Filha Do Amor escrita por Noderah


Capítulo 14
Black And Gold


Notas iniciais do capítulo

É, eu achei que esse capítulo ficou a merd@. Mas ok. Foi meio que uma continuação, pq se nao iria ficar grande demais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195359/chapter/14

                - Ei! Parabéns. – Uma mão quente puxou meu braço.

                Virei.

                - Ah, obrigada. – Agradeci a Derik.

                Ele era um garoto do chalé de Hefesto. Um dos nossos inimigos na caça a bandeira, acho que tinha visto ele enquanto eu pulava nas árvores que nem uma recalcada.

                - Aquilo... Foi incrível. Como você fez? – Derik pareceu perceber que eu não entendia do que ele falava – Sabe, as árvores. Você podia ensinar pra gente... Podiamos montar um protótipo que saltava a mesma distância e que corresse mais rápido do que qualquer deus. – Disse Derik empolgado.

                Parece que eu não pulava como uma recalcada... Não pela visão de Derik... Mas ele falou a palavra “proibida”: Deus.

                Ele pareceu notar a minha perturbação, por que se desculpou:

                - Ah, eu não devia ter dito isso, né? Me desculpe! Esquece! – Derik foi recuando.

                - Não, tudo bem! Eu posso fazer os seus testes...

                - Sério? Isso seria ótimo! Eu vou te deixar ir, você parece ocupada. Aparece amanha no chalé, sim?

                - Ok!

                 A verdade é que eu estava mesmo ocupada. Estava procurando Erik.

                Assim que meus irmãos me soltaram e foram esfregar a vitória nos filhos de Atena, eu tentava achar uma caminho curto até o chalé 13. Olhei para os lados e sai em desparada para o chalé de Erik. Bati na porta e esperei, nada. Bati novamente e nada. Gritei seu nome e abri a porta, eu só via um breu, mas mesmo com os meus olhos novos, parecia não ter ninguém lá.

                Fechei a porta rápido e tratei de pensar em algum lugar onde ele estivesse. Quando me veio em mente que ele tinha se machucado.

                Fui correndo para a enfermaria e nem tive tempo de pensar no que eu ia dizer. Quando cheguei lá arfando, Quíron tentou me acudir.

                - Não, eu estou bem, sério. Eu só quero saber... Se Erik está aqui.

                Quíron largou meu braço.

                - Ah... Ah! – Ele entendeu. – Terceira ala.

                - Obrigado!

                Fui meio que correndo, meio que andando até lá e abri um pouco da cortina que dividia as alas. Pude ver uma garota de costas e ela passava alguma coisa no braço de Erik. Ele arfava e suava.

                - Erik...? – Falei sem pensar.

                Passei pela cortina e a fechei atrás de mim sem tirar os olhos de seu corte. A garota virou de frente para mim e pude ver que ela tinha os mesmos traços que Ricardo, eles eram com certeza irmãos.

                - Sai daqui. – Ele virou o rosto para a parede.

                - Bom, vejo que se conhecem. Eu preciso atender mais gente. Você pode? – A garota me deu o alicate com algodão e saiu da ala numero três.

                - Não! Ela vai me matar com isso! – Erik gritou para a garota, mas ela o ignorou.

                Me aproximei devagar.

                - Me desculpe, mas... Você me pegou desprevenida, foi muito rápido. Tudo foi muito rápido.

                Me aproximei de seu braço, mas ele o tirou de perto de mim.

                - Vai infeccionar! – Falei baixo.

                Erik, relutante, virou de lado para eu aplicar o remédio. Devagar, apoiei o algodão e tirei quando ele soltou um silvo de dor.

                - Desculpe, desculpe.

                Ele devolveu o braço e eu olhei a ferida. Não tinha sido extensa, mas um pouco mal feita. Parecia ter sido mau tirada, parecia mais que ele tinha arrancado a flecha com um puxão de uma vez só. Fiz uma careta e apliquei um pouco mais do remédio. Aquilo parecia que iria demorar um pouco para sarar. Olhei para os lados e posicionei meus dedos bem encima da ferida, Erik gritou.

                 - O que você está fazendo?!

                - É o mínimo que eu posso. – Sussurei.

                Olhei para os lados mais uma vez e juntei minha energia. Como uma grande bola de fogo no meu peito, e a canalizei. Sei que pode parecer bem simples, mas demorou uma meia hora para fazer efeito, a ferida começar a ficar roxa e fechar, mas quando começou foi tão rápido e Erik começou a suar e a juntar suas forças para não gritar.

                - Chega! Chega! Chega! – Ele implorou.

                Tirei meus dedos da ferida. Desabei no chão ao lado da maca de Erik e recuperei as forças em quanto Erik exclamava.

                - Olha isso! Olha!!! Há-há! – Ele gritava.

                - Shhh, shh. – Sussurei com o resto das minhas forças.

                - Ah...

                Ele pareceu perceber o meu estado. Se abaixou ao meu lado e me mostrou a ferida, agora só tinha uma feridinha.

                - Melhor... Colocar um pouco de atadura... Podem desconfiar...

                - É, sim!

                Ele reuniu um pouco de atadura e enrolou o braço em um estranho curativo mal feito. Já se passava meia hora que eu estava no chão e minhas forças iam voltando, mas um sono incontrolável vinha chegando e minha cabeça tombava.

