Filha Do Amor escrita por Noderah


Capítulo 15
Trust In Me - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora (de novo), mas esse capítulo está cheio de novidades.



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Passara-se uma semana e Erik e eu trocamos pouquíssimas palavras Alguns “bom dia”, “olá”, “como vai?” e um “Você vai usar isso?”. Mas tirando isso, nos não falávamos nada um com o outro.

- Acho que você deveria pedir desculpas... – Falou Nissa sobre o meu estado com Erik.

- Eu já pedi! – Virei para encara-la em pânico.

- Peça de novo. Os filhos de Afrodite não costumam ser orgulhosos a esse ponto...

- E os de Eros? – Perguntei já sabendo a resposta.

- Bom... – Ela sorriu sem olhar para mim.

- Ele tá esquisito comigo desde a flecha.

- Eu ficaria furiosa se minha amiga acertasse uma flecha em mim...

- Talvez se eu pudesse fingir que nada aconteceu ou algo do tipo.

- Eu não fingiria que nada aconteceu...

- VOCÊ NÃO TÁ AJUDANDO!

- Tá, tá! Vai falar com ele então, mas seja sutil.

- Tá. Eu estou indo. – Parei com a mão na maçaneta. – Espera, como assim sútil.

- Não procura ele. Deixe ele te achar.

- Mas como ele vai me achar se ele nem estava me procurando...? – Murmurei

Ignorei a frase “Afroditiana” e fui procurar o Ricardo. O sol do meio dia queimava os meus olhos e todos pareciam cansados.

- Ei! – Acenei.

- Oi. Fala.

- Você viu o Erik? – Pergunte.

- Pensei que vocês não estavam se falando mais... – Ele disse sem jeito, largando o arco de lado.

Dessa vez ele tentava acertar um alvo mais perto.

- Mais ou menos... – Encarei o alvo. – Vou almoçar.

Antes de ir, peguei o arco e uma flecha, apontei para o alvo, então vi a figura esguia e coberta de preto passar: Erik. Ele não estava muito longe.

Atirei sem olhar e Ricardo gritou. Olhei para o alvo e minha flecha vibrava no centro. Sorri e larguei o arco.

Passei correndo bem atrás dele e passei por um chalé, acho que de Deméter. Parei me apoiando em uma árvore que Erik ia vir a passar. Me alonguei e fingi que estava cansada. Ele passou na minha frente e me viu. Eu sorri e fingi lembrar de algo, corri em sua direção.

- Ei! Você precisa vir comigo na caverna. Preciso pegar as minhas coisas e eu não aceito um não como resposta.

- E Quíron?...

- Vou pedir a ele. Depois do almoço, aqui. Vou te esperar.

- Até lá.

Sai correndo para o refeitório. Com medo de dizer algo, que eu não devia.

...

- Quíron, preciso ir a caverna, pegar o resto das minhas coisas?

Quíron estava bebendo um suco de maça quando eu perguntei. Eu estava parada em frente ao meu prato de pizza esperando uma resposta adequada.

- Acho que sim.

- E Erik pode vir comigo?

- Vocês não... Não é? – Quíron se debruçou na mesa para falar melhor comigo – Sua mãe falou com você, certo?

- Falou! E eu e o Erik... NÃO. Meu namorado esta viajando...

- Como?! – Os olhos de Quíron pareciam que iam saltar das órbitas.

Merda!

- Nada!

Peguei o resto da pizza com a mão e levantei da mesa correndo.

Corri até o chalé, peguei uma cesta e coloquei Fruitloop, que ainda dormia, dentro da cesta. Coloquei meu anel no dedo, um pote de plástico com algumas jujubas em formas de minhoca que achei na gaveta de Nissa e arrumei o cabelo. Coloquei uma blusa azul sem manga e de alcinhas, a bota por cima do jeans e fui esperar Erik na árvore onde tínhamos combinado. Sentei apoiada na árvore e a cesta nas minhas pernas. Não demorou e Erik apareceu.

- Vamos? Eu tenho que voltar logo. – Erik disse.

- Vamos.

Levantei e começamos descer a colina quietos.

- Ei! Ell!

