Back To Summer escrita por Allie Próvier, Izzi Graham


Capítulo 19
Capítulo 19 - Sequestrada


Notas iniciais do capítulo

OH GOSH, VOLTEI!
Boa leitura! ahuahahuahu



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Cap. 19: Sequestrada

        Acordei minutos depois de Christofer.

   Lavei minha cara amassada, vesti outra roupa dele e, passando os dedos pelos cabelos para tentar arrumar, desci as escadas.

Encontrei Chris e Summer na cozinha. Chris sentado à bancada, bebendo milk-shake num copo gigante e Summer no fogão mexendo em algo.

-Bom dia, garanhão.- Chris disse, dando um sorriso malicioso e piscando para mim.

   Estaquei onde estava, olhando-o receoso. Summer riu alto.

-Toma cuidado, Mark. Hoje o Chris está perigoso.- ela disse.

   As bochechas de Summer estavam coradas devido ao riso, e seus cachos caindo soltos pelas costas, balançando levemente conforme ela ria. Me senti leve só com essa visão.

-Ele sempre é perigoso.- murmurei, revirando os olhos.

   Fui até Summer e encostei o quadril na pia ao lado do fogão, olhando curiosamente para o que ela fazia. Era uma coisa branca e cremosa. Fiz careta.

-O que é isso, Summer?

-Mingau.- ela respondeu, sorrindo toda fofinha.

   Fiz uma careta maior, fazendo-a rir outra vez.

-Não gosta de mingau?- ela perguntou.

-Não.

-Que tipo de ser humano é você? Mingau é tudo!

   Mingau é tudo? Summer definitivamente não era normal, mesmo.

   Fui me sentar ao lado de Christofer, que me olhava com as sobrancelhas arqueadas. Logo em seguida riu, balançando a cabeça, e se levantou.

-Eu só vou terminar de arrumar minha mochila e volto aqui.-ele disse.  

Logo estávamos apenas eu e Summer na cozinha, em silêncio. Eu comia uma torrada com geleia enquanto Summer tirava a panela do fogo.

   Sua carinha de felicidade ao ver aquela coisa cremosa e branca deslizando para o prato era hilária. Quase me engasguei com a torrada e Summer me deu língua, vindo se sentar ao meu lado onde antes estava Christofer.

   Comíamos em silêncio. Cada um preso em seus próprios pensamentos. Vez ou outra eu a olhava pelo canto dos olhos e sorria com a visão dela comendo mingau como um bebezinho. Aquelas bochechas coradas e aqueles olhinhos azuis brilhando me davam vontade de ficar apertando-a o dia inteiro.

   Sorri. Nunca, em todos esses anos, eu fiquei tão... admirado. Quero dizer, se admirar com algo é fácil. Mas se admirar com uma garota é outra história. Prefiro não comentar os “namoros” que tive – se é que podem ser chamados de namoro. Já gostei de algumas garotas, já dei uma de carinhoso e romântico, o que sempre achei ridículo. Mas agora parecia tão... normal.

  Parecia normal eu me encantar com os olhos de Summer, ou com seu sorriso, ou com aqueles cabelos que me faziam perder o fôlego. Parecia normal eu ficar admirado até mesmo com seu jeito de andar, ou com seu cantarolar enquanto escrevia algo. Parecia normal eu me lembrar de Summer no meio dos vagalumes e me arrepiar com a lembrança. Ela nunca pareceu tão linda quanto naquele momento.

   Suspirei, passando a mão pelo rosto. Eu tinha medo disso tudo, medo de acabar indo longe demais e me apaixonar por ela.

   Olhei para Summer disfarçadamente, e ela agora estava de pé em frente à pia, olhando para os armários abertos, procurando algo. Seu rostinho estava pensativo até ela achar o que procurava e sorrir abertamente. Seus olhos passaram por mim e seu sorriso ficou ainda mais radiante, e logo ela se virou para a pia, me dando uma visão privilegiada de seus cabelos.

   Senti meu coração acelerar, e engoli em seco.

   Me xinguei mentalmente e apoiei a cabeça nas mãos. Era tarde demais para pensar em não me apaixonar por ela.

   Eu pertencia à Summer McLean, definitivamente. Mas isso fica apenas entre nós... ok?

