Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 26
Páginas em branco


Notas iniciais do capítulo

NA/Antes de mais nada queria agradecer a todo apoio que venho recebendo de vocês leitoras!
Natália Rossi e Roberta Vasconcelos, já falei que amei as duas recomendações? Realmente me ajudam a querer melhorar sempre! Obrigada *-*



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–Filha? Princesa? Está me ouvindo, Lílian? -Acordei com a voz calma do meu pai, levei um susto ao perceber que não estava em meu quarto, após alguns segundos lembrei que adormecera no sofá da sala.

–Oi pai. -Falei abrindo os olhos e me espreguiçando de um jeito manhoso.

–Feliz Natal pequena. Está se sentindo bem? -Os olhos de meu pai me analisavam por trás das lentes redondas, por algum motivo ele parecia preocupado.

–Feliz Natal! -Desejei enquanto me sentava no sofá. -Eu tô legal.

–Alvo deixou um bilhete, não sente mais dor? -Revirei os olhos com sua insistência, já me sentia bem.

–Estou bem agora. -Notei então que ele segurava a carta da academia nas mãos, ele ao ver que eu fitava o papel me perguntou.

–Já tomou sua decisão?- Fiz que não com a cabeça.

–Eu e sua mãe a apoiaremos na decisão que tomar. -Afirmou ele querendo me tranquilizar.

–Eu sei pai, obrigada por isso. Mas mesmo assim, o que você acha disso? -Perguntei curiosa, ao mesmo tempo em que lembrava de Lise e a situação com seu pai.

–Hum, sinceramente filha, acho que te fará bem ir pra lá. Minha opinião é que deve tentar, se perceber que a academia não é pra você, pode desistir. Não há mal algum em desistir de algo que não te faz bem. -Refleti sobre o que ele acabara de dizer, meu pai tinha razão, não poderia deixar de pelo menos tentar ir pra lá. Se não desse certo eu voltava pra casa e ia me virar atrás de um emprego ou um estágio.

–Acho que vou tentar pai. -Falei por fim.

–Não se sinta na obrigação de ir, já falei que apoio em qualquer decisão Lílian. -Mais do que em qualquer outro momento sua declaração me atingiu com força, pulei no pescoço do meu pai e o abracei como há muito tempo não fazia. Lembrei das lágrimas de Heloíse e quanto cada uma doía pra ela e também pra mim.

–Obrigada, obrigada, obrigada. Amo você papai. - Declarei ainda presa no pescoço dele.

–Uou , e eu não ganho nada senhorita? -Minha mãe estava parada na porta da cozinha, com as mãos na cintura e uma falsa expressão de brava. Sorri pra ela e fiz sinal pra que ela viesse até onde estávamos logo tínhamos um belo "sanduíche" recheado com Lílian Potter.

Quando nos separamos me senti extremamente emocional, minha mãe não estava diferente e não parava de murmurar sobre sua filhinha indo para a França. Ela estava mais emocional do que nunca com a previsão de saída de James e a perspectiva de que este ano eu também acabaria me afastando. Mesmo que eu já passasse boa parte do ano em Hogwarts, não tente convencer uma mamãe Weasley de que é quase a mesma coisa, pois esta é uma missão perdida. Nem a lembre que você vira visitá-la sempre que possível já que isto abrirá as portas para uma longa sessão de fungadas e de resmungos sobre como seus bebês cresceram rápido.

–Está na hora de subir Lílian, acorde suas amigas.

–Pode deixar, não sei como essas duas passaram um mês sem o despertador oficial! -Falei brincando e apontando para mim mesma, quando estava começando o engenhoso trajeto de subir as escadas, a voz do meu pai me chamou a atenção.

–Lílian, espere quero lhe perguntar algo. -Meu velho pai parecia preocupado e curioso.

–Pode perguntar.

–Sua amiga, a que chegou ontem. Aconteceu alguma coisa com ela? -Suspirei um pouco aliviada ao perceber que ele só estava preocupado com a choradeira da Lise.

