Filha Do Amor escrita por Noderah
Notas iniciais do capítulo
É, eu achei que esse capítulo ficou a merd@. Mas ok. Foi meio que uma continuação, pq se nao iria ficar grande demais.
- Ei! Parabéns. – Uma mão quente puxou meu braço.
Virei.
- Ah, obrigada. – Agradeci a Derik.
Ele era um garoto do chalé de Hefesto. Um dos nossos inimigos na caça a bandeira, acho que tinha visto ele enquanto eu pulava nas árvores que nem uma recalcada.
- Aquilo... Foi incrível. Como você fez? – Derik pareceu perceber que eu não entendia do que ele falava – Sabe, as árvores. Você podia ensinar pra gente... Podiamos montar um protótipo que saltava a mesma distância e que corresse mais rápido do que qualquer deus. – Disse Derik empolgado.
Parece que eu não pulava como uma recalcada... Não pela visão de Derik... Mas ele falou a palavra “proibida”: Deus.
Ele pareceu notar a minha perturbação, por que se desculpou:
- Ah, eu não devia ter dito isso, né? Me desculpe! Esquece! – Derik foi recuando.
- Não, tudo bem! Eu posso fazer os seus testes...
- Sério? Isso seria ótimo! Eu vou te deixar ir, você parece ocupada. Aparece amanha no chalé, sim?
- Ok!
A verdade é que eu estava mesmo ocupada. Estava procurando Erik.
Assim que meus irmãos me soltaram e foram esfregar a vitória nos filhos de Atena, eu tentava achar uma caminho curto até o chalé 13. Olhei para os lados e sai em desparada para o chalé de Erik. Bati na porta e esperei, nada. Bati novamente e nada. Gritei seu nome e abri a porta, eu só via um breu, mas mesmo com os meus olhos novos, parecia não ter ninguém lá.
Fechei a porta rápido e tratei de pensar em algum lugar onde ele estivesse. Quando me veio em mente que ele tinha se machucado.
Fui correndo para a enfermaria e nem tive tempo de pensar no que eu ia dizer. Quando cheguei lá arfando, Quíron tentou me acudir.
- Não, eu estou bem, sério. Eu só quero saber... Se Erik está aqui.
Quíron largou meu braço.
- Ah... Ah! – Ele entendeu. – Terceira ala.
- Obrigado!
Fui meio que correndo, meio que andando até lá e abri um pouco da cortina que dividia as alas. Pude ver uma garota de costas e ela passava alguma coisa no braço de Erik. Ele arfava e suava.
- Erik...? – Falei sem pensar.
Passei pela cortina e a fechei atrás de mim sem tirar os olhos de seu corte. A garota virou de frente para mim e pude ver que ela tinha os mesmos traços que Ricardo, eles eram com certeza irmãos.
- Sai daqui. – Ele virou o rosto para a parede.
- Bom, vejo que se conhecem. Eu preciso atender mais gente. Você pode? – A garota me deu o alicate com algodão e saiu da ala numero três.
- Não! Ela vai me matar com isso! – Erik gritou para a garota, mas ela o ignorou.
Me aproximei devagar.
- Me desculpe, mas... Você me pegou desprevenida, foi muito rápido. Tudo foi muito rápido.
Me aproximei de seu braço, mas ele o tirou de perto de mim.
- Vai infeccionar! – Falei baixo.
Erik, relutante, virou de lado para eu aplicar o remédio. Devagar, apoiei o algodão e tirei quando ele soltou um silvo de dor.
- Desculpe, desculpe.
Ele devolveu o braço e eu olhei a ferida. Não tinha sido extensa, mas um pouco mal feita. Parecia ter sido mau tirada, parecia mais que ele tinha arrancado a flecha com um puxão de uma vez só. Fiz uma careta e apliquei um pouco mais do remédio. Aquilo parecia que iria demorar um pouco para sarar. Olhei para os lados e posicionei meus dedos bem encima da ferida, Erik gritou.
- O que você está fazendo?!
- É o mínimo que eu posso. – Sussurei.
Olhei para os lados mais uma vez e juntei minha energia. Como uma grande bola de fogo no meu peito, e a canalizei. Sei que pode parecer bem simples, mas demorou uma meia hora para fazer efeito, a ferida começar a ficar roxa e fechar, mas quando começou foi tão rápido e Erik começou a suar e a juntar suas forças para não gritar.
- Chega! Chega! Chega! – Ele implorou.
Tirei meus dedos da ferida. Desabei no chão ao lado da maca de Erik e recuperei as forças em quanto Erik exclamava.
- Olha isso! Olha!!! Há-há! – Ele gritava.
- Shhh, shh. – Sussurei com o resto das minhas forças.
- Ah...
Ele pareceu perceber o meu estado. Se abaixou ao meu lado e me mostrou a ferida, agora só tinha uma feridinha.
- Melhor... Colocar um pouco de atadura... Podem desconfiar...
- É, sim!
Ele reuniu um pouco de atadura e enrolou o braço em um estranho curativo mal feito. Já se passava meia hora que eu estava no chão e minhas forças iam voltando, mas um sono incontrolável vinha chegando e minha cabeça tombava.
