Cuidado Com O Que Deseja escrita por Blablabla


Capítulo 3
O que foi que eu fiz?


Notas iniciais do capítulo

Lily descobre as mudanças que seu desejo causou. Comece a descobrir como ficaram os marotos!



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Tudo bem, aquilo foi MUITO estranho. Como assim, aquelas meninas não sabiam quem eram os Marauders? Todo mundo sabe quem são eles, os garotos mais populares de Hogwarts! Tudo bem que para Lily eram só um bando de idiotas metidos a brincalhões, mas não podia negar: eram muito bonitos e atraentes (menos o pobre Peter Pettigrew) e por isso viviam chamando a atenção de todas as garotas do castelo. Por isso, a ruiva não entendia como podiam desconhecer os Marauders. Mas no fundo, sabia que essa história tinha alguma coisa a ver com o sonho estranho que tivera na noite passada. "Pare de se preocupar à toa!" disse para si mesma mentalmente. "Foi só um sonho, nada mais. Um sonho idiota, causado por dois idiotas."

A garota estava quase chegando ao Salão Principal, quando de repente, Cook, o elfo da noite anterior aparatou bem a seu lado, dando-lhe um baita susto e dizendo com sua voz insuportavelmente aguda:

– Não foi um sonho, Srta. Evans. Cook garante que foi real!

– Cook! O que está fazendo aqui? E se virem você? – exclamou Lily preocupada.

– Cook só está visível para a Srta. Evans. Ninguém mais pode ver Cook! – disse o pequenino dando pulinhos.

Lily, que não estava nem um pouco confortável com a situação, pegou o elfo no colo e apressou-se a um corredor deserto. Colocou-o no chão e perguntou desesperada:

– Cook, o que você fez? Realizou mesmo aquele desejo idiota?

– Sim, agora os Marauders nunca existiram. James, Sirius, Remus e Peter nem se conhecem direito! – disse Cook com um sorriso no rosto. – Agora ninguém mais vai incomodar a Srta! Cook está tão feliz por ter ajudado!

Lily deu um tapa na própria testa, com força suficiente pra doer bastante. Que burrada ela tinha feito! Merlin e agora? Se os Marauders não são amigos, o que são? Tinha que perguntar.

– Cook, ok. – disse, tentando conter a euforia do elfo. – Os Marauders nunca se formaram, mas então, o que aconteceu?

– Você verá, Srta. Evans.

– Não Cook, espera...

– Até mais, Srta. Evans.

Tarde demais, ele havia desaparecido. Aquele elfo com aquela maldita mania de sumir bem nas horas em que Lily queria perguntar-lhe algo importante. Sem resposta e com muito medo do que veria de agora em diante, a ruiva tomou seu rumo para o Salão Principal. Àquela hora, o café da manhã já devia estar quase no fim, mas isso pouco importava. Aquele assunto dera um grande nó no estômago de Lily.

Quando a garota chegou ao Salão Principal, tudo parecia normal. Ela vasculhou a mesa da Grifinória rapidamente com os olhosprocurando Marlene, precisava contar toda aquela loucura à amiga. Mas ela não estava mais lá, nem Dorcas, nem Alice. Já deviam ter tomado café. A garota começou a caminhar à procura de um lugar vago para se sentar. Passou por um grupo de sextanistas que liam o Profeta Diário e por um garoto deslocado que parecia estar fazendo alguns deveres e, quando finalmente achou um acento na ponta da mesa, um par de mãos cobriu seus olhos. A primeira pessoa em que Lily pensou foi James. Potter sempre tinha essas abordagens desagradáveis, o que deixava a garota bem irritada.

– Bom dia, meu lírio ruivo! – exclamou a voz pertencente ao dono das mãos, mas, para a surpresa de Lily não era a de Potter, era a de...

– Remus!– exclamou, virando-se de frente para o amigo. Não pôde esconder sua surpresa.