–Alguns problemas com o pai dela. -Respondi vagamente.

–Algo que possamos ajudar? -Minha mãe perguntou esquadrinhando meu rosto com seus calorosos olhos castanhos. Minha reação imediata a esta pergunta seria negar, mas após pensar um pouco decidi contar a verdade. Meu pai era Harry Potter afinal, talvez ele tivesse algum poder sobre o temido Frederick Chase.

–Hum, acho que sim. -Respirei profundamente antes de terminar de falar. -A Lise está tendo alguns problemas quanto ao que fazer no futuro, o pai dela quer que ela estude para administrar os negócios da família mas ela não quer isso. Heloíse está bem chateada pai, se você e a mamãe conversarem com o pai dela, talvez ele entenda que ela é quem deve tomar as decisões.

–Podemos tentar filha. -Respondeu meu pai ao mesmo tempo que minha mãe murmurou.

–Que absurdo um pai não pensar na felicidade da filha. -Sorri em simpatia para a mulher ruiva, eu meio que sabia que esta seria sua reação, ela e Sara afinal de contas eram mais parecidas do que pensavam.

–Espero que consigam falar com ele. - Falei já me virando novamente, porém mais uma vez meu pai me chamou.

–Como é o nome do pai dela Lílian?

–Frederick Chase. -Respondi rapidamente, posso jurar que a expressão do meu pai se retesou ao ouvir o nome, talvez seja porque ele reconheceu o rico empresário.

–Aquela garota de cabelos cor-de-rosa é Heloíse Chase? -Perguntou meu pai começando a me deixar preocupada quanto a sua sanidade.

–Óbvio pai! Ela é filha dele, quem mais poderia ser? -Finalmente subi as escadas, mas posso jurar que ouvi meus pais conversarem aos sussurros, aos poucos a distância ficou grande o suficiente para que eu não ouvisse mais nada.

Cheguei ao meu quarto alguns minutos depois e minhas amigas dormiam o sono dos justos, Sara praticamente babava agarrada ao seu inseparável cachorrinho de pelúcia já Lise parecia agitada. Tratei de acordá-las, juro que até disso havia sentido falta em Hogwarts apesar de ser sempre um problema tirar minha cunhadinha da cama e dependendo de seu humor uma missão com risco de vida. Ela realmente sabia impor respeito com o seu travesseiro. E medo com as suas ameaças de travesseiradas. Sorte que ela sempre acordava com tanto sono que era mais capaz de acertar a si mesma do que os outros.

–Hump, se não fosse natal e a perspectiva dos presentes eu não sairia daqui tão cedo. -Falou a castanha fazendo cara feia.

–Vai ter uma úlcera se continuar tão irritada todas as manhãs Sarinha. -Avisou Heloíse que já estava pronta e agora prendia os cabelos lisos com uma fivela cheia de estrelinhas. Ela parecia realmente mais bem disposta e se arrumou rápida como sempre, pulando pelo quarto enquanto tentava fazer várias coisas ao mesmo tempo.

Sara apenas xingou em Russo enquanto corria para o banheiro se arrumar, após meia hora muitos suspiros exasperados de minha parte, risadinhas que Lise dava de minhas caretas e muitos, mas muitos mesmo resmungos de Sara estávamos finalmente descendo as escadas. O resto da família já estava na sala e meus irmãos lançavam olhares cobiçosos para os presentes em baixo da árvore. Eles realmente pareciam criancinhas se corroendo de curiosidade. Nunca vi igual, dois marmanjos que já passaram há muito da infância! Hunf! ... Tomara que aquela caixa grande seja para mim!

Meu pai, como todos os anos, iniciou nossa sempre animada troca de presentes, ele fez questão de envergonhar meus irmãos dando a eles cuecas de Minipufes, pensei que Alvo fosse explodir de tão vermelho ao abrir o pacote verde.