   Era 08:25am quando uma buzina soou do portão da casa dos McLean. Despertei um pouco com o barulho, já que estava cochilando no sofá. Senti algo pesado ser jogado contra meu rosto, me assustando.

-Acorda, homem! Tá na hora da perseguição!- Chris gritou.

   Logo vi que o que havia sido jogado contra meu rosto era sua mochila. Mas o que havia dentro dela, afinal? Estava muito pesada.

-Tá levando armas na mochila?- perguntei, irônico.

   Chris deu de ombros.

-Mais ou menos. Vamos?

   Me levantei do sofá vagarosamente, gemendo de dor nas costas.  Chris deu um beijo na testa de Summer e saiu de casa deixando a porta aberta. Summer me olhou preocupada. Fui até ela, que estava parada ao lado da porta, e sorri um pouco. Cutuquei levemente sua testa franzida.

-Não faça essa carinha.- falei.

-Christofer é meio louco, então não vá na onda dos planos mirabolantes dele, ok?- ela disse, ainda com a expressão de preocupação.

-Eu vou tomar cuidado, Summer.- falei.

   Summer suspirou e me abraçou, passando seus braços pelo meu pescoço.

-É bom que você tome cuidado mesmo. Se cuida, ok?- ela murmurou.

   Assenti e a abracei também. Dei um beijo em sua bochecha e nos separamos. Sorri, tentando despreocupá-la, e saí de casa. Na viatura policial estava a policial Claire e um outro homem. Do lado de fora estava Christofer me esperando, e ao seu lado Dylan.

Arqueei uma sobrancelha.

-O que você faz aqui?- perguntei assim que cheguei perto deles.  

   Dylan revirou os olhos.

-Bela maneira de me cumprimentar. Também senti sua falta, cara.

   Sorri, abraçando-o rapidamente. Logo entrávamos no carro, que era bem espaçoso. Da minha janela pude ver Summer parada na porta de casa, acenando para nós. Sorri levemente e acenei de volta.

   Pelo o que Chris me disse no carro a tia de Joshua, cujo nome era Marie, não ligava muito para o sobrinho. Por isso nem questionou muito quando Joshua resolveu levar a vida sozinho em Santa Monica. Todo mês ela mandava certa quantia de dinheiro para ele conseguir se manter. Segundo Chris, quando ele conheceu Joshua o mesmo parecia “normal” (será?). Os dois eram do mesmo grupo de amigos, e ambos participavam do time de basquete do colégio na época. Mas depois de um tempo, Joshua começou a ficar estranho. Começou a aparecer com muito dinheiro em festas (muito mais do que sua tia lhe mandava), aparecia com o corpo machucado diversas vezes, ficava revoltado com todos por motivo algum e começou a estranhar os amigos. Todos, inclusive Chris, tentavam ajudá-lo mas de nada adiantava.

   Até que em um certo dia Dylan, que não fazia parte do grupinho do time mas era amigo de Christofer, contou ao mesmo que vira Joshua com um pessoal estranho. Logo descobriram que Joshua andava se envolvendo com gangues. Chris mais uma vez tentou ajudá-lo (sim, ele sempre foi idiota), iria até emprestar um dinheiro para Joshua pagar uma dívida com uma das gangues em que estava envolvido e como Joshua retribuiu? Fazendo aquilo com Summer. Christofer pareceu realmente não saber sobre a amizade entre Summer e Joshua, e eu fiquei tentado a contar. Mas Summer pediu para que eu não falasse disso, e eu seguiria com minha promessa. E mesmo que contasse, de que adiantaria? Nada iria mudar. Christofer iria continuar odiando Joshua, talvez ainda mais por o mesmo ter sido amigo de Summer (se é que poderia ser chamado de amigo mesmo) e mesmo assim ter feito aquela barbaridade. E Chris com certeza iria discutir com Summer, e iria brigar com a mesma por além de ter sido amiga de Joshua em segredo, deixou de dar queixa dele na polícia por pena.

   E então tudo ficaria ainda pior porque Christofe iria se tocar da verdade: Summer era (é) apaixonada por Joshua. E tenho certeza que isso machucaria tanto a Christofer quanto machucou a mim. De uma maneira... diferente, mas mesmo assim mais dolorosa.

