-Manda a ver, Caryzinha - ele disse sarcástico e se posicionou a minha frente na pista. Ganhamos um espaço grande ali, então notei que todos da festa estavam afastados, nos olhando inacreditáveis. Hey, o que foi? Será que nunca viram Justin Bieber e eu disputarmos psy? Consegui ouvir alguns cochichos de Ryan a Chaz como “Aposto cinqüenta que o Justin ganhar” e Chaz “Fechado, ela vai acabar com ele”.

- Manda ver Bieberzinho - mostrei a língua e logo à voz do LMFAO invadiu a festa.

- Party rock is in the house tonight… -não esperei os movimentos de Justin, logo iniciei os meus. Eu sabia tudo o que ele fazia e podia recriar ainda melhor, então ele deveria me surpreender hoje. Mexi meus pés rapidamente e meu corpo também, logo de início ao psy. Ouvi alguns uivos de garotos ali longe, mas só conseguia prestar atenção em meu desafiante. Fiz mais alguns passos, e parei, na frente de Jus, jogando meus cabelos em seu rosto. Ouvi “UIIIII, TOMA!” de alguns ali, e não pude conter a risada.

-Nada mal Cary - ele disse - Nada mal. Mas faço melhor.

Agora era minha vez de parar e observá-lo. Justin continuava se mexer bem, mas como sempre, era algo previsível, a não ser por um passo que ele se abaixava e fazia uma pequena virada com seus pés, nada que eu não pudesse fazer ali. Justin se divertia me desafiando, me olhava com seu olhar presunçoso e malicioso. Eu estava disposta a acabar com ele.

- Everyday I'm shufflin'- quando ouvi essa parte da música, tive de me juntar a Justin, pois era minha parte favorita, onde todos faziam o “passinho do LMFAO” e então, comecei o passinho e todos ali próximos a pista também fizeram, o que chegou a assustar eu e Justin, mas voltei à atenção a competição. Logo novamente só havia nós dois nos mexendo ali na pista. Eu estava cansada, mas não ia desistir.

-Cansada? - Justin disse ofegante e sarcástico.

-Nunca - sorri a ele. Voltou a minha vez de dançar sozinha, e agora já podia notar diversos celulares, máquinas digitais, Tablet’s e IPad’s nos filmando ali, não dei atenção.

Voltei a dançar, meus passos de psy, os mais precisos, e também mexia meu corpo inteiro agora, fazendo certos passos com minha mão, alguns truques simples, nada mais. Mas estava ficando muito cansada, ia desistir. Justin sorriu já aguardando sua vitória e se levantou. Chaz urrou e fez menção de colocar a mão na carteira.

-Não, espere Chaz. Ainda não acabei - sorri a ele e encarei Justin já com o fim da música próxima. Ele pareceu confuso então eu sorri maliciosamente.

Vamos, um último passo. E pronto, vou ganhar. Respirei com dificuldade e parei de me mexer um pouco, tomando fôlego. Eu iria fazer o passo que Justin não conseguia, que eu aprendi após assistir Party Rock milhões e milhões de vezes, ensaiando até conseguir.

-Hora do meu passo secreto, bebê - sorri sarcástica a Justin e logo ele me deu espaço na pista.

- Shake that! Everyday I'm shuffelin'…- ao ouvir a frase, após tomar meu fôlego novamente, comecei o sagrado passo. Todos próximos a pista começaram a gritar e bater palmas, e Justin arregalou os olhos, assustado. Fiz tudo rapidamente e fui muito precisa, já estava sem fôlego, mas obriguei minhas pernas a terminarem o passo. Jus fez um perfeito “o” com sua boca e ergueu as mãos em rendição.

- Put your hands up!- a última frase de Party Rock foi feita e eu agradeci por ser o fim da música. Encarei Justin que sussurrou um “Você venceu” ainda pasmo, e ergui as mãos ao alto, em vitória.

-GANHEI! - gritei eufórica e agora todos na casa de Chaz gritaram, aplaudiram, uivaram, ouve todos os barulhos, era como melodia a meus ouvidos.

-Toma mano! Eu sabia que ela ia ganhar! - disse Chaz a Ryan, que agora foi sua vez de colocar a mão na carteira e retirar cinqüenta dólares e dar a ele. Minhas pernas estavam bambas, então me apoiei em Chaz e fui para uma poltrona próxima, me jogando nela.