                - Vamos. Consegue ficar de pé?

                Reni força para ficar de pé e no último segundo me desequilibrei. Erik me segurou antes que eu batesse com a cabeça na quina da maca.

                - Ok. Ok...

                Erik passou a mão pela minha cintura e o meu braço pelo seu pescoço e fomos andando até a saída da enfermaria, ninguém nos parou até chegarmos ao chalé, onde não tinha surpreende mente, ninguém.

                - Qual a sua cama? – Ele perguntou abrindo a porta com o pé.

                - Aquela ali. – Apontei a cama ao lado da de Nyssa.

                Ele quase me derrubou ao entrarmos no chalé e tive que me apoiar em seu abdômen. Continuamos a andar e ele me sentou na cama. Desabei com a cabeça no travesseiro e o cabelo escorrendo pelos lados, fechei os olhos serena.

                - Onde está todo mundo? – Perguntei sem realmente querer saber.

                - Jantando. Durma.

                Senti-o tirando o meu tênis e colocando os meus pés em cima da cama. Não senti mais nada depois, um torpor me envolveu e eu dormi.

                ...

                - Fique quieta! ... Não, eu não vou leva-la ao shopping! – Ouvi alguém discutindo.

                Olhei em volta e percebi que eu pairava nas nuvens com um vestido rosa e curto. Um cinto dourado passava em meu umbigo e meu peito, dando luz ao vestido rosa bebê. Eu estava descalça e minhas unhas dos pés estavam pintadas de francesinhas. Conferi as unhas da mão e também estavam.

                - SHHH! Fique quieta! – A voz de antes disse.

                Segui em frente, tentando enxergar através da neblina. Quando finalmente um jardim florido e iluminado.

                Mais um pouco de nevoa e vi Afrodite sentada na mesma mesa que a vi da primeira vez. Rolei os olhos e fui até ela.

                - Sente-se. – Ela pediu com seus olhos bonitos.

                Suspirei e obedeci afinal eu não nem tinha pra onde ir mesmo.

                - Como foi a vitória? Foi ótima, não é? – Ela sorriu já sabendo a resposta.

                - Foi, foi... muito bom.

                - Não quero que fique triste comigo, Helena. Não quero mesmo. Sei que não me perdoara tão cedo, mas tenha em mente que eu te amo.

                - Terei. Posso acordar agora?

                - ... Você gostou do vestido? – Ela perguntou esperançosa.

                - Olhei para o vestido me meu corpo. Ele caia perfeitamente, valorizando as minhas curvas e me deixando mais alta e magra. Apesar de ser tomara que caia e ter um decote enorme, era lindo e nem um pouco vulgar.

                - É lindo. Obrigada...

                - Fique com ele! É seu!

                Afrodite pareceu mais feliz por eu ter gostado de pelo menos uma coisa que ela fez. Sorri com pena dela. Eu podia escutar seu coração batendo forte pelo meu sorriso.

                - Vá. Vá, fique bem, não se machuque nem use seus dons! Precisamos treina-los.- Afrodite enxugou uma lágrima que escorria.

                Levantei e comecei a voltar pelo caminho, mas virei de volta.

                - Espere, com quem você conversava antes de eu chegar?

                - Uma amiga. Terá tempo de conhece-la.

                Virei de volta e voltei pela névoa.

                ...

                Acordei imediatamente. Abri os olhos e olhei em volta. Um confuso Erik com os olhos azuis esbugalhados olhava pra mim encolhido em um canto do quarto.

                - O que foi?

                Ele apontou para as minhas roupas e eu as olhei. Eu estava com o vestido que Afrodite tinha me dado. Percebi como o meu busto ficava grande nele e me cobri com um grito.

                - Você sonhou com ela, certo?

                - Sim. Ela só queria saber como foi a minha vitória e tentar reconciliar. – Dei de ombros.

                - Estou com fome. – Falei.

                Erik me estendeu um prato cheio de morangos.

                - Por que sempre me dão morangos?

                - Eu não sei, você tem cara de quem gosta de morangos.

                Erik se sentou na beira da minha cama enquanto eu comia. Quando eu acabei, troquei o vestido por um moletom azul marinho que eu achei nas profundezas do baú.

                - Pronto!

                Erik olhou para mim e disse:

                - Ah! Acabou o encanto!

                Eu ri e sentei na cama.

                - Onde estão os meus irmãos?

                - Em uma festa. – Ele deu de ombros.

                - Você não gosta de festas?

                - Eu tenho cara de quem gosta de festas?

                - É, tem razão. Eu também não gosto de festas, não mais.

                - É. Eu vou pro meu chalé. Já são 22 horas, daqui a pouco seus irmãos voltam.

                - Sim. Boa noite... E Erik? – Chamei quando ele estava a caminho da porta.

                - Sim?

                - Desculpe pela... – Apontei o braço.

                - Ah, não tem problema! Fazemos tudo para vencer, não é mesmo?

                Erik tinha um grande sorriso no rosto, mas parecia totalmente irônico. Ele fechou a porta e eu larguei o último morango. Fui buscar algo para fazer enquanto esperava meus irmãos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se vocês gostaram, deixem um comentário nesta linda caixinha aqui embaixo!
Amore ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Filha Do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.