Filha Do Amor escrita por Noderah
Notas iniciais do capítulo
Vocês nem sentiram a minha falta, né?
Depois de mais ou menos uma hora lá na fogueira rindo até chorar e cantando, levantei e disse para Mark que disse que ia dormir.
– Eu vou com você. – Ele disse se levantando
– Não, fique. Eu sei o caminho. – Sorri dando meia volta e indo em direção ao chalé.
Um pouco mais a frente, vi um ser magro e esguio quase batendo em uma árvore.
– Cuidado! – Gritei.
A tal pessoa parou e levantou a cabeça, vendo que eu tinha evitado dele bater na árvore. A pessoa virou e olhou para mim. Era o Erik, ele lia o mesmo livro que eu o vi lendo na fogueira.
– Cuidado, com a árvore... – Falei esperando um obrigado.
– Tá. – Ele virou e seguiu para seu chalé.
Fiquei olhando ele entrar e minha boca podia arrastar no chão. Realmente fiquei brava. Marchei, pisando duro até o chalé de Hermes, cheguei lá e uma camisola cor de rosa estava confortavelmente sendo usada para o cobertor de Fruitloop. Sem me importa com que alguém me visse, me despi e coloquei a camisola. Apaguei a luz do chalé e deitei na cama com Fruitloop aos meus pés.
É, talvez tenha sido um bom dia... Não, foi ótimo.
...
– Segura direito, Ell!- Mark mandou.
– Eu não consigo! Ela é muito pesada! – Falei tentando ajeitar a espada em minhas mãos.
– Ah, Ell! Vamos lá! Me ataque. – Ele disse acenando para mim.
– O que? Mas você não fez nada pra mim. – Eu realmente não entendia o por que de ele estar me treinando.
Naquele dia, Mark me acordou e me levantou da cama tão rápido que eu nem tive tempo de pedir mais cinco minutos.
– Helena. Vamos. Iremos treinar hoje! – Ele gritou me chamando do banheiro.
Abri a porta já pronta.
– Por que a gente vai treinar?
– Porque você não pode lutar com monstros usando pedaços de lanças! – Ele disse pegando minha mão e me arrastando pelo chalé enquanto seus irmãos acordavam com o barulho.
Fruitloop nos seguiu até um área verde onde Mark me fez sentar em uma toalha.
– Coma isto. – Ele me empurrou uma tigela cheia de morangos.
– Por que nos não comemos civilizadamente? – Perguntei pegando a tigela.
– Porque não temos tempo, Helena! – Ele levantou e foi até o arsenal.
Fiquei lá comendo os morangos e fazendo carinho em Fruitloop enquanto eu o alimentava também.
– Então eu vou te atacar e você vai se defender, certo? – Ele falou bem devagar.
– Parece que não tenho outra opção.
Mark não pensou duas vezes, veio para cima de mim com a espada, e me derrubou com o punhal. Cai de costas no chão.
– Tudo bem com você? – Ele perguntou vindo me ajudar a levantar.
– Sei lá, foi tão rápido.
Eu nunca fui patricinha, mas acho que algo com facas ou adagas seria algo melhor para mim do que usar uma espada.
– Vamos, de novo.
– Espere. Vamos tentar outra arma? Como uma faca?
– Uma faca? – Ele pareceu pensativo – Então eu já sei o lugar que temos que ir.
Ele pegou minha mão e me puxou ainda com a espada nas mãos.
Fomos até um chalé com imensas portas de metal, e algo me dizia que eram resistentes ao fogo. Ao lado do chalé, tochas verdes queimavam, já tinha ouvido falar daquilo, era fogo grego.
– Vem. – Mark bateu na porta e a abriu.
Entramos no chalé –que alias, era bem maior por dentro – e todos olharam para mim, recebi olhares curiosos de meninos fortes e com mãos grandes.
– Daniel, está ai? – Mark perguntou para um garoto que estava passando com algo aparentemente quente.
– Última mesa. – Ele falou rápido.
Seguimos pelo enorme chalé – que alias, também não havia camas... – até encontrarmos Daniel concentrado em um protótipo de uma pequena Katy Perry de California Gurls. Pelo que podíamos ver, ela fazia toda a coreografia e cantava com seu cabelo azul balançando. Ela devia ser menor que minha mão.
– Katy Perry? – Perguntei confusa – Você gosta?
Ele nos notou lá e esmagou Katy com uma mão.
– Ela é legal, mas não é isso, temos uma galeria da fama aqui. – Ele apontou para uma estante cheia daqueles esculturas perfeitamente arranjadas.
Me aproximei vendo Jessie J, Madonna, Lady Gaga, Black Eyed Peas, Rick Martin e Britney Spears -com a roupa de Baby Onde More Time - perfeitamente colocados.
– Oh, meus deuses! Eles são perfeitos!
– Obrigado. – Ele disse sem graça. – Mas parece que Katy é um desafio para nos, seus movimentos tem um balanço que não conseguimos imitar... A Jessie J também foi difícil por causa do cabelo...
– Enfim, Daniel... Viemos aqui procurando uma faca para Ell.
– Facas? Facas? –Ele murmurava consigo mesmo.
Daniel abriu uma gaveta com facas de diversos tipos, cortes e tamanhos. Peguei uma fina e dourada. Passei meu dedo levemente pelo corte e senti minha pele rasgar.
– Tente. – Ele disse ao lado de um pilha de latinhas de olho vazias.
Fiquei na posição, como se eu estivesse atirando um pedaço de lança. Joguei a faca mirando no meio, fazendo todas as outras caírem.