Aquele definitivamente não era o Remus que conhecera anos atrás. Lupin estava totalmente diferente, agora entendia porque a menina loira que encontrara na Torre da Grifinória dissera que ele era um gato. O garoto parecia muito mais descolado e estiloso. Seus cabelos claros, normalmente bem arrumados estavam rebeldes e despenteados. Sua gravata vermelha e dourada estava frouxa no pescoço e sua camisa toda amassada tinha as mangas arregaçadas, mostrando dois braços musculosos que Lily nunca tinha visto na vida. Além disso, exibia um sorriso tão espontâneo que chegava a assustar. Não parecia nada o Remus tímido e calado de sempre.

– Então meu amor, dormiu bem? – perguntou o novo Lupin beijando cordialmente o dorso da mão da ruiva. – Por que se atrasou tanto para o café?

– Remus Lupin, o que está fazendo vestido dessa maneira? – perguntou Lily pondo as mãos na cintura tentando parecer firme e esconder o medo que sentia ao ver o amigo daquele jeito, apesar de estar ciente de que sua voz havia saído bem mais aguda do que o normal.

O lobisomem olhou-a intrigado.

– Que maneira?

– Desse... desse jeito aí, todo desengonçado e... e com o uniforme todo estranho! – disse a ruiva apontando as vestes do amigo. – E o que você fez com o seu cabelo? Está todo bagunçado. Ah meu Merlin, está até parecendo o Potter!

– Lily, você bateu com a cabeça hoje cedo? – perguntou Lupin aparentemente preocupado.

– Não! E, falando em Potter, você não devia estar com ele? – falou a garota, um tanto afobada.

Remus começou a gargalhar alto de um jeito bem debochado, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor.

– Por que eu estaria com ele? – perguntou enxugando uma lágrima. – Ah Lily, já disse um milhão de vezes que não ando com nerds!

– E desde quando o Potter é nerd? – perguntou a garota, nervosa.

– Você tá brincando, né? Desde sempre.

Dizendo isso, Lupin apontou para o garoto deslocado por quem Lily havia passado minutos antes. A ruiva não pôde deixar de soltar um gritinho de horror ao reconhecer James por trás daquele ser estranho.

James Potter estava sentado escrevendo compulsivamente em um pergaminho, com um livro de Herbologia aberto ao lado, o qual o garoto consultava freneticamente. Potter estava ainda mais irreconhecível que Remus. Seus cabelos estavam muito curtos e sem vida, os óculos, que antes eram considerados um charme, lhe davam um ar completamente antissocial, o uniforme absurdamente impecável e James parecia até um pouco doente de tão magro e pálido que estava.

– Merlin! O quê aconteceu com ele? – perguntou Lily chorosa. O que ela havia feito com James? O quê ela havia feito com todos eles? E Sirius e Peter, será quê haviam mudado tanto também?

– Bom Lily, o papo está muito bom, mas tenho que dar uma palavrinha com algumas de minhas fãs. – disse Lupin, sorrindo e acenando para um grupo de quintanistas da Corvinal paradas a alguns metros deles, que cochichava e soltavam risadinhas envergonhadas enquanto retribuíam os sorrisos do garoto.

Enquanto Remus se afastava, Lily checou as horas em seu relógio de pulso e viu que estava começando a se atrasar para aula de Poções junto com os alunos da Lufa-Lufa. Saiu correndo mas, antes de descer para as masmorras, resolveu dar uma passada na escada em que encontrara Cook mais cedo naquela manhã, na esperança de arrancar alguma explicação plausível daquele elfinho inconveniente. Ao chegar à beira de escada e averiguar se não havia mais ninguém no local, a garota começou a chamar o elfo em voz alta:

– Cook! Cook, você está aí? – gritou. – Ei Cook!

Depois de alguma insistência por parte da garota, o elfo apareceu.

– Parece que gostou do meu nome, Srta. Evans. Precisa de alguma coisa? – perguntou Cook, brincando com sua pequena pança.

