Eu e Dafne encaramos o placar das taças das casas com vontade de chorar. A Lufa-lufa estava em último lugar, e em duas semanas e meia, já havia 300 pontos de diferença entre nós, a penúltima casa, Corvinal.

-Acho que na próxima encarnação eu entro na Sonserina ou na Grifinória. – Dafne comentou baixinho, já frustrada com aquilo.

Respirei fundo e coloquei minha cabeça para pensar. Tinha que ter uma coisa para fazer, não sei, fazer com que a casa colaborasse.

Acompanhei Dafne com passos vagos, me mergulhando em pensamentos e conclusões.

Foi então que eu me lembrei de quando eu era pequena e estudava na escola primária da França. Minha professora fazia um quadro dos melhores alunos e dos piores no final de cada dia, nos estimulando a aprender mais e tentar superar os nosso limites.

Claro que, naquela época, uma competição simples como aquela funcionava, éramos pequenos e gostávamos de estar no topo da lista.

Sorri com uma ideia já se formando em minha mente. Eu só precisava checar uma coisa.

-Dafne, o que funciona com adolescentes: Medo ou competição amigável? – perguntei calma.

A menina deu de ombros.

-Medo, é claro. – disse sem prestar muita atenção no que eu falava.

Como se fosse possível, sorri mais.

-Se algum professor perguntar por mim, diga que eu estou com cólica. – disse passando por ela com pressa e correndo em direção aos meus dormitórios.

A loira tentou me falar alguma coisa, mas eu ignorei.

*_*

O salão comunal estava lotado dos lufanos, todos conversando entre si e se perguntando o motivo de Dafne e Ana terem reunidos todos eles lá, assim como as mesmas.

Já tinha passado a hora do jantar e como eu tinha me trancado no quarto arquitetando minha brilhante ideia durante o dia inteiro, não tinha visto ninguém. O único momento em que eu me comuniquei foi o patrono que mandei para Dafne, pedindo para reunir todos.

Mas eu não me importava com aquele dia enclausurado. Eu tinha feito algo brilhante, com ajuda de magia claro, mas brilhante.

Sorrindo, eu subi em cima de uma poltrona e fiz um sinal para que todos prestassem atenção em mim. Conseguindo a atenção de todos, eu pigarrei.

-Bom pessoal, alguém já viu o placar da taça das casas? – perguntei calmamente.

Alguns assentiram cautelosamente.

-E adivinhem... A nossa casa está em último. – disse sem muito humor. – Por isso eu tive uma ideia. – acrescentei quando vi alguns fecharem a cara.

Erik suspirou e se sentou na poltrona ao meu lado. Estávamos tentando ter uma amizade normal, mesmo depois daquele episodio, e na maioria do tempo estava dando certo. Para meu alivio, é claro, eu não havia perdido o meu melhor amigo.

Com um aceno de varinha, trouxe dois placares de 1 metro quadrado para minha mão.

-Bem, um desse placares tem o nome de todos os alunos lufanos, desde o primeiro ao último ano. – disse, mostrando um placar amarelo e preto, com o nome de cada um em uma linha da tabela. – E com alguma dificuldade, eu enfeiticei ele para informar quantos pontos cada um perdeu e ganhou por semana para a nossa casa. – informei e com mais aceno de varinha, fiz o placar se pendurar no centro da sala, em uma das paredes.

Todos assentiram sem entender muita coisa.

-E bem, o segundo placar é um mural. Nele a foto da pessoa que perdeu mais pontos vai parar nele, junto com a segunda e a terceira colocada. – anunciei mostrando o mural. – E bem, quem vier parar aqui vai ter que pagar um mico. – avisei sorrindo.

A maioria dos lufanos sorriu, percebendo que aquilo de fato iria ser divertido.

-Nada de micos maldosos, só para avisar. São micos que façam as pessoas rirem, mas que não invadam os direitos básicos de um bruxo. – disse pendurando o mural também ao lado do placar. – Todos concordam? – eu perguntei calmamente.

Nenhuma pessoa objetou, então eu sorri novamente.

-E quem vai escolher os micos? – Erik me perguntou.

Suspirei.

-O ano dos veteranos. – disse arrancando sorrisos dos mesmos. – Eles estão no último ano e são maduros o suficiente para isso. – completei, me sentando em uma poltrona.

Percebendo que a reunião havia acabado, as pessoas do salão foram se dissipando e no final, restando apenas os mais velhos, Dafne se sentou ao meu lado e me deu um beijo na buchecha.

-Você é um gênio, é uma maneira divertida de tomar conta dos nossos pontos. – ela disse sorrindo.

Nate assentiu.

-Sim e os mais novos estão com tanto medo de ter que pagar mico, que duvido que eles vão perder tantos pontos agora. – ele disse divertido.

Erik assentiu.

-É uma forma justa de acertar as coisas. Por mais que você tenha nomeado o painel como perdedor da semana!

Sorri. Nem sempre eu fazia as coisas erradas.

Teaser: (Trechos do capítulo dessa vez. As conversas revelariam muito)

-Sabia que os trouxas tem um nome para o que você faz? – ele disse calmo. – Se chama bulimia. 

...

-Dominique, você está se matando aos poucos. – ele disse sério.

...

-Quem se preocupa? Vou acabar fazendo faculdade trouxa mesmo, eu dou meu jeito.

-Eu me preocupo, Dominique! – disse sério. Rapidamente abri meus olhos e encontrei os seus olhos claros perto demais de mais de mim.