–Aposto que vai ficar uma graça Alvinho. -Zombou Heloíse, já meu irmão mais velho dançava conforme a música. Assim que abriu o presente James fez questão de colocar a cueca de Minipufes cor-de-rosa por cima da calça jeans e desfilou na sala parecendo ridículo com a peça.

–O que acha amor está aprovada? -Perguntou ele pra Sara, dando uma voltinha na sua frente e fazendo minha melhor amiga ficar muito vermelha e esconder o rosto em uma almofada.

Obviamente meu pai logo entregou aos meus irmãos outro presente, Alvo pra variar ganhou livros e James para surpresa geral, após rasgar o papel brilhante se viu com uma caixa gigante de papelão.

–Meu e da sua mãe. -Explicou meu pai.

–Puxa obrigada mesmo! Eu adorei a.o..a... a caixa enorme e pesada de papelão! -Falou meu irmão com uma animação forçada e um sorriso brilhante porém nada espontâneo.

–Argh James! O seu presente é o que tem dentro da caixa! -Gritou Sara parecendo levemente irritada.

–Claro, eu sempre soube disso! -Respondeu meu irmão finalmente quebrando o lacre da caixa e tirando de lá um aparelho que eu já tinha visto na casa de Hugo.

–Bom só posso dizer que adorei! -Anunciou James mais uma vez com a estranha animação forçada mostrando claramente que ele não tinha ideia do que era o seu presente.

–James Potter me pergunto o que você fazia durante as aulas de Estudos dos Trouxas! -Repreendeu Sara.

–Bom amor, a professora era a Lucy então fica meio difícil prestar at...-Começou ele sorrindo se referindo a belíssima professora.

–ESQUECE! Não quero mais saber! -Interrompeu a castanha enciumada, fazendo um bico enorme para o James e fungando indignada enquanto o mesmo a fitava com um sorriso cada vez maior. Ele parecia prestes a entrar em um estado meio alienado olhando para Sara que perante seu olhar insistente começava a fraquejar e a sorrir de volta. Minha mãe felizmente interrompeu o momento antes que começassem a sair coraçõezinhos apaixonados dos dois.

–Filho, isso é um microondas, fácil e simples de ser usado. Se meu bebê vai morar fora preciso pelo menos garantir que não passe fome. -Explicou minha mãe.

–Ah! O objeto que roda por dentro onde a Rose faz pipoca! -Comentou Jay estupidamente me fazendo bater a mão no próprio rosto. Eu realmente rezava pela segurança dos futuros vizinhos do meu irmão. E também pelo bem estar do prédio onde ele fosse morar. Da quadra do prédio, do bairro...

Logo foi a minha vez de ganhar um presente dos meus pais, não sabia o que esperar e aposto como os dois ficaram na dúvida na hora de escolhê-lo, passei tanto tempo desejando uma vassoura nova que aposto que ela já devia até ter sido comprada.

Para minha mais completa felicidade meu pai pegou dois embrulhos na árvore, um era mais achatado e o outro era claramente uma caixa cúbica. Abri primeiro o de papel dourado, a caixa, ao tirar o papel não pude deixar de comentar maldosamente.

–Olha só Jay também ganhei uma caixa de papelão.

–Mas a minha era maior. - Rebateu ele mostrando a língua.

Dentro da caixa de papelão uma esfera de cristal assim como outras tantas que já possuía, sob ela um suporte dourado, ergui a diante dos meus olhos, nos primeiros segundos era apenas uma esfera vazia.

Eu havia me esquecido o quando amava magia.

Fagulhas incandescentes iluminaram o vidro, quase derrubei o objeto com medo de me queimar, logo me dei conta do quão estúpido isso soava. As fagulhas se uniam e formavam uma belíssima Fênix vermelha que voava por alguns segundo fazendo um leve brilho dourado surgir onde passava, então a ave pousava pegava fogo e das cinzas as fagulhas incandescentes surgiam novamente.

