(Leeh’s POV)

Era hora de almoçar. Os garotos estavam a morrer de fome - palavras daqueles esfomeados de merda que só pensam em comer – e ninguém sabia onde é que o Ash e a Carolyn se tinham enfiado. Nem eu nem a Feeh sabiamos onde estava o Peter, o Mike e o Nick. Ia ser bonito encontra-los.

Saimos todos do tour bus dos Black Veil Brides e fomos atrás do Andy. Pois, parece que só eles é que sabiam onde é que era para nos encontrar-mos. A Micqui estava com o CC e quando o Marilyn Manson passou por nós ela ia tendo um ataque.

- Eu não acredito que ele passou aqui e o Rafa não viu. – disse ela rindo.

- Por quê? – perguntou o CC.

- Ele morre de medo do Marilyn Manson! – e continuou a rir. Eu tenho que confessar que também tenho um bocadinho de medo dele.

Estava todo mundo reunido à volta do Mac. Vi um monte de bandas que eu idolatro. Ia-me dando um treco quando vi os gorotos do Asking Alexandria. A Feeh olhou para mim com um sorrisinho no rosto e eu cruzei os braços. Eu sabia o que é que ia naquela cabecinha. Mas não. Eu estava a gostar do Jake. Então ela que não começasse a fazer filmes.

Vi o pessoal da banda da Carolyn, mas ela não estava lá. Hum… o que é que aqueles dois estavam a fazer?

(Rafael’s POV)

Eu não acredito que estava perdido! Quem se perde de uma pessoa quando estão os dois sozinhos? Hein? Hein? Eu só parei para ver uma menina e… HALLEY WILLIAMS? AI EU NÃO ACREDITO! A HALLEY ESTÁ A VIR PARA AQUI!!

- Hey. – disse ela. ELA FALOU COMIGO! ELA FALOU COMIGO!

- O-oi! – VOU DAR UMA DE LOUCO EM… OKAY, NÃO VOU NADA. VOU ME SEGURAR EM FRENTE À MINHA HAY.

- Tás perdido?

- Sim.

- Vieste com quem?

- Vim com a minha irmã, para nos encontrar-mos com o pessoal dos Born In Chaos… mas depois fui dar uma volta e perdi-me. – ela riu. Ela riu-se na minha cara!

- Está na hora do almoço, eu acho que sei onde eles estão. Vens?

- Cla-claro!

EU NÃO ACREDITO QUE ESTOU COM A HAYLLEY WILLIAMS!

(Andy’s POV)

Estava com a minha Little Fallen e com o resto da cambada. Okay, faltava o Ash e a Carolyn, mas esses dois não devem estar a sofrer de solidão agora. Quer dizer, o que fazem dois PERVs juntos?

Estava toda a gente no Mac, o que significava que ia-mos demorar meia hora só para sermos atendidos. Mas estava com a Feeh, então não via nenhum  problema em esperar. Coloquei a minha cabeça no seu ombro a tentar prestar atenção na discução da Micqui com o Rafa. De onde é que ele tinha saído?

- Seu burro de merda! Quem perde uma criança? – mas que porra é que eles estavam a falar? Eu não… boa, estavam a falar em português.

- Feeeeh. – falei.

- Sim, BB?

- Traduz. – ela riu – Que foi?

- Nada. Nada. Às vezes esqueço-me que vocês não falam português. Ela está a ralhar com o Rafa por que ele perdeu o garoto.

- Quem perde um garoto?

- É esse o ponto!

- Olha! Vês! Ele vem aí! – disse o Rafa em inglês agora. Hallelujah! Olhei para onde ele estava a apontar… e não é que o garoto vinha com a Halley Williams dos Paramore?

(Ashley’s POV)

Ela estava sentada no chão a olhar para o vazio. Eu não compreendo esta garota. Juro que não. Coloquei-me à frente dela, mas ela não fez nada. Que merda é que lhe fizeram agora? Abaixei-me e olhei nos olhos dela.

- Desculpa. – disse ela abraçando-me. Acabamos por cair no chão. Agarrei a cara dela para ela olhar para mim.

- Estás desculpada. – beijei-a. Só um roçar de lábios, algo doce. Parei e olhei para os olhos dela outra vez. Era agora. Era agora. Ai era?

- Eu… eu preciso de te dizer uma coisa. – disse ela. Merda. O que é que eu fiz? Ela não gostava de mim. Era isso.

- Eu… eu também. Posso dizer primeiro?

- Está à vontade. – ela sorriu.

- Eu… arg, isto é complicado.

- Tu… deixa-me adivinhar. Tens uma namorada algures de quem gostas e eu só servi para te divertir. Conheço o discurso. – ela levantou-se. Era isso que ela achava que eu ia dizer? Não! Não! Nada a ver!

- Carolyn. Olha pra mim. – ela não o fez – Carolyn, não é… não é nada disso. Eu… foda-se, isto é dificil de se dizer.

- Porra, diz de uma vez! – ela virou-se e eu vi o olhar tresloucado que ela me mandou. Fúria e dor juntas. Quem a mandou ter uma imaginação tão grande?

- Eu… Carolyn, eu…

- Cala-te. A sério. Eu vou dizer o que eu tenho para dizer, e depois tu vais à tua vidinha. Eu amo-te, Ashley Purdy. Ponto. Está dito. Agora faz boa viagem, e nunca mais te atrevas a aparecer à minha frente.

