No dia eu acordei e Draco já havia saído. Era sexta,ainda bem. As férias estavam quase chegando, faltava só uma semana. Ainda não podia acreditar que eu ia ficar minhas férias na casa do Draco. Eu imaginava o quão grande e bonita era a casa dele.

 “Uma semana” eu repetia para mim mesma enquanto arrumava a minha mala. Aquele seria o meu primeiro Natal com Draco, o meu primeiro Natal sem os meus pais. Lágrimas caiam sobre as minhas bochechas... “Eles estão felizes Hermione” eu disse a mim mesma tentando me consolar.

 Fui para a pequena sala de jantar e vi que meu café da manhã estava ali. Do lado do meu prato tinha um bilhete:

“Hoje você não precisa descer as escadas”.

                                                                    D.M

 Dei um pequeno sorriso e me sentei. Havia tanta coisa naquela mesa, eu nem sabia por onde começar.

 Comecei a imaginar o Ron ali comigo. Dei risada quando me lembrei do jeito que ele comia. Agora eu estava comendo mais que ele e com mais voracidade.

 Mas um dia sozinha naquele lugar. “Só mais uma semana, Mione”.- Eu repetia para mim mesma. Odiava ficar lá sozinha. “Espero que essa semana acabe logo”.

 As horas pareciam não passar. Eu olhava para o velho relógio que estava na parede desesperada. O ponteiro se movia vagarosamente na minha opinião.

 Passava a mão na minha barriga, estava enorme. Lembrei-me que o bebê ainda não tinha nome. “Ótimo, algo para fazer” – Disse para mim mesma aliviada.

 Pensava em cada nome diferente... Peguei um papel e comecei a fazer uma lista.Escolhi os 4 melhores nomes.

 Já era final da tarde quando Draco voltou. Tinha demorado muito, mas pela sua aparência, ele deveria ter treinado Quadribol.

- Draco,escolhi uns nomes para o bebê.

- Alguns? Não é só um?

- È,mas você tem que me ajudar a decidir.

- Já disse,o bebê vai ter o meu nome se for menino.

- Coitado do bebê!

- Coitado por que?

- Nada. Quer ouvir os nomes ou não?

- Claro.

- Me meninos: Alban (puro de coração); Sebastian (majestoso). De menina: Amanda (Merecedora de Grande Amor) e Megan (Forte ou Capaz).

- Bem...

- Não gostou né?

- Eu gostei de Sebastian. Sebastian Malfoy. Ficou legal.

- É mas e o meu sobrenome?

- Ah,é. Bem... Sebastian Granger Malfoy.

- Ou Sebastian Jean Malfoy.

- E de menina,eu gostei de Megan.

- Megan Jean Malfoy.

- Prefiro Granger sabia?

- Por que?

- Porque todos te chamam de Granger. E sempre que perguntarem para ela,o nome completo dela, vão se lembrar de você. Agora se agente colocar Jean ninguém vai saber quem você é.

- Verdade.

- Megan Granger Malfoy.

- Agente tem muito tempo para pensar nisso...

- Pensar mais? Achei que já estava decidido.

- Vou procurar mais nomes...

- Tudo bem. Vou tomar banho.

- Ta.

 Gostei dos nomes que eu escolhi. Achei que são legais, simples e o significados são ótimos, combinam comigo e com o Draco. E com certeza vai combinar com ele, ou com ela.

 Um bebê! Eu nunca imaginei que iria ser mãe tão cedo. Ainda mais de um filho de Draco Malfoy. A minha vida mudou completamente de rumo, mas estou gostando mais dela assim. Antes eu me preocupava com Harry. Em ajudá-lo em tudo que fosse preciso. Mas agora eu penso em mim, na minha vida,na minha família. Por que querendo ou não, Draco, Narcisa e o bebê são a minha família agora.

 Olhei pela janela e reparei que começara a nevar. Abri a janela e senti o vento frio na minha pele. Eu estiquei minha mão e os flocos de neve iam caindo e se derretendo quando tocavam a minha pele.

- Vai congelar se ficar ai.

- Já estou saindo. – Ele acendeu a lareira e me abraçou por trás.

- Vem, você está gelada. - Eu me afastei da janela e ele a fechou.

- Falta uma semana.

- Pois é... Eu vou te dar um presente de Natal inesquecível.

- Sério? O que?

- É uma surpresa!

 O que poderia ser? Um colar? Uma roupa? Uma posseira? Um anel? Merlin espero que o Natal chegue logo, não vou agüentar de curiosidade.

- Me diz Draco!

- Não. Mas espero que você goste.

- Odeio surpresas!

- Você? Mas você quis que o sexo do bebê fosse uma surpresa. – Droga!

- É...Mas...Me diz!

- Não.

- Para de ser chato Fuinha!

- Fuinha? Você não me chama assim faz muito tempo.

- É,mas agora eu estou brava e vou ficar te chamando de Fuinha até você me contar o que é essa surpresa.

- Então você vai me chamar assim até o Natal.

Aquela semana passou rápido. Estava pegando as minhas coisas para ir à Mansão dos Malfoy. Draco estava arrumando as coisas dele de última hora. Como ele é desorganizado! E ainda era teimoso por não aceitar a minha ajuda.

- CADÊ AQUELA CAMISA?

- Tem certeza que não quer a minha ajuda? – Ele bufou.

- Tenho.

- Que camisa você quer?

- Aquela preta sabe?

- Draco... Maioria das suas camisas são pretas.

- Ta,mas eu gosto daquela...

- Merlin! – Eu olhei para um canto do quarto.- É aquela ali no chão?

- É!

- Nossa isso é porque você gosta. Se não gostasse, onde essa camisa estaria?

- Eu não sei como ela foi parar ali... – Eu virei os olhos e sai do quarto.