– Muito bom. Vamos treinar com facas. – Mark puxou a gaveta toda.
– Podemos levar estas? – Ele perguntou para Daniel.
– Pode, ninguém usa.
Mark pegou a gaveta e me chamou.
– Obrigada, Daniel... E boa sorte com a Katy Perry! – Eu disse correndo atrás de Mark.
...
Devo admitir que depois que começamos a treinar com facas eu melhorei bastante. Eu acertava todas e quando eu não acertava ficava muito irritada.
Eu não tinha percebido, mas o sol já estava a pico e todos os campistas já estavam acordados e alegres. E nos treinávamos por horas seguidas e notei que aqueles morangos não tinham sido o suficiente...
– Mark, chega. Eu tô cansada. – Eu falei abaixando a faca.
– Mas vo... – Ele parou de falar e me olhou. – Tudo bem... Vamos almoçar, sim?
– Aham.
Ele olhou mais para baixo, para a mão que eu segurava a faca e seus olhos se esbugalharam. Mark pegou minha mão e me puxou para baixo me fazendo sentar no chão a sua frente. Olhei para minha mão e percebi que ela estava cheia de cortes e pareciam ruins.
– O que aconteceu!? – Me assustei.
– Você não pode segurar pela lâmina, sei que está acostumada com armas com lâminas menores e menos corte, mas você pode se ferir gravemente em batalha. – Ele colocou a mão no bolso e tirou um rolo de esparadrapo de lá.
– Ah, fala sério, você tem um esparadrapo no bolso? – Falei vendo o procurar a ponta.
– O filho de Hermes aqui se machuca muito. – Ele disse levantando o olhar para mim e rindo.
Ri e ele enrolou minha mão, quando chegou em um corte mais profundo do que os outros. Soltei um silvo contido. Mark parou e olhou pra mim e voltou lentamente a enrolar minha mão, quando acabou deu um beijo na palma. Ele sorriu sem mostrar os dentes e eu o imitei.
– Obrigada.
Ele se levantou e me ajudou a me levantar segurando a minha mão esquerda.
– Aposta corrida até a colina? – Ele disse.
– Preparar, apontar... – Pulei o já e saí em disparada na frente.
– Não vale! Você roubou! – Ele disse correndo não muito longe de mim.
– Ué, mas você é filho de Hermes aqui!
Nós rimos e continuamos a correr. Mark já estava ao meu lado e nos disputávamos o primeiro lugar acirradamente.
– Quem ganhar... – Ele tentava reunir ar – Ganha um beijo.
A surpresa me fez diminuir um pouco, mas lembrei com quem estava falando e voltei a correr, mas eu já tinha perdido. Ele ganhou de mim por muito pouco.
– Agora eu quero meu beijo. – Ele falou normalmente.
– Tudo bem! – Respondi mais normal ainda.
Me aproximei dele e o beijei.... Ah, vocês acham que eu sou fácil, né? Não, eu me aproximei dele e passei direto rumo a mesa de Hermes. Me sentei ao lado de Martie e Fruitloop aos meus pés. Olhei para onde Mark estava parado e ele só riu e veio se sentar.
...
Naquele dia, pedi ao meu pai/mae que dissesse quem é. Eu não aguentava mais a curiosidade.
Deviam ser umas seis horas quando eu treinava arco e flecha, o sol se punha devagar e as crianças iam jantar.
– Ell! – A voz de Ricardo gritava o meu nome. – Vem!
Virei e Mark e Ricardo estavam parados me esperando no alto da colina. Sorri e corri colina acima para encontra-los. Todos já estavam sentados comendo.
– Você vai jantar com isso? – Mark apontou para o arco em minhas mãos.
– Ah, é. – Olhei para o arco em minhas mãos e a flecha. – Eu vou tentar acertar.
– Você não vai conseguir, é muito longe. – Ricardo disse.
Virei para o alvo e realmente, era muito longe, mas mesmo assim tomei posição, respirei fundo e tudo pareceu mais fácil. Soltei a flecha e ela voou até o alvo, parando bem no meio.
– Vo-você acertou!
– Ei, não foi difícil! – Virei pra eles e os meninos apenas me encaravam, na verdade, todos me encaravam.
O refeitório todo se levantou e se ajoelhou. Acima de mim um brilho vermelho contagiava meus olhos, fazendo-me olhar e perceber um coração com uma flecha atravessada. Olhei para Quíron e sorri, mas ele também estava parado só olhando.
Olhei para minhas roupas e em vez do meu short, a blusa do acampamento e meu all star, um longo vestido grego que se acentuava dois palmos acima de meu umbigo. Tinha uma barra dourada e meu cabelo estava todo trançado de fitas douradas e reluzentes, mas ele não estava mais preto, estava cor de mel, um mel bem intenso, meu cabelo chegava a ser ruivo. O vestido caia tão belo, tão perfeito, com suas alças finas e decote – na verdade um pouco fundo- que eu não mudaria nada. Toquei na ponta de meus cabelos não acreditando no que via.
– Bem vinda... Filha de Afrodite e Eros. – Quíron disse se curvando.
Dionísio arfou e o sol se pós atrás de mim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu ouvi um negocio por ai, que uma autora aqui do Nyah! se matou pq nao recebia recomendações e por que ninguem falava com ela.... Hum..... Vocês querem saber o que vai acontecer com a Helena, né? Não querem que eu me enforque, certo?
Amore
P.S.: Coloquei um final bem catastrófico por que eu sou má. :)