– Sim, de explicações. – ralhou Lily pondo as mãos na cintura. – Posso saber que palhaçada foi aquela agora a pouco no Salão Principal?

– Sabia que perguntaria. – disse Cook sorridente, começando a caminhar. – O que viu, Srta. Evans, foram as consequências do seu pedido. Pelo que vi, o primeiro ex Marauder que encontrou foi o senhor Lupin, estou certo?

– Está! Cook, o que você fez com ele? Remus ainda é um lobisomem? – perguntou Lily ansiosa, caminhando ao lado do elfo. Finalmente iria ter suas respostas.

– Sim, ele ainda é um lobisomem, já que foi mordido antes mesmo de entrar em Hogwarts. – respondeu Cook. – Como sabe, o Sr. Lupin não fez amizade com James, Sirius e Peter e era essa amizade que dava total apoio e suporte ao garoto por causa de suas condições lupinas. Sem esse apoio, o único jeito que Remus encontrou para amenizar sua situação foi se tornando absurdamente popular em Hogwarts, já que, como não existem Marauders, não existem também James e Sirius para brilhar em seu lugar!

Lily parecia tentar digerir aquele amontoado de novas informações e encontrar um jeito de fazê-las ter algum sentido. Mas, quanto mais a garota compreendia o tamanho da confusão em que havia se metido, mais nauseada ficava. A situação era tão absurda que não podia abandonar a ideia de ainda estar sonhando, pelo menos, ainda não.

– E agora ele é um garoto de cabelo e roupas desarrumadas, tão mimado e pretencioso quanto o Potter era. – disse triste.

– E é seu namorado também! – completou Cook rindo.

– O QUÊ? – exclamou Lily ainda mais surpresa, se é que isso era possível. – Potter não pirou com isso? –perguntou, esquecendo-se da mudança brusca de James.

– Não. James Potter, como pôde ver, nem sabe que você existe.

Aquelas palavras fizeram Lily sentir um aperto forte no peito. James não gostava mais dela, não sabia sequer de sua existência. Agora ela namorava Lupin. Pedira tanto uma folga das investidas de Potter, que agora que não as tinha, por mais estranho que fosse, sentia uma falta imensa delas.

– Ele... ele, o quê aconteceu com o Potter? – questionou tentando manter a voz firme.

– James parece forte, mas é uma pessoa muito insegura, Srta. Evans. Sem amigos para apoiá-lo, ele se torna uma pessoa fechada e vulnerável. Como a Srta. mesma disse, o Sr. Potter só fazia o que fazia porque tinha apoio.

Isso fez com que a garota se sentisse novamente culpada. Andar parecia ter se tornado muito mais difícil, tinha a impressão de que suas pernas pesavam mais de 100 quilos cada.

– Sem ter feito amizade com os outros Marauders, o Sr. Potter pareceu um tanto arrogante para os demais primeiranistas do trem, deixando-o bastante inseguro para tentar novas amizades ao decorrer dos anos. Sua entrada triunfal não fez sucesso, então, ele se fechou completamente. – continuou o elfo. – Adotou o estilo nerd, nuca fez sucesso com as garotas, por isso não deixa o cabelo crescer. Suas únicas companhias são os livros didáticos que ele lê tão desesperadamente.

– Isso... isso é horrível. – sussurrou Lily mais para si mesma do que para o elfo.

– Mas foi o que a Srta. desejou. – falou Cook indiferente. – Bom, Srta. Evans, chegamos às masmorras. Está um pouquinho atrasada para a aula, mas não se preocupe. Agora isso já é mais do que comum.

E em um último estalo, o elfo sumiu. O nervosismo tomou novamente conta da ruiva, que olhou rapidamente o relógio. Pela primeira vez em sua vida estava atrasada para a aula de seu querido professor de Poções, Horace Slughorn. Sem pensar duas vezes, entrou cautelosa na sala. Era visível que a aula já havia começado, Slughorn estava apresentando alguns novos ingredientes aos alunos quando Lily entrou. O barulho da porta fez com que o professor se calasse por um instante, enquanto toda a classe se virava para ver que fizera o barulho.