Ela… ela… ELA ACABOU DE ME DIZER QUE ME AMAVA? EU NÃO ACREDITO!!!!

Fiquei parado com um sorrisinho bobo a pensar o quão maravilhoso era isso, e quando ia para falar… ela já tinha corrido dalí para fora.

- Merda.

(Carolyn’s POV)

Eu não acredito que lhe disse aquilo. Eu não acredito que eu lhe possa ter dito aquilo! Por amor à cabra, eu mal o conheço! Mas… áh, eu sei lá! Quem acha que o amor é fudido ponha a mão no ar! VÊS, DEUS, NÃO SOU A ÚNICA A PENSAR ASSIM!

O meu tour bus estava ocupado com um casalinho que eu não sabia quem era – e prefiro nem saber, obrigado – então não havia mais nenhum sítio para ir. O meu estômago roncou. Ai filho, não me digas que te deu a fome! E agora? onde pára todo mundo? Eu vou ligar à Micqui a perguntar. Porra… o meu telemóvel!? Eu não acredito que perdi o meu telemóvel! Ai ai! E agora!? Onde é que eu deixei aquela merda? Quem mo roubou? Eu não acredito nesta porra… e se eu ligasse pó Rafa? CRIATURA SEM CÉREBRO, SE NÃO TENS O TELÉ VAIS-LHE LIGAR COMO?

Pera aí! Eu sei o número do Rafa de cor! 9191… como é que era o resto? Ding ding ding! Já sei! Era só encontrar alguém para pedir o telé emprestado!

(Frank’s Iero POV)

Estava eu a caminhar muito descansado para o Mac quando vi uma garota meio maluca a vir correr para mim. Ai merda, uma fã mais maluca que o habitual.

- Oi. – disse ela meio arfando.

- Ah, oi. – aquela maquilhagem toda assustava qualquer um!

- Emprestas-me o teu telemóvel? Eu preciso de fazer uma chamada urgente!

Oooooooooooh! Não era uma fã! E eu a achar que ela tinha vindo a correr por que me achava super sexy e tal… afinal só queria o meu telemóvel. Fui para o ir buscar ao bolso e…

- Eu não acredito nesta merda. – ela riu – Que foi?

- Também perdeste o telemóvel?

- Como é que…

- É, acabou de me acontecer isso. – eu ri – Holly shit!

- Que foi?

- Eu não sei das minhas coisas. – eu ri desalmadamente.

- Não tem graça. Porra, será que meteram as minhas malas no nosso tour bus?

- Tour bus? Tu tens uma banda?

- Ya. Born In Chaos. Não deves de ter ouvido falar.

- Já ouvi sim! Foste tu que escreveste todas aquelas letras?

- Sim…

- Amo o Burn.

- Obrigado. Podes-me fazer um grande favor?

- O que vem daí?

- Bem, é que… um dos meus colegas de banda está a ter um momento muy caliente lá dentro, e eu preciso mesmo de ir buscar as minhas coisas.

- Muy caliente, hein? – eu ri. Ahahahahahahahahah! Muy caliente! E olhem a pronuncia dela! – És espanhola?

- Blé, não. Portuguesa.

- Sério? O público em Portugal é demais.

- Eu sei. Mas podes vir ou não? Não quero aparecer lá sozinha!

- Vergonha de os apanhar em condições imprórpias?

- Se fosse a nossa primeira tour… sim. Mas eu só não quero uma visão do inferno antes do almoço. Acho que não é pedir muito.

- Vamos lá! E depois posso fazer uma chamada de um dos vosso telés?

- Claro!

Quando nos começamos a aproximar do tour bus dos Born In Chaos e comecei a ouvir aqueles gemidos e sussuros não pude fazer mais nada senão rir. Por amor de deus, né? Era o primeiro dia da Warped!

- Faz com que eles não estejam na sala, faz com que eles não estejam na sala! – ela abriu a porta e suspirou – Obrigadoooo! Onde é que eu enfiei aquela merda? – ela abriu metade das gavetas e lá encontrou o telemóvel e tirou dinheiro da carteira de um deles.

- Ladra.

- Sou nada. Eles fazem-me o mesmo! Agora vamos antes que eles se lembrem que o sexo dá fome!

- Não me disseste como te chamas.

- Carolyn. E tu?

- Frank Iero.

- O… o Frank Iero dos My Chemical Romance?

- Esse mesmo!

- Dude, My Chem é a minha banda favorita.

- E não sabias quem eu era?

- Sou horrivel em lembrar-me do nome das pessoas. – ela marcou um número e levou o aparelho à orelha – Micqui? Oh, pois… ainda é a mulher a falar… Não atendas que não é preciso… Yeah? Micqui?... se eu falei com a senhora..? Não! Que ideia! Onde é que estão?... no Mac? Tens a certeza?... Claro que confio… eu vou para aí agora! – ela desligou -  Bora comer?

- Claro! Sabes quem está lá?

- Toda a gente.

Fomos a falar merda durante o caminho todo para o Mac, e eu reparei que um garoto pintado e sem t-shirt me começou a olhar de lado. Mas quem é que era aquele?