- Vamos. Consegue ficar de pé?
Reni força para ficar de pé e no último segundo me desequilibrei. Erik me segurou antes que eu batesse com a cabeça na quina da maca.
- Ok. Ok...
Erik passou a mão pela minha cintura e o meu braço pelo seu pescoço e fomos andando até a saída da enfermaria, ninguém nos parou até chegarmos ao chalé, onde não tinha surpreende mente, ninguém.
- Qual a sua cama? – Ele perguntou abrindo a porta com o pé.
- Aquela ali. – Apontei a cama ao lado da de Nyssa.
Ele quase me derrubou ao entrarmos no chalé e tive que me apoiar em seu abdômen. Continuamos a andar e ele me sentou na cama. Desabei com a cabeça no travesseiro e o cabelo escorrendo pelos lados, fechei os olhos serena.
- Onde está todo mundo? – Perguntei sem realmente querer saber.
- Jantando. Durma.
Senti-o tirando o meu tênis e colocando os meus pés em cima da cama. Não senti mais nada depois, um torpor me envolveu e eu dormi.
...
- Fique quieta! ... Não, eu não vou leva-la ao shopping! – Ouvi alguém discutindo.
Olhei em volta e percebi que eu pairava nas nuvens com um vestido rosa e curto. Um cinto dourado passava em meu umbigo e meu peito, dando luz ao vestido rosa bebê. Eu estava descalça e minhas unhas dos pés estavam pintadas de francesinhas. Conferi as unhas da mão e também estavam.
- SHHH! Fique quieta! – A voz de antes disse.
Segui em frente, tentando enxergar através da neblina. Quando finalmente um jardim florido e iluminado.
Mais um pouco de nevoa e vi Afrodite sentada na mesma mesa que a vi da primeira vez. Rolei os olhos e fui até ela.
- Sente-se. – Ela pediu com seus olhos bonitos.
Suspirei e obedeci afinal eu não nem tinha pra onde ir mesmo.
- Como foi a vitória? Foi ótima, não é? – Ela sorriu já sabendo a resposta.
- Foi, foi... muito bom.
- Não quero que fique triste comigo, Helena. Não quero mesmo. Sei que não me perdoara tão cedo, mas tenha em mente que eu te amo.
- Terei. Posso acordar agora?
- ... Você gostou do vestido? – Ela perguntou esperançosa.
- Olhei para o vestido me meu corpo. Ele caia perfeitamente, valorizando as minhas curvas e me deixando mais alta e magra. Apesar de ser tomara que caia e ter um decote enorme, era lindo e nem um pouco vulgar.
- É lindo. Obrigada...
- Fique com ele! É seu!
Afrodite pareceu mais feliz por eu ter gostado de pelo menos uma coisa que ela fez. Sorri com pena dela. Eu podia escutar seu coração batendo forte pelo meu sorriso.
- Vá. Vá, fique bem, não se machuque nem use seus dons! Precisamos treina-los.- Afrodite enxugou uma lágrima que escorria.
Levantei e comecei a voltar pelo caminho, mas virei de volta.
- Espere, com quem você conversava antes de eu chegar?
- Uma amiga. Terá tempo de conhece-la.
Virei de volta e voltei pela névoa.
...
Acordei imediatamente. Abri os olhos e olhei em volta. Um confuso Erik com os olhos azuis esbugalhados olhava pra mim encolhido em um canto do quarto.
- O que foi?
Ele apontou para as minhas roupas e eu as olhei. Eu estava com o vestido que Afrodite tinha me dado. Percebi como o meu busto ficava grande nele e me cobri com um grito.
- Você sonhou com ela, certo?
- Sim. Ela só queria saber como foi a minha vitória e tentar reconciliar. – Dei de ombros.
- Estou com fome. – Falei.
Erik me estendeu um prato cheio de morangos.
- Por que sempre me dão morangos?
- Eu não sei, você tem cara de quem gosta de morangos.
Erik se sentou na beira da minha cama enquanto eu comia. Quando eu acabei, troquei o vestido por um moletom azul marinho que eu achei nas profundezas do baú.
- Pronto!
Erik olhou para mim e disse:
- Ah! Acabou o encanto!
Eu ri e sentei na cama.
- Onde estão os meus irmãos?
- Em uma festa. – Ele deu de ombros.
- Você não gosta de festas?
- Eu tenho cara de quem gosta de festas?
- É, tem razão. Eu também não gosto de festas, não mais.
- É. Eu vou pro meu chalé. Já são 22 horas, daqui a pouco seus irmãos voltam.
- Sim. Boa noite... E Erik? – Chamei quando ele estava a caminho da porta.
- Sim?
- Desculpe pela... – Apontei o braço.
- Ah, não tem problema! Fazemos tudo para vencer, não é mesmo?
Erik tinha um grande sorriso no rosto, mas parecia totalmente irônico. Ele fechou a porta e eu larguei o último morango. Fui buscar algo para fazer enquanto esperava meus irmãos.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Se vocês gostaram, deixem um comentário nesta linda caixinha aqui embaixo!
Amore ♥