Alice P.O.V

Abri a porta do hospital sendo seguida por Josh que estava preocupado o tanto quanto eu, logo dei de cara com Pattie aos prantos e ao seu lado Jazmyn a consolando. Jeremy e Erin estavam sentados conversando com a feição abalada, Alfredo mexia em seu Iphone. Cheguei perto do mesmo e ele logo levantou o seu olhar para mim. Me sentei ao seu lado.

- O que aconteceu com Justin?

- Ele tinha saído, a dois dias atrás para encontrar com Jessica –suspirei só de ouvir o nome daquela mulher- Mas era pra tipo... Ela não parava de ligar para ele e então ele foi se encontrar com ela para pedir para ela parar de fazer isso.  Mas aí eles foram seqüestrados –arregalei os olhos, como assim?- E aí ontem de madrugada ele foi encontrado por um motorista de caminhão que reconheceu que era ele. –paralisei por uns minutos.

- Mas e ela?

- Sumiu do mapa, eu acho... Na verdade eu tenho certeza que foi ela que seqüestrou ele, só que eu não tenho provas concretas.

- O médico já falou alguma coisa?

- Não –ele negou com a cabeça- Eles tão fazendo uma cirurgia na costela que ele quebrou e no braço direito.

- Você acha que vai demorar muito?

- Não sei...

Ficamos minutos em silencio, apenas podia ouvir o choro de Pattie que ecoava pelo local. Não que eu estivesse normal, não, nada disso. Meus olhos já formavam poças em cada canto e eu já estava soluçando. Senti um braço me puxar para perto de si e logo senti que era Josh, continuei chorando e eu só podia ouvir ele dizendo “Shh, não chora, ele vai ficar bem”

- Senhora: Patrícia Elizabeth Linn Mallette? –perguntou uma moça que saiu da sala de cirurgia, me levantei juntamente com Pattie e fui até a mulher que deveria ser a enfermeira.

- Sim? –Pattie disse tentando segurar o choro.

- Ele está se recuperando da cirurgia que ocorreu bem –Pattie soltou um “Graças a Deus” e eu soltei um suspiro aliviada. – Mas ele está em coma...

- Coma?

- Sim, a batida que ele teve contra o caminhão foi muito forte, ele está em coma, o médico fez os exames e analisou que ele não teve Traumatismo Ucraniano –engoli a seco e Pattie começou a soluçar.

- E-eu posso vê-lo? –perguntou Patt, a enfermeira assentiu dando espaço a Pattie, segui ela mas a enfermeira avisou que nós não poderiamos entrar na sala, apenas olhar pelo vidro da U.T.I.

Chegando lá tive uma surpresa, nunca tinha visto Justin tão branco em toda a minha vida, havia faixas enroladas por todo o seu corpo e ele estava respirando através de aparelhos. Havia hematomas e cortes por todo o seu corpo. Não agüentei e comecei a chorar sendo seguida por Pattie nas lágrimas.

Uma semana depois...

Justin P.O.V

Ouvia um choro ecoando pelo quarto onde eu estava deitado em uma cama-muito desconfortável por sinal- tentava mexer meus dedos, mas não conseguia, parecia que tinha pedras em cima do meu corpo e não deixava eu me mover.

-Justin –ouvi uma voz doce e logo percebi que era da minha Alice, me senti desconfortável, era horrível saber que ela estava chorando. Só que eu não entendia o motivo- Justin fala comigo por favor... Jus - implorou ela, tentei me mover novamente mas não consegui. – E-eu sinto a sua falta Justin, por favor, não faz isso comigo, me diz que você vai viver, que a gente vai cuidar das nossas filhas, por favor, meu amor... Eu te perdôo, eu sei que você não merece, mas quem não merece isso sou eu, eu não agüento mais ficar sem você Jus, por favor, acorda –comecei a tentar a me mexer mas não conseguia, droga, agora estava ficando tudo claro para mim.

Alice P.O.V

Me levantei me sentindo tonta, passei a mão sobre a face pálida de Justin e logo me afastei. Fui em direção a cantina do hospital e pedi um café. Logo avistei Pattie com uma aparência desgastada, a minha deveria estar assim também.

- O que aconteceu? –perguntei depois de vi que ela se sentou na minha frente,

- Os médicos estão perdendo as esperanças –arregalei os olhos- Eles disseram que daqui a uma semana se ele não melhorar eles vão desligar os aparelhos

- Não, não eles não podem fazer isso –passei a mão sobre meu rosto negando, não tinha mais forças para chorar, estava totalmente angustiada. Ele não podia morrer.

- Querida –Disse Pattie a fitei mordendo o lábio inferior.- É melhor você ir para casa, descansar um pouco, você está grávida, não pode ficar assim.

- Não Pattie, eu estou bem assim.