-Você arrasou! - disse Chris e Caitlin. Sorri a eles agradecida e Justin se pôs ao meu lado, boquiaberto.

-Eu não acredito - ele disse - Eu perdi dançando Party Rock!

-Não queridinho - sussurrei sorrindo - Você perdeu dançando Party Rock comigo! Você sabe muito bem que eu sou fera na dança - disse vitoriosa.

-Certo, foi uma vitória limpa - ele disse e ergueu sua mão - Parabéns.

Apertei-a e ri. Ele estava se remoendo por dentro, eu sabia. Eu também ficaria assim se ele ganhasse. Estava recuperando o fôlego agora, minha respiração já havia voltado ao normal, e meu corpo estava relaxado. Ryan me trouxe Coca e eu tomei desesperadamente rápido.

-E agora, para nossa convidada latina especial de hoje, vamos ver ela se mexer novamente na pista ao som do samba galera! - O DJ disse,e ao ouvir “samba”, sabia que era para mim. Sorri pensando no Brasil. Sentia falta de lá, mesmo com todos os defeitos.

-“Samb”?- disse Ryan confuso, tentando pronunciar a palavra em português, mas foi em vão.

-Samba Ry, Samba... - disse a ele calmamente - É do Brasil, na verdade, é por essa cultura que tantos estrangeiros correm feito loucos ao Brasil. É uma dança rápida, e até safada. Impossível de se fazer por alguém que não seja uma legítima brasileira.

-Então esse alguém seria você? - disse Chaz, senti seus olhos brilharem.

-Claro - sorri me levantando da poltrona já descansada - Vou mostrar a essas garotas como é o rebolado de uma legítima brasileira - dei uma piscadela e peguei meu salto que estava com Caitlin e o coloquei. Samba não é nada sem salto.

-Vamos lá gente! Chamem ela, vai pra pista Cary! - o DJ disse e eu ri. Logo todos começaram “CARY, CARY, CARY!” então me posicionei na pista. Todos meus amigos, incluindo meu melhor amigo Justin ficaram ao meu redor, esperando. Logo ouvi o batuque rápido e conhecido por mim. Certo, eu não era muito fã de carnaval, mas ouvir a musica da minha nacionalidade ali me deu muito ânimo.

Sorri e comecei alguns movimentos de leve com meus pés, só para início. Mexi meu quadril timidamente por ser só o começo da música, mas mesmo assim, todos me olharam fascinados, e tive de agüentar a risada. Se estão me olhando assim, imagine se vissem verdadeiras sambistas no carnaval no Brasil?

 Logo quando o samba estava na parte mais rápida e intensa, pude aumentar meus movimentos. Deixei meus quadris se moverem soltos e bem atrevidos como qualquer brasileira, e finalmente comecei o verdadeiro samba nos pés. Aquilo chamou a atenção de todos na festa, todos filmavam, todos comentavam algo, e eu só sambava no ritmo rápido. Era bom, sentia falta dessa dança elaborada de meu país. Dei a típica voltinha de toda sambista onde o bumbum fica exposto e ligeiramente empinado. Fiz esse movimento lentamente girando com a maior calma. Ouvi um gemido abafado de Chaz e tive novamente que segurar o riso.

Nossa, era só samba. Nada demais...

POV JUSTIN

PQP,PQP, PQP, PQP. Caraca, essa parte da Cary eu não conhecia. Ela era linda, tinhas curvas perfeitas e era muito voluptuosa em seus seios, sem mencionar sua bunda, mas aquilo! Wow, aqueles movimentos naquela dança safada... Estavam sendo demais. Ela era uma legítima brasileira mesmo. Ela tinha aquele encanto de latina que nenhuma americana conseguia. Certo, samba era só para brasileiras mesmo, porque... Wow, estou sem palavras. Seus quadris se balançavam rapidamente durante a música rápida. Suas pernas se movimentavam de um jeito que eu achei impossível ser humano.

Calma, é só a Cary, sua melhor amiga. Se comporte Bieber, não pense besteiras.