Uma estúpida lágrima escapou dos meus olhos, era lindo, eu entendia perfeitamente o que meus pais queriam dizer com aquilo. A fênix renascia das cinzas, assim como de certo modo eu teria que fazer, tinha que dar a volta por cima e achar um modo de voltar a voar, mesmo que não fosse no sentido literal.

–Eu amei. -Falei enquanto deixava meu precioso objeto na mesinha e pegava o outro embrulho. Dentro dele um livro de capa de couro ricamente decorada, porém ele estava em branco e foi o que disse ao meus pais.

–Aí é que entra o meu presente Lily. -Disse Alvo me entregando um embrulho. Abri com pressa e lá estava uma bela pena vermelha e dourada e um tinteiro.

Então, o livro era um caderno.

Agradeci com um sorriso e não recebi mais explicações, aos poucos todos fomos entregando e recebendo presentes, até mesmo Lise que chegará de surpresa recebeu seu suéter Weasley da vovó Molly. Não pude evitar de sentir pena ao ver o sincero sorriso que surgiu em seu rosto, de certo modo aquilo fez com que ela se sentisse parte da família.

Fomos almoçar na Toca, assim como todos os anos, James e Sara pareciam ter sido colados com um feitiço o que me deixou mais uma vez com Heloíse e Hugo. Só um cego não veria o modo como ele a encarava, preferi deixá-los a sós, avistei minha prima Rose sozinha próxima da lareira e encontrei a desculpa perfeita para sair dali.

–Hei princesinha. -Falou a ruiva bonita assim que me aproximei.

–Oi Rosie. -Respondi não deixando de notar como ela era autenticamente Weasley com os cabelos ruivos e as muitas sardas. Ela ao contrario de mim matinha a cor flamejante de seus cabelos enquanto que os meus pareciam estar ficando cada vez mais castanhos - Como estão as coisas na Califórnia?

–Estão bem, claro que a cada dia tenho mais coisas para estudar, nunca pensei que ser curandeira fosse ser tão difícil e Scorpius está sempre ocupado com o treinamento dele, afora isso estou feliz lá. -Me respondeu ela com um sorriso que comprovava o que havia dito. -E você Lily já sabe o que fazer?

–Estou pensando em ir para a Academia na França. -Falei fazendo com que ela gargalhasse. -O que é tão engraçado? - Perguntei assustada com sua reação.

–Você sabe que eu recusei o convite de Gabrielle, além disso se um ano atrás alguém me dissesse que você iria pra lá provavelmente mandaria internar a pessoa.

–As coisas mudaram. -Respondi bruscamente. A expressão da minha prima fechou e vi que ela não tivera a intenção de me magoar.

–Oh sinto muito Lily, devo ter soado muito insensível.

–Tudo bem. -Falei dirigindo meu olhar para o sofá onde Hugo agora limpava qualquer coisa do canto da boca de Lise.

–Pobre Hugo. -Disse Rose olhando para o irmão mais novo, a encarei chocada, como ela podia dizer isso, devia ter pena é das pobres garotas indefesas que caiam no charme dele. - Você sabe que papai já está forçando a barra fazendo que ele decida logo o que quer da vida, mas Hugo nunca soube realmente o que quer. Olha só pra ele completamente encantado com a garota exótica.

–Não tenho pena dele.- Falei com firmeza.

–Devia, ele não passa de um garotinho assustado, vocês tem a mesma idade e mesmo com tudo que aconteceu você já tem planos e metas traçados, Hugo pode escolher qualquer coisa e ainda assim não consegue planejar nada. Talvez seja por isso que ele e a namorada andem discutindo.

–O que? Ele e a Lanapiranha andaram brigando? -Perguntei chocada por Sara e Heloíse não terem comentado nada sobre isso. Para que ter amigas se elas nem te contavam as coisas que supostamente deveriam saber ser de seu interesse? Tudo bem a Lise que desde que vi se encontra numa enorme confusão, mas a Sara bem que podia ter contado. Talvez eu devesse atribuir a sua atitude relapsa ao James já que os dois estavam sempre juntos.

