecendo para vocês, venham falar com a Mulher Gato!" - afinou a voz, recebendo desta vez um olhar estranho de Julie - O que foi, minha voz de Mulher Gato não funcionou?

– Pai, por favor... - Jazmyn miou ignorando a fala anterior do pai, que acabou cedendo.

– Tudo bem, pode ir. Se você foi perseguida por um maluco pedófilo, nem adianta pedir resgate para mim. - disse levantando-se e colocando as tigelas na pia - Já está na hora de irmos. Vão pegar suas mochilas.

As meninas assentiram e Derek continuou lendo seu jornal. Logo riu ao perceber o que estava acontecendo, Jazmyn estava crescendo tanto diante de teus olhos! Do jeito que as coisas andavam, Derek precisaria amarrá-la em seu quarto, por pura segurança.

– Vocês vão se atrasar para a escola! - gritou ele ao ver que já as esperava demais - Vamos logo!

– Já estamos indo! - Jazmyn disse correndo até a porta, mas foi barrada pelo pai - O que foi?

– Você está linda.

Ela sorriu e Derek deu-lhe um beijo na testa antes de correr para o carro com Julie. Logo deu partida e seguiu para a escola das filhas.

– Muito bem, já sabem as regras... Direto para casa na hora da saída. Nana estará lá esperando vocês e eu vou perguntar se demoraram. Boa aula. - disse ele abrindo a porta do carro e bagunçando o cabelo de cada uma.

– Pai! - Jazmyn repreendeu-o arrumando o cabelo novamente - Por favor, pode pensar na possibilidade da festa?

– Larga de ser chata, Jazzy. - disse ele revirando os olhos e entrando no carro - Tchau!

Jazmyn semicerrou os olhos brava e pegou a mão de Julie guiando-as até o portão de entrada da escola. Rezava para que o pai fosse um pouco flexível e deixasse ela ir na tal festa, não aguentava mais ficar em casa sem fazer nada.

***

Enquanto isso, Derek pouco se importava com o pedido da filha. Estava mais preocupado no que ouviria em alguns minutos, de Jessica. Já até fazia uma lista de coisas que ela provavelmente o obrigaria a fazer: Matar o ex-marido, falar bem dela para algum homem, fingir ser seu marido... Logo riu ao pensar no último item, era algo completamente impensável. Jessica não era inteligente o bastante para pensar nisso.

Estacionou o carro em sua vaga rotineira e aperto o passo para chegar mais rápido. Cumprimentou a recepcionista rapidamente e foi para sua sala, já vendo o amiga sentada em sua cadeira.

– Oi. Pode sair daí. - falou dando-lhe um peteleco na cabeça e tomando seu lugar - Muito bem, o que tem para me dizer?

Jessica não sabia como pedir aquilo. Era algo completamente insano, fora de sua natureza! Derek provavelmente não aceitaria. Mas ela tinha que tentar para saber.

– Então... É algo bem... Maduro. E você vai ter que ser muito compreensivo comigo. Terá que entender o meu lado. - começou ela receosamente, deixando Derek confuso.

– O quê? - perguntou ele impaciente - Fale logo o que é, depois analisaremos as alternativas.

Jessica respirou fundo. Devia falar tudo de uma vez ou em partes? Sair correndo no final ou obrigá-lo a aceitar? Resolveu afastar os pensamentos e finalmente dizer algo.

– O Connor... Viu minha aliança ontem. - Derek abriu a boca chocado - Pois é, eu tive que empurrar aquela história do ex-marido e tudo. Mas algo aconteceu e eu não esperava por aquilo.

– O quê? - Derek sentia que a bomba viria a qualquer momento.

– Ele me perguntou quem era o ex-marido, pois não se sentiria bem em me namorar sabendo que eu terminei com outra pessoa de um jeito horrível. E você sabe muito bem que o Mark é um estúpido, então eu falei que meu ex-marido era outra pessoa.

Ele se afastou no mesmo momento. Se Jessica tivesse feito o que pensava, ela iria apanhar muito. Respirou fundo com a última gota de auto-controle que ainda restava em seu cérebro e pediu para que ela prosseguisse. Não podia ser aquilo. Simplesmente não podia.

– Continue.

– Eu falei que meu ex-marido era você, Derek.

Era aquilo. Jessica se preocupou ao ver que a respiração do amigo foi interrompida de repente, o que a fez sentir-se culpada por alguns segundos. Mas ela não tinha outra escolha, estava completamente louca por Connor! Precisava vencer esta única barreira para ser feliz com ele, então... Por que não? Derek poderia ser um ótimo esposo de mentirinha.