Mas então ele mexeu vagarosamente sua bunda, numa tortura a meus olhos. O tecido do vestido realçava seu corpo e agora agradecia mentalmente por ela ter escolhido um vestido com aquela abertura enorme na cintura, me dando um verdadeiro show pelos olhos. Se me concentrasse um pouco, sentiria até sua pele macia sobre meu toque em meus pensamentos.

É a Cary seu cachorro! Controle-se e controle isso entre suas pernas! Não seja tão baixo ! - gritei a mim mesmo mentalmente.

Mas o corpo dela perfeito estava me deixando numa loucura sem tamanhos. Era diferente de Selena, minha namorada era safada, mesmo pela carinha de inocência dela. Era pervertida, dizia coisas loucas para mim, mas nunca reclamei. Já Cary era realmente inocente, mas aqueles movimentos pareciam tão certos e de extrema confiança. Logo senti um volume em minhas calças.

Certo, eu realmente sou um cachorro safado. Pensar aquelas besteiras todas sobre Cary, sobre minha amiga! Tentei conter aquele volume em minhas calças e encarei outra pessoa, desviando o olhar de Cary. Olhei Chaz. Ele estava realmente tarado. Seus olhos eram maliciosos e seus lábios estavam sendo mordidos por ele mesmo. Sua mão desceu até a barra da sua calça e vi que aquele desgraçado também estava excitado, como eu. Ele encarou Cary de cima a baixo e soltou um gemido, mesmo tentando esconder.

Desgraçado, cachorro, vadio, viado, puto... Agora as coisas ficaram sérias. Senti minha raiva a cada vez que via como ele encarava Cary. Com desejo em seus olhos. Caminhei até ele, com fogo nos olhos mesmo ele não percebendo. Quando seus olhos desceram até a bunda de Cary, apertei seu braço com a maior força que pude, e ele urrou agora de dor. Ele me encarou e lhe lancei um olhar que o mataria, se pudesse. Ele rolou os olhos e voltou à atenção a Cary. Fiz o mesmo, tentando parecer desinteressado.

Droga, ela dançava bem demais. Estou realmente muito excitado.

POV CARY

Wow, estava ficando estranho. Eu estava dançando normalmente, como qualquer brasileira teria de fazer, mas Chaz urrou agora, dessa vez senti a dor na sua voz. Olhei-o discretamente e Justin estava ao seu lado, aparentemente nervoso e encarando-o cruelmente. Certo, Chaz estava me olhando demais, Justin deu uma prensa nele, só podia. Senti minhas bochechas quase corarem, mas suspirei segurando a coloração excessiva e esperando o fim da música que estava próximo. A música acabou e eu cessei meus passos, chegando ao fim com um rebolado longo. Ouvi as palmas e uivos e uns “GOSTOSA!” de alguns que me fizeram rir. Agradeci a todos e voltei próxima a meus amigos. Justin me encarava estranhamente, talvez perplexo por eu saber sambar, deve ser.

-Wow, então é isso que se faz no Brasil? - disse Ry, e eu sorri, assentindo com a cabeça - Então minhas próximas férias serão no Brasil, com toda a certeza - não pude conter minha risada ao ouvir aquilo.

-Nem precisa ir ao Brasil quando se tem a brasileira mais perfeita aqui mesmo - disse Chaz, mordiscando seu lábio me encarando.

Olhei-o pensativa e ergui uma sobrancelha, mas só pude rir, ou iria corar ali mesmo. Dei um tapa em seu ombro e disse “Idiota” a ele.

A festa estava sendo muito proveitosa. Dançamos mais um pouco, agora músicas menos agitadas, sem os rebolados brasileiros. Somente como qualquer típica americana faria. Bebi refrigerante, impedida de qualquer bebida alcoólica por Justin, ou melhor, por meu pai de 17 anos. Jogamos XBox com os garotos e eu ganhei uma ou duas vezes de Chris, e ganhei todas as vezes que jogava com Caitlin. Certo, não sou a mestra em XBox, mas sempre estou jogando com a Vick quando estamos no tédio. Lógico, com Justin, Chaz e Ryan, eu só perdia, eles eram como profissionais naquilo. Logo deu próximo às onze e meia da noite e tivemos de nos despedir de todos e voltar para a casa de Jus.