 Os minutos iam passando e um frio crescia na minha barriga. Estava nervosa. Em algumas horas eu estaria na mansão de Draco.

- Draco,anda logo!

- Espera!

- Por que não arrumou essa mala antes? – Ele não me respondeu.

- Pronto! – Graças a Merlin!

- Vamos?

 Ele pegou as malas e descemos as escadas. Odiava descer escadas, eu tinha medo de cair. Quando chegamos no chão, começamos a nos apressar. O carro que a Narcisa mandou para nós já devia estar lá. E estava. Era um carro grande, preto, com algumas partes em prata.

 Draco deu as malas para o motorista, abriu a porta do carro para mim e depois entrou. Ele segurou a minha mão. O carro iria começar a voar.

- Ainda bem... Estou indo para casa... Tchau idiotas. – Ele olhou para baixo e sorriu.

- Fuinha você é um chato mesmo né?

- Sou, sabe-tudo. – Nós rimos.

 Eu deitei minha cabeça no colo do Draco. Ele mexia no meu cabelo e isso fazia meus olhos se fecharem aos poucos. Eu tentava mantê-los abertos, mas não conseguia. Dormi.

 Acordei depois de muito tempo com Draco fazendo carinho na minha face. Sorri e olhei para os lindos olhos dele. Ele me olhava com ternura, amor. A mão dele desceu para a minha barriga. Ele fazia carinho nela.

- Fala com ele.

- Com o bebê? Ele não vai me entender...E provavelmente,nem me ouvir.

- Tenta. – Ele respirou fundo.

- O-Oi bebê... – Ele me olhou sem saber o que fazer. – E-Eu...Sou o seu pai... – O bebê chutou.

- Ta vendo. Ele te ouve. E sabe quem você é. – Um enorme sorriso se abriu na face dele.

 Draco continuou falando com o bebê o resto da ia para a Mansão. Algumas lágrimas caiam sobre sua face e escorregavam pela sua pela alva até chegar a sua boca, que estava mostrando um lindo sorriso.

 Limpei as lágrimas do rosto dele e comecei a fazer carinho em sua face. Os olhos dele brilhavam de felicidade. Isso me alegrava muito e no meu rosto apareceu um sorriso quase igual ao dele.

 Eu me levantei e puxei o rosto dele em minha direção... Tirei uma mecha de cabelo da frente do olho dele e fui me aproximando. Ele também foi se aproximando de mim. Quando íamos nos beijar o carro pousou. Tínhamos chegado.

 Olhei pela janela e vi aquela Mansão. Ela dava-me arrepios só de olhar. Tinha algo sombrio, algo que me dava medo. Narcisa estava no portão a nossa espera. Draco suspirou aliviado.

- Finalmente, em casa, pronta?

- Sim.

 Ele abriu a porta e esticou a mão para eu segurá-la. Segurei-a e desci do carro. O motorista da havia pego as nossas malas,Draco as pegou da mão dele,agradeceu e nós fomos em direção a Narcisa.

- Não acredito que te vi agradecer ao motorista...

- Eu sou educado... Quando quero. – Dei um pequeno sorriso.

 Estávamos chegando perto de Narcisa. Ela estava com um lindo sorriso em seu rosto, parecia o de Draco minutos atrás... Ela abriu os braços e me abraçou com força.

- Hermione! Não acredito que está aqui! E olha só a sua barriga... Que grande!

- Olá Narcisa... Também não estou acreditando que estou aqui...

- Draco! Querido! – Ela beijou a testa dele.

- Oi mãe. – Ele largou as malas no chão e a abraçou.

- O que é isso Draco? Seus olhos estão vermelhos... – Ele olhou para mim e deu um pequeno sorriso.

- Eu... Andei me emocionando um pouco.

- Vamos entrar? Precisam se instalar...E Hermione precisa conhecer a casa.

 Acho que conhecer aquela mansão demoraria, pelo menos, umas 2 horas. Entramos. Por dentro a mansão não era tão assustadora... Era aconchegante, bonita... Perfeita.

 Incrivelmente Draco também se impressionou um pouco,mas por que?

- Você... Mudou um pouco a decoração,não é mãe?

- Draco... Sem seu pai aqui,eu decidi alegrar um pouco mais a nossa casa. Não gostou?

- Gostei,claro!

- O que achou Hermione?

- Eu? – Olhei em volta. – Achei perfeita.

- Que ótimo! Draco leve as coisas de Hermione para o quarto de hóspedes...

- Não. Ela vai dormir comigo.

- Draco, me obedeça. Ela não vai dormir com você.

- Para com isso mãe! Por que não?

- Porque eu não quero... E acho que vai ser melhor para a Hermione.

- Vem Mione. Vamos “Para o quarto de hóspedes”. – Ele disse imitando a mãe dele.

- Draco... Agente vai se ver sempre... Só não vamos dormir juntos.

- Mas eu gosto de dormir com você...

Sim,eu também queria dormir com o Draco,mas a mãe dele não deixava... Mas por que? Agente não ia fazer nada... Eu acho. O quarto de hóspedes era grande e bonito,mas me sentia meio,sozinha ali.

- Hermione? – Era Narcisa abrindo a porta.

- Narcisa!

- Gostou?

- Sim,amei... Posso lhe fazer uma pergunta? – Ela assentiu com a cabeça.- Por que eu não posso...

- Dormir com o Draco? – Eu assenti. – Quer mesmo dormir com ele?

- Bem, não é que eu quero... Mas já me acostumei sabe? Mesmo ele querendo ocupar a cama inteira. Acho que aqui eu vou me sentir...

- Sozinha.

- É. – Ela respirou findo, beijou a minha testa e saiu do quarto com uma expressão de tristeza.