Como agora, daqui eu podia vê-los do outro lado da sala, enquanto a minha cunhadinha tentava explicar ao James como se usa o microondas e o mesmo só acenava e não parava de sorrir, como se estivesse entendendo tudo. Como se sentindo ser observada Sara olhou diretamente para mim e então olhou para onde Lise estava junto com o Hugo. Olhou novamente para mim e me deu um minúsculo sorriso. Era como se dissesse que sentia muito, mas o momento passou rápido pois logo James estava a abraçando e beijando sua bochecha fazendo com que ela voltasse sua atenção para o meu irmão.

Foi ai que entendi, Sara Hale não tinha sido relapsa, ela nunca era. Se não me disse nada foi por opção, provavelmente tentando me proteger da verdade. Não pela primeira vez me perguntei por que ela fazia isso, já que independente do que os outros podem pensar eu sou capaz de enfrentar a verdade.

–Pelo que ele me contou chegaram a brigar no salão principal, mas é como eu disse Hugo não sabe o que quer, Lana Prescott por outro lado não descansa enquanto não consegue o que deseja.-Explicou minha prima.

–Rose vamos, meus pais estão esperando.-Chamou Scorpius que praticamente brotara atrás da ruiva, estava tão entretida observando Hugo que levei um susto com a aparição do loiro.

Me despedi de ambos com um abraço e logo estava na hora de voltarmos para casa, era mais cedo que o habitual mas Sara queria arrumar suas coisas para ir para casa dos pais. Ao chegarmos em casa porém, uma pequena surpresa nos aguardava, o primeiro sinal de que algo não estava certo foi o carro negro e obviamente caro estacionado em frente à nossa porta.

Ao lado do carro um homem careca de expressão séria estava parado, uma postura rígida e muito formal. Os olhos eram castanhos e pareciam avaliar tudo a sua volta, quando ele caminhou na nossa direção percebi que mancava de uma perna.

–Hora de ir pra casa Heloíse. -Falou com uma voz grave e em um claro tom que mostrava que não queria de modo algum ser contrariado.

–Só vou pegar minha roupa lá em cima pai. -Respondeu Lise baixando os olhos e quase correndo até a porta branca da minha casa. Eu e Sara seguimos minha amiga e quando finalmente estávamos na segurança do meu quarto que percebi que meu coração estava acelerado.

O pai de Lise tinha me assustado de verdade, as vestes negras, a expressão, a voz, a perna defeituosa e os olhos tão diferentes dos de Heloíse, tudo nele tinha me apavorado, logo entendi o motivo de ser tão respeitado.

Em silencio Lise pegou a pequena bolsa onde tinha guardado a roupa que usava na noite anterior, nos despedimos com um abraço e através dele tentei falar que tudo iria dar certo.

Ao sairmos do quarto percebi que vozes alteradas vinham da porta da frente, Sara, Heloíse e eu nos encaramos e em comum acordo andamos silenciosamente até o mais próximo possível para não sermos notadas.

–Você prometeu Potter! -Acusava o Sr.Chase.

–Minha promessa continua Frederick, faz dez anos que mantenho o acordo. -Respondeu meu pai em um tom firme e assustador que eu nunca tinha ouvido.

–Minha filha deveria ter sido mandada de volta pra casa no momento em que a viu Harry.

–Não sabia que era ela Chase! Da última vez que a vi ela não passava de uma garotinha loira em choque. -Respondeu meu pai, minha curiosidade aumentava a cada nova frase. Que tipo de acordo eles mantinham? Meu estômago revirou só de pensar que meu pai tivesse algo a ver com a tristeza de minha amiga.

–Potter, é bom que saiba que... -Berlioz pulou do nada onde nós três estávamos escondidas fazendo com que Lise soltasse um gritinho desviando a atenção dos dois homens para nós, da melhor forma que pudemos disfarçamos nos abraçando e nos despedindo novamente.