   Suspirei enquanto sentia o vento bater em meu rosto. Em Nova York eu não sentia muito isso. Mas na Califórnia parecia tão... normal. E era, claro. Fechei os olhos e senti um cutucão em minha costela. Era Christofer.

-Estamos chegando.- ele disse, tanto para mim quanto para o policiais, que minutos antes conversavam com ele.

   Já eram quase 11:00hrs da manhã e estávamos em Culver City, cidade vizinha de Santa Monica e onde a tia de Joshua morava. Culver City ficava a 9.5 km de Santa Monica. Não foi uma viagem tão longa, considerando o trânsito calmo, mas também não foi tão confortável. Principalmente se for considerar o fato de que Christofer não calou a boca dentro do carro, conversando com os policiais.

   Eu gosto de Christofer, ele é um bom amigo e me aconselha. Mas cá entre nós, Christofer de boca fechada é a melhor coisa que tem.

   Christofer foi explicando aos policiais as ruas onde tinham que entrar. Dylan o ajudava a explicar, enquanto eu apenas observava a tudo. Era um lugar bonito, e do lado da cidade onde estávamos não era muito movimentado.

-Entre nessa rua à esquerda, e já chegamos.- ouvi Christofer dizer.

   O policial seguiu suas instruções e logo estávamos passando por um conjunto de casas um tanto... estranhas. Quero dizer, pareciam abandonadas. Não tanto, considerando algumas crianças brincando nos jardins, mas os jardins estavam com a grama quase no joelho dos pirralhos. E as casas quase não possuíam pintura.

-Que lugar lindo, hein.- Dylan falou, fazendo careta.

-Não zoe dos pobres.- Christofer falou, todo sério.

   Não aguentei e ri, assim como Dylan.

-Chegamos.- Christofer falou de repente.

   Eu ainda ria um pouco quando, ao olhar pela janela, meus olhos encontraram... aquela casa.

   Ela tinha dois andares e estava pintada com uma fosca tinta rosa. Agora a pintura estava mais do que descascada, e as janelas de madeira do segundo andar estavam caindo aos pedaços. Literalmente.

   A “grama” do jardim quase impossibilitava de se ver a porta de entrada, de tão grande que estava.

-Há dois anos atrás não era assim.- Chris murmurou mais para si mesmo.

-Tem certeza de que é aqui, Christofer?- Claire, a policial, perguntou.

-Sim. A tia dele morava aqui, a casa era toda arrumada. Não sei o que aconteceu.- ele respondeu.

-Isso aí não parece ser habitado por gente.- murmurei.

   O policial que dirigia a viatura, – que até agora não sei o nome – colocou a cabeça para fora da janela e chamou por um homem que estava brincando com o filho na casa vizinha. Rapidamente o cara veio até o carro.

-O senhor sabe se a senhora Marie continua morando nessa casa rosa?- o policial perguntou.

   O homem coçou a nuca, dando um suspiro.

-A senhora Sparks morreu no final do ano passado, devido à um infarto.- o homem respondeu.

   Senti Christofer endurecer ao meu lado, os olhos arregalados.

-E o senhor sabe  se o sobrinho dela, Joshua, apareceu por aqui?- o policial perguntou novamente.

-Ele apareceu sim, mas apenas para pegar algumas coisas dele que estavam aqui. Nem ao enterro da tia ele foi. Nunca mais o vi por aqui.

   A respiração de Christofer ficou pesada, e vi suas mãos apertarem o banco da frente com força. Dylan pareceu perceber também, e colocou uma mão no ombro de Chris.

-Fica calmo aí, cara.- Dylan murmurou.

   Logo o policial agradeceu ao homem e ele foi embora. Todos suspiramos juntos, e a policial Claire passou a mão pelos cabelos, nervosa.

-Uma viagem inútil.- ela disse.

-Mas esperem aí... Joshua ainda tem dezessete anos, certo? Ele não é maior de idade ainda! Já que a tia dele que era sua tutora morreu, não era para ele estar em um orfanato, ou algo assim?- Dylan disse.

-Joshua fez dezoito no mês passado.- Christofer disse, passando as mãos no rosto.

   O policial colocou o carro em movimento, pegando o caminho de volta para Santa Monica.

-Onde esse cara se meteu, afinal?- Claire murmurou.