Virei e Derik vinha correndo na minha direção.

- Os testes, lembra?

- É verdade! Eu tinha esquecido completamente! Mas assim que eu voltar, eu passo lá.

- Tudo bem! Estarei te esperando. – Ele virou e correu de volta para o chalé.

- É. Acho que também tenho que voltar logo. – Falei andando na frente.

- Espera. Quem é aquele cara?

- Ah, um garoto do chalé de Hefesto. Ele quer fazer alguns testes em mim... – Dei de ombros.

- Que tipo de testes?

- Eu não sei, não perguntei.

Ficamos em silencio durante o percurso. Mas ao passar da fronteira do acampamento, senti uma espécie de pressão. Olhei com o canto de olho para Erik.

- O que foi? – Ele perguntou ao meu lado, com as mãos nos bolsos.

- Nada. – Olhei para frente.

Ficamos em silêncio até chegar à gruta. Ao olha-la novamente, percebi possibilidades que antes eu não imaginava.

Com a cesta na mão, pulei uma, duas pedras a cheguei a gruta que estava 4 metros do chão. Não me machuquei nem escorreguei. Foi tão fácil que me perguntei por que nunca tinha feito isso. Arfei satisfeita.

Coloquei a cesta no chão e ofereci a minha mão para Erik que estava lá embaixo.

Ele segurou minha mão e se apoiou nas pedras.

- Você já tinha feito isso antes?

- Você fala de ajudar alguém a entrar aqui? Não...

- Não isso, mas pular daquele jeito.

- Isso também não.

Ajudei Erik a levantar e olhei em volta. Fruitloops já se acomodava no sofá e estava pronto para tirar uma soneca. Tudo estava exatamente como eu deixei. Exceto pelos passarinhos que se empoleiravam nos móveis, tinha um pouco de poeira também e a tv estava ligada. Eu não me lembro de tê-la deixado ligada.

- Vamos sair logo daqui.

Desliguei o aparelho e o mais depressa possível arrumei tudo o que era necessário. Joguei tudo em uma mochila enquanto Erik olhava uma pilha de CDs.

- Reckless? The Pretty Reckless?

- Ah. – Parei de arrumar minhas coisas e olhei para ele. – É, é uma boa distração.

- Você usa... Música como distração?

Ele parecia um pouco indignado. Soltei um riso.

- Vamos embora?

- Vamos.

Erik pegou o CD e mais alguns outros. Peguei a cesta e joguei Fruitloop que caiu com um miado esganiçado.

Descemos a gruta em um pulo e apostamos corrida até a colina, quando ficamos cansados demais para correr e caímos na grama.

- Você corre rápido. – Ele Falou.

- E você esta fora de forma.

Ficamos rindo por uns dez minutos quando me lembrei de Derik.

- Preciso ir!

- Pra onde!?

- Derik!

Levantei correndo com a mochila nas costas, a cesta com Fruitloop na mão e um peso na consciência. Um garoto com um alicate na mão e luvas de metal atendeu a porta com um eu arfante.

- Derik está ai?

- Ah, você é a paciente 115, certo?

Ele soltou o alicate numa mesa perto da porta e pegou uma prancheta.

- Helena cha... Helena chalé 10?! – Ele parou por um instante.

- Sério?

- Estou muita atrasada?

- Você não tem horário. Podia chegar quando quisesse.

Ele virou de costas e me guiou até um alçapão que dava em uma escada e um longo corredor. Logo depois, mais escadas, desta vez subindo e uma porta que dava para uma sala com tatame azul e todo tipo de tecnologia. Eu só via Derek lá, mas não me sentia ameaçada pelos aparelhos modernos.

- Obrigada.

O garoto abaixou a cabeça e se retirou.

- Derek?

- Ah! Olá! Você veio!

- É claro que eu viria! – Ri. – O que eu faço?

- Coloque aquela roupa ali. Pode ir ao banheiro.

Peguei uma roupa toda feita de lycra, mas esse era diferente, ao primeiro contato com o meu corpo, me enviou ondas elétricas que me deram choques baixos. Coloquei minha mochila e Fruitloops na cadeira e troquei de roupa no banheiro apertado.