– Srta. Evans, novamente atrasada? – perguntou Slughorn irritado, deixando Lily encabulada. – Essa é o quê, a décima vez só nesse mês? Sente-se logo, já havíamos começado a aula.

Lily fechou a porta com cuidado e viu Remus acenado, o assento ao seu lado era o único vazio. Com um último suspiro, a garota, ainda envergonhada com a bronca que havia levado, dirigiu-se ao encontro do amigo, agora namorado, por causa de seu desejo idiota.

– Oi meu docinho, guardei seu lugar. – sussurrou Lupin sorrindo. – Muitas garotas, inclusive a patética Marlene McKinnon queriam sentar aqui, mas eu disse que já era lugar reservado para a menina mais linda de Hogwarts.

Sem poder se conter, Lily exclamou:

– Marlene McKinnon?

– Shhhh, é, mas eu disse que o lugar já era seu. – falou Lupin.

Lene, como ela podia ter esquecido? Sua melhor amiga, tinha que falar com ela depois da aula, contar tudo de estranho que estava acontecendo. Mesmo que Marlene não achasse nada diferente, já que, provavelmente havia sido afetada também, a entenderia. Afinal, eram melhores amigas.

Slughorn parou a aula mais uma vez e disse impaciente:

– Já que os dois acham melhor ficar conversando do que prestar atenção em minhas explicações, podem sair da sala.

Lily queria morrer, tamanha a vergonha. Remus não parecia nem um pouco abalado, apenas levantou, pegou suas coisas e caminhou calmamente até a porta. A garota o seguiu, ainda muito abalada.

– Ah, e antes que eu me esqueça: detenção. Para os dois. – disse Slughorn. – Hoje, depois do jantar aqui na minha sala. Vão limpar a sujeira das aulas de hoje. Por que não seguem o exemplo do senhor Potter? Um aluno tão bom, tão...

Mas Lily não conseguiu ouvir as demais qualidades de James pois foi puxada por Remus para fora da sala. Lupin não parecia nem um pouco abalado, muito pelo contrário. Estava calmo e sereno, como se nada houvesse acontecido. A garota ficou de frente para o lobisomem e disse desesperada:

– Ai meu Merlin, minha primeira detenção!

– Ah Lily querida, pare de frescura. Essa é, no mínimo, sua vigésima detenção, só nesse ano! – disse Lupin um tanto orgulhoso.

– Não é não! Remus, isso tudo está errado, minha vida não é assim, é...

– ...muito melhor! – completou o garoto. – Vamos nos divertir bastante na detenção, explodindo algumas bombas de bosta na sala do Slughorn. Afinal, somos o pesadelo de toda Hogwarts.

– Remus, você não é assim! – disse Lily, angustiada. – Olha, eu vou para o meu dormitório, tenho bastante tempo, a aula de Poções é dupla.

Quando o garoto fez menção de acompanhá-la, a ruiva ainda acrescentou:

– Você fica aqui!

Lily saiu correndo, permitindo que as lágrimas caíssem e lavassem sua face angustiada. Só queria chegar a seu dormitório e chorar, esperando que aquele pesadelo todo acabasse. Aquele desejo idiota tinha arruinado a sua vida! A garota só não sabia que as mudanças só haviam começado...


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Notas finais do capítulo

Aqui está o capítulo 3, maior que os outros, como eu tinha prometido! Espero que tenham gostado desse capítulo, a Lily está em uma baita encrenca.
No próximo capítulo: Lily descobre o que aconteceu com Sirius e Peter e percebe que muitas outras pessoas também foram afetadas pelo desejo feito. Detenção com Remus pode tirá-la do sério. Será que Lily conseguirá se controlar e resolver esse problema de uma vez ou perderá a cabeça?
Queria agradecer os comentários e pedir para que CONTINUEM COMENTANDO! Isso me deixa muito feliz, sério mesmo =D