-Vocês não sabem algum outro lugar para onde ele possa ter ido?- o policial perguntou.

   Eu, Christofer e Dylan negamos. Chris e Dylan começaram a citar os lugares onde Joshua costumava frequentar aos policiais, enquanto eu viajava olhando a paisagem pela janela. Eu não conhecia Joshua o suficiente, assim como Christofer e Dylan, para ter essas informações importantes. Eu não tinha como ajudar.

   A não ser que precisassem de punhos e raiva. Isso eu tinha de sobra.

   Já eram quase 19:00hrs da noite quando chegamos em Santa Monica. Havíamos pegado um engarrafamento terrível na volta, por isso acabamos chegando mais tarde do que o esperado.

   Deixamos Dylan em casa e estávamos indo em direção à casa de Christofer e Summer.

-Seus pais chegarão amanhã, Christofer?- Claire perguntou.

-Sim. Acho que de tarde eles já devem pousar na Califórnia.

-Diga à Summer que ela deve se cuidar, e qualquer coisa nos liguem, ok? Tentaremos achar Joshua de alguma forma.

-Ok. E nos desculpem por essa viagem à toa, eu não fazia ideia de que a senhora Sparks havia falecido.- Christofer se desculpou.  

   Claire sorriu carinhosamente para ele.

-Tudo bem, querido. Nenhum de nós iria imaginar isso.

   O carro já estava virando na esquina da casa de Summer, e já era possível ver as luzes da varanda acesas quando percebemos um movimento estranho em frente a casa.

-Há um carro lá. Será que são seus pais?- Claire perguntou.

   Christofer semicerrou os olhos, tentando enxergar em meio a semi escuridão, quando seus olhos se arregalaram, assim como os meus.

-Merda! Aquele é Joshua!- Christofer gritou.

-Ele está levando Summer!- eu gritei ainda mais alto.

   Senti meu coração se acelerar. Joshua prendia Summer por trás, e tapava sua boca enquanto a jogava para dentro de um carro prateado. Senti a viatura ser acelerada, e Claire já tirava sua pistola do cinto.

-Aquele filho de uma...- Christofer falava, mas foi interrompido pela grito de Claire.

-ACELERE ESSE CARRO, JOHN!

   Ok, o nome do policial que dirigia era John. Mas isso pouco importava agora. Joshua percebeu a presença da viatura e quando a mesma parou e Claire de preparava para saltar do carro, Joshua se enfiou o carro prateado e o acelerou. Mal Claire colocou os pés para dentro do carro, John acelerou e passamos a seguir o carro de Joshua. John tentava cercá-lo, deixá-lo sem saída, mas Joshua sempre conseguia escapar. Saímos na avenida principal e Joshua jogou o carro para uma rua que levava à uma parte mais isolada da cidade. Logo estávamos em uma rua de terra, e só o que havia ao nosso redor eram algumas árvores. Joshua desligou as luzes do farol e devido à escuridão se tornava difícil para enxergarmos seu carro. Senti uma dor incômoda no peito e a raiva se apossando de mim.

   Eu o mataria. Se ele fizesse algo à Summer, eu juro que o mataria.

   E logo não sabíamos mais para que direção Joshua a havia levado. Seu carro havia sumido, e John parou a viatura. Todos tentávamos encontrar o carro prateado em meio às árvores, mas nada.

   Joshua havia desaparecido com Summer.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente: ME DESCULPEM pela demora! Sério, podem me bater.
Segundo: GOSTARAM?! hauhauhau
O capítulo 20 já está na metade, e acho que já nesse fim de semana eu posto, ok?
E o que será que vai acontecer com a Summer? O que Joshua vai fazer com ela? Mark e Christofer irão achá-la?!
Tananananannnn...
E terá uma surpresinha no próximo capítulo: ele não será narrado pelo Mark. "ENTÃO SERÁ NARRADO POR QUEM, ALLIE?". Fiquem de olho que vocês vão saber! ahuahuahuahau
E agora... REVIEWS! E quem sabe recomendações?
Para quem quiser ser avisado sobre novos capítulos, aí vai meu Twitter e meu Ask:
TWITTER: https://twitter.com/AllieProvier
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Beeeeeeeeeeijos!



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