– Derek, fale alguma coisa, por favor.

– VOCÊ PERDEU A NOÇÃO DA SANIDADE, NÃO É?! - ele gritava sem se importar com o ambiente de trabalho - SEU EX-MARIDO? VOCÊ ENLOUQUECEU? O QUE EU VOU TER QUE FAZER?

– Eu disse que você teria que ser compreensivo! Derek, por favor... - Jess foi interrompida novamente.

– COMPREENSÃO? JESS, ISSO É LOUCURA! - Derek estava completamente indignado, o que tinha na cabeça daquela garota?

– Derek, foi a única saída que encontrei. Eu sou louca por esse menino. Não estou dizendo para você brincar de ser meu ex-marido, nada disso. Só quero que finja por um dia. Não consegue fazer isso?

Logo ele suspirou fundo e longo. Ela estava certa, Derek poderia ajudá-la. Afinal, não seria nada permanente, certo? Seria apenas uma conversa com o namorado da melhor amiga. Ele podia fazer isso. Podia ajudá-la a conquistar o amor, enfim.

– Tudo bem... Eu faço isso. - murmurou com as mãos no rosto, ainda recuperando a respiração.

Só soube da reação da melhor amiga quando sentiu seus braços o apertarem fortemente, seguido de alguns pulinhos. Sentiu a raiva passada esvair-se rapidamente, não conseguia ficar brava com Jess por muito tempo.

– Muito obrigada, Derek. - murmurou ela ainda entrelaçada nele - Você é incrível.

Eles ficaram naquele clima por uns dois minutos. Apenas sentindo a presença um do outro. Aquilo era bom, Derek gostava do abraço de Jessica. Era aconchegante, apertado na medida certa. Jessica também amava o perfume do amigo, não era nem tão forte, nem fraco demais. Aquilo já estava ficando estranho.

– Muito bem, temos muitas coisas para fazer! - disse ela saindo rapidamente do abraço e acabando com o clima.

– Tipo o quê? - perguntou ele confuso.

– Ah, vamos fazer algumas mudanças. Tipo... Estas suas roupas. Vamos comprar outras novas. E esse cabelo... - Jess prolongou a palavra em tom de reprovação.

– O que há de errado com minhas roupas e meu cabelo?? - perguntou ele se protegendo com as mãos e se auto-analisando.

– Nada. É só... Careta demais. Parece que você tem 40 anos. - disse ela arrumando a gola de sua blusa social - Vamos deixar você mais descolado. Marido meu tem que ser bonito! E esse capacete tem que ir embora para isso. - Jessica brincou batendo na cabeça de Derek, consequentemente revidando o peteleco passado.

Ex–marido, não é? Agora já sei porque nos separamos. - sorriu sarcástico para a amiga, que mostrou-lhe a língua - Então, quando vamos?

– Agora! - Jessica gritou puxando-o pelo braço desengonçadamente - Vamos às compras agora!

– Mas... E a loja...? - Derek perguntou confuso na porta.

– Que se dane, ninguém vai querer roubar um monte de materiais para construção!

– De novo, não consigo entender por que nos separamos, Jess. - ele repetiu a piada, fazendo Jessica rir.

– Vamos logo! - ela o empurrou de vez para fora.

Derek não acreditava no que estava fazendo. Estava colaborando para uma mentira enorme. E o pior, com a melhor amiga! Logo relevou, fazia muito tempo que ele não se jogava numa aventura. Sempre focou sua vida adulta do casamento mal-sucedido e a criação das filhas... Ele precisava rir um pouco. E com a empolgação de Jessica, aquilo certamente aconteceria. Só não podia ser permanente. Seria apenas um dia e nada mais. Eles não podiam abusar da sorte, atraíam muitos problemas. Resolveu não pensar. Apenas focar-se em ser um esposo de mentirinha.


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Notas finais do capítulo

YAAAAAAAAAAAAAAAAAAAY!
OI GENTE
HISTÓRIA NOVA AÍ
EU GOSTEI MUITO DELA. aGORA QUERO VER SE VOCÊS GOSTARAM, OK?
DEIXEM REVIEWS AQUI NOS CAPÍTULOS DA TIA JOH E ME CONTEM COMO FOI O PRIMEIRO DIA DE ESCOLA DE VOCÊS!
o meu foi uma bosta, btw.
beeeeeeeeeeeeijo ;*



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