Assim que eu fechei o fecho, as ondas elétricas pararam e eu me senti no mar. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto e apertado e sai do banheiro.

- Eh... Pronto.

- Uau. Eu-Eu, não sei nem o que dizer. Eu sairia com você desse jeito.

- Eu também não sei o que dizer.

Derik era um garoto forte e um dos mais altos do chalé de Hefesto. Tinha sempre a mão suja de graxa e um sotaque forte europeu, mas era uma graça. Ele tinha o cabelo curto e castanho escuro. Olhos escuros e lábios bonitos. Ele podia ser modelo.

- Hum, venha aqui. – Ele me chamou com um aceno.

Passei por aquelas máquinas parando ao seu lado, no meio da sala.

- Vai ser muito simples. Vou te amarrar nessas cordas e te suspender no ar. Você vai obedecer as instruções daquele monitor ali. – Ele apontou uma enorme TV desligada. – As instruções vão ser: corra durante cinco segundos, pule de vertical.

- Simples.

- Bastante.

Derik passou uma das cordas pela minha cintura e a fechou com se fosse um cinto. Outra sustentava os meus pés e muitas outras até eu estar cheia de cordas. A sensação da roupa continua como se eu estivesse no mar.

- Pronta?

- Sim!

Andei até a parte da sala onde não tinham máquinas e que ficava do lado oposto da tela.

- Obedeça a máquina, eu vou te erguer no meio do exercício. Não se assuste.

Assenti com a cabeça. A máquina ligou e nela um aviso que me mandava correr durante 7 segundos. Comecei a correr e não senti mais meus pés no ar. Gritei quando olhei para o chão e não me vi mais tocando-o.

- Não se desespere... – Ele disse enquanto apertava uma série de botões.

- Certo, certo.

Obedeci a máquina e corri durante sete segundos. Depois veio a ordem de saltar durante dois segundos. E assim passou-se duas horas. Que parecera meia hora.

- Obrigada, Ell. Posso te chamar assim?

- Ah, de nada. E pode, claro.

Ele torcia a roupa nas mãos.

- Então, você pode voltar amanha? Faltam alguns testes.

- Amanha. A mesma hora?

- Quando você quiser!

- Certo, até. – Peguei a cesta com Fruitloops que não se mexia. Apenas balançava o rabo.

- E você ficou ótima na roupa. – Ele sorriu.

Corei e desci pelo alçapão.

...

No outro dia, fiz tudo o que deveria fazer e voltei a sala. Fizemos o mesmo do dia anterior, mas dessa vez mais puxado, durando três horas, em vez de duas. Ele agradeceu e eu sai do chalé. Assim que eu sai, ouvi um grito agudo e alto. Assustei-me assim como todos os outros campistas.

Peguei meu anel em meu dedo e o rodei na ponta de meus dedos. Não apenas eu, mas todos os campistas pareciam petrificados. Então, quatro imensos touros dourados saltaram da mata e atacaram todos. Mas eu via tudo isso de longe. Tirei a fivela de meu anel e ele se transformou em uma aljava e um arco. Corri para ajudar meus amigos e irmãos. Mas acho que assim que me viram, os touros correram em minha direção, eu não sabia o que fazer, corri deles, mas eu era muito mais lenta, vi Fruitloops correndo ao meu lado, mas não liguei. Até que chegamos onde os chalés já se aproximavam, virei para os touros e sua pele metálica fumegava, os campistas tentavam detê-los, mas nada funcionava eles não paravam de correr. Quando Fruitloops pulou na minha frente e no meio desse salto o gatinho que eu conhecia, se transformou em uma imensa puma negra.

Cai para trás e Fruitloops rosnou para os touros que pararam de correr e bufaram. Levantei e preparei quatro flechas no arco. Mas não foi necessário, por que quando Fruitloops rugiu, os touros deram meia volta e saíram do acampamento em disparada. Porém, quando meu gatinho virou e sua calda virou junto, me levou ao chão e me fez bater com a cabeça na pedra. Ficando inconciente.



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Notas finais do capítulo

Eu achei meio estranho nao ter nenhuma review, normalmente sempre tem um ou dois. Vcs querem que eu pare?