- Não mesmo, não quero que as minhas netas fiquem estressadas, o pai delas vai melhor eu tenho certeza que vai –sorri e passei a mão pela a minha barriga, senti um leve chute e soltei um gemido de dor- Viu, até elas estão ficando doentes, eu fico aqui com Justin e qualquer melhora eu te ligo.

Sorri e assenti, peguei o meu café, pagando-o e dei um beijo em Pattie, sai do hospital pegando o meu carro e indo de volta para o hotel onde eu estava hospedada. Em poucos minutos estava no mesmo. Tomei um banho relaxante e me deitei na cama e em poucos minutos estava dormindo.

- Filha não corre! –gritei ao ver uma menina loira com uma calça jeans e uma blusa florida correndo pelo Pátio da casa atrás de um York Shire, virei meu rosto e encontrei uma outra garotinha com o rosto parecido mexendo em um Macbook e escrevendo algo em seu caderno.

- Estou exausta-disse a garota, sorri.

- O que aconteceu filha? –perguntei me sentando ao seu lado no sofá.

- Tenho um tema para terminar de História mas estou morta de cansaço.

- Deixa um pouco os livros aí –tirei o macbook de seu colo e ela riu abafado- a mãe fez bolo de cenoura com cobertura de chocolate, e eu sei que você adora –ela se levantou e me seguiu em direção a copa aonde havia um bolo lindíssimo exposto em cima da mesa, cortei um pedaço para ela e cortei um para mim, senti dois braços envolverem minha cintura e sorri me virando dando de cara com aqueles dois olhos que parecem poças de mel, dei um selinho em seus lábios mas logo se tornou um beijo ‘completo’.

- Como foi seu trabalho amor –disse me soltando dos braços de Justin e cortando um pedaço de bolo de laranja para ele também ele mordeu um pedaço e eu também.

-Foi bom, Scooter deu a idéia de eu fazer um novo livro, tipo de uma continuação da minha vida.

- Que ótimo amor –selei nossos lábios novamente. Passamos a tardezinha conversando, era mais ou menos 11h da noite quando as garotas foram dormir. Me deitei ao lado de Justin e logo senti suas mãos puxando minha cabeça contra o seu peito desnudo

- Eu te amo –sussurrou ele, fechei os olhos e sorri dizendo um ‘eu também’ e em poucos minutos dormira.

Acordei um pouco exasperada, esse sonho havia sido no mínimo estranho. Ajeitei meu cabelo que estava um pouco grudado na testa e peguei meu celular olhando as horas 3h a.m. Meu Deus, eu dormi desde a tarde até agora? Arregalei os olhos, mexendo no telefone, mandei uma mensagem a Josh que estava no hotel mas que logo de manhã iria voltar para o hospital. Ele não respondeu, com certeza deveria estar dormindo já que passava o dia inteiro gravando. Me levantei olhando o número do serviço de quarto, pedi um lanche e voltei a me sentar na cama logo pegando o Ipad  e mexendo um pouco nas minhas redes sociais.

[...]

- Bom dia Pattie –disse num sussurro encontrando minha ex-sogra deitada num sofá que três lugares verde clarinho.

- Bom dia, Alice... A essa hora da manhã já está aqui –ela conferiu no relógio de pulso de ouro que sempre a acompanhava- São 6h a.m

- Eu dormi logo quando cheguei ao hotel e acordei era três da manhã, não consegui mais pregar os olhos –ela riu- E você? Vá para casa agora, passou a noite toda deitada nesse colchão ruim aí... Você está precisando.

- Mas e Justin?

- Eu fico com ele, e Josh mandou uma mensagem avisando que daqui a pouco antes de ir gravar ele vai passar aqui –ela assentiu se retirando. Fiquei deitada no sofá que já dormira tantas vezes essas semanas, peguei a mão de Justin e há pressionei um pouco. – Você vai melhorar –sussurrei e suspirei alto.

-Oi –ouvi uma voz um pouco rouca e ergui meus olhos até Josh que estava parado na porta sorrindo fraco- Como você está?

- Eu estou bem, só ele que não –apontei minha cabeça para Justin que se mantinha intacto, Josh se sentou na poltrona verde clara do lado do sofá.

- Ele vai melhorar, Justin é um cara forte, vai sair dessa rápido, eu tenho certeza.

Sorri como forma de agradecimento assentindo fraco.

- Hum –ele coçou a nuca, olhei para o mesmo e ele parecia querer tocar em um assunto que não gostava – Eu preciso falar com você, depois nos falamos, tudo bem?

Assenti e dei um meio sorriso.

- Mas é sobre o que?

- Só umas coisas aí –ergui o cenho- Na hora do almoço me encontra na entrada do hospital, ok?

- Tudo bem