Frederick Chase lançou um último olhar para Harry Potter antes de passar o braço por sobre os ombros da filha e guiá-la até o carro, sem nada a dizer meu pai entrou em casa e subiu as escadas pisando com força. Em minha cabeça era como algo tivesse quebrado, as peças não se juntavam de modo algum e eu não conseguia encontrar qualquer sentido naquela conversa. Estava prestes a perguntar para Sara o que ela achava daquilo já que minha amiga com certeza tinha um bom palpite, porém James apareceu exigindo o direito de levá-la até em casa.

Enquanto ela me abraçava sussurrou.

–Não se preocupe aposto como seu pai tem uma boa explicação. -Assenti e me soltei dela, me senti estranhamente sozinha assim que a porta bateu e eu me vi sem minhas duas amigas. Heloíse por mais triste que estivesse era a Lise e eu sempre acabava sorrindo ao seu lado, fosse para deixá-la feliz fosse porque ela me fazia feliz com a sua presença. Já Sara era sempre a mesma, sempre resmungona, teimosa e mal humorada, mas sempre ali pra quando eu precisasse de companhia. Ou agora deveria dizer para quando James precisasse de companhia?

Suspirei subindo as escadas. Há alguns meses nunca diria que faria uma grande amizade, que desistiria de tentar algo com o Hugo, que perderia meus sonhos só para ter que tentar algo que nunca tinha pensado em fazer. Há alguns meses não imaginava que a minha teimosa amiga Sara pudesse ser tão superprotetora ou que desistiria de resistir aos encantos de James. Há alguns meses eu imaginava a minha vida completamente diferente do que ela é agora. Mas fico feliz ao perceber que o que mais importa permanece. Abracei meu corpo embalado pelo meu suéter Weasley e andei vagarosamente pelo corredor.

Família e amigos permanecem.

Já em meu quarto comecei a mexer nos presentes que havia ganho, a última coisa que peguei foi o caderno, de longe o presente que menos gostei, nunca me interessei por diários ou anotações, não entendia como meus pais puderam pensar que fosse gostar daquilo.

Porém ao analisar melhor percebi que ele não estava completamente em branco, na primeira folha a letra inclinada de Sara se destacava no branco.

Um caderno em branco, tinta e pena Lílian. Percebi na hora que você não entendeu nada.

Seus pais estão oferecendo a você liberdade, a pena é sua Lílian e as páginas estão em branco, você pode traçar as linhas da sua vida como quiser, da forma que achar melhor. Faça bom uso da sua liberdade e não se esqueça de por pingo em todos os "is".

Sara Hale


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Notas finais do capítulo

NB/ Vamos abaixar a varinha, as pedras, os tijolos e os rolos de macarrão, sim?!
Certo, eu sei que vocês devem estar ansiosas e com fortes instintos homicidas mas vamos nos acalmar!
Mais um capítulo de DLP chegou e é isso que importa! Queremos bastante reviews para nos incentivar e dar ânimo a autora!
E ai, a pergunta que não quer calar é QUAL É O TRATO DE FREDERICK CHASE E HARRY POTTER?
Admito, o pai da Lise me dá arrepios :/
Sou muito mais o Harry como pai (ou como sogro...)
Adorei a carta final da Sara. Afinal quem melhor do que ela para aconselhar a Lily a escrever, já que ela mesma tem um caderno onde faz seriíssimos relatórios?
Bjs, da beta
Milady Black.
NA/Hei pessoal? Gostaram do capítulo? Espero que sim já que este foi um dos mais complicados que já escrevi mudei ele tantas vezes que já nem lembro qual era o projeto inicial...
Então vamos ao que importa INFORMAÇÕES!
-No próximo capítulo estamos de volta a Hogwarts para o último semestre!
-Alguém sentiu falta de uma certa loira?
Beijocas
Loreline Potter



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